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A VIS&O DE JOHN STUART HlLLl

Transcendental mente Estivei Par*

110 coso causa básica a propensho do homem para comerciar e que

3.1.4. A VIS&O DE JOHN STUART HlLLl

fítribui-se a John Stuart Hill o papel de ter elaborado uma espécie de "síntese final da Escola Clássica em torno do tema dos possíveis limites do crescimento " (TAMfíMES, 1983, p. 45). Isto porque foi ele quem efetivamente desenvolveu de uma forma mais aprofundada a quest&o do estado estacionarão. O que é, contudo, este estado estacionário?

Mill assim o defines

" Os economistas políticos sempre devem ter visto, com clareza maior ou menor, que o aumento da riqueza não ê ilimitados que ao final daquilo que denominam condiç&o progresista está a condiç&o estacionaria, que todo aumento de riqueza ê apenas um adiamento dessa última condiç&o, e que cada passo para a frente é um aproximar-se dela " (MILL, Í9$3, v. 11, p. 25Í).

Em grande parte, é na formulação dessa categoria - estado estacionário - que radica a grandeza das perspectivas de John Stuart Mill* ele soube antecipar-se, concebendo a teoria do estado estacionário n&o sob pressJko de uma crise do sistema mas A luz de uma percepção lógica de que, ao longo de uma dada fase de crescimento o sistema alcançaria os seus limites e um ponto de inevitável exaustão (TfíMfíMES, 1993, p. 45).

Com efeito, Mill levanta a seguinte questão*

f

I " ...Para que ponto último está tendendo a sociedade, com seu progresso industrial? Quando o progresso cessar, em que condições podemos esperar que ele deixará a humanidade? " (MILL, 1993, v. II, p. 251).

O ponto de que Mill parte para elaborar a sua teoria do estado estacionaria é o principio de que o crescimento da riqueza é limitado. Na verdade, ele incorporou os dois elementos básicos que abonariam a favor de teses mais pessimistas, concretamente a relação recursos/população (Mal thus) e a lei dos rendimentos decrescentes (Ricardo), ambos desprezados por Smith, como já foi visto» Isto, contudo, não permite que se trate Mill como um mero disci pulo, seja de Mal thus, seja de Ricardo,

fio contrário destes. Mill enriquece de tal forma a argumentação em torno do assunto dos limites do crescimento que se permite ultrapassar o raciocínio mal thusiano e ri cardiano a ponto de notar-lhes com certa ironia o seu desprezo pela "condição estacionaria do capital e da riqueza"t

posso (...) considerar a condição estacionaria do capital e da riqueza com essa aversão impasivel t&o generalizadamente manifestada pelos economistas políticos da velha escola " (MILL, Í983, v. 11, p. 252),

Mill, contudo, fundamenta sua argumentação em pressupostos distintos dos demais economistas clássicos.

Embora se trate de uma propôsiç&o aparentemente destituída de rigor lógico, vale lembrar que Mill atribuía grande importância ao modo como eram examinados os problemas da sociedade. Comprova-o o fato de que ele também se debruçou sobre a construção de "modelos" que propiciasem assimilar de forma adequada os fenômenos sociais e econômicos. Portanto, inobstante sejam outros os pressupostos de seu argumento, não carecem do rigor necessário a consideração cientifica.

Assim é, por exemplo, quando trata da questòo do consumo dos ricos, que imediatamente suscitaria aspectos valorativost

" Não sei por que deveríamos felicitar-nos pelo fato de pessoas, que já sSto mais ricas do que qualquer

um necessita ser, dobrarem seus recursos para consumir coisas que dUo pouco ou nenhum prazer, a nSko ser o de serem sinais representativos de riqueza " (MILL, 1963, v. 11, p.

253),

Da mesma forma, percebe-se a sua argumentação original utilizada quando se ocupa da necessidade ou n&o de se aumentar a produç&o*

" £ somente nos países atrasados que o aumento da produção ainda é uma meta importante? nos mais avançados, o que se necesita economicamente é de uma melhor distribuição, e para isso um meio indispensável ê a limitação maior da população " (MILL, J963, v. 11, p. 253).

'•• Contudo, com o rigor e a originalidade já assinalados. Mill acaba indicando direções, explicitando uma defesa do estado estacionário e propugnando por uma limitação do crescimento econômico*

que o engenho humano continue a melhorar e o capital continue a crescer. Mas, mesmo que esse aumento populacional fosse inofensivo, confesso ver muito pouca razão para deseja-Io. Já foi atingida em todos os países mais povoados, a densidade populacional- necessária para possibilitar a.

humanidade obter, no grau máximo, todas as vantagens da cooperação e do intercâmbio social. Uma população pode ser excessiva, mesmo que todos tenham abundância de aiimentos e de roupa. Não é bom que o homem seja forçado em todos os momentos a estar no meio de seus semelhantes. Um mundo do qual se extirpa a solidão é um ideal muito pobre. A solidão, no sentido de estar muitas vezes a sós, é essencial para qualquer profundidade de meditação ou de caráter$ e a solidão, na presença da beleza e da grandeza natural, ê o berço de pensamentos e aspirações que não apenas são bons para o indivíduo, mas são também algo sem o qual dificilmente a sociedade poderia passar. Por outro lado, não se sente muita satisfação em contemplar um mundo em que nSio sobrasse mais espaço para a atividade espontânea da Haturezat um mundo em que se cultivasse cada roode <1J4 de acre) de terra capaz de produzir aiimentos para seres humanos, um mundo em que toda área agreste e florida, ou pastagem natural, fosse arada, um mundo em que todos os quadrúpedes ou aves não domesticados para o uso humano fossem esterminados como rivais do homem em busca de aiimentos, um mundo em que cada cerca-viva ou árvore supérflua fossem arrancadas, e raramente sobrasse um lugar onde pudesse crescer um arbusto ou uma flor selvagem, sem serem esterminados como erva daninha, em nome de uma agricultura aprimorada. Se a terra tiver que perder a grande parte de amenidade que deve a coisas que o aumento ilimitado da riqueza e da populaç&o extirpariam dela, simplesmente para possibilitar à terra sustentar uma populaç&o melhor ou mais feliz, espero sinceramente, por amor à posteridade, que a população se contente com permanecer estacionaria, muito antes que a necessidade a obrigue a isso " (MILL, 1993, v.

11, p. 254).

Estas palavras de John Stuart Mill sugerem uma preocupação com o longo prazo, o que também o distingue dos demais clássicos, que se preocupavam sobremaneira cos aspectos mais imediatos. Todavia, o que mais chama a atenção é a sua hábil idade em aceitar algumas evidencias como sendo indicadoras de desequilíbrio. lio propugnar pelo estado estacionário, Mill tern em consideração todas as implicações futuras de um crescimento atabalhoado, ao qual se havia, precedentemente, associada a idéia de "aperfeiçoamento humano". Desejo so de que este não cesse. Mill argumentas

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* Dificilmente será necessário observar que ama condição estacionaria do capital e da populaç&o não implica ama condiçSo estacionaria do aperfeiçoamento humano*

Haveria o mesmo campo que sempre há para todos os tipos de cultura intelectual, de progresso moral e social, o mesmo espaço para aprimorar a arte de viver, e muito mais probabilidade de esse aprimoramento ocorrer, se as inteligências deixassem de ser absorvidas exclusivamente pela preocupação de prosperar na riqueza " (MILL, 1983, v.

11, p. 254).

3.2. O Crescimento Econômico na Crítica de Marx ao