• Aucun résultat trouvé

fí Derrocada do Sistema Palaciano No século XII a.C., sob o ímpeto

2.1. f> Polis ê o Homem em Escala Ampliada

2.1.2. fiHJSCEDEHTES HISTÓRICOS

2.1.2.1. fí Derrocada do Sistema Palaciano No século XII a.C., sob o ímpeto

das tribos dóricas que irrompeu na õrécia continental, desaba o poder micênico. Não se trata de uma simples dinastia a sucumbir no incêndio que assola alternadamente Pilos e Micenas, é um tipo de realeza que se encontra para sempre destruída, toda uma forma de vida social, centralízada em torno do palácio, que ê abolida, um personagem, o Rei divino, que desapareceu do horizonte, grego (VERNfiNT, 1934, p. 06).

Todavia, no período entre 2.000 e 1.900 a.C., a vida social grega, no quadro da organização social micênica, aparece centralizada em torno do palácio. 0 seu papel é simultaneamente reiigioso, político, militar, administrativo e econômico. 0 rei concentra todos os elementos de poder e todos os aspectos da soberania, controlando todos os setores da vida econômica e regulando todos os domínios da atividade social. Especificamente, quanto A organização econômica - durante a vigência da Realeza Burocrática" -, as evidências são de que a administrado real regulamentava a produção, a distribuição

H

o intercâmbio de bens, nlo havendo laçar para UM comércio privdo (VERNANT, 1934, p. 16>.

d mtividad* predominant* era m

*griQulturmt que guerdmv duas peculimridmdes que merecem slgum* atendo* e* primeiro lugar, co» relação a. abrangência 4a atividade agrícola, quase toda a economia rural aparece limitadamente dispersa no kmbito da aldeia, de forma que o trabalho nto se extend* muito além do grupo de vizinhost em segundo lugar, quanto *s possibilidades de posse de terra, onde se desenvolve a principal atividade econômica, o solo é efetivamente assegurado a uma coletividade rural, organizada em aldeias, da qual dependem os que pertencem ao palácio e à corte (UERNAN7, 2964, pp. 17, 21-22).

fí consideração dessas características da atividade agrícola na Grécia dos séculos XX e XIX a.C. nAo deve obscurecer o fato de que, em todos os graus da administração palaciana, o que une o rei aos vários dignitários do palácio é um vínculo pessoal de submissão, destes para com aquelei não há funcionários a serviço do Estado; existem apenas servidores do rei. Esta relação de submissão també» se extendía aos planos reiigioso - o rei era responsável pela vida espiritual dos indivíduos vinculados ao palácio - e político. Neste, a mencionada relação estava embutida no próprio sistema palaciano, que representava para os monarcas um invejável instrumento de poder, permitindo estabelecer um rigoroso controle sobre um extenso território e sobre as riquezas que por ele circulavam*

" fítraía para acumulá-la em suas mãos - assinala Vernant - toda a riqueza do país e concentrava sob uma direção única, recursos e forcas militares importantes " (VERNANT, 1984, p. 24).

Ademais das que Já foram tomadas em conta, se pode traçar algumas conclusões gerais acerca das características principais das realezas micênicast

(1) Em termos bélicos, o ánax (rei) se apoia numa aristocracia guerreira que form* um grupo privilegiado com seu estatuto particular, seu giro de vida próprios

(2) As comunidades rurais não estão numa dependência tão absoluta em relação ao palácio

que não possam subsistir independentemente dei tf

(3) A organização do palácio, com seu pessoal administrativo, suas técnicas de contábil idade e de controle, sua regulamentação estrita da vida econômica e social, apresenta um caráter de plágio (VERHAN7, 1994, p.

destruídos. A invasão dórica determinará o desaparecimento do palácio e do rei - rompendo por séculos os vínculos da êrécia cot o Oriente - mas sobretudo a substituição dos valores até então prevalecentes.

2.J.2.2. O Surgimento da Polis

Úual é o efeito da derrocada do sistema micênico para o homem grego? Que modificações vão ocorrer com o desaparecimento do rei?

d invasão empreendida pelas tribos dôricas provoca duas conseqüências temporal mente distintas*

a primeira delas concerne ao longo período de isolamento e de reconsideração dos fatos que se chama a Idade Média grega. Esta conseqüência esta ligada, portanto, a um período de transição entre o fato da invasão e a explidtação de um efeito concreto. fí segunda das conseqüências refere-se a uma inovação, cuja ocorrência não pode ser concebida sem a inexistência de resquícios do sistema palacianot m instituição da cidade (VERNfíNT, 1964, p. 06).

fí expansão dos dôrios no Peloponeso, em Creta e até em Rodes, ao passo que determina a definítiva queda do poder mi cênico, inaugura uma nova idade da civilização gregaf é a metalurgia do bronze que cede lugar k metalurgia do ferro. Cresce também a consciência de um passado separado do presente, caracterizada pela distância cada vez maior que separa os homens e os deuses. Se se consolida o rompimento dos vínculos que subsistiam entre deuses e homens, o desaparecimento do rei far* com que, num intervalo de tempo correspondente h mencionada "Idade Média grega", convivam lado a lado as duas forças sociais remanescentes do sistema paiadano. De um lado as comunidades aldeãs, de outro uma aristocracia guerreira cujas famílias mais eminentes detêm igualmente certos monopôlios reiigiosos (VERNfíM, 1964, p.

27). Da convivência entre essas duas forças opostas entre si, a busca do equilbrio vai permitir nascer, de um período de desordem,

" ...uma reflexão moral e especulações políticas que vão definir uma primeira forma de QsabedoriaO humana. Esta sophia aparece desde a aurora do século VIIf está ligada a uma plêíade de personagens (...) celebrados pela Grécia (...) como seus verdadeiros QsàbiosQ.

Ela não tem por objeto o universo da phvsjs mas o mundo dos homens* que elementos o compQem, que forças o dividem contra si mesmo, como harmoniza-1 as, unificá-las, para que de seus

tonflitos surja a ordem hmm+ne da CM dad* * (VERHMiT, 1994 Essa sabedoria re solta de uma longa e acidentada história na qual intervém múltiplos fatores. Não obstante, desde o principio ela se afastará da concepção centrada no si stem* micênico para orientar nòoutra direção. De súbito, todas as questões relativas ao poder, ks suas formas e aos seus componentes passaram a ser colocadas em novos termos. O rei mudou não só de nome mas também de natureza. Não é mais um único personagem que domina a vida social, mas, orna mui ti piicidade de funções que, opondo-se umas às outras, necessitam de uma divisão, uma dei imitação reciprocas (VERHAHT, 1984, p. 30).

Os inevitáveis conflitos que resultam da convivência de elementos heterogêneos, de grupos rivais e de prerrogativas opostas, vão assumir a form* de disputa oratória, de combate de argumento st Poder de conflito - poder de uni&o, Eris-Philia* essas duas entidades divinas, opostas e complementares, marcam como que os dois polos da vida social no mando aristocrático que sucede ks antigas realezas (VERHANT, 1984, p. 31).

O espaço no qual o combate de argumentos se desenrola é a praça pública - a Âoora. Os que dele partici paw nessa sociedade hierarquizada formam um grupo de iguais, Já que a concorrência Jamais pode existir senão entre iguais. A partir de quando a cidade passa a centralizar-se na Agora, ela constitui, no pleno sentido da palavra, um» £ÓJJ_£. A póiif, cujo advento pode ser situado entre os séculos Vlll e VII a.C.<m>, significará uma verdadeira invenc&ot as relações sociais assumirão uma nova e original forma que será plenamente sentida pelos gregos.