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A VISfiO DE HARROD-DOMAR*

Transcendental mente Estivei Par*

120 capitalista* que viria finalmente a relacionar ao todo de

3.3. Í. A VISfiO D£ KSYNESt

3.4.2. A VISfiO DE HARROD-DOMAR*

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De acorda com Jones, o interesse contemporâneo por teorias modernas de crescimento econômico pode ser convenientemente datado pela publicação do trabalho original de ftarrod€W>, seguido logo pela contribuição similar, mas originada independentemente, de Domar****

(JONES, 1979, p. 54), Ambos, porém, acabam por realizar esforços no sentido da "dinamização" - para usar a expressão de Celso Furtado***' - do modelo de Keynes, cujas condições de equilíbrio n&o podiam ser estabelecidas com rigor dentro das limitações do mecanismo de curto prazo que ele concebera, físsim, se pode inferir que a "teoria dinâmica" de Harrod teve como objetivo central a construç&o dos

"princípios din&micos fundamentais", que se fundam em certas condições que possibilitam um crescimento com estabilidade, H, Jones, a propósito, observa que " o modelo de crescimento econômico de Harrod ressalta as condições necessárias para o crescimento estável com pleno emprego numa economia capitalista desenvolvida. Três aspectos centrais foram apontados» (a) a possibilidade de crescimento em estado estável de pleno emprego, (b) a improbabilidade de crescimento em estado est&vel a pleno emprego, e (c) a instabilidade da taxa garantida de crescimento " (JONES, 1979, p, 70),

Celso Furtado, embora reconheça a importância do modelo de Harrod para o "aperfeiçoamento" do pensamento Keynesiano, adverte que " o alcance explicativo desse modelo ê, em si mesmo, 1 imitado, Ele nos diz tão"

somente que, numa situação de pleno emprego, sempre que a total idade da poupança disponível seja absorvida, o produto real estará crescendo com uma taxa idêntica à expansão da capacidade produtiva. Coisa distinta é pretender fundar uma teoria explicativa do crescimento econômico no mecanismo desse modelo. Foi o que tentou Harrod " (FURTADO, 1993, p, 57),

Quanto ao modelo de Domar, ele é com freqüência associado ao de Harrod em raz&o da similaridade entre os resultados a que ambos chegaram. Embora n&o se queira tratar aqui de eventuais diferenças e/ou aproximações, reconhece-se que a associação entre ambos os modelos é, de certa forma, inevitável, N&o obstante, a abordagem de Domar é um enfoque claro da natureza dual da taxa de investimento numa economia capitalistai (a) o investimento determina o nível verdadeiro de renda por intermédio do processo multiplicador keynesiano, (b) o investimento, caso aumente o tamanho do estoque de capital, aumenta o nível máximo potencial de renda.

fís similaridades entre os resultados principais dos modelos de crescimento econômico associados a Harrod e Domar tiveram como efeito o titulo conjunto

"HfíRROD-BOMfíR" que passou a ser usado para se referir a essa abordagem do crescimento, fís diferenças e semelhanças entre ambos os modelos podem ser sumarizados como segues

st (a) fímbos os modelos partem de um esqueleto fundamental mente keynesiano, mas se movem para o longo prazo, rejeitando a hipótese de Keynes de que a taxa de investimento n&o aumenta o tamanho do estoque de capital...

" (b) fímbos os modelos geram condições de equilibrio que implica uma taxa de crescimento proporcional constante da economia.

" <c) Ambos os modelos implicam dificuldades de longo prazo no alcance do crescimento equilibrado a pleno emprego. Mo modelo de Harrod esse problema aparece porque não há mecanismo que assegure a necessária igualdade da taxa garantida e natural e, mais ainda, a taxa garantida de crescimento é inerentemente instável• No modelo de Domar, um modelo similar aparece por causa daquilo que ele vê como uma tendência crônica ao subinvestimento de tal forma que a taxa de crescimento do investimento não iguala...

" (d) fímbos os modelos assumem o equivalente a uma rei acho capital-produto constante. Domar vê isso como uma hipótese conveniente relativa à rigidez da tecnologia. Harrod, por outro lado, argumenta como uma descrença fundamental mente keynesiana a respeito da magnitude das variações possíveis na taxa de juros.

" <e> fímbos os modelos envolvem um elemento de instabilidade, ainda que o mecanismo verdadeiro seja mais claro e, talvez, mais fundamental no modelo de Harrod. fí instabilidade no modelo de Harrod deriva, como vimos, de uma interação da função investimento e da equaçho-fundamental com as expectativas dos empresários. No modelo de Domar, os incentivos ao investimento s&o continuamente enfraquecidos, ainda que os mecanismos exatos pareçam não estar muito claros.

" <f) fí "visZo" (...) de ambos os autores é similar, fímbos visualizam, como cenário plausível, um estado de depress&o a longo prazo com desemprego crônico e capacidade ociosa " <JONES, 1979, p. 76).

Em apoio A crítica de Furtado sobre o trabalho de Harrod, convém acrescentar as observações de Jones sobre a abordagem HfíRROD-DôMAR. Ele se limita as quatro considerações seguintes*

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* <a> A hipótese de uma relação capital-produto constante que implica substitution idade zero entre capital e trabalho é inoportuna em um modelo que se propõe a analisar o processo de longo prazo de crescimento econômico.

" <b) fí abordagem HfíRRÕD - DOMAR é enganosamente simples na rigidez de suas hipóteses e na ingenuidade de suas construções.

" <c> fís propriedades de instabilidade da teoria de ffarrod s&o superdramáticas e baseiam-se sensivelmente em suas hipóteses,.

" (d) A "vis&o" geral da abordagem de HARROV-DOMAR parece inconsistente com a experiência de economias reais em crescimento " (JONES, 1979, pp. 77-79).

fípesar dessas críticas, Jones acaba concluindo que as várias facetas do feito HARROD-ÜOHAR parecem claras. Eles reintroduzi ram a idéia de crescimento na teoria econômica, e o papel central dos conceitos de crescimento em estado estável e crescimento equilibrado.

Eles reenfatizaram o papel "clássico" da poupança como acumulaç&o de capital depois das controvérsias keynesianas sobre o papel da poupança no contexto da determinação do nível da renda nacional. fís idéias centrais de seus modelos foram explicitamente introduzidas no estudo de desenvolvimento econômico.

3.4.3. fí VISfiO DE Pt. N. ROSTOU:

Segundo Celso Furtado " a análise estática, na linha iniciada por Colin Clark, punha em evidência que não existe desenvolvimento sem industrialização, que o desenvolvimento se traduz em profundas modificações nas estruturas econômicas e sociais e que a elevaç&o do nível de vida como fenômeno persistente, a.

longo prazo, n&o beneficiou sen&o uma pequena parte da humanidade. Começou-, ent&o, a especular sobre as condições que deve reunir um país para que sua economia se desenvolva de forma rápida e estável. Retomou-se a idéia de que o desenvolvimento se concretiza pela superação de uma série de fases como numa carreira de obstáculos, a reformulação recente mais sistemática desse enfoque do processo de desenvolvimento é, certamente, a de H. H. Rosto» " (FURTADO, Í983, p. 111}.

Halt Whitman Rostow, historiador e economista estado-unidense, conhecido pela sua teoria sobre as Etapas do Desenvolvimento Econômico, e usualmente classificado entre os autores capitalistas de visto mais

expansivm, propõe-se a classificar as diferentes sociedades, segundo a posição que ocupa» no processo de crescimento econômico, nas seguintes etapass sociedade tradicional, condições prévias para o arranque, arranque (take-off>, caminho para a maturidade e era do consumo de massa.

Teoricamente, cada pais, num dado momento, encontra-se numa destas etapas e todos os paises que aspiram a crescer têm de passar mais ou menos nitidamente por cada uma delas.

A propósito da sociedade tradicional, ponto de que parte. Rosto» diz que sua " estrutura se expande dentro de funções de produção 1 imitadas, baseadas em uma ciência e tecnologia prê-nenttonianas diante do mundo físico (.,.). O fato central (...) era que existia um teto no nível alcançável do volume de produção per-caoita. Esse teto se originava do fato de as potencialidades inerentes k ciência e à tecnologia modernas não estarem ainda disponíveis ou não serem reguladas e sistematicamente aplicadas " (ROS7OH, 1974, pp. 16-Í7>.

No que se refere às pré-condicões para o arranco, a segunda das etapas do desenvolvimento, Rosto*

observa que esta fase " abarca sociedades em pleno processo de transic&o; isto é, o período e» que as precondições se estabelecem, posto que leva tempo para transformar uma sociedade tradicional de molde a poder ela explorar os frutos da ciência moderna, para afastar os rendimentos

decrescentes, e assim, desfrutar as bênçãos e opções abertas !J pela acumulação dos juros compostos " (P.OSTON, 1974, p. 1$).

Acrescente-se que nesta etapa ê disseminada " a idéia de que não só ê possível o progresso econômico, mas também que ele é condição indispensável para uma outra finalidade considerada benéficas seja ela a dignidade nacional, e lucro privado, o bem-estar geral, ou uma vida melhor para os filhos ".. Todavia, essa atividade empreendida no sentido do progresso ainda " se processa em ritmo limitado dentro de uma economia e de uma sociedade ainda caracterizada pelos métodos tradicionais de baixa produtividade, pela estrutura social e pelos antigos valores, bem como pelas instiuições políticas com bases regionais que evoluíram com aqueles "

(ROSTOH, 1974, p. 19).

fí terceira etapa dessa seqüência ê o arranççi para Rosto», se trata do intervalo em que as antigas obstruções e resistências ao desenvolvimento regular são afinal superadas. As forças que contribuem para o progresso econômico, e que ja haviam dado lugar a surtos e ilhotas de atividade moderna, dilatam-se e conseguem dominar a sociedade. 0 desenvolvimento passa a ser sua situação normal. Os juros compostos como que se integram em seus hábitos e em sua estrutura institucional " (ROSTOM, 1974, p.

20). Em relação a essa terceira fase, o autor conclui que * em um ou dois decênios, tanto a estrutura básica da economia quanto a estrutura social e política da sociedade se

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