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fí Revolução Industrja^

Transcendental mente Estivei Par*

62 igualdade dos tempos antigos e especialmente da igualdade na

2.9. fí Revolução Industrja^

Concomitantemente à difus&o das idéias de Smith, processava-se uma transformaç&p nunca antes experimentada pelos indivíduos. fí partir do último terço do séc. XVIII um certo número de países sofrem a m&is profunda mutaç&o que jamais havia afetado os homens depois do período neolíticot a revoluç&o industrial (RIOUX, 1975, p. Oi).

E o que é a Revoluç&o Industrial? De que causas resulta?

Polanyi responde que

" ...como a expansão dos mercados, a presença do carvão e do ferro, assim como de um clima úmido propício à indústria do algod&o, a multid&o de pessoas despojauas pelos novos cercamentos do século dezoito, a existência de instituições livres, a invenção das máquinas e outras causas interagiam de forma tal a ocasionar a Revoluç&o Industrial.

Já se demonstrou, condusivãmente, que nenhuma causa única merece ser destacada da cadeia e colocada â parte como A cêusa daquele acontecimento súbito e inesperado " (POLANYI,

1930, p. 67).

Chamando atenção para o fato de que a precederam e lhe serviram de indispensável preparação, Heilbroner está de acordo com a assertiva segundo a qual a Revolução Industrial foi motivada por um conjunto de razoes e não por uma única*

" Foi uma complexa concatenaçãc de fatos que culminaram com a deflagração da chamada Revolução Industrial" (HEILBRONER, 1974, p. 99).

Be toda forma, pode-se considerar a revolução industrial como o inicio do desenvolvimento de um crescimento de um tipo novo, ao qual correspondem inovaçQes técnicas. Mas, estopim de crescimento de um capitalismo enfim solto, a revolução industrial complementa o processo de formaç&o do método completo de transição a partir de um estágio incompleto pré-capitalista para um estado em que as características fundamentais do capital ismo, se imptSem;

progresso técnico continuado? capitais mobilizados para o lucro; separação mais clara entre uma burguesia possuidora dos bens de produção e dos assalariados (RIOUX, 1975, p.

09>.

Phyllis üeane destacou algumas das mudanças que assinai am a transição referida. Existe, com efeito,

" mudanças identificáveis nos métodos e características da organização econômica " que " constituem um desenvolvimento do tipo daquele que descreveríamos como uma revolução industrial. Esta inclui as seguintes mudanças inter-rei acionadast 1) aplicação sistmática e generalizada do moderno conhecimento científico e empírico ao processo de produção para o mercado} 2) especialização da atividade econômica dirigida no sentido da produção para os mercados nacional e internacional ao invés de s&-lo para consumo familiar ou paroquial; 3) migração da população das comunidades rurais para as urbanas; 4) expansão e despersonal inação da unidade típica de produção de modo que passa a ser baseada menos na família ou tribo do que na empresa pública ou privada$ 5) movimento da força de trabalho das atividades relacionadas a produção de bens primários para a produção de bens manufaturados e serviçosf 6) uso extensivo e intensivo de recursos financeiros como substituto do esforço humano e como complemento do mesmo; 7) emergência de novas classes sociais e ocupacionais determinada pela propriedade dos meios de produção, que não a terra, ou pela relação dessas classes com os referidos meios de produção, principalmente o capital. Essas mudanças inter-rei acionadas, caso ocorram simultaneamente e atinjam um nível suficiente, constituem uma revolução industriai "

(DEfíNE, 1975, pp. 11-12).

Hão obstante, uma das referidas mudanças pode ser destacada como sendo de inequívoca importância, a despeito

de se conferir maior ou menor significado às demais* trata-se do papel detrata-sempenhado pelas máquinas.

Polanyi, por exemplo, entende que ao mercado auto-regulável - que se consolida por ocasião do florescimento da Revolução Industrial - está associado à incorporação da máquina ao processo produtivot

" . . . quando máquinas complicadas e estabelecimentos fabris começaram a ser usados para a produção numa sociedade comercial, coaeçou a tomar corpo a idéia de um mercado auto-regulável " (POLfíNYl, 1980, p. 57).

Maurice Dobb também concorda que a máquina teve um papel destacado na Revolução Industrial '•

" A essência da transformação - diz Dobb - estava na mudança do caráter da produção que, em geral, se associava à útilização de máquinas movidas por energia não humana e n&o animal " (DOBB, 1983, p. 185).

0 que importa guardar, contudo, é que em cerca de cem anos****, a Europa de sítios, rendeiros e artesãos tornou-se uma Europa de cidades abertamente industriais. Os utensilios Manuais e os dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas} a lojinha do artífice pela fábrica. O vapor e a eletricidade suplan taram as fontes tradicionais de energia - água, vento e músculo. Os aldeãos, como as suas antigas ocupações se tornavam supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se os operários da nova era, enquanto una clastornando-se profissional de empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a Revolução Industrial

(HENDERSON, 1979, p. 07).

2.9.1. 0 REVOLUÇÃO fíGRiCOLfít

Rioux entende como " decisivo o papel da revolução agricola, porque não existe pais que, após 1730, tenha levado a cabo sua revolução industrial sem que sua agricultura tivesse sofrido transformações quase totais, ao nenos em algumas regides " (RIOUX, 1975, p. 23).

Embora seja indiscutível a importância das transformações ocorridas na agricultura, o seu mais importante significado para a Revoluçüo Industrial está no fato de ter contribuído de forma decisiva para a resolução do problema da produção e da produtividade. Principalmente no caso da Inglaterra, onde cedo se afirmou um setor capitalista da agricultura, a contribuição mencionada permitirá também prover de alimentos uma população urbana em crescimento, fornecendo um potencial de mão-de-obra para a

indústria, criando um mercado de produtos agrícolas mais consistente e exportando o excedente, Estas transformações, que na Inglaterra se passam aproximadamente três quartos de século antes da Revolução Industrial, constituem uma preparação para esta****.

fí revolução agrícola está ligada S revolução industrial. Constitui uma das condições necessárias, que não pode ser isolada nem acentuada demais em relação ãs outras inovações, decisivas elas também, como a demografia, a indústria, as técnicas e o comércio. £ constata-se que nSo se pode afirmar ter sido ela uma das condições suficientes (RIOUX, 1975, p. 32).

2.9.2. fí REVOLUGfW INDUSTRIAL:

Inicialmente, cabe ter claro que o que se entende por Revolução Industrial aqui é nada mais que a aapliação da exploração de oportunidades de trocas com o exterior experimentada por poucos países, principalmente a Brã-Bretanha, primeiro por volta de 1740 e, depois, na década de 1790.

Phyllis Deane relacionou seis motivos principais pelos quais a Revolução no comércio internacional contribuiu para precipitar a revolução industrial <*'<>*,

Em primeiro lugar, criou uma procura de produtos da indústria britânica, fí maioria das economias pré-industriais se defronta com o problema do baixo nível de poder aquisitivo interno, que dificulta a especialização industrial. O acesso ao mercado mundial permitiu S Grã"

Bretanha elevar a produção em massa e assim obter custos e preços liais baixos.

Em segundo lugar, o comércio internacional permitiu o acesso ãs matérias primas que aumentaram a variedade e baratearam os produtos da indústria britânica.

Em terceiro lugar, o comércio propiciou aos países subdesenvolvidos o poder aquisitivo ,.>ara adquirir os bens de origem britânica, fío realizarem suas compras no estrangeiro, os importadores britânicos forneceram crédito para os seus fornecedores adquirirem produtos da Brã-Bretanha.

Em qusrto lugar, resultou um excedente econômico que contribuiu no financiamento da expansão industrial e do progresso agricola. Em outros termos, os lucros realizados pelo comércio fizeram surtir seus efeitos na agricultura, na mineração e na manufatura.

Em quinto lugar, o comércio internacional propiciou a criação de uma estrutura institucional e uma ética comercial que demonstraram ser quase tão eficazes na promoc&o do mercado interno quanto haviam sido no comércio