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transcrição, organização, introdução e notas PEDRO MARTINS

Os dois textos inéditos de António Telmo que ora se publicam constam de um dos muitos cadernos manuscritos que se encontram no espólio do filósofo. Consoante se infere do teor de duas passagens do escrito sobre Carlos Castaneda, em que se faz menção a anteriores referências a Lee Whorf e a Joseph de Maistre, destina-vam-se ambos a integrar, como seus presumíveis capítulos, um livro que ficou por acabar e do qual quase nada se sabe. A consideração, por Telmo, dos quatro livros que Castaneda tinha então publicado e o facto de, no mesmo caderno, se encon-trar o que se dirá ser uma versão parcelar e incipiente do capítulo “Teixeira de Pascoaes, o Poeta da Natureza”, da História Secreta de Portugal (1977), levam-nos a situar a composição de tais escritos, na ordem cronológica, em 1975 ou 1976.

Agradecemos penhoradamente ao Professor António Mateus Vilhena a colabora-ção preciosa que nos deu, ao esclarecer aspectos lexicais problemáticos do idioma grego com que nos deparámos no texto sobre Joseph de Maistre.

A LINGUÍSTICA DE JOSEPH DE MAISTRE (1)

OU DE COMO FOI ANDANDO PARA TRÁS QUE SE ADIANTOU EM LINGUÍSTICA Uma constante na interpretação moderna dos fenómenos mítico-religiosos, que tem a sua expressão suprema na filosofia das formas simbólicas de Ernst Cassi-rer, é o dá-las como ilusões do espírito. É certo que o idealismo alemão os con-cebe como formas reais da vida do espírito, como um momento necessário da sua fenomenologia, reais mas para serem transcendidas, integradas ou anuladas na forma pura dos conceitos. Não me parece que o espírito tivesse tido a paci-ência de esperar durante milénios pelas línguas indo-germânicas para encontrar finalmente através delas a possibilidade de se pensar a si próprio.

Característica da filosofia francesa de Joseph de Maistre no campo da reflexão sobre o mistério dos mitos e das línguas é que não se constrói sobre o orgulho luciferino. O demónio de Joseph de Maistre é um demónio restituído ao temor de Deus e ao deslumbramento perante a Criação, embora sem ter perdido a lucidez e a valentia do anjo rebelde. Sempre o que ficou para trás se configura na filosofia alemã, quer se trate do espiritualismo de Hegel ou do materialismo de Marx, como um momento menor da sabedoria desenvolvendo-se no tempo da história. O Espírito ou a Matéria, com as maiúsculas próprias da língua, evo-luem por fases sucessivas de afirmação e negação até que o ciclo se feche na quietude omnisciente e omnipotente do Estado. Num e noutro caso o homem é o Adão Kadmon ou Ishwâra, realizado do todo para o uno ou do uno para o todo. Não há mais nada fora dele e tudo quanto há nós o conhecemos. A filosofia é a ciência absoluta.

Para Joseph de Maistre a história é formada por quedas sucessivas. «Estamos cegos, escreve ele, sobre a natureza da ciência, cegos por um sofisma grosseiro que fascinou toda a gente e que é o de julgar o tempo em que os homens viam os efeitos nas suas causas pelo tempo em que se elevam trabalhosamente dos efeitos às causas, em que não se ocupam senão dos efeitos, em que dizem ser

inútil ocupar-se das causas, em que ninguém sabe sequer o que é uma causa».

E noutro ponto: «Não só começaram os homens pela ciência, mas por uma ci-ência diferente da nossa e superior à nossa, porque começava mais alto, o que a tornava muito perigosa». Assim, para o Irmão Kadosh Joseph de Maistre aquilo que o homem sempre pensou é muito sério, de uma seriedade terrível e sagrada e santa que não pode iludir-se pelo artifício mental de qualquer filosofia. Des-cartes é o filósofo que «nunca teve dúvidas sobre nada».

Se, neste artigo, é a filosofia alemã e não a francesa ou a inglesa que é posta em contraste com o pensamento de Joseph de Maistre, não deve esquecer-se que dela se originou o grande movimento linguístico que hoje domina a humani-dade culta. Herder e Humboldt, durante o último século apontados como ro-mânticos pela orientação positivista dos comparativistas alemães e franceses, fo-ram completamente reabilitados pelo estruturalismo americano de Sapir, Whorf e Chomsky. Joseph de Maistre nunca aparece referido nos livros dos linguistas do nosso tempo e, no entanto, o segundo serão de S. Petersburgo figura entre o que de mais sério e descobridor se escreveu até hoje sobre a na-tureza, o significado e a origem das línguas.

A ideia mestra (2)de um «princípio oculto que forma as línguas» é paralela da ideia humboldtiana de «forma linguística interior» que os modernos linguistas fazem corresponder a estrutura. A palavra forma é equívoca. O seu sentido oscila entre o substantivo e o verbo. O próprio Aristóteles empregou forma ([…]) (3), umas vezes em sentido substantivo, outras em sentido verbal. No primeiro destes sen-tidos equivale a figura; no segundo a princípio formativo, gerador da figura pró-pria do ser. É o segundo que equivale à ideia mestra de um princípio oculto que forma as línguas.

António Telmo

O estruturalismo degrada-se na medida em que substantiva o conceito de forma.

Se a expressão de Humboldt pode ser interpretada ou como «figura interior de uma língua» ou como «princípio que forma uma língua do interior», ao caracte-rizar-se o pensamento de um linguista devemos sempre determinar em que sen-tido ele se desenvolve. Todavia, a adopção da palavra estrutura pela palavra forma é já um indício de que o verbo se subsumiu no substantivo. O étimo de estrutura é o mesmo de construção. Do conceito de língua como organismo para o seu con-ceito de língua como mecanismo, a linguística percorre o caminho que, de Hum-boldt através de Descartes leva até Saussure e Noam Chomsky.

Assim a linguística oscila como um pêndulo entre uma imagem fornecida pela biologia e uma imagem fornecida pela matemática. Não excluindo nenhuma de-las, a filosofia de Joseph de Maistre subordina-as a um princípio superior.

É significativo que o autor dos Serões de São Petersburgo tenha sublinhado com assentimento estas palavras do anatomista Hunter: «Ligamos a ideia de vida à ideia de organização; de maneira que temos dificuldade em imaginar ou conce-ber um fluido vivente; todavia, a organização nada tem de comum com a vida. Ela é apenas um instrumento, uma máquina que não produz nada. Até mesmo em mecânica precisa de qualquer coisa que corresponda a um princípio vital, isto é, de uma força. Se reflectimos atentamente sobre a natureza do sangue, temos de admitir a hipótese que o considera vivente…»

Esta dissociação da organização e da vida, impensável na biologia alemã de um Goethe, por exemplo, transportada para o domínio da linguagem do homem, produz o seguinte silogismo: se a língua é organização não reside nesta o seu verdadeiro princípio, mas há que procurá-lo em algo equivalente, no plano do espírito, ao fluido vivente que anima os organismos. Esse equivalente é o pen-samento ou a palavra. Joseph de Maistre distingue entre língua e palavra: «As línguas principiaram, porém a palavra nunca e muito menos com o homem. Esta está necessariamente antes daquelas, porque não são possíveis as palavras senão pelo verbo. Todas as línguas particulares nascem, como o animal, por meio de explosão e desenvolvimento, sem que o homem tenha alguma vez passado do estado de aphasia ao uso da palavra. Sempre falou e por isso com muita razão os hebreus lhe chamam alma falante. Quando se forma uma língua nova, nasce no meio de uma sociedade que está na plena posse de um idioma; e a acção ou princípio que preside a esta formação não pode inventar arbitrariamente ne-nhuma palavra: vale-se das que encontra perto de si ou das que procura mais longe; alimenta-se delas, dissolve-as, digere-as; nunca as adopta sem modificá-las mais ou menos». E noutro ponto, definindo mais precisamente o princípio oculto que forma as línguas, escreve: «Nenhuma língua pôde ser inventada nem por um homem, que não teria podido fazer-se obedecer, nem por muitos, que não teriam conseguido estender-se entre si. O melhor que pode dizer-se da pa-lavra é o que disse daquele que se chama papa-lavra: “Lançou-se antes de todos os tempos do seio do seu princípio; era tão antigo como a eternidade… Quem po-derá contar a sua origem?”»

Os estruturalistas que procuram determinar as leis secretas da organização fo-nética de uma língua, ou da sua organização morfológica e sintática, vão eviden-temente muito mais longe do que se esperava de uma linguística durante muito

A IDEIA – revista de cultura libertária

tempo dominada pelo positivismo e pelo evolucionismo. Todavia, à luz da filo-sofia mestra, atingem apenas, no melhor dos casos, aquilo a que poderíamos chamar o “corpo subtil” da língua. As estruturas profundas de tipo lógico-ma-temático são ainda um “pensado”, não são o pensamento, não são aquela activi-dade do espírito que pensa e que vem “έξοθεν” (4) e que por isso merece o nome que lhe dá de Maistre – anjo.

Não é uma estrutura ou um sistema de oposições e associações de conceitos o princípio último das línguas, mas um ser. A ciência, até quando admite esferas superiores de conhecimento, tende sempre a expulsar do círculo da sua reflexão a ideia de que existam seres intelectuais a nós mas, por isso mesmo, se esses seres existem, só atinge verdades incompletas. Tais seres não podem conceber--se como seres particulares, mas como seres universais, voltados para o uno e pelo uno movidos, o que não significa que não sejam diferentes. É isso que permite a Joseph de Maistre, embora admitindo a universalidade do pensa-mento ou da palavra, dizer que «cada língua tem o seu génio e esse génio é único».

Ao distinguir as línguas umas das outras, procura apreender os processos de formação das palavras no grego, no latim e no francês e os exemplos que dá nem sempre parecem correctos do ponto de vista da etimologia actual. Todavia, o princípio geral dominante nesses processos, na medida em que consistem em reduzir uma frase ou uma expressão a um só vocábulo, em aglutinar dois ou três vocábulos formando um só, em destruir ou dissolver, devorar, digerir palavras, sílabas ou fonemas, começa a ser aceite por alguns linguistas modernos, como Emílio Benveniste que explica a formação de palavras compostas não pela reu-nião de duas ou três palavras mas pela síntese de uma frase verbal ou de uma relação predicativa. Benveniste considera tal processo o fenómeno mais singular de formação linguística. Ridicularizado pelos intérpretes do Crátilo que, ao mesmo tempo, repeliam a Notarikon da Kabbalah, talvez num futuro não muito distante venha a etimologia tradicional a ser aceite pela ciência linguística. O ponto de vista foneticista, que prevaleceu antes do estruturalismo, inventou as

“leis do menor esforço” e da percepção imperfeita, ambas rebatidas por Sapir, para explicar a redução que se deu no plano fonético na passagem do latim para as línguas dele derivadas, particularmente no francês e no português. A influ-ência da semântica, isto é, da deslocação de significados, como por exemplo de mágica para meiga, também admitida por Sapir é para Joseph de Maistre a prin-cipal causa da redução, que oculta num novo significado o significado anterior.

Esta redução não deve, pois, confundir-se com degenerescência, embora, na medida em que vai crescendo a grande árvore das línguas, os últimos ramos tenham já menos vigor que os primeiros. «O talento onomatopaico desaparece, indubitavelmente, à medida que se vai chegando às épocas de ciência e de civi-lização». Degenerescentes verdadeiramente são para Joseph de Maistre, que dis-tingue ciência de filosofia e civilização de cultura, as línguas dos selvagens que são «ramos separados das árvores». Esta árvore é simultaneamente a árvore ge-nealógica das línguas e a árvore sephirótica descrita e explicada no Sepher Yet-sirah, a árvore das ideias inatas e das categorias de relação predicativa, num completo sistema de inferências.

A IDEIA – revista de cultura libertária

Tão depreciativo juízo sobre as línguas dos selvagens parece contraditado pelos estudos de antropólogos como Franz Boas, Lévy-Strauss, Eduardo Sapir e so-bretudo Lee Whorf. Soso-bretudo Lee Whorf porque a este se deve uma interpre-tação dessas línguas que as separa, enquanto estruturas mentais de compreen-são do mundo, das línguas indo-europeias que interpreta como sistemas cons-truídos à volta dos conceitos de espaço e tempo, das “formas a priori da sensi-bilidade”, tais como as definiu Kant. Tais línguas não têm os conceitos de espaço e de tempo, mas fornecem esquemas capazes de levar a uma compreensão su-perior da natureza, que vai até ao domínio dos nómenos considerado inacessível pela filosofia kantiana. Lee Whorf não diz que os povos ameríndios ou africanos têm essa compreensão, mas que dispõem de línguas capazes de serem aprovei-tadas para a ter.

Postas assim as coisas, a linguística moderna não se afasta do ensino de Joseph de Maistre. As línguas dos selvagens, escreve ele, «são fragmentos evidentes de línguas mais antigas destruídas ou esquecidas. Os gregos tinham conservado algumas tradições obscuras deste conceito; e quem sabe se Homero não teste-munhava a mesma verdade, sem talvez o saber, quando nos fala de certas coisas

“que os deuses nomeiam de uma maneira e os homens de outra”?» Lee Whorf estudou esses fragmentos.

Não interpreta Joseph de Maistre a degenerescência das línguas por uma lei mecânica, mas alude enigmaticamente a um crime do homem, tanto mais grave, tano mais pesado e terrível quanto maior e mais profundo é o conhecimento que o homem possui dos primeiros princípios. Felizmente, diz ele, não possuí-mos esse conhecimento. Tudo indica que, para o martinista Joseph de Maistre, companheiro de Saint-Martin e, como ele, seguidor do português Pascoal Mar-tins, o pecado original significado no Génesis foi um acto de magia negra, decor-rente do poder que Adão possuía sobre o fluido vivente ou princípio vital com que o sangue pode ser identificado. Mais do que nos Serões de São Petersburgo é na Teoria do Sacrifício que o mistério das origens é reflectido.

Esse crime representa-se desde as origens na história da humanidade e repete-se em formas, cada vez menos terríveis, porque o conhecimento foi diminuindo.

As línguas europeias não são ramos separados da “árvore” mas degeneram e desagregam-se pouco a pouco. Ao mesmo tempo, porém, confundem-se e co-municam entre si. A confusão das línguas é o aspecto negativo deste momento babélico e decisivo da história que estamos vivendo; a comunicação das línguas é o seu aspecto positivo. Descemos ao fundo do abismo. “Tudo anuncia que caminhamos para uma grande unidade que devemos saudar de longe»

Joseph de Maistre marca na filosofia francesa, quanto a nós portugueses, o seu mo-mento mais alto. Teria sido possível mostrar como a filosofia portuguesa, que infe-lizmente ainda não entrou no movimento de comunicação das línguas, o que faltava para que a profecia acima se cumpra, é fiel à mesma verdade que inspirou o discí-pulo de Pascoal Martins. É o que se pode verificar lendo os livros de Sampaio Bruno, Teixeira Rego, Leonardo Coimbra, Álvaro Ribeiro, Orlando Vitorino ou José Marinho.

CARLOS CASTANEDA (5)

Um dos acontecimentos mais importantes dos últimos dez anos foi, sem dúvida, a publicação dos quatro livros de Carlos Castaneda, que descrevem a iniciação

do jovem americano nos mistérios índios, em pleno século XX. Um bruxo, um iniciado, um “homem de conhecimento” transmite pela primeira vez a um branco, a um jovem que não é índio, a misteriosa sabedoria antiga dos mexica-nos, cuidadosamente ocultada e preservada dos invasores espanhóis, envol-vendo-o numa experiência perigosíssima que, de grau em grau iniciático, o con-duz até aos confins da vida e da morte.

A transmutação das aparências naturais das coisas e dos seres, o contacto di-recto com o mundo das formas subtis, o poder de bilocação e de invisibilidade,

o desdobramento da persona-lidade, a separação e objecti-vação do próprio corpo, a dis-solução e integração dos ele-mentos físicos e psíquicos numa forma de consciência superior, tudo isso que conhe-cemos apenas pelo testemu-nho, sempre duvidoso, dos ocultistas ou pelas histórias adultas contadas às crianças, aparece ali nos livros de Cas-taneda rodeado de um rigor que quase diríamos científico se não fosse muito mais do que isso, na forma tão impres-sionantemente próxima de um diário, tão evidente e demons-trativa que certamente não há ninguém que leia esses livros sem ficar ferido de espanto ou, pelo menos, de inquietantes dúvidas. As pessoas incultas ou de cultura primitiva acredi-tam, em geral, nestas coisas, mas os sábios costumam pô--las de parte demasiado de-pressa. O sábio é o conquista-dor espanhol do México, representante de uma civilização superior e que age em nome da matemática e de Cristo. Isto não obstante serem os quatro Evange-lhos o correspondente hebraico dos quatro livros de Castaneda.

O que mais surpreende, porém, é a falta de seriedade de filósofos responsáveis na reflexão dos chamados fenómenos ocultos. Já me referi a eles, a propósito de Joseph de Maistre. Exige-se que esses fenómenos não sejam uma interpretação da realidade ou que, então, sejam determinadas, com todo o rigor kanteano da ciência do espírito que é a filosofia, as formas a priori da sensibilidade transcen-dental. Porquanto o que também nos ensina o quádruplo livro de D. Juan é que a natureza (Heraclito dizia que ela gosta de se esconder) deixou de aparecer ao homem quando se desenvolveram nele as formas a priori da sensibilidade peri-

Desenho de Délio Vargas, 2020

férica – o espaço, o tempo e o número. Um linguista americano, Lee Whorf, já muitas vezes referido neste livro, pensa que não são formas universais, como se prova pela análise das línguas ameríndias, mas que vieram transportadas nos carros de fogo das línguas indo-europeias.

Defendia Haman, um alemão colérico e indomável adversário de Kant, que a poesia é «a língua maternal do género humano». Ninguém ignora análoga posi-ção do italiano Vico. Todavia, se a tese é aceite por alguns (outros preferem a que refere a origem das línguas ao trabalho) é aceite na condição de considerar-se a poesia uma forma ilusória de conhecimento, que deixa de fora a realidade – o mundo objectivo – e representa o primeiro passo na conquista histórica do mundo da subjectividade.

Notas: 1) Nota de Pedro Martins – António Telmo grafou sempre, neste escrito,

“Maîstre” em vez de “Maistre”. Optámos por alterar sistematicamente o texto em conformidade com esta última fórmula, que é a correcta. Admitimos, todavia, que pudesse ter havido da parte do autor um propósito de significação etimológica na opção pela variante “Maîstre”, modo presumível de aludir, nomeadamente, ao conhecimento ou ao grau de mestre (maîtrise, em francês) de Joseph de Maistre. Cf., a este respeito, a nota 2, da autoria de António Telmo. 2) À falta de um adjectivo em português para Maistre, emprego a palavra mestra. O próprio Joseph de Maistre creio que não repudiaria uma ligação etimológica entre Maistre e maîtrise, até pela sua graduação em Irmão Kadosh na Maçonaria. 3) Nota de P. M. – António Telmo não chegou a concretizar a palavra grega que pretendia grafar entre parêntesis.

Tratando-se de traduzir o vocábulo português forma, duas hipóteses se colocam: a) µορφή, morphé, que remete para algo individualizado, quase sempre perceptível pelos sentidos, como a aparência, a figura; b) εἶδος, eidos, significando algo que confere à matéria uma essência, uma universalidade. Parece ser este εἶδος que falta, entre parêntesis, no texto de António Telmo. 4) Nota de P. M. – Trata-se do advérbio

“éxoten”, vocábulo grego que em português significa “do exterior” ou “de fora”. 5) Nota de P. M. – O título é da nossa responsabilidade.

Nota do Editor [ACF]: O Joseph de Maistre que aqui está em jogo e que nos pode interessar é o irmão Kadosh da Maçonaria, o pensador iniciático e o escritor poderoso que se exprimia por analogias, o discípulo de Claude de Saint-Martin,

Nota do Editor [ACF]: O Joseph de Maistre que aqui está em jogo e que nos pode interessar é o irmão Kadosh da Maçonaria, o pensador iniciático e o escritor poderoso que se exprimia por analogias, o discípulo de Claude de Saint-Martin,