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RECITS D'EXPERIENCE PERSONNELLE ET EXPOSE D'OPINION PERSONNELLE DES ANALPHABETES

Les capacités discursives d'analphabètes *

EOP ECRIT*

III. RECITS D'EXPERIENCE PERSONNELLE ET EXPOSE D'OPINION PERSONNELLE DES ANALPHABETES

REP ORAL (script)

eu sou uma pessoa que VIVI sempre assirn/ ajudando minha mae que ela ficou viuva/ entao n6s era os mais velho tinha que ajudar ela né ? / ai naquele/ logo ela/ uns dois anas ela casou de novo mas sempre a gente era na roça tinha que ajudar os pais né ? / naquele tempo a aula era um pouco mais dificil e sobre a gente viver tambérn era dificil/ entâo a sente sempre veve assim morando/ morava/ morando em fazenda dos outra sempre a gente pensava de um futuro pra gente/

mais tarde os filho da gente viver mais despreocupado mais um pouco né ?/ ai eu casei sempre eu casei/ foi na luta ajudando/ o marido era daqueles que nao tinha interesse/

128 EDIVANDA MUGRABI entao o interesse que sernpre quem tem que fazer mais é as mae né ?/ pelos filho/ e eu vivi 22 anos/ casei/ vivi 22 anos/

nao vivia bern mas fazenda de tudo pra dar certo/ entâo no final foi preciso n6s separar / ta corn uns tem 4 ano que eu sou separada vivo assirn corn meus filho / tem esse que eu falei pra você tem 20/ fez 20 ano agora em agosto/ é o filho dotivo meu/ o menino que mais me ajuda sempre é ele/ entao deu um lado que surgiu esse acampamento ai né ? / pessoal foi acampar pra esperar um pedacinho de terra que o pobre hoje pra arranjar alguma coisinha tem que ser no sofrimento mesmo/ comprar é dificil tanto é/ pra gente viver é dificil/ ai foi preciso eu tirar da aula/ os mais velho saiu da aula porque ele sempre sao uns filho muito interesseiro pra me ajudar pra n6s ter alguma coisinha pro final/ ai tirei eles da aula vim pro acampamento tamo fazenda dois anos agora no dia::/ nem sei a data do mês que fez dois anos/ agora pra Natal fez dois ano que n6s tamo acampado/ sempre prometimento n6s vai conseguir a terra/ ai n6s teve em municîpio Pedro Canario ficou la em municipio Pedro Canârio um ano / ai eles trouxe n6s pra qui né ? / tava diffcil lâ da gente viver / sobre emprego trabalho que a gente ganhava nao dava nem pra gente manter/

ai n6s veio pra qui pro quilômetro 41/ sempre que é dificil/ ai tâ um pouco dificil pra gente viver mas melhor do que lâ era né que pelo meno aparece um trabalhozinho pra gente/ nâo dâ pra nada nao/ mas dâ pra ajudar a gente/ a gente passa muita necessidade mas às veze mais tarde a gente pode tâ apoiado né ?/ no ter o apoio no assentamento / ter a aula nros filho da.

gente ter um pêdacinho de terra aonde a gente tr�balha né ?/

nao precisa viver de empregado que a vida ta muito dificil pra gente viver / entao sempre o Albuino prometeu na vinda de lâ pra câ / n6s teve em Vit6ria acampado um mês/ prometeu que a arinha de terra pra n6s ia sair/ n6s ja tava mais pouco e sempre enrolando né ?/ sempre s6 prometimento prometimento e a gente naquela esperança de conseguir entao vai à frente pra ver se chega lâ. (NAn.1)

EOP ORAL

nao sei/ eu/ minha v1sao / esses polîtico que:: que nasceram em berço de ouro/ pra mim eles é tudo farinha do rnesrno saco / eles nao têm nada corn a vida corn o sofrimento

do povo nào/ a gente acha que o Cailar:: é porque ele eh::

passou dos alimite né ?/ mas o outra tem a mesma visào também/ eu nao acho que diferenciou muita coisa nao/

inclusive vocês vê agora o quê que tâ acontecendo ai / que esse:: que esse real né ?/ sera que isso vai ser real mesmo ? / eu num tô achando / a minha visâo desse dinheiro que ta acontecendo ai / ele: da graças a Deus se ele guentar até a curica/ minha visao é essa / tâ ai esse balaio de gato ai que ninguém ta entendendo / eu mesmo tô entendendo muito pouco desse dinheiro/ e nao tenho vergonha de falar porque ontem tive em Sao Mateus fui la pegar la meu trocado la da aposentadoria/ eu vi foi gente la estudada la quebrando corn a cabeça / me ensina aqui me explica que eu nao sei como é que isso aqui nao / né ? / entao eu nâo tenho vergonha de contar porque eu sou nalfabeto né ? / gente estudado ta:: parece que fez isso pra enrolar o meio de campo mais do que ja é enrolado né ?/ que a gente sabe que o sistema politico que ta ai nâo é sistema de:: de:: de ajudar ninguém nâo / esse sistema é como diz ela o:: é bem estar deles lâ / e como ela diz serve lâ entender / o que ta bom pra eles os outros la que se dane / nao é isso que ta acontecendo ? / esses politico que ta ai pra mim nâo têm nada na cabeça nao / pra mim eu acho que a visao deles nâo é de ajudar ninguém/ inclusive vocês vê terra tâ obrando ai ta corn dois anas que têm uns pobre agui debaixo da lona aqui na beira da estrada / é porque nâo tem terra ? / é porque nao tem boa vontade/ terra ta sobrando por ai afora / isto ta em quem ? / isto tâ ni mim ? / ta nesse senhor aqui ? na senhora ? na Magn6Iia ? Dona Luzia ? / nâo / ta na:: nas entidade que tâ ai / que é o Itamar Franco / é o:: o Albuino aqui que é nosso governo daqui né ? / nâo sei pra quê que ele é govemo né ? / mas é o nosso governo / monte de deputado por ai s6 pra nao fazer nada / mas sempre é assim ja nâo vamos dizer n6s / pelo menos nossa terra n6s adquiriu corn muito trabalho né ? / e esses pobre que tâ ai na beira da estrada ? / sofrendo af/ / passando fome / / ta se vendo obrigado tomar as coisa pra corner como tâ acontecendo / e eu vou dizee que eles tâ errado ? / num ta nao / num ta erra do nao / tem coisa sobrando ai / vocês vê:: vocês vê: você vê os:: os armazém do governo jogando coisa fora / apodrece lâ pega aqui joga la dentro d'âgua poe fogo queima / e a maioria do povo morrendo de fome/ entao eu / vamo dizer que esse governo

130 EDTVANDA MUGRABT que ta ai é o mi6 ? / eh:: nâo é muito nâo/ tem nada de bom nâo/ nâo sei às veiz diz esse véio é doido ele ta conversando carga d'agua mas é isso at mesmo / a gente vê / é o que eu falo corn ocês / que a te1evisâo da notfcia / da alguma coisa boa / é isso que muita gente nâo sabe que a govemo tem trem pra jogar fora podre né ? / que podrece por la / e a povo mo.rrendo de fome igual a gente/ quê que é isso ? / eu ache que num::/tonelada de came que ocê vê/ ah muitas toneJadas de carne la do dep6sito no armazém la do governo/ eh::

apodreceu tantas toneladas de came/ jogar pela mata que apodreceu/ e a pava morœndo de fome/ deixa a povo marrer de fome e deixa as coisa apodrecer lâ no armazém / sera que isso é um::/ isso é um Brasil que ta oaminhando ? / pra mim nâo ta / caminhandomas coma caranguejo / pra tras de costa né ? (AAn3)