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DAS TEORIAS CLÁSSICAS ÀS TEORIAS ACTUAIS

Dans le document UNIVERSIDADE DE ÉVORA (Page 102-114)

Não se pode determinar com exactidão em que momento o conceito de globalização entrou nas Ciências Sociais e na Sociologia em particular. No entanto, é possível constatar a existência de aproximações teóricas tendencialmente globalizantes feitas por autores clássicos da Sociologia quando procedem a análises sobre as sociedades.

Saint-Simon defendia que a industrialização era a responsável por levar as diferentes sociedades europeias a apresentarem práticas comuns.1 Para que este princípio fosse observado mais rapidamente, propõe a formação de um governo pan-europeu e uma nova filosofia assente em princípios universais.

Auguste Comte, inspirado pelo pensamento Saint-simoniano, é o sociólogo que vai colocar como ponto nevrálgico da sua doutrina a unidade social e humana, bem como a unidade da história humana. A sua procura teórica em torno da unidade da humanidade é feita de tal forma que a principal dificuldade da sua teoria reside precisamente na diversidade.

Esta tendência globalizadora do social e da história humana não são os únicos aspectos do seu pensamento. Considera-se basicamente três grandes temas:2

a sociedade industrial existente na Europa Ocidental, sendo um modelo exemplar a seguir, tornar-se-á no modelo de sociedade para toda a Humanidade;

o pensamento científico é duplamente universalista. Este pensamento que influencia inicialmente a Matemática, a Física e a Biologia, estende-se às outras ciências adquirindo, posteriormente, o carácter de pensamento geral. Tal desenvolvimento implica que o modo de pensar

1 - Cf. SAINT-SIMON, Henri (1975) – Selected Writings on Science, Industry and Social Organizations, London, Croom Helm, pp. 130-136

2 - Cf. ARON, Raymond (1991) – As Etapas do Pensamento Sociológico, Lisboa., Publicações Dom Quixote, pp. 87-88

positivamente em Astronomia teria a mesma implicação de pensar em termos de Política ou de Religião;

a sociedade ocidental ao atingir o estádio positivo, torna-se exemplar, pelo que o conjunto da humanidade seguirá esse exemplo como forma de organização social.

Karl Marx foi, sem qualquer dúvida, o autor que mais desenvolveu a sua teoria social globalizante da modernização.1

Nas suas obras de economia política, Karl Marx atribui à descoberta da América e às rotas marítimas que foram abertas para a Ásia a criação do mercado mundial para a indústria que então se estabeleceu na Europa. Estes factores foram decisivos para que se verificasse o aumento do poder da classe capitalista. A burguesia teria, segundo Karl Marx, articulado a produção industrial e os novos mercados que se lhe ofereciam. “Em todo o mundo, a burguesia é confrontada com a necessidade de uma constante expansão dos mercados para os seus produtos. Para tal, a burguesia deve instalar-se, estabelecer-se e deestabelecer-senvolver contactos em todo o lado.” 2

Como tal, este desenvolvimento ultrapassa a mera esfera cultural, para se estender à esfera económica, uma vez que o carácter cosmopolita está presente quer na produção quer ao nível do consumo.3

Este processo não estaria, segundo Karl Marx, circunscrito à Europa industrializada, mas a todo o mundo, uma vez que a burguesia procurava atrair para a civilização as nações bárbaras, através da produção de mercadorias de baixo custo, capazes de destruir qualquer economia rudimentar, colocando-a na dependência das economias mais fortes.

A contribuição de Émile Durkheim para as questões da globalização, embora também elas não estejam explicitamente colocadas, foram desenvolvidas através de teorias sobre a diferenciação e a cultura. Estas teorias estão claramente expressas na sua obra Da Divisão do Trabalho Social. Nela, Durkheim coloca o tema central de todo o seu pensamento, ou seja, a relação entre indivíduos e a colectividade. A esta questão,

1 - Cf. WATERS, Malcom (1999) – Globalização, Oeiras, Celta, p. 5

2 - MARX, Karl (1977) – Selected Writings, Oxford, Oxford University Press, p. 227

3 - Cf. WATERS, Malcom (1999) – Op.cit., p. 5

responde Durkheim com a distinção entre duas formas de solidariedade: a solidariedade mecânica característica das sociedades arcaicas, e a solidariedade orgânica que caracteriza as sociedades contemporâneas.

O sociólogo alemão Max Weber ao longo das suas obras identificou a racionalidade como solução globalizante.1

Weber baseia este princípio com base na expansão do protestantismo de cariz calvinista que, em sua opinião, se espalharia por todas as culturas ocidentais.

Essa racionalidade das culturas caracterizar-se-ia graças a quatro importantes factores: por uma crescente forma de despersonalização do conjunto das relações sociais;

pela sofisticação das técnicas de cálculo; pelo aumento da especialização ao nível do conhecimento especializado e pelo alargamento do controlo técnico racional sobre os processos de índole natural e social.

Embora se tenha vindo a verificar um uso corrente do conceito de globalização na Sociologia a partir de meados da década de oitenta do século passado, o seu desenvolvimento, enquanto conceito sociológico, deve-se a Roland Robertson.

Quando Robertson produziu os seus primeiros escritos sobre a globalização, em meados da década de oitenta, quer as questões sobre o globo quer os aspectos da cultura a ele associada apresentavam-se com uma maior pertinência teórica que as questões surgidas em torno do Estado-nação.

A par desta preocupação, Robertson começou por “retirar o conceito de sociedade nacional do autêntico colete-de-forças a que estava sujeito, e que afastava a sociologia das grandes mudanças que o mundo atravessava.”2

Em parceria com J.P. Nettl, procuram perceber qual a ligação entre a modernização e o sistema internacional desenvolvido pelos Estados, defendendo a tese que esse sistema existe e de forma palpável.

Os citados autores partem da construção teórica de Talcott Parsons sobre o sistema, nomeadamente do bem conhecido AGIL.

Segundo este princípio Parsoniano sobre o sistema, este só é considerado um sistema completo se a sua estrutura ou componentes funcionarem de forma a dar resposta

1 - idem

2 - idem, p. 38

a quatro problemas inerentes ao sistema:

adaptação ao meio ambiente (A)

elaboração de acções que possibilitem alcançar os fins à vista (G)

trocas inter componentes dos sistema (I)

garantia da permanente reprodução do sistema (L)

É um dado adquirido para a Sociologia que em qualquer sistema social terão de existir as actividades económicas, políticas, de comunidade e culturais.

Nos finais da década de sessenta, concluem que o sistema internacional ainda não estava completamente concluído, uma vez existia um processo de construção do sistema a partir das interacções internacionais dos Estados, ou seja, através do subsistema G; processo esse que se confrontou com dificuldades que não tinham sido resolvidas na esfera cultural, ou seja, o subsistema L, situação que impedia o desenvolvimento pleno do próprio sistema internacional.

Dessa limitação foram detectados três tipos de clivagens:

de natureza religiosa, que se alicerça nas formas de percepção e representação do mundo e da vida, no que se refere, nomeadamente, às questões valorativas e cognitivos. Baseia-se na oposição entre racionalismo e tradicionalismo, entre as concepções lineares sobre o tempo e as concepções cíclicas, etc;

de natureza jurídico-diplomática, assente na oposição entre as culturas que vêem nos contactos internacionais e na norma do direito como desenvolvimentos regulares e vulgares entre os Estados e as culturas de cariz absolutista internacionalmente orientadas;

de natureza industrial, onde se confrontam as culturas que valorizam o conjunto de normas que se mostram compatíveis com a industria, nomeadamente a racionalidade industrial, a individualização, etc., e as culturas que menosprezam essas normas.1

1 - idem, p. 40

Estas descontinuidades teriam sido as responsáveis, de acordo com J.P. Nettl e Roland Robertson, por não se ter verificado, nos anos sessenta, a unificação global e, simultaneamente, por terem levado o mundo a dividir-se em duas dimensões de acordo com os pontos cardeais. Assim o Oriente afasta-se do Ocidente, nos aspectos jurídico e religioso; o Norte separa-se do Sul, nos aspectos diplomáticos e industriais.

Parte-se do princípio teórico que estas três clivagens se constituem em níveis hierárquicos, encontrando-se no topo da pirâmide aquela que apresenta o grau máximo de eficácia e de controlo. Estando a religião a ocupar esse lugar de topo, é natural que ela se apresente como o factor crítico no processo de globalização.

A pouco mais de duas décadas do aparecimento deste trabalho, Robertson conclui que estas clivagens podiam desaparecer. É dada uma ênfase muito maior ao nível cultural, em detrimento do sistema internacional de Estados.

Quando refere que “enquanto conceito, a globalização refere-se tanto à compressão do mundo como à intensificação da percepção do mundo como um todo...estes dois aspectos concretizam a interdependência global e a percepção do todo global no século XX”.1

Estamos perante duas situações que se contrapõem temporalmente: a compressão do mundo e a intensificação da percepção do mundo. Se, para Robertson o processo de compressão do mundo é anterior ao século XVI, ou seja, é um processo que antecede a modernidade e o nascimento do capitalismo, já a intensificação da percepção do mundo é um fenómeno recente.

Significa que os fenómenos individuais vão ganhando uma maior possibilidade de passarem a dizer respeito ao mundo inteiro. Estes fenómenos individuais não se circunscrevem apenas aos fenómenos culturais, como também se estendem a todos os fenómenos globais e que são confrontados, de forma individual. Trata-se de representações sociais sobre fenómenos globais que individualmente podem ser redefinidos ou relativizados culturalmente.

Este processo que tem levado ao aumento da percepção global, articulado com o crescimento da interdependência material, conduz, segundo Roland Robertson, a que se verifique o aumento da probabilidade da reprodução do mundo num sistema único.

1 - ROBERTSON, Roland (1992) – Globalization, London, Sage, p.8

A globalização, ao envolver a relativização das dimensões nacional e individual face aos pontos de natureza geral ou supranacional, vai implicar a existência de ligações sociais e fenomenológicas entre o próprio indivíduo, a sociedade nacional, o sistema internacional de Estados e a humanidade em geral.

Figura 4 - O Campo Global segundo Roland Robertson

Fonte: ROBERTSON, Roland (1992) - Op. cit. pp. 25-32

Chega-se, assim, ao campo global, que pode ser definido como o conjunto de elementos, ligados entre si, e que têm de ser tomados como referência na análise sobre a globalização. Pelo que se torna possível proceder-se às ligações fenomenológicas:

o indivíduo: este pode ser definido como um cidadão que pertence a uma Sociedade Nacional e cujo desenvolvimento pessoal pode ser feito tendo

como comparação os processos existentes noutras sociedades (Sistema Internacional de Estados) e também como exemplo da Humanidade;

a Sociedade Nacional: mantém relações complexas e com os seus cidadãos, nomeadamente em termos de liberdades, vigilância e controlo, tem de si uma imagem de integração numa comunidade de outros Estados-nação (Sistema Internacional de Estados) e deve garantir a existência de direitos de cidadania individual que se vão contrapor aos direitos da Humanidade;

o Sistema Internacional de Estados: encontra-se na dependência da decisão do Estado em abdicar dos princípios de soberania (Sociedades Nacionais), sendo o responsável por estabelecer quais os padrões para os comportamentos individuais (Indivíduos), proporcionando a transmissão de conhecimentos sobre as aspirações humanas (Humanidade);

a Humanidade: deve ser definida em termos de direitos individuais, que por sua vez se encontram consignados nas normas sobre cidadania ao nível das Sociedades Nacionais, e cuja legitimidade e reforço são realizadas pelo Sistema Internacional de Estados.

Tomados no seu conjunto, estes processos tornam-se nos processos sociais da globalização e desenvolvem-se independentemente da dinâmica desenvolvida por cada Sociedade Nacional. Possuindo uma lógica própria, a globalização acabará por influenciar essas mesmas dinâmicas.

Como foi referenciado anteriormente, Roland Robertson defende que este processo de globalização é pré-modernista e pré-capitalista; todavia, é a modernidade que se torna no cerne do processo de aceleração da globalização, verificando-se que a consciencialização só tem a sua actuação sobre este processo de globalização ao longo do período contemporâneo.

A globalização actual distingue-se das suas manifestações anteriores através da reflexividade, “o mundo ‘evoluiu’ de uma forma de estar meramente ‘em si próprio’ para a possibilidade de estar ‘para si próprio’ ”.1

Os indivíduos, ao conceptualizarem o mundo como um todo, reproduzem-no

1 - idem, p. 55

como uma unidade singular, o que contribui para o aumento das possibilidades em torno da forma como ele vai ser pensado futuramente.

É certo que nem todos os teóricos partilham destas opiniões de Robertson.

Dentro dos autores que têm aliado a globalização, como modelo dominante na mudança social, sobressai Anthony Giddens, sendo até considerado como o principal opositor no que respeita às questões de paternidade do conceito.1

Anthony Giddens, na primeira abordagem que fez sobre a emergência de um sistema global, tece críticas à teoria marxista, segundo a qual o desenvolvimento do capitalismo teria sido o responsável, por si só, pela história moderna das sociedades. A este reducionismo marxista, Giddens responde que o sistema sofre influências através do próprio processo de evolução dos Estados-nação e pela capacidade que estas possuem em declarar a guerra entre si. Ao universalizar-se, a partir do século XVIII, o Estado-nação contribuiu para que o mundo se tivesse tornado numa rede de sociedades nacionais, representadas pelos respectivos Estados num sistema global de relações internacionais.

Ou seja, a sociedade moderna não se define apenas e só pela sua base económica, mas também pelo facto de ser um Estado-nação.

Para o autor, o processo que levou à universalização do Estado-nação estaria articulado de acordo com três ordens de ideias:

as comunidades fictícias

as características burocrático-racionais

existência de contingências históricas

As comunidades fictícias, que Anthony Giddens identifica com os Estados-nação da Europa do século XIX, que procederam, com sucesso, ao entrosamento entre a produção industrial e a acção militar; ou seja, a industrialização da guerra possibilitou o sucesso desses Estados-nação num conjunto de campanhas militares que colonizaram logo a seguir.

Os aspectos burocrático-racionais possibilitaram uma maior eficácia em termos

1 - Cf. WATERS, Malcom (1999) – Op.cit., p. 35

de aproveitamento dos recursos e sua colocação ao serviço do desenvolvimento nacional como possibilitou uma melhor gestão no campo das relações com outros Estados-nação quer através de redes diplomáticas quer através da participação em agências políticas transnacionais.

A existência de contingências históricas especiais, como a ausência de guerras, pôde conduzir os Estados-nação para uma maior concentração dos seus recursos económicos e canalizá-los para a indústria; ou, pelo contrário, a desestabilização das relações internacionais, materializada pelas duas guerras mundiais que assolaram o século XX impôs o estabelecimento reflexivo entre uma ordem militar internacional e os sistemas internacionais de manutenção da paz.

Da análise que faz sobre as sociedades europeias pós-feudais até às sociedades nossas contemporâneas, Giddens conclui que estas são detentoras de quatro características institucionais, ou dimensões organizacionais.1

De entre elas, as duas primeiras possuem um carácter económico. Ou seja, a modernidade inclui em si um sistema capitalista de produção de mercadorias que implica a existência de uma relação social entre o grupo que é detentor de capital privado e o grupo que vende a sua força de trabalho em troca de um salário. Em termos da análise de mercado, a competição desencadeada pelas empresas entre si é feita pelo capital, pelo trabalho, pelas matérias-primas e por componentes e produtos.

Por outro lado, a modernidade implica industrialismo. O industrialismo é alcançado através da multiplicação do esforço humano obtido a partir da utilização de fontes de energia inanimadas, produzida a partir de máquinas.

O alcance desta escala em termos tecnológicos só se torna possível através de um processo colectivo de produção. De forma a ser obtida uma acumulação de recursos materiais há que coordenar as actividades colectivas dos indivíduos.

As duas últimas características possuem um alcance mais de carácter social.

Uma dessas características relaciona-se com o facto do Estado-nação da Europa do século XIX possuir competência administrativa. Isto quer dizer que o Estado-nação era detentor de capacidade que lhe permitia exercer, de modo coordenado, um controlo

1 -Cf. GIDDENS, Anthony (1995) – Op. cit, pp. 56-63 e GIDDENS, Anthony (1994) - Modernidade e Identidade Pessoal, Oeiras, Celta Editora, p.13

sobre as populações dentro do seu território.

A outra característica consiste no controlo que os Estado detêm, de modo centralizado, dos meios de violência, no âmbito de uma ordem militar industrializada.

A partir da proposta teórica desenvolvida por McLuhan, o processo básico é o alongamento do

tempo e espaço ou

a separação entre tempo e espaço 1

Nas sociedades que antecederam a modernidade o tempo e o espaço encontravam-se inerentes à localização concreta de cada pessoa e as dinâmicas temporais da vida quotidiana eram fixadas através dos ciclos diurnos ou sazonais que cada lugar possuía.

O espaço, e também ele, apresentava-se limitado à percepção imediata de cada um e media-se tendo como referência aquilo de que cada um tinha percepção imediata e era medido tendo como ponto de referência a localização da casa das pessoas.

A universalização do tempo teve a sua ocorrência no século XVIII por via da invenção e difusão do relógio mecânico. “O tempo continuou a estar ligado ao espaço (e ao lugar) até que a uniformidade da medição do tempo pelo relógio mecânico foi igualada pela uniformidade na organização social do tempo.” 2 Esta mudança decorre em simultâneo com a expansão da modernidade, tendo sido completada no século XX.

Como consequência desta inovação nas sociedades europeias, assiste-se ao fim dos condicionalismos espaciais sobre as formas de medir o tempo, o que vai permitir a reorganização social num sistema global de regiões.

“O ‘esvaziamento do tempo’ é, em grande medida, a pré-condição para o

‘esvaziamento do espaço’, tendo, por isso, uma prioridade causal sobre este. [...] a coordenação através do tempo é a base do controlo do espaço.”3

1 - idem pp.13-15

2 - GIDDENS, Anthony (1995) – Op. cit,, p. 14

3 - idem

Quadro 1 - A Trajectória da Globalização segundo Roland Robertson

Fase Embrionária Europa 1400-1750

Dissolução da cristandade e aparecimento das comunidades estatais;

Igrejas católicas (universais)

Generalizações sobre a humanidade e o indivíduo Aparecimento dos primeiros mapas do planeta Heliocentrismo

Exposições internacionais e acordos sobre comunicações Convenções sobre Direito Internacional

Primeiras nações não europeias

Primeiras ideias sobre o internacionalismo e o universalismo

Fase de Arranque 1875-1925

Conceptualização do mundo com base nos quatro pontos de referência globalizantes – Estado-nação, o indivíduo, uma sociedade internacional única e uma só humanidade (com predominância do masculino)

Comunicações, desportos e laços culturais internacionais Calendário global

Primeira guerra mundial de sempre

Migrações internacionais em massa e respectivas restrições

Novos membros não europeus juntam-se ao sistema internacional dos Estados-nação

Fase de luta pela Hegemonia 1925-1969

Sociedade das Nações e ONU

Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria

Noções de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade Tratado nuclear universal sobre a bomba atómica

Emergência do Terceiro Mundo

Fase da Incerteza 1969-1992

Exploração do espaço

Valores pós-materialistas e discursos sobre direitos

Comunidades mundiais baseadas na preferência sexual, no género, na etnia e na raça

Relações internacionais mais complexas e fluidas

Reconhecimento da presença de problemas ambientais globais Meios de comunicação globais através de tecnologias do espaço Fonte: WATERS, Malcom (1997) – Op. cit., pp. 42-43

O espaço tornou-se, assim, uma dimensão social universal cuja realidade já não se encontra na dependência da localização social individual.

A libertação do tempo e do espaço constitui um acontecimento da modernidade na medida em que permite a existência de uma organização estável da actividade humana através de vastas extensões do espaço-tempo. Este acontecimento constitui per si um pré-requisito para a globalização.

Anthony Giddens, ao contrário de Roland Robertson, considera que a globalização é uma consequência directa da modernização.

Cada uma das três dinâmicas principais presentes na modernidade – separação do tempo e do espaço, o desenvolvimento de mecanismos de descontextualização e a apropriação reflexiva do conhecimento - envolve um conjunto de tendências de cariz universalizante que criam relações sociais cada vez mais inclusivas.

Essas dinâmicas, para além de tornarem possível a existência de redes globais de relações, representam também um factor crucial no alargamento da distância temporal e espacial das relações sociais, contribuindo assim para a existência de relações sociais globais.

O alongamento espaço-temporal, a descontextualização e a reflexividade significam que entre as actividades locais e a interacção à distância se estabelecem

O alongamento espaço-temporal, a descontextualização e a reflexividade significam que entre as actividades locais e a interacção à distância se estabelecem

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