• Aucun résultat trouvé

Caracterização fotossintética de figo (Ficus carica L.)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Partager "Caracterização fotossintética de figo (Ficus carica L.)"

Copied!
5
0
0

Texte intégral

(1)

XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________

CARACTERIZAÇÃO FOTOSSINTÉTICA DE FIGO (

Ficus carica

L.)

Tarsila Daysy Ursula Hermogenes Gomes

1

; Liana Hilda Golin Mengarda

1

; Aureliano N. da

Costa

2

; Luíz Carlos Santos Caetano

2

; Adelaide de Fátima Santana da Costa

2

; Diolina Moura

Silva

3

1Mestranda do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal (PPGBV), Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, tarsilagomes@yahoo.com.br; 2Engenheiro(a) Agrônomo(a), DSc., Pesquisador(a) – INCAPER; 3Professora Associada, DSc., PPGBV – UFES, biovegetal@terra.com.br.

INTRODUÇÃO

No Estado do Espírito Santo, o setor agroindustrial vem se destacando e representa

importante incentivo para a implantação de lavouras comerciais de frutas. Uma cultura de

potencial a ser explorado é a do figo (

Ficus carica

L.), uma vez que no Espírito Santo a área

de cultivo dessa fruteira corresponde a apenas 2 ha, comparando-se à área de mais de

1800 ha do maior produtor nacional em 2001, o Estado do Rio Grande do Sul (PEREZ et al,

2003).

A figueira (

Ficus carica

L.) necessita de plena exposição à luz para a frutificação, uma vez

que quando as plantas sofrem sombreamento não produzem. A luz é importante para a

produção de frutos, pois todos os aspectos do crescimento da planta e dos frutos e o

desenvolvimento de gemas floríferas requerem carboidratos que são produzidos pela

fotossíntese nas folhas (RAJAPAKSE et al.,1999). Caetano, 2004, avaliou a produção de

figueiras da cultivar Roxo de Valinhos conduzidas com 16, 20, 24, 28 e 32 ramos. Os

resultados mostraram que a maior produtividade foi obtida com plantas com 24 ramos

produtivos e que estes resultados estavam correlacionados com a penetração de luz no

dossel da plantas e as suas implicações na produção fotossintética e na diferenciação das

gemas frutíferas. Na transição para o florescimento ocorre aumento no suprimento de

carboidratos nas gemas vegetativas, pelo aumento da atividade fotossintética e hidrólise do

amido. A sacarose é acumulada no meristema para o fornecimento de energia para o

processo de ativação mitótica (BODSON; OUTLAW, 1985).

Considerando que as medidas da atividade fotossintética fornecem informações importantes

sobre o estado fisiológico das plantas, a análise da fluorescência da clorofila

a

tem sido

amplamente estudada, pelo fato de ser um método sensível, não destrutivo e de resposta

imediata. Desta forma, permite a análise qualitativa e quantitativa da absorção e

(2)

XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________

aproveitamento da energia luminosa através do fotossistema II (FSII) e possíveis relações

com a capacidade fotossintética, bem como a análise dos processos fotoquímicos e não

fotoquímicos que induzem alterações na produção da fluorescência (ZANANDREA et al,

2007). Com base nessas informações, este trabalho teve como objetivo caracterizar a

eficiência fotoquímica da fotossíntese e quantificar o teor de clorofila total de

Ficus carica

L.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no mês de maio na Fazenda Experimental do INCAPER

(Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) em Pacotuba,

Cachoeiro de Itapemirim, no estado do Espírito Santo, com a variedade ‘Roxo de Valinhos’.

A emissão da fluorescência da clorofila

a

foi mensurada em folhas jovens totalmente

expandidas, previamente adaptadas ao escuro, por um período de 20 minutos, sendo

amostrada a 3ª folha a partir da extremidade do ramo, com 2 medições em um total de 5

plantas. As análises foram realizadas utilizando-se um fluorômetro portátil Handy PEA (Plant

Efficiency Analyzer, Hanstech, King’s Lynn, Norkfolk, UK). Os resultados da análise da

fluorescência foram tabulados no software PEA Plus, que extrai os valores da fluorescência

rápida: a fluorescência inicial (F0), fluorescência máxima (FM), fluorescência variável (FV),

eficiência fotoquímica do FSII (razão FV/FM) e rendimento quântico efetivo de conversão da

energia fotoquímica (FV/F0), sendo esses parâmetros importantes para determinação do

índice de desempenho (PI) e parâmetros relacionados aos centros de reação (RC), como

absorção (ABS/RC), captura (TR0/RC), transporte (ET0/RC), dissipação (DI0/RC) e

probabilidade do elétron seguir na cadeia transportadora (ET0/TR0). Foi realizada a

quantificação da clorofila total, com auxílio de um clorofilômetro SPAD-502 (Minolta).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos para a fluorescência rápida em plantas de figo estão apresentados

nas Figuras 1 e 2. As fluorescências inicial (F0), máxima (FM) e variável (FV) foram 693,

2747,600 e 2053,700, respectivamente. Com esses parâmetros, é possível obter os

rendimentos quânticos dos processos fotoquímicos do FSII potencial (FV/FM) e o efetivo de

conversão de energia fotoquímica (FV/F0), sendo FV/FM 0,741 para figueiras, um valor

semelhante ao encontrado por Dias e Marenco (2007) com acariquara (

Minquartia

guianensis

Aubl.), uma árvore que atinge o dossel de uma floresta e mesmo para plantas de

batata doce cultivadas

in vitro

e aclimatizadas (CASSANA et al., 2007).

(3)

XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________

0,000 500,000 1000,000 1500,000 2000,000 2500,000 3000,000 F0 FM FV

FIGURA 1 - Caracterização da eficiência da fotossíntese de figueiras (Ficus carica L.) cultivadas na Fazenda Experimental do INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) em Pacotuba, Cachoeiro de Itapemirim, ES, Brasil. F0: fluorescência inicial; FM: fluorescência máxima; FV: fluorescência variável.

0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500

FV/FM FV/F0 P.I. TRo/RC ETo/RC DIo/RC ABS/RC Eto/Tro

FIGURA 2 - Caracterização da eficiência da fotossíntese de de figueiras (Ficus carica L.) cultivadas na Fazenda Experimental do INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) em Pacotuba, Cachoeiro de Itapemirim, ES, Brasil. FV/FM: rendimento quântico máximo do FSII; FV/F0: rendimento quântico efetivo de conversão da energia fotoquímica; PI: índice de desempenho; ABS/RC: absorção por centro de reação; TR0/RC: captura por centro de reação; ET0/RC: transporte por centro de reação; DI0/RC:dissipação por centro de reação; ET0/TR0: probabilidade do elétron seguir na cadeia transportadora.

(4)

XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________

Entretanto, Marinho et al (2005) citam que 0,83 ou valores próximos foi o encontrado para

diversas espécies vegetais, o que demonstra que as plantas de figo não estão em acordo ao

encontrado para outras espécies. Pela relação FV/F0 obteve-se 2,96 para figo. PI refere-se

ao índice de desempenho e as plantas de figo apresentaram 1,123. Outras fruteiras

cultivadas no mesmo local, como plantas de coco-anão e mangueiras, os valores de FV/FM,

FV/F0 e PI foram semelhantes aos encontrados em figueiras (0,74 e 0,76; 3,54 e 3,29 e 2,03

e 1,65, respectivamente). Segundo Christen et al. (2007), PI deve ser associado à absorção

por centro de reação (ABS/RC- 2,998 para figo), em que parte da energia de excitação é

dissipada na forma de calor e na emissão de fluorescência, à probabilidade do elétron seguir

na cadeia (ET0/TR0- 0,473) e à FV/FM. Outra parte é direcionada para captura pelos centros

de reação (TR0/RC- 2,208 para figo) para conversão em energia, mediando o transporte de

elétrons (Et0- 1,037 para figo) e conseqüente fixação do CO2. DI0/RC indica a dissipação por

centro de reação e foi 0,790 para figo. O teor de clorofila total obtida foi, em média, 35,39

(unidades de SPAD).

CONCLUSÃO

Como não foram identificados outros resultados publicados com a cultura da figueira,

demonstrando o seu comportamento frente à emissão de fluorescência, os resultados

obtidos nesse trabalho servem de referência para futuros experimentos com a cultura da

figueira.

REFERÊNCIAS

BODSON, M.; OUTLAW JR., W. Elevation in sucrose content of the shoot apical meristema

of sinapis albaat floral evocation. Plant Physiology, Maryland, v. 79, n. 2, p. 20 - 24, 1985.

CAETANO, L. C. dos S.

S

S

i

i

s

s

t

t

e

e

m

m

a

a

s

s

d

d

e

e

c

c

o

o

n

n

d

d

u

u

ç

ç

ã

ã

o

o

,

,

n

n

u

u

t

t

r

r

i

i

ç

ç

ã

ã

o

o

m

m

i

i

n

n

e

e

r

r

a

a

l

l

e

e

a

a

d

d

u

u

b

b

a

a

ç

ç

ã

ã

o

o

d

d

a

a

f

f

i

i

g

g

u

u

e

e

i

i

r

r

a

a

R

R

o

o

x

x

o

o

d

d

e

e

V

V

a

a

l

l

i

i

n

n

h

h

o

o

s

s

n

n

a

a

r

r

e

e

g

g

i

i

ã

ã

o

o

N

N

o

o

r

r

t

t

e

e

F

F

l

l

u

u

m

m

i

i

n

n

e

e

n

n

s

s

e

e

.

.

2

2

0

0

0

0

4

4

.

.

1

1

0

0

4

4

f

f

.

.

D

D

i

i

s

s

s

s

e

e

r

r

t

t

a

a

ç

ç

ã

ã

o

o

(

(

D

D

o

o

u

u

t

t

o

o

r

r

a

a

d

d

o

o

e

e

m

m

P

P

r

r

o

o

d

d

u

u

ç

ç

ã

ã

o

o

V

V

e

e

g

g

e

e

t

t

a

a

l

l

)

)

-

-

U

U

n

n

i

i

v

v

e

e

r

r

s

s

i

i

d

d

a

a

d

d

e

e

E

E

s

s

t

t

a

a

d

d

u

u

a

a

l

l

N

N

o

o

r

r

t

t

e

e

F

F

l

l

u

u

m

m

i

i

n

n

e

e

n

n

s

s

e

e

,

,

C

C

a

a

m

m

p

p

o

o

s

s

d

d

o

o

s

s

G

G

o

o

y

y

t

t

a

a

c

c

a

a

z

z

e

e

s

s

.

.

2

2

0

0

0

0

4

4

.

.

(5)

XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________

CASSANA, F. F.; LIMA, C. S. M.; FALQUETO, A. R.; BACARIN, M. A.; BRAGA, E. J. B.;

PETERS, J. A. Fluorescência das clorofilas em plantas de batata doce (

Ipomoea batatas

L.)

cultivadas

in vitro

e aclimatizadas. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, supl 2, p. 867

-869, 2007.

CHRISTEN, D.; SCHÖNMANN, S.; JERMINI, M.; STRASSER, R. J.; D´EFAGO, G.

Characterization and early detection of grapevine (

Vitis vinifera

) stress responses to esca

disease by

in situ

chlorophyll fluorescence and comparison with drought stress.

Environmental and Experimental Botany, v. 60, p. 504 – 514, 2007.

DIAS, D. P.; MARENCO, R. A..Efeito da Nebulosidade nos Parâmetros da Fluorescência em

Minquartia guianensis

Aubl. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, supl. 2, p. 54 - 56,

2007.

MARINHO, F. J. L.; GHEYI, H. R.; FERNANDES, P. D.; FERREIRA NETO, M. Alterações

fisiológicas em coqueiro irrigado com água salina. Revista Brasileira de Engenharia

Agrícola e Ambiental, suplemento, p. 370 - 374, 2005.

PEREZ, L. H.; ROCHA, M. B.; MAZZEI, A. R.; ALVES, H. S. Análise da comercialização do

figo em São Paulo, 1990-2001. Informações Econômicas, v. 33, n. 6, 2003.

RAJAPAKSE, N. C.; YOUNG, R. E.; MCMAHON, M. J.; OI, R. Plant height control by

photoselective filters: current status and future prospects. HortTecnology, v. 9, n. 4, p. 618

-624, 1999.

ZANANDREA, I.; BACARIN, M. A.; FALQUETO, A. R.; BRAGA, E. J. B.; PETERS, J. A.

Característica Fotossintéticas de Macieira cultivada

in vitro.

Revista Brasileira de

Biociências, v. 5, p. 885 - 887, 2007.

Figure

FIGURA 2 - Caracterização da eficiência da fotossíntese de de figueiras (Ficus carica L.) cultivadas  na  Fazenda  Experimental  do  INCAPER  (Instituto  Capixaba  de  Pesquisa,  Assistência  Técnica  e  Extensão  Rural)  em  Pacotuba,  Cachoeiro  de  Itap

Références

Documents relatifs

Apenas propõe uma base teórica para analisar práticas e relações econômicas, que não correspondem apenas ao princípio do intercâmbio mercantil, como, por exemplo, varias das

À primeira vista, não se trataria de escolher entre o modelo de posições e o de oportunidades, já que, depois de John Rawls e de muitos outros pensadores antes dele, sabemos

Para estes autores, é preciso não só uma melhor capacitação dos professores, mas uma reformulação institucional envolvendo vários aspectos da graduação e das disciplinas

Destina-se, essencialmente, ao financiamento do programa de investimentos, ou seja, as infraestruturas, o reforço das capacidades dos programas de saúde prioritários, nomeadamente,

A partir do levantamento e mapeamento das práticas agrícolas e da agrobiodiversidade em três territórios (indígenas, quilombolas e camponeses)

Podemos utilizar o Cabral 1500 em conjunto com outros programas (Lotus, Excel, Corel Draw), sempre e quando estes tenham possibilidade de ler e escrever texto em

Durante este período acreditava-se que os sistemas financeiros com melhor performance bancária, fortemente baseados em capital, iriam continuar a financiar

Matérias Subsidiárias (são bens consumíveis que possibilitam ou auxiliam a transformação das matérias-primas); Materiais Diversos (são outros bens consumíveis,