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O futuro

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125 “O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente.”

Mahatma Gandhi

Sendo a Rede e a marca “Alentejo Feel Nature” uma bandeira da estratégia de desenvolvimento territorial da CIMAA é, pois, um processo evolutivo, cujo objeto é a paisagem, com os seus valores existentes e as suas gentes.

Não sendo apenas uma infraestrutura ou equipamento público, que exige as habituais considerações e operações de manutenção, torna-se premente para a sua entidade gestora (CIMAA) e para todos os parceiros envolvidos, a capacidade de a tornar evolutiva e coesa.

A Rede exige evolução, consolidação, melhoramentos, novos inputs, capazes de responder a um sector extremamente competitivo, mas acautelando, em permanência, a paisagem, a sua conservação e a valorização dos seus ativos ambientais, ecológicos, humanos e culturais.

O futuro da Rede e da Marca “Alentejo Feel Nature” passará pelo desenvolvimento e pela concretização de várias ações:

Consolidação física da infraestrutura: permitindo a integração de disponibilidade de joelletes e ainda por áudio-guias;

Implementação do portal e da app “Alentejo Feel Nature”: estas novas tecnologias de informação e de comunicação “on-line”, serão decisivas para a promoção da marca e da paisagem. Desenvolvidas em vários idiomas irão permitir estabelecer uma primeira aproximação entre o potencial visitante e o Alto Alentejo, sendo que constituirão um veículo

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essencial para a divulgação dos agentes da região, capacitados para enriquecer as experiências do visitante (alojamentos, restaurantes, empresas agroalimentares, empresas de animação turística, espaços de visitação e eventos);

Perpetuação da manutenção das rotas: recorrendo à continuidade do acordo de quadro5, ao incentivo a ações de voluntariado ou ainda atribuindo esta responsabilidade a outras entidades da região (clubes e associações);

Potenciar a Rede e adaptar a sua sinalética existente a um novo mercado – o Cycling: a infraestrutura existente pode e deve ser valorizada para novos públicos, cuja visitação em bicicleta deve acautelar todas as passagens nos locais ambientalmente sensíveis.

Sendo este um segmento de mercado que procura, com muita regularidade, as especificidades das características geográficas do Alto Alentejo, entende-se que poderá ser uma oportunidade para valorizar o investimento já efetuado, bem como outros circuitos que possam enriquecer a oferta;

Calendário de atividades: recorrendo à concretização regular de ações interativas entre a entidade gestora, os municípios, os agentes do território e as populações, para que sejam o mote à sensibilização, à valorização ambiental e paisagística e se destinem, de igual modo, a potenciar o apoio e a limpeza das rotas;

A criação de uma entidade: que assegure a venda do produto turístico

“Walking Alto Alentejo”, que resulte de parcerias públicas e privadas, em prol do desenvolvimento regional, da geração de riqueza e da constituição de postos de trabalho. Efetivamente, sendo a entidade gestora da Rede, uma entidade pública, não pode assegurar a venda de pacotes ou de produtos turísticos o que torna frágil a vertente comercial da Rede e da Marca “Alentejo Feel Nature”. Existe, assim, o desafio de encontrar o consenso e a congregação de vontades para identificar os parceiros capazes de materializar esta entidade;

5 Acordo de Quadro: é o contrato celebrado entre uma ou várias entidades adjudicantes e uma ou mais entidades, com vista a disciplinar relações contratuais futuras a estabelecer ao longo de um determinado período de tempo, mediante a fixação antecipada dos respetivos termos.

127 carências de recursos humanos nas áreas da hotelaria e da restauração.

Será, pois, um grande desafio para o futuro, a captação de jovens que pretendam frequentar as instituições de ensino da região, assim como a fixação daqueles que concluam os seus estudos e tenham a vontade de permanecer neste alto do Alentejo;

Monitorização dos fluxos de visitantes e utilizadores: pela recolha e tratamento de dados resultantes da concretização das TICs (portal, app), das redes sociais (facebook) e da aplicação de contadores físicos, localizados em pontos estratégicos de algumas rotas piloto da Rede. A informação recolhida e devidamente tratada permitirá, por um lado, saber quantos utilizadores existem, quais as suas nacionalidades, o género e a faixa etária. Por outro lado irá possibilitar aos decisores do Alto Alentejo a tomada de decisões conscientes, sobre a necessidade de maior ou menor investimento, no processo de desenvolvimento turístico sustentável dos seus concelhos;

O ponto fulcral de todas as intervenções na Rede, para o futuro, deverá estar centrado na paisagem e no Homem; isto é, a estratégia de desenvolvimento que, embora prioritariamente esteja alicerçada no aproveitamento turístico da paisagem, deverá ter como meta final a preservação dos valores ambientais e paisagísticos do Alto Alentejo, assim como a melhoria das condições de vida das suas populações residentes criando emprego e qualificando os recursos humanos, permitindo o surgimento de uma nova base económica.

Com efeito, à semelhança da Arquitetura Paisagista, “trata-se de um equilíbrio de forças que é preciso manter numa certa direção. Ora, tal como não se governa um barco fixando o leme mas, pelo contrário, corrigindo a rota a cada

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momento, assim a conservação e o tratamento da paisagem.” (Cabral, Caldeira. 1962)

O futuro terá que passar por reconhecer e valorizar a paisagem do Alto Alentejo como um ecossistema multifacetado e duradouro.

Um território onde o papel do arquiteto paisagista seja contribuir para a construção de uma paisagem indivisível onde a cidade, o campo e a indústria (do turismo) sejam “um todo em beleza, na colaboração das suas funções próprias, e na compreensão das pessoas”. (Cabral, Caldeira. 1962)

O Alto Alentejo deverá ser reconhecido como uma região capaz de gerar, a partir dos seus recursos endógenos e dos seus produtos turísticos, novas dinâmicas locais constituindo-se, assim, como um Destino Turístico, Inclusivo e Sustentável. O Alto Alentejo deve “...ACREDITAR no seu potencial, COMPROMETER os agentes locais, VALORIZAR os recursos, ORGANIZAR a oferta turística e PROMOVER os seus produtos turísticos.” (CIMAA, 2014).

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