O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO SETOR TERCIÂRIO UM INSTRUMENTO PARA ANALISE S C C I O - E C O N O M I C O E
ESTUDOS DE MERCADO 9411
LAMOUNIER ERTHAL VILLELA
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRA - MAS DE PÕS-GRADUÇAO EM ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PA RA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA NUCLEAR E PLANEJAMENTO ENERGÉTICO.
APROVADA POR:
Prof. Mauricio Cardoso Arouca, D.Sc.
/ (Presidente)-^
Prçjfr Luiz Pinguelli Rosa, D.Sc.
/
^
Prof. Ruderico Ferraz Pimentel, D.Sc.
VILLELA, Laaouníer Erthal
Consumo de energia elétrica no setor terciário - Um instrumento para análise sócio-econômica e estudos de mercado (Rio de Janeiro), 1991.
XII,156 p. 29,7 cm (COPPE-UFRJr M . S c Planejamento Energético, 1 9 9 1 ) .
Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE.
1. Cescimento Econômico 2 . Consumo de Energia 3. Setor Terciário
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)
II
Dedico este trabalho a meus país, e a Minha afilhada Laís.
AGRADECIMENTOS
Ao Or. Frederico Birchal M. Go«es, que mm su9criu o t m a Tese, indicando-Me a necessidade de estudos sobre o assunto, para alei» de »e incentivar e Me apoiar, ao longo de sua elaboração.
Ao Dr. Antonio Carlos Ferreira de Queiroz, por ne incentivar a cursar o nestrado em Planejamento Energético, onde encontrei tanta identidade.
Ao Prof. Maurício Cardoso Arouça, pela orientação no trabalho de Tese, pela sua amizade, incentivo e paciência.
Ao Dr. Carlos Alberto de Carvalho Affonso, que como Chefe do DEME, me deu todo apoio a elaboração da Tese.
Ao Dr. Sergio Nilo Gomes de Faria, que C O M O Chefe da Divisão de Estudos do DEME, me despertou tantas curiosidades sobre o assunto, me incentivando e auxiliando na elaboração da Tese.
Ao Prof. Luis Pingueili Rosa pelo seu brilhantismo e irradiação de energia possitiva, desde quando meu professor até a sua participação na banca de defesa da Tese.
Ao Or. Ruderico Ferraz Pimentel, por Me incentivar a elaborar este trabalho, C O M O tanbém C O M O participante da banca da Tese.
Aos Professores do Programa de Energia, em especial a Profâ. Carmem Alval Contreiros, Prof. Adriano José Pires Rodrigues, Prof. Danilo de Souza Dias, e ao Prof. JoSo Lizardo
de Araújo.
Aos meus amigos de trabalho que inúmeras vezes, tanto me ajudaram sob os mais diferentes aspectos, dedicando parte de seu precioso tempo colaborando C O M esta pesquisa, meu muito obrigado especialmente a: Magali de Lima; Helenice Silveira;
Fernando José Pereira da Costa; Tereza Franco Ribeiro; Sergio Luiz Gaio; Jorge Camargo; Rosimere Manuei da Silva; Alfredo Maciel; Josef Perecroanis; José M.M.S. David; Neuza Salles; Net de Oliveira Costa; Roberto Brochado; Sandra Mendes Bento;
Wilson Garcia; Lídia Pessoa; Maria Elena Ribeiro de Mello e Fernanüo Tourinho.
Aos meus amigos de Curso de Mestrado: MarcelIo Mendes, Romulo Cravo, Fátima Boucinhas, Eduardo Cunha, Márcio Araújo, Eloina Fernandes, Álvaro e Moacyr.
A Lilit Da»sc, Barbara» Siaone e Veloni pela amizade e atenção.
Aos Técnicos do IB6E, principal«ente na pessoa da DrS.
Haria Alice Velloso por todo auxilio e atenção.
A Car«em Valéria Fonseca, pela dedicação na mi cragem desta t ese. '
Aos amigos Eduardo, Osmério, Paulo Márcio, Alexandre, Fátima, Cacati e Lenize, Lauro, ttarcello, HelMet, Ana Luiza que tanto me ajudaram de forma indireta na elaboração deste trabalho.
A lição de vida que tive ao longo deste trabalho onde aprendi qut sem o auxílio mútuo e amizade não se consegue chegar a lugar algum.
Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências
(H.Sc).
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO SETOR TERCX4RI0 - UM INSTRUMENTO PARA ANrfLISE SóCIO-ECONdHICA E
ESTUDOS DE MERCADO.
LAMOUNIER ERTHAL VILLELA ABRIL DE 1991
Orientador: MAURÍCIO CARDOSO AROUCA Programa : Planejamento Energético
Esta Tese tem o objetivo de analisar as implicações do crescimento do setor terciário sobre a demanda de energia elétr ica.
Para tanto, é feita uma análise sócio-econômica do setor terciárior identificando a sua dinâmica, suas relações com os demais setores da economia, e descrevendo as metodologias de mensurações do produto.
Posteriormente é feita uma análise sobre a evolução do consumo de energia elétrica no setor terciário, identificando-o por regiões do pais, por consumidores e por subsetores.
Analisa-se também a intensidade de energia no produto e por último descreve-se o sistema tarifário vigente.
Apôs constatar-se que o crescimento do consumo de energia elétrica no setor terciário se deu essencialmente pela participação de grandes consumidores, passou-se a
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as partial fulfillment of the requeri«ents for the degree of Master of Science (H.Sc).
THE CONSUMPTION OF ELETRIC POWER ON THE TERTIARY SECTOR-AM INSTRUMENT FOR ECONOMICAL AND
SOCIAL ANALISIS ANO MARKET STUDIES.
LANOUNIER ERTHAL VILUELA APRIL, 1991
ChairMan: MAURÍCIO CARDOSO PXOUCA Department: Energetic Planning
The main subjective of this thesis is to analyse the effects of the growth of the tertiary sector on the electric power demand.
In order to accomplish this goal an economical and social, analisis of the tertiary sector is made to identify its dinamic, its relations with the other sectors of the economy and to describe the methodologies for measuring the overall tertiary production.
Afferwards it is made an analysis of the evolution of the electric power consumption in the tertiary sector, in order to identify the consumption per region of the country per consumers and tertiary subsectors. It is also analysed the product power intensify and» finally its described the present
tariff sHsten».
Finally, realsing the consuption increase of eletric energy in the tertiary sector is essencialy explained by the participation of huge consumers, they mere identified as sul o sectors. In addition it was elaborated a diagnosis to measure the potential of energy savings in each one.
Í N D I C E
INTRODUCSO i
CAPÍTULO I - ANÁLISE SÓCIO-ECONÔMICO DO SETOR TERCIÀRIO 5
1.1 Histórico do Setor Terciário 5
1.2 Conceituarão e Metodologia de hensuração... 9
1.2.1 Comércio 14 1.2.2 Transportes 15 1.2.3 Comunicações 17 1.2.A Instituições Financeiras. 17 1.2.5 Aluguéis 19 1.2.6 Outros Serviços 20
1.3 Dinâmica, Participação e Inter-relacao com Outros
Setores da Economia. 22
1.4 Informalidade e Mao-de-Obra no Setor ... 38
CAPÍTULO II - CARACTERÍSTICAS DO CONSUMO DE ENERGIA
ELÉTRICA NO SETOR TERCIáRIO 57
II.Í Introdução 57
XI.2 Uso de Energia no Setor Terciário, conforme os dados do Balanço Energético 63
11.3 Análise dos Dados Disponíveis sobre o Consumo de
Energia Elétrica no Setor 68
11.3.1 0 Consumo de Energia Elétrica por Região e
Número de Consumidores. 69 11.3.2 Análise do Consumo de Energia Elétrica por
Consumidores do Setor Terciário. ... 79 11.3.3 Intensidade de Energia Elétrica no Produto
do Setor Terciário. 80
11. -; S i st ema Tar i f ár io Vi gent e 83
- 0 Valor Real das. Tarifas. 83
CAPÍTULO III - DIAGNÓSTICO DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NOS PRINCIPAIS SEGMENTOS DO SETOR
TERCI4RI0 90
111.i Introdução 90
111.2 Comércio Tradicional 91
111.3 Shopping-Centers 93
111.3.1 Características 93 111.3.2 Consumo de Energia Elétrica 99 111.3.3 Resultados da Pesquisa de Campo
111.4 Supermercados
111.4.1 Características 104 111.4.2 0 Consumo de Energia Elétrica 164 111.4.3 Conclusões da Pesquisa de Campo -
Possibilidades de Conservação 109
111.5 Instituições Bancárias .. ...113
111.5.1 Características .113
111.5.2.1 Consumo de Energia Elétrica nas Agências Bancárias 114 111.5.2.2 Consumo de Energia Elétrica
nos Bancos Eletrônicos ....117 111.5.2.3 Consumo de Energia Elétrica nos
Prédios Administrativos 118
III.5.3 Resultados da Pesquisa de Campo ~
Possibilidades de Conservação. 119
111.6 Prédios de Escritórios 121
111.6.i Consumo de Energia Elétrica ...121
111.6.2 Possibilidades de Conservação ... ....127
111.7 Setor Hoteleiro 127
111.7.1 Características ...127 111.7.2 Consumo de E-nerg i». Elétrica 130 .111.7.3 Possibilidades de Conservação ...136 111.8 Metr5~Rio 140
II 1.8.1 Características
II1.8.2 Consumo de Energia Elétrica ...141 III. 8.3 Possibilidades cie Conservação ...148
CAPÍTULO IV - CONCLUSÕES 150 BIBLIOPRAFIA 160
XII
INTRODUÇSO
Dado os elevados custos de expansão do sistema elétrico, e as prementes necessidades de melhor conhecer o seu mercado, identificou-se a necessidade de se analisar as relações entre o nível de atividades econômicas e o consumo de energia elétrica requerido pelas diversas atividades.
Dentro desta perspectiva este trabalho teve como objetivo analisar a dinâmica do setor terciário avaliando as implicações de suas mudanças estruturais sobre o mercado de energia elétrica buscando delinear suas tendências futuras, visando com
isso fornecer subsídios para estudos de mercados
O setor terciário é caracterizado pela sua complexidade e heterogeneidade de atividades, possuindo segmentos bastantes diferenciados, que vão desde os mais tradicionais aos mais
modernos.
0 setor representa uma crescente importância para a economia brasileira e uma dinâmica muito influente nos outros setores, cabendo destacar que o setor é responsável por aproximadamente 60% do PIB.
Nos países do primeiro mundo o processo de terei arizaçSo pode ser explicado pela dinâmica de um desenvolvimento
padrSo de vida dessas sociedades ou d» "Modernidade". Nesta fase do desenvolviaento, grande parte do excedente econômico é direcionado à produção de serviços, bea C O M O a preservado da qualidade de*vida.
0 processo de tereiarizaçio brasileira divergiu fundaMentalMente das tendências observadas no priaeiro »undor
aqui a expansão deste setor foi na rs intensa quando a produção industrial apresentava baixo cresciMento ou Mesmo estagnada.
De acordo com a literatura disponível o Mundo atual vive o denominado "tertiary stage".
0 processo de modernização do terciário brasileiro, seguindo padrões de estilos arquitetônicos dos países desenvolvidos significou uma demanda crescente de energia elétrica, que de certa forma foi fomentado pelas baixas tarifas do setor praticadas nos últimos anos, incentivando desperdícios e uso irracional deste insumo, o que por outro lado também significou um atraso na buscai de soluções alternativas, e uma opção pelo uso de tecnologias antiquadas.
0 trabalho terá como objetivo analisar o processo de evolução do consumo de energia no setor, onde se constata a intensificação no uso de energia no setor, e am crescimento do setor via grandes consumidores.
Na elaboração da pesquisa confrontou-se com uma grande dificuldade na obtenção de dados sobre o setor, sendo necessário unir peças como um grande quebra-cabeça, pode-se
dizer que a literatura sobre o assunto no Brasil é extremamente escassa.
A Metodologia adotada para a elaboração do trabalho, seguiu basicamente a seguinte linha:
No primeiro Capítulo foi elaborada uma análise sócio-econSnica do setor sendo esta composta de U M histórico;
descrição conceituai e metodologias de mensuração do produto conforme a contabilidade nacional; análise da dinâmica»
participação e inter-relação do setor con os outros setores da economia; analisa também a questão da informalidade no setor no sentido de avaliar os impactos que esta causa no consumo de eletricidade; e finaliza a análise com a avaliação das implicações das tendências tecnológicas influindo tanto na questão da energia como no "Modus Operande" do setor.
No segundo Capítulo são analisados os dados do Balanço Energético Nacionalr onde foi possível visualisar a existência de um processo de substituição de energéticos no setorT e o grau de utilização de energia elétrica para o suprimento da<r>
necessidades setoriais.
Em seguida analisou-se as estatísticas de consumo de energia elétrica elaboradas pela ELETROBR4Sr onde foi possível identificar o consumo de energia por região do Brasilr o número de consumidores, o consumo por subset ores e a intensidade- de energia elétrica no produto; faz-se também uwa descrição do
O terceiro Capítulo se ocupa en diagnosticar alguns segmentos setoriais por onde foi possível avaliar as diferenças no consumo entre os estabelecimentos tradicionais e os mais modernos do setor, para tal utilizou-se de alguns parâmetros que captassem estas diferenças. Os diagnósticos também se preocuparam em caracterizar os estabelecimentos, indicando em alguns casos que estas características implicam em consumos específicos de energia elétrica.
Através dos diagnósticos foi possível também identificar, de uma maneira geral, os potenciais de conservação de cada segmento através dos dados da pesquisa de campo.
Para compreensão das especificidades do setor foram analisados os seguintes segmentos: Comércio Tradicional, Shopping Centers, Supermercados, Instituições Bancárias, Prédios de Escritórios, Hotéis e Metro-Rio.
Devido as particularidades quanto ao uso da energia e a disronibi1 idade de dados a linha metodológica utilizada para a elaboração dos diagnósticos foi destinta para cada segmento.
A dificuldade na obtenção de dados específico» referentes ao uso da energia reflete a falta de uma cultura na sociedade em relação à racionalidade no uso da energia, que reflete também uma cultura institucional onde a relação Empresa/Usuário de energia não foi previlegiada.
CAPITULO X
ANÁLISE SóCIO-ECONôMXCA DO SETOR TERCX4RIO
I.i Histérico do Setor Terciário
A evolução cio setor serviços está intimamente relacionada com a história da nossa época, ou seja, da evolução do sistema capitalista.
Co» o dec1 m i o do sistema Feudal e o surgimento do per Todo Renascentista, o comércio torna-se a atividade econômica central.
A acumulação de capital foi fomentada pela prática de políticas mereanti1istas operadas pelas nacoes preponderantes da época, e desta acumulação advieram as grandes transformações ocorridas nos períodos subsequentes.
Nesse período de transição sócio-econômicar ocorrido na Europa Ocidental nos séculos XVII e XVIII, é que surgem os primeiros pensadores a formularem os circuitos econômicos, ou seja, os Fisiocratas. Para eles as atividades comerciais e financeiras eram consideradas como atividades não-produtivasr
pelo fato de não agregarem valor às matérias-primas. Sendo
Esta noção de Atividades Produtivas e N5o-Produtivas passou a ser utilizada pelos economistas clássicos. Estes, porém, incluiria» a manufatura no setor produtivo. Ainda assim, os serviços ainda não eram consideradas como atividades produtivas. Este tipo de análise pode ser detectado em Adam
Smith, David Ricardo, Karl Marx e John Stuart Mill.
No último quartel do século XVIII ( 1 ) , Adam Smith descrevia que o cenário empresarial inglês era dominado pelo empresario-capitalista, este contratava mão-de-obra e negociava através de sociedades comerciais. A agricultura no entanto, continuava a ser a atividade mais importante, porém, já se davam grandes passos ao nível do progresso técnico, particularroente nas indústrias text is e metalúrgicas, o que
assinalaria o prelúdio da Revolução Industrial.
Nesse período de mudanças e de acumulação de excedentes ( 2 ) . A divisão do trabalho já começa a ser notada em alguns países pela especialização na produção manufature ira, sendo este fato fruto do processo industrializante, que traz consigo grandes mudanças sociais, que vão desde aos modos de vida, forma de alocação da mão-de-obra, a formação dos excedentes, e etc.
No século XIX, Friedrích List (3>, passa a considerar, a educação, a administração e a comunicação como fatores produtivos importantes. Elaborou também um esquema descritivo para o processo de desenvolvimento por estágios econômicos que
6
ocorreria da seguinte for«a*
19 Estágio = Agricultura
22 Estágio = Agricultura - Manufatura
32 Estágio = Agricultura - Manufatura - Comércio
Apesar dessa teoria do? estágios de desenvolvimento ser u«a questão bastante questionável foi um grande avanço na época.
Podenos notar que de fato estes estágios são complementares e entre eles existe uma grande inter-relação. Exemplo disso é que: com a industrialização aumenta-se o fluxo do comércio internacional, que passa a ser respaldado pelo padrão-ouro, facilitando as transações internacionais e fundamentando o sistema financeiro, logo um aumento das atividades terei ar ias.
Chega-ser então, a um novo período histórico onde a indústria ocupa posição principal no cenário econômico internacional. Formam-se os estados fortes e surgem novas poténc i as.
Contudo, é a partir da 23 Grande Guerra Mundial que o setor serviços se desenvolve, passando a ser a atividade Preponderante e complementar aos demais setores. Neste período cabe destacar que o governo passa a atuar de forma mais enérgica na economia, ou seja, utiliza de políticas keynesianas. As estruturas de emprego se transformam
Esse novo período histórico recebe diversas denoMinações
C O M O a de "tertiary stage" con-f. A. Fisher (4), ou M C S M O
conforme citado pela ONU (5) de acordo C M a literatura existente no assunto cpmo: "The new service econoMy", "de
industrialization" e de "post industrial stage".
0 nais importante é citar que nesse novo período, subentende-se a econoaia já ter superado os problemas conuns da produção Manufature ira. Sendo assim, possível destinar Maiores recursos para a produção de novos produtos industrializados e principalmente para serviços. Estes novos bens não estaria»
incluídos no rol daqueles oferecidos nos estágios anteriores
<ó), constituindo-se desde viagens, diversões variadas, serviços pessoais e culturais entre outros. Nessa fase, então, os serviços improdutivos conforme descrito pelos economistas clássicos, absorveriam uma parcela de tempo cada vez maior da comunidade. No século XX, então, a importância do setor Terciário no desenvolvimento econômico é comparável com a produção industrial para os dois últimos séculos.
(1) - Ver, R I M I.H. História do Prnsaarnto Ecooitico - ed. Atlas S.P. - 1987.
(2) - Ver, I t t a i U c , tarar - A Parte Maldita
<3> - Enciclopédia Britânica
(4) - Ver, Allan 6.B. Fitóer - " Capital and Growth of Knovlcdge" The Econoaic Jornal - set. 1933.
(5) - Ver, United Nacions - Trade and Development Report, 1988,
(ó) - Dinâmica do setor serviços no irasil • Ewrcio e Produto • Wander leu J . H. Alarida e Maria da Conceição Silva.
8
1.2 Conceituaçfio e Hctodolo9ia d* Hcnsvracio
Para a conceituação do setor serviços utilizaremos o N.S.C.
N. (1) - NOVO SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS - elaborado pelo IBGE que segue as recomendações internacionais das Organizações das Nações Unidas - ONU.
é através da Contabilidade Nacional que a econoMia de U M país é representada e quantificada, sendo tradicionalmente subdividida em três setores:
- Agropecuária ou setor Primário - Indústria ou setor Secundário - Serviços ou setor T e r c i á r i o
Pelo somatório do valor adicionado <*> de cada s e t o r , chega-se ao PIBcf (Produto Interno Bruto a custo de f a t o r e s ) , conforme mostra o esquema abaixo:
- Agropecuária - Indústria
. E>:tr ativa mineral . Transformação . Construção
- Serviços industriais de utilidade pública
Serviços . CoMércio . Transportes
. Aéreo
. Ferroviário . H i drov i ár i o . Rodoviário . Dut ov i ár i o
. Coaunicações
. Instituições financeiras . Administrações Públicas . Aluguéis
. Outros serviços
Subtotal
Menos: I«putação dos serviços de intern, financeira
PRODUTO INTERNO BRUTO A CUSTO DE FATORES.
Extraído do S.C.N - Sistema de Contas Nacionais - M o ) . I - 1989.
Este tipo de contabilização é denominado de ótica do Produto; onde:
PIB= VBP-CI Onde:
1.0
PIB = Produto Interno Bruto VBP = Valor Bruto da Produção
Cl = ConsuMO Internediário
Também pode se utilizar a ótica da Renda, onde o PIB é a soma dos rendimentos gerados na produção e os impostos
indiretos líquidos. E ainda pela ótica da Despesa que é igual ao valor dos bens e serviços resultantes da produção das unidades residentes para o uso final.
A mensuracão do setor serviços é a que apresenta maiores dificuldades pelo fato deste não ter um produto final de fácil contabilização como ocorre nos outros dois setores, (Primário e Secundário). Outra característica é a heterogeniedade das
atividades, como exemplo, observe o quadro a seguir:
MAMAS ATIVIDADES E PRODUTOS DO SETOR TERCÜRIO Atividade Produto
Coacrcio Intertediiçio (facilitacio dc consuio e produção) Rcprcsentacio et teral Interned i u i o c divulgação
Bancos et feral Intermediação Corretores dc câtbio e valores Iitteraediacio Corretores dc iiíveit Intcraediacão Atentes de t u r i t M e v i a m Intentediacão c lazer Coawibias dc sesvros Garantia
Outros atentes financeiros (diverso»)
Hotelaria (e Restaurantes) Produção de terçado e fácilitacio de consuio Transportes Lazer e fácil itacio de consmo c produção Comicacies Lazer e facilitacio de consuto e produção
Rádio c Televisão (difusão) Lazer e foriacão cultural ( n i s facilitacio dc consuto
ALBUMS ATIVIOMIES Atividade
Serviços técnko-trofissioaais InstituicSes de m i a o fa t i r a i Instituicies de pesquisa et feral Institui cies filantrópicas e religiosas Instituiçtes recreativas e culturais Administração govcrnatmtal
Defesa e policiaueato Saúde pública - Governo Educaçío-Govtrno
Conservaçio-6overno
E HNMTOS DO SOM TOCIfllO Produto
(diversos)
Fortacao cultural (laztr) Fortação cultural (lazer)
Satisfação skio-cultural-reliiiosa Later e foraacão cultural
Garantia de interesses gerais da coletividade 6arantia de interesses gerais da coletividade Garantia de interesses gerais da coletividade
Foraacio cultural e garantia de interesses gerais da coletividade
üarantia de interesses gerais da coletividade Pronocâo econnica-Governo
Prosocâo social-6overno
Serv i cos dowst i cos-fune i onaaento Serviços donésticos-nanutencâo
6arantia de interesses gerais da coletividade Garantia de interesses gerais da coletividade
Produção de terçado e facilitacio do consuto e produção Produção de terçado e facilitacio do consuto e produção
FONTE: Dinúica do setor serviços no Brasil - etprego e produto - Autores: Alteida, H.J.N e Silva, H.C. - IPEA - INPES
O f a t o da d i f i c u l d a d e na mensuraçao e corteei tuacao do produto do setor é função deste produzir f a t o r e s ná'o-mater i a i s , ou s e j a , Serviços-
Veja por exemplo a preocupação destes autores em exemplificar esta problemática: t e x t o e x t r a í d o do papers
»" The Heasurement of Service". - Internacional Association for Rcseard in income and Health - August 1985 - autor * R. Gajecki and S. Kasiewicz; tradução prép- ia.
" O caaceito de ameia e distriaaicâa ia reaJa aacieaal, «asaria visto ria esfera ria coataailizacao rias serviços aprestata alfaaaa serias dificalriaan.
Ea priaeiro l a s * , a de def iair s neap» das service* aia-aateriais afiliadas aa esfera at prodatio aafterial. Desse aada, • iapacta fa nftra a x tarvicaa aaa aatariai» aa anavelvinate aa praanâo aaterial é taabéa «a difícil acertacia, aa aaaa» ivaaaivel * t attutvs»
Ea scfaado laiar, ao caapo ia coataailiacaa áas smricas aia wttriait, a istratara isttraa tea anptsai yeraeas a prawisiaaaia» wa scvicaa aia aattriait aia é iantif icaia.
Ea caasavMacia, aia r passível astaaclccar aa flaxo aas scrvicas iataraas sn a esftra aio-aatirial.
Ea tercerro l«far, es esforços para acasarar a valaac ax serviços terarios aa esfera aSo-aaterial sitaa-se aaito aais aa esfera acaléaica, ao «ae aos ceatras oficiais at contaailiriaat.
0 fato *f «So se poier estiaar o volaar êo proaato irraáo aa esfera aio-atterial tea COM coasevNacia a iarossibilidade de se adotar «al«Kr foraa de aeasaracao «st avalie, de fato, a diaâaica rio setor.
Ea particahr, é coaaa aio se considerar o deseavolviaeato das atividades aâo-aateriais, coao «a fator «ie colakore para o deseapeaao iloaal da ecoaoaia".
ú lógico que quanto mais detalhado pudesse ser a mensurarão do setor mais fácil se tornaria sua análise, sua dinâmica e sua repercussão na economia.
Conforme a metodologia adotada no S.C.N-IBGE entende-se ' por setor serviços o somatório das atividades de Comércio,
Transportes, Comunicações, Instituições Financeiras, Administrações Públicas, Aluguéis e Outros Serviços. O cálculo do produto real de cada segmento do setor adota um método
1.2.1 Cooércio
Compreende a venda de produtos novos e usados adquiridos de outros agentes econômicos e pode ser dividido e» atacadista e varej ista.
A estimativa do valor da produção c obtido pela diferença entre as compras e as vendas dos produtos i. serem comercializados, isto é, a Margem Comercial.
Fontes de dados:
- Censos Comerciais - IBGE - Censos Demográficos - IBGE
~ Pesquisa Industrial Anual <PIA) - IBGE
- Coordenação do Sistema de Informações Econômico Fiscais - CIEF - Ministério da Fazenda
- Centro da Estatística de Preços - IBRE/FGV
0 Cálculo do índice de Produto Reais
0 manual de metodologia do S.C.N. destaca os problemas de mensuraçao desta atividade, que apesar de operar com bens
físicos, em realidade seu produto é um serviço, ou seja, um bem intangível, é considerado então para o cálculo do produto real a variação do volume das mercadoria?» vendidas.
1.2.2 Transportes
Abrange os serviços de transportes Hidroviário, Aéreo, Rodoviário e Dutoviário realizado pelas empresas transportadoras, pelos departamentos de transporte de empresas que atuam preponderantemente em outras atividades e pelos transportadores autônomos.
Fontes de dados:
- Superintendência Nacional da Marinha Mercante (SUNAMAM) - Petrobrás
- Cia. Siderúrgica Nacional
- Cia. de Navegação do Estado do Rio de Janeiro - CONERJ - Departamento de Aviação Civil (DAC). Ministério da
Aeronaut ica
- Rede Ferroviário Federal S.A. (RFFSA) - Cia. Vale do Rio Doce
- Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA)
- Cia. Metropolitana do Rio de Janeiro (METRÔ) - RIO) - Cia. Metropolitana de Sao Paulo (METRÔ - S»0 PAULO) - Pesquisa Anual das Empresas de Transporte Rodoviário
IBGE
- Censos Demográficos - IBGE
- Inquéritos Especiais sobre Transportes - IBGE
0 Cálculo do Produto Reais
empresas que presta» serviços nas diversas Modalidades de transporte é a seguintes somando-se as receitas do transporte, dedus-se o consumo intermediário e chega-se assi» ao valor
adicionado e a este resultado soma-se o rendimento dos autônomos.
O cálculo da receita é feito por modalidade de transporte respect ivãmente!
- Hidroviário - o cálculo é feito em função dos fretes das importações e exportações por principais portos, para cada modalidade de navegação: longo cursor cabotagem e interior.
- Aéreo - o cálculo é obtido agregando-se as variações quantitativas do número de passageiros/Km e mala postal, t/Km ponderados pelos seus respect ivos preços.
- Ferroviário - o índice do produto real é obtido agregando-se as quantidades transportadas de passageiros/Km e de mercadoria em t/Km-ütil, ponderadas pelos respectivos preços desses serviços prestados pelas estradas de ferro.
- Rodoviário - o cálculo é estimado pela variação do consumo efetivo de óleo diesel. (Fontes PETROBR4S)
- Dutoviário - pela falta de um indicador que espelhe sua produção física, o cálculo do produto real dessa atividade corrersponde a média das atividades de transporte.
1.2*3 CcMMinícaçii
Esta atividade compreende os Serviços Postais e Telegráficos e os Serviços de Telecomunicações.
Fonte de dados:
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (E.C.T) - TELEBRdS
0 cálculo do índice do Produto Real é feito do seguinte modo, agregando~se:
- Os Serviços Postais e Telegráficos - sao medidos através de dados de produção física do Tráfego Postal.
- Os Serviços da Telefonia evoluem por um índice formado pelo número de pulsos das ligações locais, interurbanos e
internac ionais.
1.2.4 Instituições Financeiras
Este setor agrega as unidades institucionais residentes cuja função principal é coletar, transformar e repartir os meios de financiamento.
i
Fonte de dados:
- Banco Central
* Banco do Brasil S.A.
- Banco Nacional de Desenvolviwento Econômico e Social (BNDS)
- Banco Nacional da Habitação (BNH><«>
- Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC><*>
- Caixa Econômica Federal (CEF) - Caixas Econômicas Estaduais
- Associação Nacional de Bancos de Desenvolvimento (ABDE) - Associação Nacional de Bancos de Investimentos <ANBID) - Eletrobrás <**)
- Instituto de Resseguros do Brasil
- Inquéritos Especiais do IBGE sobre Instituições de Crédito
-- Confederação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Crédito (CONTEC)
- Ministério do Trabalho.
0 Cálculo do índice do Produto Real: 0 IBGE ressalta as sérias dificuldades para mensurar em termos reais o produto desta atividade, observando ainda que existe uma diversidade nos métodos de avaliação adotados por diversos países» Diz ainda, se fosse utilizado o mesmo procedimento das demais atividades par., o cálculo do valor de Produção poderia se chegar a um Valor Adicionado perto de zero ou negativo.
<«> Já extintos.
(»»> Nova Ktodolosia 1W» sai de Inct. Financeiras e pasta para Serv.Industriais í e utilidade pública.
18
Geralmente, os serviços prestados pelas Instituições Financeiras ou são gratuitos ou sio cobrados a preços muito baixos» e ao se ret irar neste valor gastos C O M O consumo intermediário chegaríamos a um valor adicionado de difícil interpretação. As Instituições Financeiras obtém a maior parte de seus recursos através da diferença entre os juros recebidos e pagos, porém em Contábil idade Nacional, os juros nao são tratados como remuneração por serviços prestados mas como una operação de repartição da renda.
Na versão atual das Contas Nacionais é utilizada como indicador de crescimento real desta atividade (excluindo a Imputaçâo de Serviços de Intermediação Financeira) a evolução do número de pessoas ocupadas em Instituições Financeiras e Seguradoras. Essa metodologia pressupõe constante, através do tempo, a relação produto/homem ocupado er em conseqüência, nao leva em consideração os efeitos ocasionados por mudanças tecnológ icas.
1.2.5 Aluguéis
Inclue o Aluguel de bens imóveis ( e d i f i c a ç õ e s r e s i d e n c i a i s e não r e s i d e n c i a i s ) , equipamentos, maquinarias e outros bens, exceto de t e r r e n o s e a t i v o s não f í s i c o s ( i n t a n g í v e i s ) t a i s como d i r e i t o s a u t o r a i s , p a t e n t e s , marcas, e t c ) .
por seus proprietários.
Sua Mensurarão procura quantificar os serviços prestado por esses bens de capital.
Fontes de Dados:
- Censos Demográficos - IBGE
- Censos Econômicos e Inquéritos Especiais - IBGE
- Coordenação do Sistema de Informações Econômico-Ftscaíf (CIEF) - Ministério da Fazenda
- Centro de Estatística de Preços - IBRE/TGV
Cálculo do índice de Produto Real:
Não existe indicadores de evolução física para Aluguéis. 0 cálculo para esta atividade acompanha a média da economia.
1.2.6 Outros Serviços
Define-se como um conjunto de atividades que de acordo com as recomendações internacionais deveriam ser mensurados
•.-separadamente, contudo, a heterogeneidade dos segmentos que integram esse grupo, não permitem tal desagregação, visto as disponibilidades estatísticas atuais.
Com a finalidade de facilitar a contabilização, estas 20
atividades fora» reunidas «a dois grupo*t
1 - Atividades Sociais (inclusive Instituições Privadas sea Fins Lucrativos)
. ensino particular
. assistência Nedico-hospitalar privada . cultos e atividades auxiliares
. instituições culturais
2 - Prestação de Serviços
. serviços de alojaaento e alinentação . serviços de higiene pessoal
. serviços de confecção, conservação e reparação de artigos de vestuário
. serviços de conservação, reparação e instalações de máquinas e veículos
. serviços domésticos remunerados . conservação de edifícios
. outras atividades (incluindo os serviços auxiliares e de apoio prestados a empresa).
Fontes de Dados:
- Censos de Serviços - IBGE - Censos Demográficos - IBGE
Cálculo do índice de Produto Real:
A estimativa do produto real de Outros Serviços é feita
Ministério do Trabalho. Esta estatística só está disponível a partir do ano de 1985. Nos demais anos» por falta de indicadores específicos, a estimativa da evolução destas atividades acompanhou, implicitamente, a da média da economia.
1.3 Dinâmica, ParticipaçSo e Inter-relação com outros Setores da Eci
0 setor serviços passou a ter uma participação mais atuante no período pós 23 Grande Guerra Mundial. Conforme já citado no subcapítulo I.i, o que não significa dizer que o setor não tinha una participação iaportante antes deste período, «as sim que a partir de então ocorrera o que podemos denominar de uma revolução do setor serviços. Sua elevada participação,, já era observada nos países de economia mais avançada, conforme é mostrado no quadro a seguir, extraído do livro: Dinâmica do Setor Serviços no Brasil: Emprego e Produto; autores: Wander ley J.M. de Almeida e Maria da Conceição Silva - IPEA - 1973.
«MMO 1.3.1
PAtTICIPAflO DO SETOR TERCI4SIO NO P100UTO IMTEINO NOTO,
A CUSTO DE FATORES - PAÍSES SELECIONADOS Participação Percentual País/Período
Preços Correntes Preços Constantes (PIL)
IWi/íBil — 43,8* 43,8*
IWi/itti"" 44,2* 44,r ÍW7 54,r 54,3"
(Continual
22
PMMITO I R I E M I H T I t
A OBTO K FAWES - PAÍSES SLECMMC
Participação Ptrcutol
Nis/Ptrífl*
6ri4rttaaha ( P B ) 19t7
1924
leiao Ihido ( P D ) 1924
1935 1943/19*7 Fraaça (PII) 1196
1963
Norteia (PII)
IMS
Svfeia (PII) 1861/187»
1951/1955 1951/1955 1963/1967
Estados Unidos < W ) 1839
1889/1899
(PM)-
1889/1899 1919/1929 1953 1953 1963/1967 Canadá (PIB) 951/1935 1963/1967
Preços Carrot cs
44,7 42,6 41,6 38,5 42,«
- - 34,3 39,1 31,9 32,7 39,1 31,6 38,0 - - - 48,3 53,2
38,9 45.6
Pretos Coftstaatts
28,8 41,6
43,8 33,9 39,9 39,5
31,2 31,4 36,5 47,5 45,7 5f,4 52,4
37,5 35,7
Vários fatores influenciar»* esta dita revolução, C O M O
exeaplo* a urbanização, a Modernização da sociedade, uma Maior ingerência do estado na econoMia, etc.
Conforme Paul Singer (Ver CEBRAP):
" . . . 0 prictuo MT «rtaizicát te ucicMts mitmi truta CMtiM) a fome» i t caytoms strvicos. Este* st sit«» « * «klta» to ciiafc». Um CMfiynÕB ttoca i t w ctotro sttrawlitaw t HTMMI H T « oajwt» it KTVÍCM it cortrolt - itiviMts Mlítios ItiantiM, Itfislalm, jMliciárii), rtlifiosas, finKtirw, siaiictis, M?
iftfarsttica, fiscais t ttc. to rtMw it «ai tt ormiizM N t m strvicw tw ittsin Rtctstiiaits i i KP«lad» («colts, hMpitait, CÍMHS, cotros êt Iam). As iiüstrias st local izariw aos wrvlmvi Ats ctntros
ConforMe este autor a existência e a organização das cidades e principalmente das "megalapolis", que se Multiplicam tanto nos países desenvolvidos C O M O ainda nos nâo-desenvolvidos, isto é, de certo modo fruto de um processo de "tereiarização" da economia.
Ressalta também que o processo de terciarizaçâo é comum a quase todos os países o que irá resultar em sociedades fortemente urbanizadas com características de grandes concentrações. Existindo então uma tendência a um elevado crescimento da produção n8o-material. Vários fatores explicariam essa dinâmicas entre elas destacam-se as inovações tecnológicas, como a automatização e mecanização, que liberam mão-de-obra de outros setores, migrando estes trabalhadores para o setor serviços. Vale dizer, que nos
24
países nSo-descnvolvidos, a parte " estagnada " do exército industrial de reserva, se auto-sustenta mediante a uma variedade de atividades consideradas como Marginais, tais
C O M O : vendedores ambulantes, engraxates, lavadores de carros,
carregadores etc.
Considero válido acrescentar a esta análise feita por Paul Singer outros fatores que também influenciam o setors
- Nível de Emprego da Economia;
- Nivel de Produção Industrial;
- Grau de Informabilidade;
- Nível tecnológico, etc.
N o t r a b a l h o : 0 D e p a r t a m e n t o d e C o m é r c i o e S e r v i ç o s e a I I I C o n f e r ê n c i a N a c i o n a l d e E s t a t í s t i c a , IBGE c o m e n t a s
* ... A estrutura de distribuição e concentração da renda pessoal determinantes do padrão de distribuição c diversificação do COBSUM influei diretaiente no aoviiento daqueles serviços destinados ao consuto pessoal. A participação desses serviços no total de atividade liga-se, também, ao grau de urbanização, diversificação e especialização
industrial e nível de qualificação da mão-de-obra.
Os serviços tue se destinai predominantemente ao consuno intermediário são influenciados, naturalmente, pelo crescimento dos outros setores de atividade.
A participação relativa da prestação de serviços na geração da renda nacional c determinada fundamentalmente por escolhas entre * comprar " t" fazer \ ou * comprar * e " alugar *. De acordo com as normas internacionais, a apreensão dos fennenos
CCMMÍCOS passa pelo fato de serei transacionados no nercado ou serem produzidos a partir de fatores de produção comercializados no mercado. Portanto, quando um indivíduo decide utilizar serviços como lavanderias, restaurantes ou cabelereiros cm lugar de executá-los por conta prépria estará influindo no nível da produção. Da mesma forma, uma empresa ao decidir contratar de terceiros, serviços de auditoria, consultoria, vigilância, etc. em lugar de executá-los com MUS préprios recursos, estará estimulando o crescimento dos chamados serviços auxiliares. 0 processo de dcsverticalizacão de estrutura produtiva, ou aprofundamento da divisão do trabalho, deve ser considerado atentamente na avaliação da atividade de serviços.
isso dever iaa ser pesquisados aspectos relativos a» relacioaaotftto te prestadoras de serviços e avarias «je os coasoaeo.
A yaode sofisticação e diversificacS» te pratacia iadtstrial é aotro fator iapvtaate para análise to aoviacato e diretia do cresciaeato do setor. A itspoaisilidade de aovos produtos aoMfatvados, coao por exeaplo, caapatadorts M aparellMs de vídtemssetc, iatlica ao soriiaeato de aovos seaontos da atividade cooo serviços de reparado»
serviços de locacio (de ewipaontot M de fitas), serviços de proaraaatSo, assistéacia técnica etc, ".
Observamos então que o setor Terciário funciona C O M O
complementar e compulsor das demais atividades, cumprindo um papel importante na manutenção do nível das atividades.
Sua dinâmica pode estar ligada a períodos de crise onde o governo pode passar a atuar de forma mais marcante e ou, em outro caso, como uma queda na produção industrial por outros motivos, os trabalhadores do setor secundário transferem-se para o Terciário. Esta transferência fomenta atividades cornos do tipo o pequeno comércio, camelos, confecções, táxis, etc. Por outro lado, o bom desempenho da economia também favorece o setor serviços, como é o caso da produção de novos equipamentos pela indústria, que aumentam as atividades terciárias, como exemplos podemos citar: computadores, novas instalações, video-cassete, edifícios inteligentes etc.
Chega-se a conclusão que a terciarísacão da economia é quase que inevitável. Em outras análises como a de W.W.Rostow (*), que no caso, poderia até mesmo ser comparado o esquema simplificado de List que foi citado
(*) Ver Oioáaica do Setor Serviços no B r u i l ,
no histórico, o esquema de Rostov faz uma descrição para as fases do processo de desenvolvimento, subdividindo estas fases em: " a sociedade tradicional "," precondiçoes para o take-off ", " t a k e - o f f , " transição para a maturidade " c a " idade do elevado consumo em massa "„ e a ultima fase denominada de " pós-consumo".
Podemos melhor compreender estas fases sobre a ót ica do processo de desenvolvimento:
- " Sociedade tradicional " - Entende-se que as atividades primárias como as principais na economia.
- " Precondições para o take-off " = Ocorre formação de nova infra-estrutura econômica e por lenta transformação sóc io-política-inst ituc ional.
- " Take-off " - A economia já é formada por infra-estrutura essencial moderna, acentuando-se o setor industrial moderno.
- " Transição para a maturidade " = Novo estágio de crescimento econômico, o processo produtivo se torna mais complexo e as inter-relacoes
industriais aumentam.
" Elevado consumo en Massa " * A ênfase do processo produtivo deve deslocar-se para as indústrias de bens de consumo duráveis e para atividades terei árias, nesse momento a renda "pmr capita'' do país teria atingido a um nível onde as necessidades básicas já teriam sido alcançadas.
" Pós-consumo " = Compreende-se que o bem-estar da coletividade è uma realidade alcançada, necessitando assim a sociedade de mais serviços, que se evoluem em cadeia.
Podemos observar nos quadro í.3.2, a seguir, a existência de uma forte inter-relacao entre o grau de desenvolvimento de cada país analisado com as suas principais atividades econômicas, fort ificando-se, assim, a análise dos estágios de desenvolvimento.
1.3.2 C0MPMAC8ES IHTHHACI0ÍMI5
ESTRUTURA DE
ECONOMIAS DE
CHW»
ÍMIA ETIÓPIA INDONÉSIA
ECONOMIAS DE RENDA NÉDIA IOLÍVIA
EGITO COLÜIIA TAIUNDIA
ECONOMIAS DE RENDA NÉDIA BRASIL
AR6ENTINA PORTUBAL GRÉCIA
VENEZUELA
ECONOMIAS DE RENDA ALTA E.Ü.A
ITrfLIA
REP.FED.ALEMANHA
JAPSO
PMMIOO
PIB
(n •ilhm 19*5
BAIXA KENDA
6539»
46260 1180 3841
BAIXA
711 4550 5570 4390
ALTA
19450 14500 5270 9B20
700970 72150 114790 91110
dt «ilaret) 1967
293381 220830 4800 69671
4470 34470 31940 48200
299230 71530 34290
nWTWW
49élO
4497220 748620 1117780 2376420
Pvticincio no PIB
Rtht i vi
(Z)
AfltOPECUftIA 1965
39 47 SB 56
23 29 30 32
19 17
• •
24 6
3 10 4 9
1987
31 30 42 26
24 21 19 16
11 13 9 16 6
2 4 2 3
IMMSTtlA 1965
38 22 14 13
31
t*
25 23
33 42
* •
26 40
36 37 53 43
19B7
49 30 18 23
24 25 35 35
38 43 40 29 38
30 34 38 41
SERVIÇOS 1965
23 31 28 31
46 45 46 45
48 42
• • 49 55
59 53 43 48
1987
20 40 40 41
53 54 46 49
51 44 51 56 56
68 61 60 57 FONTE! Eliboricio Prípria
BANCO MUNDIAL -TRADE M d Develwacnt Report,1988.
Assim sendo, notamos que os países denominados de Renda Baixa, têm suas atividades econômicas centradas no setor primário; o segundo grupo, de Renda Média Baixa já apresentam uma distribuição Mais homogênea inter-setorial, mesmo assim, nota-se que o setor
ainda pode ser «elhor observado pelos Países de Renda Média Alt»
ou países de economia transitória, onde as atividades esta centradas nos setores secundário e terei ária. Observando aind que o terciáriOr em algumas vezes, já assume uma posição superio ao somatório do produto agregado dos setores primários e
secundários»
As Economias de Renda Alta, ou Desenvolvidas, concentram aproximadamente 60% de seu produto nas atividades terei árias.
Agora, analisaremos o perfil das estatísticas do Brasil, frente a um quadro comparativo com países desenvolvidos. Para se tornar as nossas estatísticas compatíveis, foram necessárias algumas aproximações, que podem jer vistas nas r.otas do rodapé do quadro 1.3.3, a seguir.
«JADRO 1 . 3 . 3
PARTICIPADO RELATIVA DOS SETORES NA ECONOMIA, PAÍSES DA OCOE E BRASIL *
(Porcentasra)
jLConLLou*)
Estados Muitas
1973 1984
JiEM
1971 1984 1971 1984
Etna
1971 1984
fosil
1971 1984
ExtratJvi * Manufatura Serviços
Construção Transporte Cominicacio Atacado
6.3 21.9 71.8
5.4 5.1 5.»
5.4 17.5 76.9
5.1 4.4 5.3
16.1 26.2 57.7
8.6 6.3 6.4
11.2 23.7 66.1
9.0 5.9 7.»
9.3 36.9 53.8
7.8 5.8 3.8
6.4 32.6 61.1
7.1 5.5 3.4
11.6 27.1 61.3
9.3 5.8 4.4
9.5 22.7 67.8
7.4 6.5 4.6
12.2 27.91
59.9»
5.8 4.4 16.7»
9.3 31.4»
59.3»
5.7 5.3 í«.7»
1.3.3
KLATWn DBS SETHES » ECMNUA, PUSES M OOE E SUSS. "
(rorcentam)
Varejo Finanças l e i k i o s Doaéstico Outros scrv.
• e u . Social 6owerM Mutueis Total
11.4 4.8 3.9 2.2
8.7 16.2 9.1 - 1M.I
11.5 S.8 6.5 1.5
11.7 17.9
8.1 - itt.t
11.7 3.1 3.4 1.2
8.7 6.9 3.6 - i t M
12.1 3.9 5.1
«.1
9.5 3.4 - 1#M
8.4 3.2 2.1
«.5
6.1 7.8 8.5 - itf.t
8.7 3.8 2.9 1.3
7.1 11.4 i M
- IBM
8.5 2.7 3.3 1.9
5.6 11.6
7.6 - i t M
8.9 3.4 4.5 1.4
6.3 16.1
8.9 - IBM
16.7»
6.:
- 7.6*
7.6*
2.5»
9.7 - 1BB.0
IB.7»
11.7 - 12.3*
12.3*
2.3»
6.1 - i * M
FORTE: Elaboração Prépria
Países OCOE : Banco Mondial - Trade and Development Report, - 1986 - IB6E-0EOM.
" - Coaparativaaente ao Brasil a estrutura setorial difere bastante dos deiais países. Por exeaplo, na indústria estio incluídos Construção e Serviços Industriais de Utilidade Pública, Não existe a abertura para o couêVcio atacado e varejista. Não existe o iten Neiicios, nen Serviços Doaésticos e Outros Serviços Pessoais, o que estaria» incluídos ?» outros serviços. Tentamos tornar os dados coupativeis apenas para una análise cooparativa.
* - Excluindo Construção Civil e Serviços Industriais de Utilidade Pública.
* * Incluindo Construe» Civil e Serviços Industriais de Utilidade Pública.
* - Hão existe na contabilidade nacional a abertura entre Coaércio Atacado e Varejo.
4 - Considerando o dooestico, e outros serviços pessoais, coto itens de Outros serviços.
* - Considera-se COM social, os serviços industriais de Utilidade Pública.
O Quadro 1.3.4» a seguir, Mostra a participação percentual dos setores na economia Brasileira, os valores não são compatíveis C O M O quadro anterior, devido a coMpatibi1izaçSo necessária à comparação.
I I4.4
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44,1 913,4
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244 2892,3 8,5 83,4 143 255,7 2889
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1947 1951 19N 21,7
25,2 24,3 54,1 S M24,1
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2.9 3,2 3245f,l
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1971 1971 1972 1973 28,1 28,7 38,4 55,1
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174,4 235,8 315 441,3 U,2 15,8 2f 24 1434 219 295 442 1971 1971 1972 1973 114 124 12,3 11,9 35,1 344 374 39,4 524 51,4 51,8 ~
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333,? 4«,2 743,9 1151 4T4.7 918,7 1552,1 2377,4 42,9 44,9 112 178 451 931,1 1439 2199 1974
11.4 48,1 IN 4,2
11,7 lf,9 12,7 41,4 39,9 3 M 41,9 49,2 41,7
IN 4,7
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1378359
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14,3 14 17,8 184 19,9 21,3 214 214 23,3 22,4 21,3 22,2 2 3 4 : TAXAS DE aSSCDERW - VriKM» w a i s
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TOCWIW Fllc.f.
1947 1951 194» 1971
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1972 3,9
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1973 1974 1975 1974 1977 1978 15,5 344 29,4 44,3 31,8 48,8
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