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Amostragem por distâncias: efeito da distribuição espacial e adaptação para terrenos montanhosos

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Academic year: 2022

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Universidade de ´ Evora

Doutoramento em Matem ´atica

Amostragem por dist ˆancias:

efeito da distribuic¸ ˜ao espacial e adaptac¸ ˜ao para terrenos

montanhosos

Anabela Cristina Cavaco Ferreira Afonso

Orientador: Prof. Doutor Russell Gerardo Alpizar-Jara (Professor Associado)

Evora, 2009´

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Ao meu filhote Gonc¸alo, ao Miguel e aos meus pais.

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Resumo

Este trabalho tem como principal objectivo contribuir para a resoluc¸ ˜ao de alguns problemas pr ´aticos que os bi ´ologos encontram quando aplicam a t ´ecnica de amostragem por dist ˆancias a populac¸ ˜oes raras, de dif´ıcil detecc¸ ˜ao, ou em terrenos montanhosos.

Deste modo, numa primeira fase efectua-se, por m ´etodos de simulac¸ ˜ao, uma avaliac¸ ˜ao da metodologia convencional com populac¸ ˜oes que apresentam distribuic¸ ˜oes espaciais n ˜ao homog ´eneas, ou com tend ˆencia para formar aglomerados. Simultaneamente ´e avaliado o desempenho dos estimadores habituais da vari ˆancia da dimens ˜ao da amostra, na expectativa de obter alguma indicac¸ ˜ao sobre em que situac¸ ˜oes se deve optar por cada um dos estimadores.

Numa segunda fase verificou-se que os estimadores convencionais da amostragem por tran- sectos lineares, para a probabilidade de detecc¸ ˜ao, abund ˆancia de animais na ´area observada e densidade, n ˜ao s ˜ao robustos ao relevo do terreno, podendo apresentar enviesamentos severos e uma grande variabilidade. Face a esta evid ˆencia, desenvolveram-se novos estimadores para os par ˆametros em causa.

Finalmente, s ˜ao propostos delineamentos de amostragem adaptativos que combinam os tran- sectos lineares com os pontuais, que se pensam ser de grande utilidade em terrenos dif´ıceis, como s ˜ao os montanhosos, onde o observador tem de cobrir uma vasta regi ˜ao por via terrestre, mas cuja acessibilidade ´e dif´ıcil. Nestes delineamentos sugere-se a realizac¸ ˜ao de transectos pontuais nas zonas com maior densidade populacional. ´E habitual na amostragem em terrenos de montanha, os bi ´ologos pararem para registarem as detecc¸ ˜oes efectuadas e tentarem aumen- tar a dimens ˜ao das suas amostras, embora tal n ˜ao seja considerado na fase de estimac¸ ˜ao. As ideias aqui desenvolvidas pretendem tamb ´em dar resposta a este tipo de situac¸ ˜oes.

Palavras chave: estimac¸ ˜ao de populac¸ ˜oes animais, amostragem por dist ˆancias, transectos lineares, transectos pontuais, amostragem adaptativa.

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Abstract

The main objective of this research is to tackle some of the practical problems that biologists face when applying the distance sampling methodology to populations that are rare, difficult to detect, or in mountainous terrain.

First, a comprehensive simulation study is carried out to assess the conventional distance sampling methodology under populations that are non-homogeneous distributed, or have a ten- dency to form clusters. The performance of conventional sample size variance estimators is also evaluated in order to have an indication of which estimators to choose under different scenarios.

Secondly, the findings of this research show that conventional line-transect sampling estima- tors for the detection probability, abundance in the sampled area and density, are not robust to the topography of the land and may be severely biased and high variable. Given this evidence, new estimators are developed for these parameters.

Finally, new adaptive sampling designs are proposed. They involve a combination of line transects and point transects where points are allocated to the areas of high density. These designs are especially useful for difficult terrains, such as mountainous, where the observer has to cover a vast area of land of difficult accessibility. In mountain terrains, biologists usually stop along a transect to register more detections and to increase sample sizes. However, this protocol is generally not considered for estimation purposes. Some of the ideas proposed in this thesis are also intended to respond to such situations.

Keywords: estimation of biological populations, distance sampling, line transect, point tran- sect, adaptive sampling.

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Agradecimentos

Ao Professor Doutor Russell Alpizar-Jara, pela disponibilidade, est´ımulo e dedicac¸ ˜ao demon- strados durante a realizac¸ ˜ao deste trabalho, pois a sua orientac¸ ˜ao e amizade foram deveras importantes.

Ao Departamento de Matem ´atica e ao CIMA que me proporcionaram condic¸ ˜oes para a reali- zac¸ ˜ao desta tese.

Ao Professor Doutor Jes ´us P ´erez, da Universidade de Ja ´en, por fomentar o desenvolvimento das minhas ideias, ter proporcionado uma visita de estudo `a Serra Nevada, para conhecer melhor as dificuldades sentidas no terreno, e a toda a sua fam´ılia pela hospitalidade.

Ao Professor Doutor Andrew Grieve, King’s College London, pela importante partilha de con- hecimentos.

A todos os meus amigos e colegas pelo companheirismo, apoio, amizade e incentivo, `a Carla Nunes tamb ´em pela leitura e sugest ˜oes que permitiram melhorar este documento e `a Ana Filipa pelos esclarecimentos na ´area da topografia.

Aos meus pais por toda a dedicac¸ ˜ao, carinho e o apoio prestado nesta fase da vida.

Ao Miguel e ao Gonc¸alo pelo amor, carinho e muita paci ˆencia nas minhas faltas de atenc¸ ˜ao e aus ˆencias.

Aos membros do j ´uri pelos seus coment ´arios e sugest ˜oes que permitiram melhorar a leitura deste documento.

A todos o meu sincero muito obrigado.

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Conte ´udo

Resumo i

Abstract ii

Agradecimentos iii

Lista de abreviaturas e de s´ımbolos xvii

1 Introduc¸ ˜ao 1

1.1 Objectivos . . . 4

1.2 Estrutura do trabalho . . . 6

2 Alguns conceitos fundamentais 7 2.1 Introduc¸ ˜ao . . . 7

2.2 Amostragem com probabilidades desiguais . . . 8

2.2.1 Estimadores Hansen-Hurwitz . . . 8

2.2.2 Estimadores Horvitz-Thompson . . . 9

2.3 Amostragem por dist ˆancias . . . 10

2.3.1 Pressupostos . . . 14

2.3.2 Transectos lineares . . . 15

2.3.3 Transectos pontuais . . . 16

2.3.4 Estimac¸ ˜ao da probabilidade de detecc¸ ˜ao . . . 17

2.3.5 Propriedades do estimador da abund ˆancia ou densidade . . . 18

2.4 Modelos espaciais de amostragem por dist ˆancias . . . 21

2.5 Modelos adaptativos de amostragem por dist ˆancias . . . 22

(10)

3 Influ ˆencia da distribuic¸ ˜ao espacial na amostragem por dist ˆancias convencional 25

3.1 Introduc¸ ˜ao . . . 25

3.2 Abordagens . . . 27

3.3 Simulac¸ ˜oes . . . 28

3.3.1 Populac¸ ˜oes geradas . . . 28

3.3.2 Func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao . . . 30

3.3.3 Disposic¸ ˜ao dos transectos . . . 31

3.3.4 Estimac¸ ˜ao da vari ˆancia do tamanho da amostra . . . 34

3.3.5 Resultados . . . 35

3.4 Conclus ˜ao . . . 50

4 Amostragem por transectos lineares em montanha 51 4.1 Introduc¸ ˜ao . . . 51

4.2 Condicionantes `a amostragem por dist ˆancias . . . 52

4.3 Areas em montanha . . . .´ 54

4.4 Estimac¸ ˜ao da densidade . . . 55

4.4.1 Estimador convencional . . . 55

4.4.2 Combinac¸ ˜ao de distribuic¸ ˜oes uniformes . . . 57

4.4.3 Correcc¸ ˜ao da probabilidade de detecc¸ ˜ao . . . 59

4.5 Simulac¸ ˜ao . . . 62

4.5.1 Cen ´arios considerados . . . 62

4.5.2 Func¸ ˜ao densidade de probabilidade das dist ˆancias . . . 63

4.5.3 Func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao . . . 65

4.5.4 Resultados . . . 67

4.6 Conclus ˜ao . . . 71

5 Combinac¸ ˜ao de transectos lineares com pontuais de forma adaptativa 73 5.1 Introduc¸ ˜ao . . . 73

5.2 Delineamentos adaptativos . . . 74

5.3 Transectos lineares e pontuais n ˜ao sobrepostos . . . 77

5.4 Transectos lineares e pontuais sobrepostos . . . 79

5.5 Conclus ˜ao . . . 80

6 Conclus ˜ao 81

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Bibliografia 83

Anexos 91

A Resultados das simulac¸ ˜oes do cap´ıtulo 3 91

B Resultados das simulac¸ ˜oes do cap´ıtulo 4 97

C C ´odigo R 105

C.1 Simulac¸ ˜ao das localizac¸ ˜oes . . . 105

C.1.1 Processo pontual de Poisson homog ´eneo . . . 105

C.1.2 Processo pontual de Poisson n ˜ao homog ´eneo . . . 105

C.1.3 Processo pontual de Poisson agrupado . . . 107

C.1.4 Processo pontual inibidor . . . 108

C.2 Estimadores propostos no cap´ıtulo 4 . . . 109

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Lista de Tabelas

3.1 Enviesamento,Env( ˆN), e coeficiente de variac¸ ˜ao,CV( ˆN), percentuais da abun- d ˆancia estimada obtidos com a abordagem 1 (populac¸ ˜ao fixa) para uma populac¸ ˜ao comN = 510, com 10000 simulac¸ ˜oes,θ= 0,01,w= 0,0195e com os transectos lineares (TL) posicionados horizontalmente de forma: A) aleat ´oria, A ns) aleat ´oria sem sobreposic¸ ˜ao e S) sistem ´atica. . . 39 3.2 Enviesamento,Env( ˆN), e coeficiente de variac¸ ˜ao,CV( ˆN), percentuais da abun-

d ˆancia estimada obtidos para populac¸ ˜oes aleat ´orias com as abordagens 2 (N = 510) e 3 (E[N] = 510), com 10000 simulac¸ ˜oes,θ = 0,01, w = 0,0195e os tran- sectos lineares (TL) fixos posicionados horizontalmente com espac¸amento: A) de- sigual e sem sobreposic¸ ˜ao e S) igual. . . 40 3.3 Enviesamento,Env( ˆN), e coeficiente de variac¸ ˜ao,CV( ˆN), percentuais da abun-

d ˆancia estimada obtidos com a abordagem 1 (populac¸ ˜ao fixa) para uma populac¸ ˜ao comN = 510, com 10000 simulac¸ ˜oes,θ= 0,01,w= 0,0215e com os transectos pontuais (TP) posicionados de forma: A) aleat ´oria e S) sistem ´atica. . . 41 3.4 Enviesamento,Env( ˆN), e coeficiente de variac¸ ˜ao,CV( ˆN), percentuais da abun-

d ˆancia estimada obtidos para populac¸ ˜oes aleat ´orias com as abordagens 2 (N = 510) e 3 (E[N] = 510), com 10000 simulac¸ ˜oes,θ= 0,01,w= 0,0215e os transec- tos pontuais (TP) fixos posicionados com espac¸amento: A) desigual e S) igual. . 42 4.1 Proporc¸ ˜ao devalorespsuperiores a 0,05 obtidos com teste de Kolmogorov-Smirnov

no ajustamento das dist ˆancias `a distribuic¸ ˜ao Uniforme por cen ´ario, tipo de dist ˆancia, n ´umero de transectos lineares aleat ´orios nas 10000 simulac¸ ˜oes. . . 65 4.2 Dist ˆancias inclinadas de truncatura, wr, e valor do par ˆametro θconsiderados na

func¸ ˜ao detecc¸ ˜aog(r) =exp(−r2/(2θ2),0≤r≤wr, e a probabilidade de detecc¸ ˜ao, Par. . . 67

(14)

A.1 Resultados obtidos para a amostragem por transectos lineares (TL) horizontais (H) ou verticais (V), com as abordagens 1, 2 e 3, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao comN = 510,θ = 0,01,w= 0,0195e com o posicionamento A) aleat ´orio, A ns) aleat ´orio sem sobreposic¸ ˜ao e S) sistem ´atico. . . 92

A.2 Resultados obtidos para a amostragem por transectos pontuais (TP), com as abor- dagens 1, 2 e 3, 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao comN = 510,θ= 0,01, w= 0,0215e com o posicionamento A) aleat ´orio, S) sistem ´atico, S AL) sistem ´atico em coluna e aleat ´orio em linha e S AC) sistem ´atico em linha e aleat ´orio em coluna. 95

B.1 Resultados obtidos para a amostragem por transectos lineares (TL), posicionados de forma aleat ´oria, por cen ´ario montanhoso, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao com N = 510e considerando a probabilidade de detecc¸ ˜ao conhecida Pa = 0,61. (¯a: m ´edia da ´area coberta projectada no plano. ´Indicet5%: resultados obtidos ap ´os a exclus ˜ao de 5% das dist ˆancias mais elevadas.) . . . 98

B.2 Estat´ısticas sum ´arias dosvalores pobtidos, com 10000 simulac¸ ˜oes, com teste de Kolmogorov-Smirnov ao ajustamento das dist ˆancias `a distribuic¸ ˜ao Uniforme por cen ´ario, tipo de dist ˆancia e n ´umero de transectos lineares aleat ´orios. (Pi: percentil de ordemi,i= 10,25,50,75e90) . . . 99

B.3 (a) Probabilidade de detecc¸ ˜ao estimada, e respectivos (b) coeficiente de variac¸ ˜ao (CV) e (c) erro quadr ´atico m ´edio (EQM), com a amostragem por transectos lin- eares (TL), posicionados de forma aleat ´oria, por cen ´ario montanhoso, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao com N = 510e considerando a probabilidade de detecc¸ ˜ao conhecida,Pa = 0,61. (Pˆa: estimador convencional,Pˆ˜ac,i= 1, ...,5:

estimadores propostos. ´Indicet5%: exclus ˜ao de 5% das dist ˆancias mais elevadas;

´ındicec: inclus ˜ao da covari ´avel diferenc¸a de n´ıvel entre o transecto linear e o ani- mal detectado.) . . . 100

(15)

B.4 (a)Abund ˆancia estimada na ´area de amostrada, e respectivos (b) coeficiente de variac¸ ˜ao (CV) e (c) erro quadr ´atico m ´edio (EQM), com a amostragem por transec- tos lineares (TL), posicionados de forma aleat ´oria, por cen ´ario montanhoso, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao com N = 510e considerando a proba- bilidade de detecc¸ ˜ao conhecida, Pa = 0,61. (Nˆc: estimador convencional eN˜ci, i = 1, ...,5: estimadores propostos. ´Indice t5%: exclus ˜ao de 5% das dist ˆancias mais elevadas; ´ındicec: inclus ˜ao da covari ´avel diferenc¸a de n´ıvel entre o transecto linear e o animal detectado.) . . . 101 B.5 Densidade estimada, com a amostragem por transectos lineares (TL), posiciona-

dos de forma aleat ´oria, por cen ´ario montanhoso, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao comN = 510e considerando a probabilidade de detecc¸ ˜ao conhecida, Pa = 0,61. (D: estimador convencional eˆ D˜i, i = 1, ...,5,1b, ...,5b: estimadores propostos. ´Indicet5%: exclus ˜ao de 5% das dist ˆancias mais elevadas; ´ındicec: in- clus ˜ao da covari ´avel diferenc¸a de n´ıvel entre o transecto linear e o animal detectado.)102 B.6 Coeficiente de variac¸ ˜ao associado `a densidade estimada, com a amostragem por

transectos lineares (TL), posicionados de forma aleat ´oria, por cen ´ario montanhoso, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao comN = 510e considerando a prob- abilidade de detecc¸ ˜ao conhecida, Pa = 0,61. (D: estimador convencional eˆ D˜i, i = 1, ...,5,1b, ...,5b: estimadores propostos. ´Indice t5%: exclus ˜ao de 5% das dist ˆancias mais elevadas; ´ındicec: inclus ˜ao da covari ´avel diferenc¸a de n´ıvel entre o transecto linear e o animal detectado.) . . . 103 B.7 Erro quadr ´atico m ´edio (

EQM) associado `a densidade estimada, com a amostragem por transectos lineares (TL), posicionados de forma aleat ´oria, por cen ´ario montan- hoso, com 10000 simulac¸ ˜oes, para uma populac¸ ˜ao comN = 510e considerando a probabilidade de detecc¸ ˜ao conhecida,Pa = 0,61. (D: estimador convencional eˆ D˜i,i= 1, ...,5,1b, ...,5b: estimadores propostos. ´Indicet5%: exclus ˜ao de 5% das dist ˆancias mais elevadas; ´ındicec: inclus ˜ao da covari ´avel diferenc¸a de n´ıvel entre o transecto linear e o animal detectado.) . . . 104

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(17)

Lista de Figuras

2.1 Exemplificac¸ ˜ao da amostragem com 1 transecto linear numa regi ˜ao de estudo. Os pontos representam os animais existentes nessa regi ˜ao. O observador percorre uma linha (a tracejado) observando a ´area rectangular a sombreado com largura 2w. Os animais detectados est ˜ao identificados com a dist ˆancia perpendiculary medida. . . 10 2.2 Exemplificac¸ ˜ao da amostragem com 1 transecto pontual numa regi ˜ao de estudo.

Os pontos representam os animais existentes nessa regi ˜ao. O observador per- manece durante um certo per´ıodo de tempo num local (centro do c´ırculo) obser- vando a ´area circular a sombreado com raio w. Os animais detectados est ˜ao identificados com a dist ˆancia radialrmedida. . . 11 2.3 Dist ˆancias e ˆangulos medidos numa amostragem por dist ˆancias, onde o asterisco

representa a localizac¸ ˜ao inicial do animal detectado: dist ˆancia radial,r, entre o ob- servador e o animal detectado; ˆangulo,β, de avistamento formado entre o animal detectado e o transecto linear; e a dist ˆancia perpendicular,y. . . . 11 2.4 Transectos lineares adaptativos com esforc¸o fixo. Os pontos representam os an-

imais existentes nessa regi ˜ao. O observador percorre uma linha em ziguezague.

Os animais detectados est ˜ao identificados com a dist ˆancia perpendicularymedida. 24

3.1 Os pontos representam as localizac¸ ˜oes dos indiv´ıduos das populac¸ ˜oes geradas para a abordagem 1. . . 30 3.2 Exemplificac¸ ˜ao do posicionamento horizontal (H) aleat ´orio e vertical (V) sistem ´a-

tico, e horizontal (H) sistem ´atico e vertical (V) aleat ´orio dos transectos pontuais, representados pelos c´ırculos encarnados. . . 31

(18)

3.3 Transectos pontuais (TP), representados pelos c´ırculos encarnados, considerados nas abordagens 2 e 3 com o espac¸amento desigual (“aleat ´orio”) ou igual (“sis- tem ´atico”) entre transectos. . . 32 3.4 Transectos lineares (TL), representados pelas linhas encarnadas, considerados

nas abordagens 2 e 3 com o espac¸amento desigual (“aleat ´orio”) ou igual (“sis- tem ´atico”) entre transectos e orientac¸ ˜ao horizontal ou vertical. . . 33 3.5 Diagramas de caixas e bigodes da abund ˆancia estimada,Nˆ, obtida com as aborda-

gens 1 (transectos aleat ´orios), 2 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria eN = 510) e 3 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria eE[N] = 510), 10000 simulac¸ ˜oes,θ= 0,01, w= 0,0195e os transectos lineares (TL) posicionados horizontalmente (H) ou ver- ticalmente (V) de forma: A) aleat ´oria, A ns) aleat ´oria sem sobreposic¸ ˜ao e S) sis- tem ´atica. A linha horizontal a tracejado indica a dimens ˜ao, ou dimens ˜ao m ´edia, da populac¸ ˜ao e os pontos encarnados a dimens ˜ao m ´edia estimada. . . 37 3.6 Diagramas de caixas e bigodes da abund ˆancia estimada,Nˆ, com as abordagens

1 (transectos aleat ´orios), 2 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria e N= 510) e 3 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria e E[N] = 510), 10000 simulac¸ ˜oes, θ = 0,01,w= 0,0215e os transectos pontuais (TP) posicionados de forma A) aleat ´oria, S) sistem ´atica, SAL) sistematicamente em coluna e aleatoriamente em linha e SAC) sistematicamente em linha e aleatoriamente em coluna. A linha horizontal a tracejado indica a dimens ˜ao, ou dimens ˜ao m ´edia, da populac¸ ˜ao e os pontos encarnados a dimens ˜ao m ´edia estimada. . . 43 3.7 Gr ´afico de barras do

EQM[ ˆd N]por ´area coberta para a amostragem por transec-

tos lineares horizontais (TL) e pontuais (TP), com as abordagens 1 (populac¸ ˜oes fixas), 2 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria e N = 510) e 3 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria eE[N] = 510), os transectos posicionados de forma a) aleat ´oria, S) sistem ´atica e com 10000 simulac¸ ˜oes. . . 46 3.8 Gr ´afico de barras dos quocientes, entreV ar[n]eE[n]ˆ e entreV ar[n]eV ar[n], obti-d

dos para a amostragem por transectos lineares, com as abordagens 1 (transectos aleat ´orios), 2 (transectos fixos e populac¸ ˜ao aleat ´oria e N = 510) e 3 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria eE[N] = 510), com 10000 simulac¸ ˜oes e os transectos posicionados de forma A) aleat ´oria ou S) sistem ´atica. . . 48

(19)

3.9 Gr ´afico de barras dos quocientes, entreV ar[n]eE[n]ˆ e entreV ar[n]eV ar[n], obti-d dos para a amostragem por transectos pontuais, com as abordagens 1 (transectos aleat ´orios), 2 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria e N = 510) e 3 (transectos fixos, populac¸ ˜ao aleat ´oria eE[N] = 510), com 10000 simulac¸ ˜oes e os transectos posicionados de forma A) aleat ´oria ou S) sistem ´atica. . . 49

4.1 Dist ˆancia horizontal ou perpendicular projectada,y, dist ˆancia inclinada ou real,r, dist ˆancia topogr ´afica, t, a diferenc¸a de n´ıvel, x, entre o observador e o animal detectado e o ˆangulo,α, formado entre o n´ıvel do observador e o do animal detec- tado. . . 53 4.2 Superf´ıcies montanhosas descritas por func¸ ˜oes n ˜ao lineares em u. Os pontos

representam os animais existentes nessa regi ˜ao. O observador percorre uma linha (a tracejado) observando a ´area compreendida entre as duas linhas vermelhas. . 57 4.3 Tr ˆes transectos lineares com dist ˆancias de truncatura,w, diferentes. . . . 58 4.4 Representac¸ ˜ao gr ´afica da func¸ ˜ao resultante da sobreposic¸ ˜ao de v ´arias distribuic¸ ˜oes

uniformes. . . 59 4.5 Angulo de inclinac¸ ˜ao, dist ˆancia inclinada de truncatura,ˆ wr, e sua projecc¸ ˜ao no

plano horizontal. Devido `a assimetria do terreno, `a dist ˆancia inclinada wr est ˜ao associadas duas dist ˆancias perpendiculares de truncatura,w1ew2. . . 61 4.6 Cen ´arios montanhosos simulados, com a exemplificac¸ ˜ao do posicionamento de 5

transectos lineares aleat ´orios sobre as curvas de n´ıvel. . . 63 4.7 Histograma das dist ˆancias perpendiculares projectadas,y, e inclinadas,r, aos ani-

mais na ´area coberta, por cen ´ario e n ´umero de transectos lineares (TL) posiciona- dos aleatoriamente. . . 64 4.8 Histograma das dist ˆancias detectadas perpendiculares projectas,y, e inclinadas,

r, por cen ´ario e n ´umero de transectos lineares (TL) posicionados aleatoriamente (A). 66 4.9 Comparac¸ ˜ao da probabilidade de detecc¸ ˜ao estimada, abund ˆancia estimada na

´area de estudo e densidade estimada, dos estimadores convencionais com os estimadores propostos, para o cen ´ario com 2 declives diferentes. As linhas en- carnadas horizontais indicam os valores populacionais e os pontos encarnados as m ´edias amostrais. . . 68

(20)

4.10 Comparac¸ ˜ao da probabilidade de detecc¸ ˜ao estimada, abund ˆancia estimada na

´area de estudo e densidade estimada, dos estimadores convencionais com os estimadores propostos, para o cen ´ario com v ´arios declives. As linhas encarnadas horizontais indicam os valores populacionais e os pontos encarnados as m ´edias amostrais. . . 69 5.1 Combinac¸ ˜ao adaptativa de transectos lineares com pontuais deslocados. . . 74 5.2 Combinac¸ ˜ao adaptativa de transectos lineares com pontuais dispostos sobre o

transecto linear. . . 75 5.3 Combinac¸ ˜ao adaptativa de transectos lineares com pontuais dispostos sobre o

transecto linear sem sobreposic¸ ˜ao. . . 75 5.4 Combinac¸ ˜ao adaptativa de transectos lineares com semi-pontuais dispostos sobre

o transecto linear sem sobreposic¸ ˜ao. . . 76

(21)

Lista de abreviaturas e de s´ımbolos

Ao longo deste trabalho utilizar-se- ˜ao as seguintes abreviaturas:

AIC Crit ´erio de informac¸ ˜ao de Akaike.

CV Coeficiente de variac¸ ˜ao.

CVd Estimador ou estimativa do coeficiente de variac¸ ˜ao.

EMV Estimador de m ´axima verosimilhanc¸a.

Env Enviesamento.

EQM Erro quadr ´atico m ´edio.

EQMd Estimador ou estimativa do erro quadr ´atico m ´edio.

f.d.p. Func¸ ˜ao densidade de probabilidade.

L Func¸ ˜ao de verosimilhanc¸a.

TL Transectos lineares.

TP Transectos pontuais.

v.a. Vari ´avel aleat ´oria.

Ser ˜ao ainda utilizados os seguintes s´ımbolos:

A Area de estudo.´

a Area amostrada que ser ´a designada por ´area coberta.´ D Densidade de animais na ´area de estudo.

Dˆ Estimador ou estimativa da densidade de animais na ´area de estudo.

D(u, v) Densidade de animais na localizac¸ ˜ao(u, v).

d Dist ˆancia percorrida ao longo do transecto linear entre detecc¸ ˜oes.

(22)

f(x) f.d.p. das dist ˆancias detectadas.

g(x) Func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao, i.e., a probabilidade de detectar um animal dado que est ´a `a dist ˆanciaxda linha ou ponto.

K N ´umero total de pontos observados.

L Comprimento total dos transectos observados.

l Comprimento de um transecto linear.

N Abund ˆancia de animais na ´area de estudo, ondeN =D×A.

Nˆ Estimador ou estimativa da abund ˆancia de animais na ´area de estudo.

n Dimens ˜ao da amostra ou seja o n ´umero de animais detectados na ´area cobertaa.

Nc Abund ˆancia de animais na ´area cobertaa.

Nˆc Estimador ou estimativa da abund ˆancia de animais na ´area cobertaa.

Pa Probabilidade de detecc¸ ˜ao, ou seja a probabilidade de detectar um animal dado que est ´a na ´area coberta.

Pˆa Estimador convencional ou estimativa da probabilidade de detecc¸ ˜ao.

Pc Probabilidade de cobertura, i.e., a probabilidade de um animal estar na ´area coberta dado que est ´a na ´area de estudo.

r Dist ˆancia radial ou inclinada (Cap´ıtulo 4).

s Desvio-padr ˜ao emp´ırico.

t Dist ˆancia topogr ´afica.

w Dist ˆancia de truncatura, i.e., a dist ˆancia m ´axima considerada at ´e `a qual se obser- varam animais.

x Dist ˆancia gen ´erica ou diferenc¸a de n´ıvel entre a localizac¸ ˜ao do observador e o ani- mal detectado (Cap´ıtulo 4).

xi i- ´esima dist ˆancia.

xi:n i- ´esima dist ˆancia na amostra ordenada de dimens ˜aon.

y Dist ˆancia perpendicular.

Z Vector de covari ´aveis.

α Angulo de inclinac¸ ˜ao.ˆ β Angulo de avistamento.ˆ φ(x) f.d.p. das dist ˆancias.

σ Desvio-padr ˜ao.

(23)

Cap´ıtulo 1

Introduc¸ ˜ao

O conhecimento da abund ˆancia ou densidade de animais ou plantas ´e fundamental para uma melhor gest ˜ao dos recursos naturais, permitindo tomar medidas para evitar a sobre abund ˆancia ou a escassez das esp ´ecies. Esta informac¸ ˜ao pode ser obtida pela observac¸ ˜ao de todos os in- div´ıduos da esp ´ecie em estudo, o recenseamento, ou de uma parte dessa populac¸ ˜ao, a amostra.

A realizac¸ ˜ao de censos populacionais ´e, habitualmente, uma tarefa demasiado dif´ıcil, ou at ´e imposs´ıvel, morosa e dispendiosa. Durante o per´ıodo de recenseamento as populac¸ ˜oes sofrem alterac¸ ˜oes, como sejam os nascimentos, mortes e migrac¸ ˜oes. No caso das populac¸ ˜oes animais, existe ainda o problema dos indiv´ıduos nem sempre estarem vis´ıveis ou detect ´aveis. Assim, na realidade o recenseamento n ˜ao ter ´a sido de todos os indiv´ıduos do universo em estudo, mas dos indiv´ıduos que estavam dispon´ıveis durante o per´ıodo de recenseamento. N ˜ao se pode deixar de considerar ainda os m ´etodos em que a observac¸ ˜ao obriga `a destruic¸ ˜ao e, por conseguinte, a realizac¸ ˜ao de censos provocaria o exterm´ınio da populac¸ ˜ao. Em suma, s ´o ´e poss´ıvel a realizac¸ ˜ao de censos em condic¸ ˜oes idealizadas, como sejam populac¸ ˜oes pequenas em ´areas pequenas ou vedadas (Williamset al., 2002, p ´ag. 245).

A amostragem apresenta v ´arias vantagens sobre o recenseamento tanto ao n´ıvel do tempo e custo, como tamb ´em uma menor probabilidade de ocorrerem erros de observac¸ ˜ao ou de notac¸ ˜ao, uma vez que se recolhem menos observac¸ ˜oes. Na amostragem de populac¸ ˜oes biol ´ogicas, como sejam animais e plantas, que daqui por diante ser ˜ao designados apenas por animais, muitos dos m ´etodos de observac¸ ˜ao dos animais consistem no avistamento, auscultac¸ ˜ao, captura ou detecc¸ ˜ao. A probabilidade de um animal da populac¸ ˜ao ser observado na ´area coberta ´e desig- nada por detectabilidade (Thompson, 1992).

(24)

Os estimadores da abund ˆancia de animais na ´area coberta t ˆem como express ˜ao gen ´erica a correcc¸ ˜ao do n ´umero de observac¸ ˜oes efectuadas pela proporc¸ ˜ao m ´edia estimada de detecc¸ ˜oes e pela proporc¸ ˜ao de ´area coberta. Quando existe evid ˆencia de heterogeneidade na detectabili- dade dos animais, i. e., os animais n ˜ao t ˆem todos a mesma probabilidade de detecc¸ ˜ao, ´e usual utilizar-se um estimador do tipo de Horvitz-Thompson da teoria da amostragem de probabilidades desiguais (Borcherset al., 2002, p ´ag. 144).

Existem v ´arios m ´etodos de amostragem para estimar a probabilidade de detecc¸ ˜ao, e tamb ´em a densidade ou abund ˆancia de animais, podendo encontrar-se em Seber (1986; 1992; 2001) e Schwarz e Seber (1999) n ˜ao s ´o uma revis ˜ao destes m ´etodos como algumas sugest ˜oes de trabalho futuro. Destes salientamos a amostragem por dist ˆancias e a amostragem por captura- recaptura. Na amostragem por dist ˆancias a detectabilidade ´e estimada com base nas dist ˆancias registadas entre o transecto e o animal detectado, ao passo que na amostragem por captura- recaptura a probabilidade de detecc¸ ˜ao ´e estimada a partir do n ´umero de capturas e recapturas efectuadas em dois ou mais instantes de amostragem distintos, ou duas ou mais equipas de observadores diferentes.

A amostragem por dist ˆancias, cujas variantes principais s ˜ao os transectos lineares e transec- tos pontuais, ´e uma extens ˜ao da amostragem de quadrados, onde se relaxa o pressuposto de que se realiza um censo na ´area coberta (Thomaset al., 2002). R. T. King, em 1930, foi um dos primeiros a reconhecer a observac¸ ˜ao incompleta dos animais na ´area observada e apresen- tou uma tentativa de estimac¸ ˜ao da largura efectiva das faixas transectos, um dos m ´etodos da amostragem de quadrados (Bucklandet al., 2001).

O m ´etodo de amostragem por transectos lineares despertou desde cedo um maior interesse por parte dos investigadores do que o m ´etodo de amostragem por transectos pontuais. Estes

´ultimos surgem em 1975 com o artigo de Weins e Nussbaum, j ´a existindo um desenvolvimento da teoria dos transectos lineares desde 1968 com os trabalhos de Gateset al.e Eberhardt. A pri- meira grande refer ˆencia sobre a teoria dos transectos lineares surge em 1980 com a monografia de Burnhamet al. Em 1993, Buckland et al. publicam um livro introdut ´orio `a amostragem por dist ˆancias, que ´e reeditado em 2001 com algumas alterac¸ ˜oes. Mais recentemente, Bucklandet al.(2004) publicaram os ´ultimos avanc¸os nesta ´area de investigac¸ ˜ao n ˜ao s ´o ao n´ıvel da relaxac¸ ˜ao de alguns pressupostos como tamb ´em na combinac¸ ˜ao com outras t ´ecnicas de amostragem.

A simplicidade de utilizac¸ ˜ao desta t ´ecnica ´e um dos factores que mais contribuiu para a sua popularidade, sendo igualmente importante o facto de permitir uma estimac¸ ˜ao mais robusta e

(25)

mais econ ´omica da abund ˆancia do que os m ´etodos baseados na captura de animais, pelo menos para populac¸ ˜oes que verificam, ou quase verificam, os pressupostos fundamentais em que esta t ´ecnica se baseia. Al ´em disso, quando os pressupostos s ˜ao violados, os efeitos nas estimativas da abund ˆancia tendem a ser mais facilmente compreendidos do que para a maioria dos m ´etodos alternativos (Bucklandet al., 2004).

Inicialmente, esta t ´ecnica foi desenvolvida para regi ˜oes com caracter´ısticas homog ´eneas e com visibilidade id ˆentica durante o per´ıodo de amostragem, onde a detectabilidade variava ape- nas com a dist ˆancia entre o animal e o observador. Todavia, a detectabilidade depende de muitos factores, como sejam as pr ´oprias caracter´ısticas dos animais, do observador, da topografia do terreno ou do meio ambiente, pelo que mais tarde esta t ´ecnica foi estendida de modo a permitir n ˜ao s ´o a divis ˜ao da ´area de estudo em estratos como a inclus ˜ao de informac¸ ˜ao extra atrav ´es do uso de covari ´aveis (Marques e Buckland, 2003).

Nos ´ultimos anos verificou-se um aumento na procura de modelos espaciais que permitam relacionar os dados de dist ˆancias com vari ´aveis espaciais que reflictam a topografia do terreno, o habitat e outros factores que possam afectar o meio ambiente. A primeira formulac¸ ˜ao para transectos lineares baseada na teoria processos pontuais foi desenvolvida por Schweder (1977).

Mais tarde, Stoyan (1982) reformulou o estimador convencional da densidade de grupos em func¸ ˜ao da intensidade de um processo pontual marcado estacion ´ario. Para o caso particular das populac¸ ˜oes agrupadas, Cowling (1998) prop ˆos um m ´etodo para estimar os par ˆametros de agru- pamento de processo enfraquecido de Neyman-Scott, usando observac¸ ˜oes recolhidas a partir de uma pesquisa de transecto linear com func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao gaussiana. Hedleyet al. (1999), Hedley (2000) e Hedley e Buckland (2004) propuseram modelos espaciais para a amostragem por dist ˆancias, nos quais ´e poss´ıvel atrav ´es da simples integrac¸ ˜ao num ´erica estimar a densidade de animais em qualquer sub-regi ˜ao da regi ˜ao em estudo. Mais recentemente, Waagepetersen e Schweder (2006) notaram que muitas populac¸ ˜oes animais exibem uma maior variac¸ ˜ao espacial e est ˜ao mais agrupadas do que o considerado num processo de Poisson. Por isso, apresentaram uma formulac¸ ˜ao baseada no processo pontual espacial de Cox e desenvolveram uma infer ˆencia baseada na verosimilhanc¸a, tanto numa perspectiva frequencista como numa baysiana.

Algumas populac¸ ˜oes s ˜ao dif´ıceis de observar, s ˜ao raras ou tendem a distribuir-se apenas em certas zonas. A amostragem adaptativa, cuja hist ´oria ´e bastante recente, garante que uma maior parte do esforc¸o seja gasto nas zonas com maior densidade de animais, aumentando assim a dimens ˜ao da amostra. Este tipo de amostragem surgiu no in´ıcio da d ´ecada de 80, do s ´eculo

(26)

passado, com o trabalho de Thompson (1982), o qual se baseou nos trabalhos desenvolvidos entre 1969 e 1970 sobre amostragem sequencial. Neste trabalho, Thompson desenvolve a base te ´orica da amostragem adaptativa baseada na teoria dos processos pontuais. Em 1996, Thomp- son e Seber publicam o primeiro livro dedicado `a amostragem adaptativa. Com base na teoria da amostragem adaptativa por grupos desenvolvida por Thompson, Seber e Ramsey (Thomp- son, 1990; Thompson, Ramsey e Seber, 1992; Thompson e Seber, 1996), Pollard e Buckland (1997), Pollard (2002) e Pollardet al. (2002) apresentam a primeira proposta de amostragem por dist ˆancias adaptativa.

1.1 Objectivos

Nesta tese pretendeu-se dar resposta a quest ˜oes pragm ´aticas com que os bi ´ologos se deparam na aplicac¸ ˜ao da amostragem por dist ˆancias em populac¸ ˜oes n ˜ao homog ´eneas e/ou em terrenos montanhosos.

Os estimadores convencionais foram constru´ıdos com base no pressuposto da aleatoriedade dos transectos lineares ou pontuais na regi ˜ao de estudo. Da teoria da amostragem de populac¸ ˜oes finitas, sabe-se que quando as populac¸ ˜oes n ˜ao exibem um padr ˜ao regular, a amostragem sis- tem ´atica tende a reduzir a vari ˆancia dos estimadores e a subestimar a verdadeira vari ˆancia (Cochran, 1977, cap. 8).

Para avaliar o desempenho dos estimadores convencionais, da abund ˆancia ou densidade, da amostragem por dist ˆancias com a disposic¸ ˜ao aleat ´oria e sistem ´atica dos transectos em po- pulac¸ ˜oes que se distribuem de forma n ˜ao homog ´enea no terreno, geraram-se alguns cen ´arios populacionais diferentes considerando tr ˆes abordagens diferentes: i) os animais mant ˆem as suas posic¸ ˜oes na ´area de estudo; ii) os transectos s ˜ao os mesmos e a localizac¸ ˜ao dos animais varia;

e iii) os transectos est ˜ao fixos, mas a localizac¸ ˜ao dos animais varia bem como a dimens ˜ao da populac¸ ˜ao.

Os estimadores da vari ˆancia do estimador da abund ˆancia ou densidade habitualmente utiliza- dos s ˜ao: i) a vari ˆancia baseada no modelo Poisson, e portanto no pressuposto da distribuic¸ ˜ao espacial completamente aleat ´oria dos animais na ´area de estudo, ii) multiplicac¸ ˜ao da vari ˆancia anterior por um coeficiente, no caso de populac¸ ˜oes sobredispersas, ou iii) vari ˆancia emp´ırica, sendo este o estimador mais utilizado. Este ´ultimo estimador tamb ´em foi constru´ıdo com base no pressuposto da aleatoriedade no posicionamento dos transectos. Deste modo, realiza-se uma

(27)

an ´alise das propriedades dos estimadores i) e ii) nos cen ´arios populacionais anteriores.

Nos ´ultimos 20 anos tem-se verificado o interesse na aplicac¸ ˜ao da amostragem por dist ˆancias para estimar ungulados de montanha (Esc ´os e Alados, 1988; Palomarez e Ruiz-Martinez, 1993;

P ´erezet al., 1994; P ´erezet al., 2002a). Na utilizac¸ ˜ao deste m ´etodo em terrenos montanhosos de altimetria variada, coloca-se um problema ao n´ıvel das medic¸ ˜oes efectuadas: as dist ˆancias aos animais s ˜ao medidas com instrumentos que incorporam a diferenc¸a entre o n´ıvel do observador e o n´ıvel do animal detectado, dist ˆancia inclinada, mas a ´area ´e determinada a partir da projecc¸ ˜ao da regi ˜ao de estudo num plano horizontal e o comprimento do caminho percorrido umas vezes corresponde `a dist ˆancia realmente percorrida, outras `a dist ˆancia projectada no plano horizon- tal. A projecc¸ ˜ao de todas as dist ˆancias e ´areas das superf´ıcies num plano, ´e para al ´em de uma soluc¸ ˜ao simples a ´unica que muitas vezes se pode realizar devido ao desconhecimento da func¸ ˜ao que descreve a superf´ıcie topogr ´afica da ´area coberta. No entanto, e tendo em considerac¸ ˜ao que os animais s ˜ao detectados com base na dist ˆancia inclinada ao observador ou transecto linear, mostra-se aqui que as dist ˆancias perpendiculares (obtidas pela projecc¸ ˜ao das dist ˆancias incli- nadas no plano horizontal) j ´a n ˜ao s ˜ao uniformemente distribu´ıdas, ao contr ´ario do que sucede na teoria convencional da amostragem por dist ˆancias, devido `a assimetria da dist ˆancia m ´axima de observac¸ ˜ao para ambos os lados do transecto. Deriva-se uma distribuic¸ ˜ao para estas dist ˆancias e prop ˜oe-se uma correcc¸ ˜ao no estimador convencional.

Finalmente, apresenta-se um plano de amostragem, que combina a amostragem por dist ˆan- cias com a amostragem adaptativa, alternativo ao delineamento em ziguezague proposto por Pollard (2002) para situac¸ ˜oes em que n ˜ao ´e poss´ıvel a sua utilizac¸ ˜ao, como sejam os terrenos montanhosos. Neste tipo de terrenos existem zonas com boa visibilidade e outras onde a vis- ibilidade ´e muito reduzida quer devido `a irregularidade do terreno quer `a forte densidade de vegetac¸ ˜ao, o que dificulta a detecc¸ ˜ao dos animais (P ´erezet al., 2002). Neste tipo de situac¸ ˜oes n ˜ao ´e f ´acil proceder `a estratificac¸ ˜ao do terreno, justificando-se a implementac¸ ˜ao de um plano de amostragem por dist ˆancias adaptativo. O delineamento que propomos consiste em percorrer um transecto linear e quando os intervalos entre detecc¸ ˜oes consecutivas s ˜ao inferiores ao que se- ria esperado caso os animais estivesses distribu´ıdos de forma completamente aleat ´oria na ´area coberta, o observador efectua uma amostragem em transecto pontual. Este plano consiste as- sim na combinac¸ ˜ao da amostragem por transectos lineares com os transectos pontuais de forma adaptativa, onde se aplica um maior esforc¸o de amostragem nas ´areas de maior densidade po- pulacional.

(28)

1.2 Estrutura do trabalho

Este trabalho encontra-se organizado em 6 cap´ıtulos, para al ´em de uma apresentac¸ ˜ao da nota- c¸ ˜ao e abreviaturas utilizadas e dos ap ˆendices.

Depois deste cap´ıtulo introdut ´orio, onde se descreveram os objectivos e se realizou uma breve revis ˜ao hist ´orica da amostragem por dist ˆancias e da amostragem adaptativa, no segundo cap´ıtulo efectua-se uma revis ˜ao dos conceitos base destas t ´ecnicas de amostragem, bem como da teoria e pressupostos subjacentes.

No terceiro cap´ıtulo procede-se `a avaliac¸ ˜ao do desempenho dos estimadores convencionais da amostragem por dist ˆancias e da vari ˆancia da taxa de encontro (neste caso apenas para os transectos lineares) quando a populac¸ ˜ao se distribui de forma n ˜ao homog ´enea no terreno.

O cap´ıtulo 4 ´e dedicado `a utilizac¸ ˜ao da amostragem por dist ˆancias em terrenos montanhosos.

Foca-se a problem ´atica das diferentes medidas lidas pelos v ´arios instrumentos de medic¸ ˜ao, da estimac¸ ˜ao das diversas superf´ıcies e a n ˜ao uniformidade das dist ˆancias perpendiculares. Face a este resultado, ´e apresentada uma proposta de correcc¸ ˜ao no estimador convencional da proba- bilidade de detecc¸ ˜ao e estudamos o seu desempenho.

No quinto cap´ıtulo apresentam-se planos de amostragem que combinam a amostragem por transectos lineares com transectos pontuais de forma adaptativa. Discutem-se as suas principais vantagens e desvantagens, com especial incid ˆencia sobre a facilidade de realizac¸ ˜ao por parte dos observadores. Apresenta-se a forma geral da verosimilhanc¸a para os planos de amostragem que se julgam ser mais f ´aceis de implementar.

Apesar de em todos os cap´ıtulos se apresentar uma introduc¸ ˜ao ao assunto em an ´alise, as respectivas conclus ˜oes e desenvolvimentos futuros (no contexto espec´ıfico de cada cap´ıtulo), no cap´ıtulo 6 efectua-se um resumo das conclus ˜oes de todo o trabalho desenvolvido.

(29)

Cap´ıtulo 2

Alguns conceitos fundamentais

2.1 Introduc¸ ˜ao

A elaborac¸ ˜ao de censos populacionais ´e quase sempre invi ´avel quer por quest ˜oes de log´ıstica,

`as quais est ˜ao muitas vezes associadas elevados custos, ou disponibilidade de tempo, quer pela exist ˆencia de factores que condicionam a detectabilidade e consequentemente a exist ˆencia de erros na contagem. As t ´ecnicas de amostragem revelam-se assim de grande import ˆancia uma vez que permitem aferir sobre a abund ˆancia ou densidade de animais ou plantas, tendo por base a informac¸ ˜ao recolhida apenas sobre uma parte dessa populac¸ ˜ao, designando-se este processo por estimac¸ ˜ao. Denomina-se por estimador uma vari ´avel aleat ´oria que depende da informac¸ ˜ao amostral e cujas realizac¸ ˜oes permitem obter estimativas para os par ˆametros desconhecidos da populac¸ ˜ao.

O estudo das propriedades dos estimadores, tais como o valor esperado, a vari ˆancia, o en- viesamento entre outras, pode ser realizado com base nas probabilidades de selecc¸ ˜ao intro- duzidas pelo delineamento amostral adoptado, designando-se por abordagem baseada no delin- eamento ou sustentado em pressupostos elaborados sobre a populac¸ ˜ao, que se denomina por abordagem baseada no modelo (Thompson, 1992, cap. 10). A principal diferenc¸a entre estas duas abordagens resulta ent ˜ao do facto de:

Na abordagem baseada no delineamento assume-se que os valores da caracter´ıstica de interesse s ˜ao fixos, para todos os elementos da populac¸ ˜ao, e a aleatoriedade resulta da forma como estes elementos s ˜ao seleccionados;

Na abordagem baseada no modelo os valores da caracter´ıstica de interesse, nos elemen-

(30)

tos da populac¸ ˜ao, s ˜ao encarados como aleat ´orios e a derivac¸ ˜ao das propriedades dos estimadores depende da func¸ ˜ao de probabilidade conjunta destas vari ´aveis aleat ´orias.

Neste cap´ıtulo apresentam-se inicialmente os estimadores comummente utilizados na amos- tragem baseada num delineamento com probabilidades desiguais. Segue-se uma breve exposic¸ ˜ao da amostragem por dist ˆancias, cujos estimadores podem ser encarados como um caso particular dos apresentados na secc¸ ˜ao anterior, bem como dos desenvolvimentos mais relevantes para a continuidade deste trabalho, como sejam os modelos espaciais da amostragem por dist ˆancias e a amostragem por dist ˆancias adaptativa.

2.2 Amostragem com probabilidades desiguais

Por vezes os elementos da populac¸ ˜ao t ˆem probabilidades diferentes de serem inclu´ıdos na amostra, que podem resultar de caracter´ısticas espec´ıficas dos elementos, por exemplo o tama- nho, ou serem impostas com a atribuic¸ ˜ao de uma probabilidade de inclus ˜ao maior aos elementos

“mais importantes” (Thompson, 1992, p ´ag. 46).

A utilizac¸ ˜ao de probabilidades de inclus ˜ao desiguais deve ser tomada em considerac¸ ˜ao na forma dos estimadores de modo que verifiquem as propriedades desejadas e, se poss´ıvel, at ´e obter ganhos significativos na precis ˜ao, relativamente aos estimadores com probabilidades iguais.

Em 1943, Hansen e Hurwitz propuseram um estimador baseado no delineamento para a amostragem com reposic¸ ˜ao e mais tarde, em 1952, Horvitz e Thompson introduziram um estimador v ´alido para planos de amostragem com ou sem reposic¸ ˜ao.

2.2.1 Estimadores Hansen-Hurwitz

Considere-se a selecc¸ ˜ao aleat ´oria com reposic¸ ˜ao de uma amostrasdenanimais duma populac¸ ˜ao de dimens ˜aoN, em que a probabilidade doi- ´esimo animal ser seleccionado da populac¸ ˜ao ´epi, parai= 1, ..., N e∑N

i=1pi = 1. O estimador n ˜ao enviesado para a dimens ˜ao da populac¸ ˜ao,N, proposto por Hansen e Hurwitz (1943) ´e

Nˆ = 1 n

is

1 pi

, (2.1)

com vari ˆancia dada por

V ar [Nˆ

]

= 1 n

N i=1

pi (1

pi −N )2

. (2.2)

(31)

Uma estimativa n ˜ao enviesada da vari ˆancia ´e dada por V ard

[Nˆ ]

= 1

n(n1)

is

pi

(1 pi −Nˆ

)2

. (2.3)

Quando as probabilidades de selecc¸ ˜ao s ˜ao desconhecidas, e por conseguinte t ˆem de ser estimadas, o estimador diz-se do tipo Hansen-Hurwitz. Este estimador j ´a n ˜ao ´e centrado e n ˜ao existe uma express ˜ao anal´ıtica para a sua vari ˆancia, pelo que tem de ser aproximada pelo m ´etodo delta (Casela e Berger, 2002, p ´ag. 240) ou pelo m ´etodo de re-amostragembootstrap (Efron, 1981).

2.2.2 Estimadores Horvitz-Thompson

O estimador proposto por Horvitz-Thompson (1952) pode ser utilizado em delineamentos com e sem reposic¸ ˜ao. Sejapi, para i= 1, ..., N, a probabilidade doi- ´esimo animal da populac¸ ˜ao ser inclu´ıdo na amostra. O estimador n ˜ao enviesado para o tamanho da populac¸ ˜ao ´e

Nˆ =∑

isυ

1

pi, (2.4)

ondesυrepresenta a amostra composta apenas pelosυanimais distintos inclu´ıdos na amostra inicial, designando-se habitualmenteυpor tamanho efectivo da amostra. Deste modo, este es- timador n ˜ao depende do n ´umero de vezes que cada animal ´e seleccionado dado que cada ele- mento ´e utilizado apenas uma vez. A vari ˆancia deste estimador ´e dada por

V ar [Nˆ

]

=

N i=1

(1−pi pi

) +

N i=1

j̸=i

(pij−pipj pipj

)

. (2.5)

ondepikrepresenta a probabilidade de inclus ˜ao conjunta das unidadesiek.

Um estimador n ˜ao enviesado da vari ˆancia ´e dado por V ard

[Nˆ ]

=∑

isυ

(1−pi pi2

)

+∑

isυ

j̸=i

(pij−pipj pipj

) 1

pij. (2.6)

caso todas as probabilidades de inclus ˜ao conjuntas sejam n ˜ao nulas. De salientar que esta vari ˆancia pode por vezes dar estimativas negativas, pelo que existem aproximac¸ ˜oes alternativas enviesadas, mas que d ˜ao estimativas n ˜ao negativas para a vari ˆancia.

A semelhanc¸a do estimador anterior, quando as probabilidades de inclus ˜ao s ˜ao desconheci-` das, e por conseguinte t ˆem de ser estimadas, o estimador diz-se do tipo Horvitz-Thompson. Este estimador n ˜ao ´e centrado e n ˜ao existe uma express ˜ao anal´ıtica para a sua vari ˆancia, pelo que tem de ser aproximada pelo m ´etodo delta ou por m ´etodos de reamostragem.

(32)

2.3 Amostragem por dist ˆancias

A amostragem por dist ˆancias ´e uma t ´ecnica utilizada para estimar a densidade ou abund ˆancia de animais numa determinada ´area de estudo,A, com base nas dist ˆancias aos animais detectados.

Os dois principais m ´etodos de amostragem por dist ˆancias s ˜ao os transectos lineares (Figura 2.1) e os transectos pontuais (Figura 2.2) onde o observador percorre uma s ´erie de linhas, habi- tualmente rectas, ou pontos aleat ´orios, respectivamente, e regista a dist ˆancia perpendicular, ou radial, dos animais detectados `a linha, ou ponto. Nos transectos lineares, representa-se por2w a largura da faixa observada, sendow a dist ˆancia de cada um dos lados `a linha central que ´e percorrida pelo observador. Nos transectos pontuais,wrepresenta o raio do circulo amostrado e o observador realiza as detecc¸ ˜oes a partir do ponto central do c´ırculo.

Figura 2.1: Exemplificac¸ ˜ao da amostragem com 1 transecto linear numa regi ˜ao de estudo. Os pontos representam os animais existentes nessa regi ˜ao. O observador percorre uma linha (a tracejado) observando a ´area rectangular a sombreado com largura2w. Os animais detectados est ˜ao identificados com a dist ˆancia perpendicularymedida.

Na pr ´atica, na amostragem por transectos lineares, em vez da dist ˆancia perpendicular o ob- servador regista o ˆanguloβ e a dist ˆancia radial de avistamentor, obtendo-se depois a dist ˆancia perpendicular atrav ´es da relac¸ ˜aoy=rsenβ(Figura 2.3).

Nestes m ´etodos de amostragem assume-se que nem todos osNcanimais na ´area coberta, a, s ˜ao detectados e que apenas ´e observada uma parte da ´area de estudo,A. Denotando-se por Pa a probabilidade de detecc¸ ˜ao, porPc a probabilidade de cobertura eno n ´umero de animais

(33)

Figura 2.2: Exemplificac¸ ˜ao da amostragem com 1 transecto pontual numa regi ˜ao de estudo. Os pontos representam os animais existentes nessa regi ˜ao. O observador permanece durante um certo per´ıodo de tempo num local (centro do c´ırculo) observando a ´area circular a sombreado com raiow. Os animais detectados est ˜ao identificados com a dist ˆancia radialrmedida.

Figura 2.3: Dist ˆancias e ˆangulos medidos numa amostragem por dist ˆancias, onde o asterisco representa a localizac¸ ˜ao inicial do animal detectado: dist ˆancia radial, r, entre o observador e o animal detectado; ˆangulo,β, de avistamento formado entre o animal detectado e o transecto linear; e a dist ˆancia perpendicular,y.

detectados, o estimador da abund ˆancia de animais,Nˆ, na ´area observada de estudo ´e dado por Nˆ = n

PcPˆa

, (2.7)

(Bucklandet al., 2004, p ´ag. 8) e, portanto, estimador da densidade de animais ´e Dˆ = n

APcPˆa

. (2.8)

De um modo geral a probabilidade de cobertura,Pc, ´e conhecida e dada pora/A. A proba- bilidade de detecc¸ ˜ao,Pa, ´e estimada a partir duma func¸ ˜ao de detecc¸ ˜aogajustada `as dist ˆancias observadas, ondeg(x)representa a probabilidade de detectar um animal dado que este se en- contra `a dist ˆancia gen ´ericax, e da f.d.p. φ das dist ˆancias a todos os animais (detectados ou

(34)

n ˜ao). SejaX a vari ´avel aleat ´oria (v. a.) que representa a dist ˆancia ao animal eIuma vari ´avel indicatriz tal queI= 1se o animal ´e detectado e zero caso contr ´ario. Ent ˜ao

g(x) = lim

dx0+P(I= 1|X∈(x, x+dx]), (2.9)

φ(x) = lim

dx0+

P(X (x, x+dx])

dx , (2.10)

e

Pa=

w 0

g(x)φ(x)dx. (2.11)

(Seber, 2001; Borcherset al., 2002, p ´ag. 139).

A medida que aumenta a dist ˆancia entre o observador e os animais, ´e natural que diminua a` capacidade de detecc¸ ˜ao do observador. Desta forma, ´e habitual considerar-se que a func¸ ˜ao de detecc¸ ˜aog ´e decrescente com o aumento das dist ˆancias. Dado tratar-se de uma probabilidade, esta func¸ ˜ao tem de verificar0≤g(x)≤1para0≤x≤w.

No processo de estimac¸ ˜ao da func¸ ˜aog(x), a presenc¸a de dist ˆancias at´ıpicas dificultam este processo. Para ultrapassar esta dificuldade ´e usual truncar parte das maiores dist ˆancias obser- vadas, definindo-se assimwcomo a dist ˆancia de truncatura `a direita.

De referir que tamb ´em pode haver necessidade de truncar as dist ˆancias mais pequenas. Por exemplo, nas amostragens a ´ereas o observador apenas consegue observar os objectos a partir de certa dist ˆancia, uma vez que n ˜ao consegue observar directamente para baixo da aeronave (Alldregde e Gates, 1985).

A func¸ ˜ao densidade de probabilidade (f. d. p.),f(x), das dist ˆancias detectadas `a linha ou ponto ´e

f(x) = lim

dx0+

P(X(x, x+dx]|I= 1) dx

= lim

dx0+

P(I= 1|X (x, x+dx])P(X (x, x+dx])/dx P(I= 1)

= g(x)φ(x)

w

0 g(x)φ(x)dx

= g(x)φ(x) Pa

. (2.12)

Contudo, existem muitos factores que podem influenciar a func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao, como sejam por exemplo o tempo despendido num ponto de observac¸ ˜ao, a altitude de voo, o comprimento dos transectos, a tipologia de terreno, o tamanho do grupo (se for o caso), entre muitos outros.

Nessas situac¸ ˜oes justifica-se a inclus ˜ao de vari ´aveis auxiliares, designadas por covari ´aveisZ, na

(35)

func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao que permitam melhorar o seu ajuste (Marques e Buckland, 2003). A f.d.p.

conjunta das dist ˆancias detectadas e covari ´aveis associadas ´e f(x, z) = g(x, z)φ(x, z)

∫ ∫g(x, z)φ(x, z)dxdz. (2.13)

ondeg(x, z) representa a probabilidade de detectar um animal `a dist ˆancia gen ´ericaxcom co- vari ´aveiszeφ(x, z)a f.d.p. conjunta deX eZ na populac¸ ˜ao (Bucklandet al., 2004, p ´ag. 32).

Habitualmente a func¸ ˜ao densidade de probabilidade conjuntaφ(x, z)´e desconhecida, mas da teoria convencional da amostragem por dist ˆancias a func¸ ˜ao densidade de probabilidade marginal φ(x) ´e conhecida. Se a func¸ ˜aoφ(z)tamb ´em for conhecida eX eZforem independentes ent ˜ao φ(x, z) =φ(x)φ(z)e (2.13) pode escrita como

f(x, z) =∫ ∫ g(x, z)φ(x)φ(z)

g(x, z)φ(x)φ(z)dxdz. (2.14)

Todavia, de um modo geral, a func¸ ˜aoφ(z)tamb ´em ´e desconhecida e portanto tem de ser esti- mada.

Uma abordagem alternativa que evita o conhecimento da func¸ ˜aoφ(z) ´e a infer ˆencia condi- cionada nos valores observados deZ observando que (Bucklandet al., 2004, p ´ag. 33):

f(z) = φ(z)

g(x, z)φ(x)dx

∫ ∫g(x, z)φ(x)φ(z)dxdz (2.15)

e

f(x|z) = f(x, z)

f(z) = g(x, z)φ(x)

g(x, z)φ(x)dx. (2.16)

Quando os animais t ˆem tend ˆencia para formar grupos bem definidos, ent ˜ao considera-se quen ´e o n ´umero de grupos detectados, a abund ˆancia estimada de grupos,Ns, ´e dada pela a equac¸ ˜ao (2.7) e a estimativa para a abund ˆancia de animais ´e obtida multiplicando a estimativa anterior pelo n ´umero m ´edio estimado de indiv´ıduos por grupo,Eˆ[s], ou seja,

Nˆ = nEˆ[s]

PcPˆa

. (2.17)

A detectabilidade dos grupos pode estar relacionada com a dist ˆancia a que estes se en- contram. Por exemplo, os grupos de maior dimens ˜ao podem ser detectados mais facilmente a grandes dist ˆancias, do que os grupos pequenos, obtendo-se uma m ´edia da dimens ˜ao dos grupos superior `a real. Deste modo, no caso em que n ˜ao existe enviesamento,E[s]pode ser estimado pela m ´edia aritm ´etica da dimens ˜ao dos grupos, i.e.Eˆ[s] = ¯s. Quando existe enviesamento deve optar-se por outros m ´etodos de estimac¸ ˜ao deE[s](ver por exemplo Buckland et al., 2001, p ´ag.

71-76).

(36)

2.3.1 Pressupostos

A teoria cl ´assica da amostragem por dist ˆancias baseia-se nos seguintes pressupostos:

1. Todos os animais sobre a linha ou ponto s ˜ao detectados, i.e.,g(0) = 1.

2. Os animais s ˜ao detectados na sua localizac¸ ˜ao inicial antes de efectuarem qualquer movi- mento em reacc¸ ˜ao ao observador.

3. As dist ˆancias e ˆangulos (caso sejam necess ´arios) s ˜ao medidos correctamente.

Assume-se ainda que os transectos s ˜ao colocados de forma aleat ´oria relativamente `a distribuic¸ ˜ao dos animais na ´area de estudo.

Estes pressupostos nem sempre se cumprem e ignorar a sua violac¸ ˜ao origina estimadores enviesados. Bucklandet al.(2001, p ´ag 29-37) discutem detalhadamente estes pressupostos e as implicac¸ ˜oes da sua violac¸ ˜ao e em Bucklandet al. (2004) s ˜ao apresentados os desenvolvimentos te ´oricos mais recentes onde se relaxam alguns destes pressupostos.

Aqui enunciam-se apenas algumas situac¸ ˜oes, e respectivas consequ ˆencias, em que estes pressupostos s ˜ao violados:

1. Nem sempre todos os animais sobre a linha ou ponto s ˜ao detectados, ou seja,g(0)<1, pois podem por exemplo n ˜ao estar vis´ıveis e, consequentemente, n ˜ao ser ˜ao detectados. Se tal n ˜ao for considerado no processo de estimac¸ ˜ao, a abund ˆancia ser ´a subestimada. A violac¸ ˜ao deste pressuposto originou severas cr´ıticas, tendo Pollock e Kendall (1987) posto em causa a utilidade deste m ´etodo de amostragem e recomendado antes a utilizac¸ ˜ao de m ´etodos de reavistamento e recaptura. Alpizar-Jara e Pollock (1996, 1999) prop ˜oem a combinac¸ ˜ao da amostragem por dist ˆancias com modelos de captura-recaptura para estimar o valor deg(0) e Borchers et al. (1998) generalizam alguns destes modelos combinados.

2. Palka (1993) observou que perante a movimentac¸ ˜ao dos animais em resposta `a presenc¸a do observador, obt ˆem-se estimadores da abund ˆancia ou densidade enviesados. Mais con- cretamente, quando o movimento ´e de repulsa, os animais s ˜ao detectados a dist ˆancias afastadas do observador e, consequentemente, os estimadores tendem a ser enviesados negativamente. Se pelo contr ´ario os animais s ˜ao atra´ıdos pelo observador, os estimadores tendem a ser enviesados positivamente.

3. Muitos observadores t ˆem tend ˆencia para arredondar as dist ˆancias a que os animais s ˜ao detectados. Nesta situac¸ ˜ao aconselha-se `a formac¸ ˜ao de classes de dist ˆancias de modo a

(37)

que este efeito seja anulado. A exist ˆencia de erros sistem ´aticos na medic¸ ˜ao das dist ˆancias, com o registo de dist ˆancias superiores ou inferiores `as reais, conduz `a subestimac¸ ˜ao ou sobrestimac¸ ˜ao da densidade, respectivamente. Alpizar-Jara (1997), Chen (1998), Chen e Cowling (2001), Marques (2004) e Marques (2007) propuseram v ´arias formas para corrigir o estimador da densidade na presenc¸a de erros.

2.3.2 Transectos lineares

Na amostragem por transectos lineares, o observador percorre uma linhak, ou uma s ´erie de Klinhas, de comprimentolk,k = 1, ..., K, e regista as dist ˆancias perpendiculares aos animais que detecta `a esquerda e `a direita dessa linha. A ´area total observada ´ea = 2wL, onde w corresponde a metade da largura da faixa pesquisada ou `a dist ˆancia de truncatura, eL=∑K

k=1lk

ao comprimento total da linha. Deste modo, a probabilidade de coberturaPc ´e dada por Pc= a

A =2wL

A . (2.18)

A probabilidade de um animal estar na faixa amostrada e no intervalo de dist ˆancia(y, y+dy) (ondedy ´e relativamente pequeno) ´e

φ(y)dy=2Ldy 2Lw = 1

wdy, 0≤y≤w, (2.19)

ou seja, a ´area de uma faixa incrementada `a dist ˆanciayda linha ´eLdy, independentemente do y, pelo que a diferenc¸a entre a f.d.p. das dist ˆanciasf(y)e a func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao g(y) ´e apenas ao n´ıvel da escala.

Tendo em conta (2.11), a probabilidade de detecc¸ ˜ao na faixa ´e dada por Pa=

w 0

g(y)φ(y)dy= µ

w, (2.20)

onde

µ=

w 0

g(y)dy, (2.21)

que se designa por largura efectiva da faixa (na realidade, metade da largura efectiva) e ´e des- conhecida.

Com base no pressuposto 1,g(0) = 1, e considerando (2.12) e (2.20) obt ´em-se f(0) = 1

µ. (2.22)

Ent ˜ao, a probabilidade de detecc¸ ˜ao ´e estimada por Pˆa= µˆ

w = 1

wfˆ(0). (2.23)

(38)

Substituindo em (2.7) e (2.8), os estimadores convencionais da abund ˆancia e densidade de animais na amostragem por transectos lineares s ˜ao, respectivamente,

Nˆ = nAfˆ(0)

2L , (2.24)

e

Dˆ =nfˆ(0)

2L . (2.25)

2.3.3 Transectos pontuais

Na amostragem de transectos pontuais, considerando que se observaram objectos at ´e `a dist ˆan- cia radialw, relativamente ao ponto, a ´area coberta em cada ponto ´eπw2. Deste modo, com a realizac¸ ˜ao deKtransectos pontuais a ´area total coberta ´ea=Kπw2, sendo a probabilidade de cobertura dada por

Pc= a

A =Kπw2

A . (2.26)

Nos transectos pontuais a probabilidade de um animal estar no circulo amostrado e no inter- valo de dist ˆancia(r, r+dr)(ondedr´e relativamente pequeno) no c´ırculo amostrado, depende do valor da dist ˆanciar, pois um aumento na dist ˆanciarao ponto tem ´area2πrdr, pelo que

φ(r)dr=2πrdr

πw2 , 0≤r≤w. (2.27)

Deste modo, substituindo em (2.11), a probabilidade de detecc¸ ˜ao ´e dada por Pa = 2π

πw2

w 0

rg(r)dr= ρ

πw2, (2.28)

onde

ρ= 2π

w 0

rg(r)dr. (2.29)

que se designa por ´area efectiva de observac¸ ˜ao e ´e desconhecida.

Com base no pressuposto i), g(0) = 1, e considerando as igualdades (2.12), (2.27), (2.28) verifica-se que

h(0) =f(0) =limr0f(r) r = 2

ρ. (2.30)

(Bucklandet al., 2001, p ´ag. 193).

Substituindo em (2.7) e (2.8), os estimadores convencionais da abund ˆancia e densidade de animais na amostragem por transectos pontuais s ˜ao, respectivamente,

Nˆ =nAh(0)ˆ

2Kπ , (2.31)

(39)

e

Dˆ =nh(0)ˆ

2Kπ . (2.32)

2.3.4 Estimac¸ ˜ao da probabilidade de detecc¸ ˜ao

A estimac¸ ˜ao da probabilidade de detecc¸ ˜ao,Pa, ´e realizada a partir das dist ˆancias perpendiculares ou radiais aos animais detectados. Assume-se um modelo para a func¸ ˜ao de detecc¸ ˜aog(x)e os seus par ˆametros s ˜ao estimados pelo m ´etodo da m ´axima verosimilhanc¸a, atrav ´es por exemplo do m ´etodo de Newton-Raphson quando n ˜ao existe uma forma fechada para estes estimadores.

Genericamente, a func¸ ˜ao de detecc¸ ˜ao resulta da conjugac¸ ˜ao de duas func¸ ˜oes: func¸ ˜ao chave (Chave(x)) e expans ˜ao em s ´erie (Serie(x))

g(x)∝Chave(x)[1 +Serie(x)]. (2.33)

(Buckland, 1992). A func¸ ˜ao chave ´e uma func¸ ˜ao simples que descreve o comportamento gen ´erico dos dados. Para melhorar o ajustamento deste modelo utiliza-se uma forma mais flex´ıvel, desig- nada por expans ˜ao em s ´erie.

A qualidade do estimador da densidade ou da abund ˆancia est ´a fortemente dependente da qualidade das detecc¸ ˜oes `a dist ˆancia zero, ou pr ´oximas de zero. Quando o histograma das dist ˆancias observadas n ˜ao apresenta um ombro junto da dist ˆancia zero, ´e vulgar obter esti- mativas com um modelo ajustado que s ˜ao o dobro das obtidas com outro modelo (Buckland et al., 2004, p ´ag. 335). Deste modo, um dos crit ´erios adoptados para a escolha de poss´ıveis func¸ ˜oes de detecc¸ ˜ao ´e que estas devem descrever um ombro junto da dist ˆancia zero. Habitual- mente consideram-se as seguinte func¸ ˜oes chave: uniforme, semi-normal ou taxa de risco; e as seguintes expans ˜oes em s ´erie: coseno, polinomial simples e polinomial de Hermite.

A metodologia utilizada para encontrar a func¸ ˜aog(x)que melhor se ajusta as dist ˆancias ob- servadas pode ser resumida nas seguintes etapas:

1. Identificac¸ ˜ao: Com base, por exemplo, na inspecc¸ ˜ao visual do histograma, seleccionar a func¸ ˜ao chave que melhor se identifica com o comportamento do histograma. Caso seja necess ´ario, considerar ainda uma expans ˜ao em s ´erie.

2. Estimac¸ ˜ao: Esta etapa consiste na estimac¸ ˜ao dos par ˆametros da func¸ ˜ao chave e das ex- pans ˜oes em s ´erie, identificadas na etapa anterior.

3. Avaliac¸ ˜ao: A qualidade do ajustamento do modelo considerado ´e avaliada com a realizac¸ ˜ao

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