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IMBERT, Patrick. Trajectoires culturelles transaméricaines. Les Presses de l"Université d'Ottawa, 2004.

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Patrick Imbert, Trajectoires culturelles transaméricaines: médias, publicité, littérature et

mondialisation. Ottawa: Les Presses de l’Université d’Ottawa, 2004. 342 p.

Zilá Bernd UFRGS e ICCS-CIEC A última publicação de

Patrick Imbert, escritor, crítico literário e titular da cátedra

“Canada: enjeux sociaux et culturels dans une société du savoir” da Universidade de Ottawa, revela a mesma necessidade já comprovada nas suas 11 obras não-ficcionais anteriores: a obsessão de dar ao leitor grande número de infor- mações, exemplos e comprova- ções de suas afirmações, o que a torna uma obra incontornável para todos aqueles que se interessam por temas ligados à mídia, à publicidade, à literatura e à globalização.

Como se pode ler na contracapa da publicação, “os deslocamentos geográficos e simbólicos são hoje em dia legitimados. Eles permitem a transformação das identidades, outrora enraizadas em um

território e imagens plurais. Os deslocamentos dinamizam um pensamento transversal, abrindo as portas do reconhecimento do outro. Contudo, eles também podem levar à delimitação do que não é aceitável no outro, nas democracias e nas dinâmicas das novas culturas globalizadas.

Surgem então determinadas questões abordadas por René Girard, Homi Bhabha ou Néstor García Canclini. Em que se transformam as culturas do continente americano na era pós- moderna ou pós-colonial na Nova Economia? Como circular entre a profusão dos discursos especializados e o grande público? Escapar ao dualismo e visar o terceiro permitirá uma democratização dos saberes cada vez mais complexos? São questões desenvolvidas através dos discursos publicitários, dos

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textos de vulgarização econô- micos e da literatura. Para responder a estas questões, a presente obra tira seus exemplos da Argentina, do Brasil, da Bolívia, do Chile, do Canadá, dos Estados Unidos, do México e da Venezuela, entre outros, testemunhas privilegiadas da movência contemporânea das Américas”.

No primeiro capítulo são abordadas questões sobre os discursos e as imagens de si, com ênfase para os discursos ditos da pós-modernidade e/ou da pós-colonialidade, com base em referencial teórico que vai de Platão a autores como Girard, Bhabha, Canclini e muitos outros. As questões de hibrida- ção e do que o autor chama de efeito camaleão são amplamente debatidas.

No segundo capítulo, o autor trata de temas como a cultura, o território e a proprie- dade, as diferentes formas de representação, a territorialização e os deslocamentos.

Já no terceiro capítulo, a ênfase é dada aos chamados discursos duplos, às bi- discursividades, à luta entre os discursos religiosos, os discursos da esquerda, a crise do libera- lismo e dos símbolos públicos e seu futuro.

No último e mais longo capítulo, é a vez de questionar as produções de significação e ima-

gens de si e nas redes de contato.

Economia, bi-discursividade, intertextos e ressemantizações são tratadas sempre de forma erudita, mas com o acréscimo de exemplos que tornam mais pala- tável uma nomenclatura complexa que exige um amplo repertório de leituras teóricas prévias.

Na conclusão, o professor Patrick Imbert nos dá soberbas lições sobre temas fulcrais da contemporaneidade, como o das migrações discursivas. Apresenta também sua visão do multi- culturalismo, salientando a impor- tância das críticas formuladas por Neil Bissoondath em seu livro de 1995 Selling illusions – em francês, Le marché aux illusions (Boréal, 1995). Suas conclusões apontam para uma visão da sociedade canadense voltada cada vez mais para o futuro, preocupando-se com as reorganizações geo-simbólicas, em vez de considerar-se apenas vinculada a um território e a culturas tradicionais. Afirma o autor à página 314: “Esse futuro permite interações culturais funda- das no fato de que as finalidades pragmáticas são compartilhadas pela via do reconhecimento dos textos de base e das políticas que lhes são concomitantes”. Compara habilmente o alcance de textos literários, econômicos e publici- tários, para afirmar que os discursos especializados e os de vulgarizacão (best-sellers) se

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complementam, pois os leitores circulam entre eles a fim de apreender as múltiplas imagens relacionais de si mesmos em constantes deslocamentos. “O nomadismo discursivo é um dos elementos que reforçam o lado

‘abstrato’ das relações sociais a fim de estabelecer novas conexões

neste cérebro mundial que é o planeta governado por seus cen- tros urbanos. Esse lado abstrato é explorado ao mesmo tempo em um novo diálogo intercultural em que a alteridade e suas complexi- dades se tornaram pontos de dis- cussão incontornáveis” (p. 316).

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