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Bananicultura como alternativa de diversificação e sustentabilidade da fruticultura para fins agroindustriais no Espírito Santo.

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Academic year: 2021

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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BANANICULTURA COMO ALTERNATIVA DE DIVERSIFICAÇÃO E

SUSTENTABILIDADE DA FRUTICULTURA PARA FINS AGROINDUSTRIAIS NO

ESPÍRITO SANTO

1

Adelaide de F. S. da Costa

1

; Aureliano Nogueira da Costa

2

; José Aires Ventura

3

1Enga Agra, Doutora em Fitotecnia, Pesquisada do Incaper; 2Eng. Agr., Doutor em Solos e Nutrição de

Plantas, Pesquisador do Incaper; 3Eng. Agr., Doutor em Fitopatologia, Pesquisador do Incaper.

INTRODUÇÃO

O estado do Espírito Santo é caracterizado pela dominância da agricultura de base familiar com

baixa diversificação agropecuária, fator esse considerado limitante à estabilidade de renda dos

produtores rurais que utilizam em sua grande maioria mão-de-obra familiar.

Ações desenvolvidas no Estado para o desenvolvimento do Arranjo Produtivo de Fruticultura

apontam para o grande potencial da diversificação agrícola como alternativa para o

desenvolvimento sustentável, em razão da diversidade climática favorável ao cultivo de frutas

com grande demanda tanto para o consumo ‘in natura’ quanto para a industrialização

(VENTURA; GOMES, 2005).

A bananicultura, uma das atividades componentes do agronegócio fruticultura, destaca-se pela

grande importância social e econômica na região Sul do Estado, responsável pela geração de

emprego e renda, composta, na sua maioria, por produtores de base familiar envolvidos no

processo de produção e comercialização (COSTA et al, 2006).

A banana do subgrupo ‘Prata’ (grupo AAB) no Estado do Espírito Santo representa

aproximadamente 75% da área cultivada, porém tem aptidão de cultivo em todo Estado do

Espírito Santo. Além da banana prata é cultivada também banana do subgrupo ‘Terra’ (grupo

AAB) com as variedades ‘Terra’ e ‘Terrinha’, com 15% da área cultivada e concentrada na

região serrana do Estado, e do subgrupo ‘Cavendish’ (grupo AAA) com as variedades ‘Nanicão’,

‘Grande Naine’ e ‘Nanica’, com 5%, plantada na região litorânea (VENTURA; GOMES, 2005;

COSTA et al., 2006).

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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A possível entrada da Sigatoka-Negra no Espírito Santo tem como efeito imediato o aumento

significativo no custo de produção, uma vez que o seu controle é até sete vezes mais

dispendioso que o da sigatoka-amarela. A doença reduz a produtividade das bananeiras,

podendo chegar a até 100%, além de provocar a maturação precoce da fruta, afetando a sua

qualidade. Considerando-se que mais de 90% da produção de bananas no Espírito Santo é

originada de pequenas propriedades, a maioria de base familiar, e que o plantio é feito em

áreas acidentadas, que inviabilizam o controle químico tradicional, a sigatoka-negra adquire

grande importância social e econômica para as regiões produtoras (VENTURA et al. 2005).

O presente trabalho tem como objetivo introduzir as novas variedades de banana 'Japira' e

'Vitória' nos diferentes municípios do Espírito Santo para contribuir para o desenvolvimento

sustentável, através da diversificação das atividades agrícolas e econômicas das propriedades

de base familiar, visando assegurar e fortalecer a base econômica local, a inclusão social, o

manejo sustentável dos recursos naturais e a geração de emprego e renda.

METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos propostos foram instalados Pomares Clonais de bananeira nos 77

municípios do Estado, só não sendo contemplado o município de Vitória, por não ter áreas

agricultáveis.

Foram utilizadas as variedades ‘Japira’ e ‘Vitória’, resistentes a amarela, a

sigatoka-negra e ao mal-do-panamá, principais doenças da bananeira. Foram instaladas unidades com

200 plantas, sendo 100 plantas de cada genótipo. O espaçamento utilizado foi de 3 m x 3m.

Nas áreas declivosas utilizou-se curva de nível para proceder à abertura de covas.

As mudas matrizes foram provenientes de micropropagação (cultivo

in vitro)

, sendo

transplantadas para sacolas de polietileno preto, com substrato adequado para um bom

desenvolvimento inicial, passando por um período de aclimatação de 30 dias em viveiro.

A definição da utilização desses genótipos foi devido aos resultados obtidos quanto à

resistência a doenças no Espírito Santo, Bahia e Amazônia Ocidental (Quadro 1).

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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ULTIVARES

D

OENÇAS

Vitória

Japira

Pacovan

Prata

Sigatoka-negra

1

R

R

S

S

Sigatoka-amarela

1

R

R

S

S

Mal-do-Panamá

1

R

R

S

S

1 R- Resistente; S- Suscetível

QUADRO 1 - Resistência à doenças das cultivares Vitória e Japira, comparadas com as cultivares Prata e Pacovan, segundo a média dos dados coletados no Espírito Santo, Bahia e Amazônia Ocidental.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentro do modelo de implementação das ações programadas, para a estratégia operacional

das atividades, foram estabelecidas parcerias entre os setores públicos, representados pelo

Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) e pelas

Secretarias Municipais de Agricultura, e setores não-governamentais sem fins lucrativos, como

cooperativas e associações de produtores rurais, para definição da área de instalação dos

pomares clonais, acompanhamento e avaliações do desenvolvimento, do crescimento e dos

fatores de produção da bananeira, como técnicas de manejo, controle fitossanitário e colheita,

bem como avaliação econômica da cultura.

Foram realizados treinamentos e capacitações dos técnicos que acompanharam a instalação,

desenvolvimento e manejo cultural dos pomares clonais e reuniões com os produtores

selecionados para sessão das áreas para instalação dos pomares clonais mantendo-os em

constante atualização.

Foram também realizadas visitas técnicas de produtores aos pomares clonais nas diferentes

fases de desenvolvimento da cultura.

Dos pomares clonais instalados foram retiradas mudas de bananeira, de qualidade, para

distribuição aos produtores das comunidades onde estavam inseridos os pomares clonais.

Houve uma minimização do uso de agroquímicos, os quais são usados tradicionalmente nas

cultivares tradicionais susceptíveis, durante a condução das pomares.

Nos diversos pomares clonais implantados em condições edafoclimáticas distintas, para cada

região, as cultivares ‘Japira’ e ‘Vitória’ mantiveram a maioria de suas características, tanto de

desenvolvimento quanto de rendimento, permanecendo superiores à cultivar Prata e bastante

semelhantes à cultivar Pacovan (Quadro 2). Portanto, vieram suprir a grande deficiência do

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setor que é a obtenção de um material genético resistente à Sigatoka-Negra, doença que hoje

ameaça praticamente todo o território nacional, constituindo-se em uma nova alternativa

economicamente viável para os produtores e consumidores de banana (VENTURA et al. 2005).

C

ULTIVARES

C

ARACTERÍSTICAS

Vitória

Japira

Pacovan

Prata

AAAB

AAAB

AAB

AAB

Porte da planta

Alto

Alto

Alto

Alto

Peso do cacho (kg)

19,3

17,8

15,9

11,3

Frutos por penca

14

14

13

13

Pencas por cacho

7

7

7

7

Diâmetro do fruto (cm)

4,2

4,3

4,0

3,8

Espessura da casca (mm)

3,9

4,6

3,0

3,0

Amido nos frutos (%)

3,4

3,1

3,5

3,1

Acidez titulável-ATT ( %)

0,5

0,6

0,5

0,6

DIC

1

(nº)

114

115

129

120

Folhas na inflorescência

2

14,5

15,4

9,6

8,8

Folhas na colheita

2

11,4

10,3

1,2

1,8

1 DIC = Dias da inflorescência à colheita (número médio);

2 Sem a utilização de fungicidas para o controle do mal-de-sigatoka

QUADRO 2 - Principais características das cultivares Vitória e Japira, comparadas com as cultivares Prata e Pacovan.

As novas cultivares foram avaliadas em diferentes ecossistemas, no Espírito Santo (Incaper),

na Bahia (Embrapa Mandioca e Fruticultura) e no Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental),

sendo resistentes à sigatoka-amarela, à sigatoka-negra e ao mal-do-panamá.

Com praticamente o mesmo porte da 'Prata', são plantas vigorosas, podem ser cultivadas nos

mesmos espaçamentos e seguindo as mesmas recomendações técnicas usadas na ‘Prata’.

Apresentam bom perfilhamento, bom desenvolvimento e crescimento, produzindo frutos de

excelente qualidade para o mercado. Pelas análises químicas observadas no Quadro 1

observa-se que suas características relativas à acidez (ATT) e ao amido foram similares às da

banana 'Prata', tendo uma maior “vida de prateleira”, após a colheita, além de maior resistência

à antracnose, o que pode facilitar a sua adoção pelos produtores e preferência pelos

consumidores.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A instalação dos pomares clonais foi de suma importância para divulgar a bananicultura como

uma nova opção de diversificação das propriedades rurais.

Por meio da avaliação econômica da cultura os produtores puderam comprovar o sucesso do

investimento em bananicultura.

A introdução de genótipos diferenciados, resistentes às principais doenças, com produção de

frutos de boa qualidade que atendam as exigências do mercado, não só

in natura,

como

também processamento industrial, promoveu uma maior confiabilidade dos produtores rurais na

bananicultura como uma opção de diversificação da fruticultura e geração de renda.

A multiplicação de mudas matrizes via cultura de tecido possibilitou a obtenção de material

propagativo de qualidade superior promovendo a formação dos pomares clonais com maior

velocidade.

REFERÊNCIAS

COSTA, A. N. da; COSTA, A. de F. S. da; ARAÚJO, J. B. S.; MANGARAVITE, J. C. S.;

VENTURA, J. A.; MIRANDA, V. Recomendações técnicas para o cultivo da banana

orgânica. Vitória: INCAPER, 2006. 48 p. (Documentos, 144).

VENTURA, J. A.; GOMES, J. A. Recomendações técnicas para o cultivo de bananeira no

Estado do Espírito Santo. Vitória: INCAPER, 2005. 42 p. (Documentos, 141)

VENTURA, J.A.; SILVA, S.de O. E; GOMES, J.A.; ARLEU, R.J.; COSTA, H.; GASPAROTTO,

L.; PEREIRA, J.C.; PEREIRA, M.C.N.; PACOVA, B.E.V. Vitória e Japira: novas cultivares de

bananeira. Vitória: Incaper, 2005. 4p. (Documentos, 142).

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