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Cultura da batata-baroa (mandioquinha-salsa) : práticas da produção à pós-colheita [recurso eletrônico].

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Academic year: 2021

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CULTURA DA BATATA-BAROA

(MANDIOQUINHA-SALSA):

PRÁTICAS DA PRODUÇÃO À PÓS-COLHEITA

José Mauro de Sousa Balbino

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© 2018 - Incaper

Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural

Rua Afonso Sarlo, 160 - Bairro Bento Ferreira - CEP: 29052-010 - Vitória-ES - Brasil Caixa Postal: 391 - Telefones: (27) 3636-9888 / 3636-9846

www.incaper.es.gov.br / coordenacaoeditorial@incaper.es.gov.br ISBN 978-85-89274-30-2 Editor: Incaper Formato digital Dezembro 2018 Conselho Editorial Presidente - Gilson Tófano

Gerência de Transferência de Tecnologia e Conhecimento - Sheila Cristina Prucoli Posse Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - Luiz Carlos Prezotti

Gerência de Assistência Técnica e Extensão Rural - Celia Jaqueline Sanz Rodriguez Coordenação Editorial - Liliâm Maria Ventorim Ferrão (até setembro/2018)

Aparecida de Lourdes do Nascimento (a partir de setembro/2018)

Membros:

Anderson Martins Pilon (a partir de setembro/2018) André Guarçoni Martins

Cintia Aparecida Bremenkamp

Fabiana Gomes Ruas (a partir de setembro/2018) Gustavo Soares de Souza

José Aires Ventura

Marianna Abdalla Prata Guimarães Renan Batista Queiroz

Romário Gava Ferrão (até setembro/2018)

Projeto Gráfico e Capa: Cristiane Gianezi da Silveira

Diagramação: Cristiane Gianezi da Silveira / Rogério Guimarães Revisão Textual: Marcos Roberto da Costa

Ficha Catalográfica: Merielem Frasson da Silva

Fotos: As figuras que não apresentam fonte foram elaboradas/produzidas pelos próprios autores dos capítulos. Incaper - Biblioteca Rui Tendinha

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Elaborado por Merielem Frasson da Silva – CRB-6 ES/675

C968 Cultura da batata-baroa (mandioquinha-salsa) : práticas da produção à pós-colheita [recurso eletrônico] / organizador, José Mauro de Sousa Balbino. – Vitória, ES : Incaper, 2018.

126 p. : il. Color.

Sistema requerido: Adobe Reader

Modo de acesso: https://bibliotecaruitendinha.incaper.es.gov.br/ ISBN 978-85-89274-30-2

1. Espírito Santo (Estado). 2. Raiz Tuberosa. 3. salsa. 4. Fator de Produção. 5. Conservação. I. Balbino, José Mauro de Sousa. (org.). II. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. III. Título.

CDD: 635.1

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AGRADECIMENTOS

Os autores do livro agradecem:

Ao Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), pelo apoio técnico, financeiro e operacional para a elaboração desta obra.

Aos profissionais do Instituto, que disponibilizaram parte de seu tempo para con-tribuir para a precisão técnica e editoração deste livro, em especial à Coordenação Editorial e aos servidores ligados direta ou indiretamente à Gerência de Transferên-cia de Tecnologia e Conhecimento (GTTC), assim como aos revisores técnicos.

Ao ex-secretário de Agricultura do Município de Marechal Floriano e extensionista do Incaper, Ubaldino Saraiva, pelas contribuições durante o período em que esteve à frente dessa Secretaria, bem como ao ex-vice-prefeito José Onofre Pereira, pelo apoio a eventos em prol da Olericultura, em especial da cultura da batata-baroa. Ao sr. Dorgal de Aguiar Godinho, que por diversas vezes tem disponibilizado espa-ços em sua propriedade, contribuído para a realização de eventos técnicos e para avaliações diversas com a batata-baroa; ao sr. Elson Antônio De Nadai, que dispo-nibilizou parte de seu tempo para registros fotográficos para esta publicação em sua propriedade e ao sr. Marcos Roberto Cosmo, que também possibilitou registros fotográficos em sua infraestrutura de pós-colheita.

A todos os agricultores que trabalham com a Olericultura, em especial àqueles que vêm atuando de forma empreendedora para a melhoria da produtividade e da qua-lidade da cultura da batata-baroa, contribuindo para torná-la mais uma importante oportunidade de negócio.

Enfim, aos extensionistas, professores, pesquisadores e técnicos que, ao longo dos anos, vêm contribuindo para a geração e disponibilização de conhecimentos para a cultura da batata-baroa, bem como para a ampliação de sua visibilidade como um empreendimento de destaque dentro da Olericultura. Nesse particular, agrade-cemos ao pesquisador do Incaper Carlos Alberto Simões do Carmo, pelos anos de trabalho dedicados a essa cultura.

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APRESENTAÇÃO

O livro Cultura da batata-baroa (mandioquinha-salsa): práticas da produção à pós--colheita é mais uma publicação disponibilizada pelo Instituto Capixaba de Pesqui-sa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), de elevado valor público, que se espera possa ser referência e contribuir para o desenvolvimento da Olericultura, ao congregar conhecimentos para uma cultura de expressivo valor no mercado.

O livro tem a finalidade de disponibilizar soluções tecnológicas oriundas da pesqui-sa e das experiências de diversos especialistas que atuam com a batata-baroa, para que possam ser ensinadas nos cursos técnicos e de agronomia e empregadas ao sistema de produção da cultura desde a produção até a distribuição de suas raízes para a comercialização.

O conteúdo diversificado tem o propósito de enfatizar o emprego das boas práticas, buscando, com isso, agregar mais valor ao produto e, consequentemente, contribuir para consolidar a atividade como empreendimento de sucesso para os agricultores e distribuidores e com o padrão de qualidade desejável para os consumidores. Este livro constitui-se de sete capítulos organizados por pesquisadores e extensio-nistas, apresentando aspectos sobre a importância econômica e social do empreen-dimento com a batata-baroa e sobre o manejo integrado da cultura. Ele inicia com as tecnologias para a produção de mudas, um dos principais gargalos para a ativida-de. Em seguida, apresenta orientações para a implantação e condução das lavouras, detalhando os procedimentos para o manejo da nutrição, calagem e adubação, bem como de pragas e de doenças. E finaliza com a apresentação das práticas de colheita e de pós-colheita das raízes, outro desafio de destaque com essa olerícola.

Assim sendo, com esta obra, reforça-se o propósito dos profissionais do Incaper de atuarem e de buscarem parcerias que possam contribuir para o aperfeiçoamento da gestão da qualidade dessa e de outras atividades, seja para agregar valor ao produ-to, seja para proporcionar acesso a novos mercados.

Gilson Tófano

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AUTORES E COAUTORES

André Guarçoni Martins

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisador do Incaper guarconi@incaper.es.gov.br

Cesar Abel Krohling

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Ecologia de Ecossistemas, Extensionista do Incaper cesar.kro@hotmail.com

David dos Santos Martins

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper davidmartins@incaper.es.gov.br

Débora Lorenção Fornazier Engenheira Agrônoma

deborafornazier@gmail.com  

Hélcio Costa

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper helciocosta@incaper.es.gov.br

Inorbert de Melo Lima

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper inorbert@incaper.es.gov.br

José Aires Ventura

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper ventura@incaper.es.gov.br

José Mauro de Sousa Balbino

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fisiologia Vegetal, Pesquisador Aposentado do Incaper e Professor da Faculdade Venda Nova do Imigrante

jmsousabalbino@gmail.com José Salazar Zanuncio Junior

Zootecnista, D.Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper jose.zanuncio@incaper.es.gov.br

Luiz Carlos Prezotti

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Luiz Fernando Favarato

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper lffavarato@gmail.com

Maurício José Fornazier

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper mauriciofornazier@gmail.com

Maurício Lorenção Fornazier

Biólogo – Acadêmico do Departamento de Biologia – CCA-Ufes, Alegre mauzier_lf@hotmail.com

Nuno Rodrigo Madeira

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador da Embrapa/Hortaliças nuno.madeira@embrapa.br

Renan Batista Queiroz

Engenheiro Agrônomo, D.Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper renan.queiroz@incaper.es.gov.br

Rosana Maria Altoé Borel

Economista, Especialista Educação Profissional e Tecnológica, Analista Aposentada do Incaper

rosanaborel@hotmail.com Sarah Ola Moreira

Engenheira Agrônoma, D.Sc. Genética e Melhoramento de Plantas, Pesquisadora do Incaper

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ...11

IMPORTÂNCIA E PERSPECTIVAS DA BATATA-BAROA PARA A OLERICULTURA DO ESPÍRITO SANTO 1 INTRODUÇÃO ...12

2 POTENCIAIS MERCADOS E SEGMENTOS CONSUMIDORES ...13

3 A BATATA-BAROA NO ESPÍRITO SANTO ...14

4 O CONSUMO DA BATATA-BAROA E SUAS FORMAS DE APROVEITAMENTO...17

5 CUSTO DE PRODUÇÃO ...19

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 20

7 REFERÊNCIAS ...21

CAPÍTULO 2 ... 23

PRODUÇÃO DE MUDAS DE BATATA-BAROA 1 INTRODUÇÃO ...24

2 IMPLANTAÇÃO DO CAMPO DE PRODUÇÃO DE MUDAS ...25

2.1 ESCOLHA DA ÁREA ... 25

2.2 ESCOLHA DA ÉPOCA DE PLANTIO ... 26

2.3 SELEÇÃO DAS PLANTAS MATRIZES ... 26

2.4 PREPARO DO SOLO E MANEJO DA NUTRIÇÃO DO CAMPO DE PRODUÇÃO...27

2.5 PREPARO DAS MUDAS... ... 28

2.6 PLANTIO DO CAMPO DE PRODUÇÃO DE MUDAS ...31

2.6.1 Pré-enraizamento de mudas em viveiros ...31

2.6.2 Pré-brotação de mudas ...35

2.7 TRATOS CULTURAIS...37

2.8 COLHEITA E PREPARO DOS PERFILHOS ... 38

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CAPÍTULO 3...40

MANEJO DA CULTURA DA BATATA-BAROA: IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO 1 INTRODUÇÃO ...41

2 CONDIÇÕES DE CLIMA: TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO ... 42

3 ÉPOCA DE PLANTIO E CULTIVARES ... 43

4 ESCOLHA DA ÁREA DE CULTIVO ...47

5 PLANTIO...49

6 TRATOS CULTURAIS ...52

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 54

8 REFERÊNCIAS ... 55

CAPÍTULO 4 ...58

NUTRIÇÃO, CALAGEM E ADUBAÇÃO DA BATATA-BAROA 1 INTRODUÇÃO ... 59

2 CRESCIMENTO DA PLANTA E CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS ... 59

2.1 NITROGÊNIO...61 2.2 FÓSFORO... 62 2.3 POTÁSSIO...63 2.4 CÁLCIO E MAGNÉSIO... ... 63 2.5 ENXOFRE...64 3 CALAGEM...64 4 ADUBAÇÃO ORGÂNICA ... 65 5 RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO ... 66 5.1 ADUBAÇÃO DE PLANTIO ...66 5.2 ADUBAÇÃO DE COBERTURA ...67 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 68 7 REFERÊNCIAS ... 68

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CAPÍTULO 5 ...71

MANEJO FITOSSANITÁRIO DE PRAGAS EM BATATA-BAROA 1 INTRODUÇÃO ...72

2 ÁCAROS ...73

2.1 ÁCARO-RAJADO (Tetranychus urticae Koch, 1836) (Acari: Tetranychidae) ....73

2.2 ÁCARO-VERMELHO (Tetranychus sp.) (Acari: Tetranychidae) ...74

3 PULGÕES...75

3.1 Hiadaphis foeniculi (Passerini, 1860) (Hemiptera: Aphididae) pulgão-das-folhas...75

3.2 Anuraphis sp. e Aphis sp. (Hemiptera: Aphididae) pulgão-da-base-do-pecíolo ...76

3.3 Semiaphis dauci Fabricius, 1775 (Hemiptera: Aphididae) pulgão-da-cenoura ...76

3.4 Aphis fabae Scopoli, 1763 (Hemiptera: Aphididae) pulgão-das-inflorescências ... 77

3.5 Aphis spiraecola Patch, 1914 (Hemiptera: Aphididae) ...77

3.6 Dysaphis apiifolia (Theobald, 1922) (Hemiptera: Aphididae) ...77

3.7 Aulacorthum solani (Kaltenbach, 1843) (Hemiptera: Aphididae) ...77

4 FORMIGA-LAVA-PÉS - Solenopsis saevissima (F. SMITH, 1855) (Hymenoptera: Formicidae) ...78

5 LAGARTA-ROSCA - Agrotis ipsilon (HUFNAGEL,1776) (Lepidoptera: Noctuidae) ... 78

6 BROCA-DOS-REBENTOS - Conotrachelus cristatus Fahraeus, 1837 (Coleoptera: Curculionidae) ...79

7 OUTRAS PRAGAS ...80

8 REFERÊNCIAS ...80

CAPÍTULO 6 ...85

DOENÇAS DA BATATA-BAROA E ESTRATÉGIAS DE MANEJO 1 INTRODUÇÃO ...86

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4.1 NEMATOIDES-DE-GALHAS ... 92

4.2 NEMATOIDES DAS LESÕES ... 93

4.3 MÉTODOS USUAIS DE MANEJO DOS NEMATOIDES ...94

5 OUTRAS DOENÇAS ... 95 5.1 BACTÉRIAS...95 5.2 FITOPLASMA ...96 5.3 FUNGOS...96 5.4 VIROSES...96 6 PÓS-COLHEITA ...97 7 MANEJO INTEGRADO ... 98 8 REFERÊNCIAS ...100

CAPÍTULO 7 ... 103

BOAS PRÁTICAS DE COLHEITA E DE PÓS-COLHEITA DA BATATA-BAROA 1 INTRODUÇÃO... ... 104

2 CUIDADOS NA COLHEITA: PROCEDIMENTOS PARA GARANTIA DO PADRÃO DE QUALIDADE ... 105

3 MANEJO PÓS-COLHEITA ... 106

3.1 PRINCIPAIS CAUSAS DE PERDAS DO PADRÃO DE QUALIDADE ...106

3.2 LAVAGEM DAS RAÍZES ...108

3.3 CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM ...111

4 ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO ...118

5 POSSIBILIDADES DE COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO ... 120

6 RASTREABILIDADE ...121

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...123

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CAPÍTULO 1

IMPORTÂNCIA E PERSPECTIVAS DA BATATA-BAROA PARA A

OLERICULTURA DO ESPÍRITO SANTO

José Mauro de Sousa Balbino

Rosana Maria Altoé Borel

1 INTRODUÇÃO

A batata-baroa (Arracacia xanthorrhiza, Bancroft), denominação adotada nesta pu-blicação por ser a mais usual no Estado do Espírito Santo, tem como origem a Região Andina da América do Sul, compreendida pelo Equador, Peru e Bolívia, e ainda há indícios de que a sua origem esteja situada em localidades ao sul da Colômbia (HODGE, 1949).

Essa olerícola apresenta diferentes denominações de acordo com cada região bra-sileira, entre as quais: mandioquinha-salsa, mandioquinha, baroa, barão, batata--salsa, batata-cenoura, batata-fiúsa, batata-aipo, batata-tupinambá, batata-suíça, batata-jujuba, batata-arracacha, cenoura-amarela e aipo-do-peru (ZANIN; CASALI, 1984). No entanto, na maioria dos documentos técnicos no Brasil, tem-se adotado a denominação de mandioquinha-salsa.

Os relatos mais consistentes apontam que a batata-baroa tenha sido introduzi-da e seja encontraintroduzi-da em cultivos, em diversos países introduzi-da América do Sul, Central e Caribe, destacando-se por sua importância comercial, principalmente na Colômbia, na Venezuela, no Equador e no Brasil, onde é encontrada regularmente nos mer-cados. Na América do Sul, a batata-baroa é também cultivada no Peru e na Bolívia, onde a maioria da produção destina-se à subsistência, com algum excedente para os mercados locais. Na Europa, houve também tentativas de introdução que não foram bem-sucedidas (HERMANN, 1997).

Quanto à sua introdução no Brasil, existem divergências. Há o relato segundo o qual essa planta tenha sido introduzida no início do século XX, pelo Barão de Friburgo, a partir de mudas oriundas das Antilhas, o que teria dado a denominação de batata--baroa ou barão. Entretanto, há também o registro de que tenha sido introduzida por mudas da Colômbia, ofertadas à então Sociedade de Agricultura, pelo general colombiano Rafael Uribe Uribe, em julho de 1907, quando de sua estada no Brasil para uma conferência sobre o seu país (JARAMILLO, 1952).

Segundo Zanin e Casali (1984), assim como as informações a respeito da introdução da batata-baroa no Brasil são escassas, também são poucos os relatos sobre a

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sua distribuição pelo País. No entanto, tem-se considerado que a batata-baroa foi disseminada, inicialmente pelos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo, em regiões com altitudes superiores a 800 m, com carac-terísticas de clima ameno semelhante à sua região de origem. E alguns anos depois, ela foi levada também para o Planalto Central, especialmente para o Distrito Fede-ral, em áreas com altitude entre 1.000 e 1.200 m (MADEIRA; SOUZA, 2004).

Um importante documento que registra a evolução, demandas e propostas para o avanço tecnológico da batata-baroa no Brasil é o Relatório do I Encontro de Téc-nicos de Ensino, Pesquisa e Extensão Rural sobre a Cultura, realizado em 1984, em Barbacena, Minas Gerais. O evento foi promovido pela então Sociedade de Oleri-cultura do Brasil (SOB), atualmente Associação Brasileira de HortiOleri-cultura (ABH). Esse encontro foi o marco para o compartilhamento de conhecimentos acerca da situação da batata-baroa no País e para a destacada organização das ações dire-cionadas para essa cultura. No documento oriundo desse evento, há a síntese da situação em que se encontrava a atividade e os principais atores nela envolvidos, a sua distribuição nas diferentes regiões do País e importantes encaminhamentos que contribuíram para nortear ações voltadas para a cultura. Naquela ocasião, embora a batata-baroa já estivesse sendo explorada economicamente no Espírito Santo, não são encontrados registros no documento.

Atualmente, o Espírito Santo é um dos principais produtores brasileiros de batata--baroa, o qual alcançou 339 ha plantados em 2016 e 309 ha em 2017, com produção de 4.481 t (GALEANO, 2017). Já os demais estados produtores da batata-baroa são: Minas Gerias (3.800 ha), Paraná (2.923 ha), Santa Catarina (550 ha) e São Paulo (200 ha), os quais concentram praticamente toda a produção nacional. Estima-se que no Brasil a cultura ocupe uma área de aproximadamente 8 mil ha, com produção de cerca de 110 mil t e rendimento médio de 13 t/ha (MADEIRA, 2014).

2 POTENCIAIS MERCADOS E SEGMENTOS CONSUMIDORES

Além do mercado interno já conquistado e crescente nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil, em razão de ser produto saudável, há ainda a possibilidade de expansão para locais onde a batata-baroa é pouco conhecida. As Regiões Nordeste, Norte e parte do Centro-Oeste, por exemplo, são potenciais mercados consumidores. Além disso, há a possibilidade de exportação desse produto como alternativa ao mercado inter-no (MADEIRA; SOUZA, 2004). No entanto, para se obter êxito nessa cultura, são ne-cessárias melhorias nos procedimentos de colheita e pós-colheita, que em geral são gargalos que merecem atenção e investimentos. Outro aspecto que também merece ser considerado é a implantação de um plano de marketing visando a atingir novos clientes e incrementar o consumo da batata-baroa, principalmente nesses novos lo-cais. Para tanto, devem-se considerar estratégias relacionadas a informações sobre

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Segundo Almeida (2000), há potenciais segmentos de mercado que merecem ser considerados para a batata-baroa, tais como: a) população infantil, em especial es-colas maternais e como ingrediente da merenda escolar. Esse segmento demanda o consumo de “papinhas” e de refeições com alto valor nutritivo e energético, ricas em vitaminas e sais minerais; b) população idosa, que requeira alimentos de fácil digestibilidade e ricos em sais minerais e vitaminas; c) segmentos de alimentação fora do lar, com destaque para os restaurantes de fast food, que servem comida por quilo e industriais; d) empresas fornecedoras de refeições para instituições, como hospitais, companhias aéreas e outros consumidores empresariais; e) mercados de horticultura orgânica com certificação; f) segmentos de hortaliças minimamente processadas e pré-processadas; g) indústria de alimentos prontos para o consumo; e h) produtos que possam utilizar a batata-baroa, como pães, biscoitos e chips. Portanto, além dos mercados tradicionais, esses novos consumidores dessa raiz in natura ou processada apresentam um grande potencial para aumentar a sua de-manda no Brasil e no mundo (CARMO, 2011).

3 A BATATA-BAROA NO ESPÍRITO SANTO

No Estado do Espírito Santo, segundo Silva (1995), os primeiros plantios da batata--baroa foram realizados na metade da década de 50 com destaque para os municí-pios de Muniz Freire e Domingos Martins, não tendo os cultivos a finalidade comercial. Todavia, a partir da década de 70, passou a ocorrer um crescimento lento da cultura em razão da demanda, principalmente de Minas Gerais. E com isso, acentuaram-se os plantios chegando a 250 ha em 1990, e a 700 ha em 1995, quando se estendeu o cultivo, principalmente para os municípios de Alfredo Chaves, Vargem Alta, Marechal Floriano e Conceição do Castelo.

Nesses locais, a cultura era explorada por proprietários e meeiros, principalmente em regime de cultivo solteiro, em que mais de 50% da área plantada era de até 1 ha por produtor. Havia também cultivos onde os espaçamentos entre as fileiras de café eram aproveitados em seus primeiros anos de produção (BALBINO et al., 1990). Na década de 90, a maior parte da produção capixaba de batata-baroa era destina-da principalmente para os mercados dos estados de Minas Gerais (BALBINO et al., 1990) e do Rio de Janeiro (SILVA, 1995).

Atualmente, estima-se que a batata-baroa seja produzida em cerca de 309 ha (GA-LEANO, 2017), continuando com a ocupação de pequenas áreas nas propriedades distribuídas tradicionalmente em cerca de dez municípios do Espírito Santo, dos quais os principais são: Muniz Freire, Alfredo Chaves, Santa Maria de Jetibá e Domin-gos Martins, que concentram cerca de 90% da produção.

Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab (2014), ao longo dos últimos anos, os principais consumidores da batata-baroa produzida no

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15 Espírito Santo continuam sendo Minas Gerais e Rio de Janeiro, além do próprio

Es-tado. Essas informações são confirmadas por levantamentos recentes feitos com os principais distribuidores (atacadistas que atuam no processo de compra e venda nas regiões produtoras) q u e apontam a situação atual da distribuição dessa ole-rícola similar à apresentada por Balbino et al. (1990) e Silva (1995), embora, espora-dicamente haja a comercialização da produção do Espírito Santo em outros estados, como, por exemplo, São Paulo, Bahia e Goiás.

Considerando-se os canais de comercialização, segundo os atacadistas locais, a batata-baroa do Espírito Santo é distribuída principalmente através das redes de supermercado (65%), seguidas das Centrais de Abastecimento (Ceasas) da Região Sudeste (30%). Esse processo se dá principalmente por compradores estabelecidos nas regiões produtoras, que possuem galpões e máquinas para processamento (la-vagem, classificação e embalagem) e infraestrutura para a distribuição. Esses gal-pões estão concentrados nos municípios de Alfredo Chaves, Santa Maria de Jetibá e Marechal Floriano. Há ainda a comercialização por meio de feiras e pelos programas de alimentação escolar.

Segundo as informações da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2014), 65% da batata-baroa produzida no Espírito Santo, comercializada nas Ceasas, é vendida na Central de abastecimento do próprio Estado, e aproximadamente 33%, em Minas Gerais. O restante é comercializado na Ceasa do Rio de Janeiro e espora-dicamente em São Paulo. Sendo assim, os registros sistemáticos de preços desses pontos de comercialização tornam-se importantes fontes de informação para os es-tudos das variações de preço ao longo do tempo.

Quanto à variação dos preços praticados na Central de Abastecimento de Vi-tória, verifica-se que o crescimento tende a ocorrer a partir do mês de julho, com os melhores valores em outubro e novembro. A partir de dezembro, inicia-se uma queda que se confirma a partir de janeiro, seguindo levemente até junho com pouca variação (Figura 1).

Figura 1. Índice médio de preços da batata-baroa (referência mês de janeiro), praticados a

longo do ano na Ceasa da Grande Vitória (média de 2008 a 2017).

Fonte: Conab (2017). 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 D N O S A J J M A M F J 2,3 2,7 3,1 3,5 3,9 São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitória

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Esse comportamento de preços é similar nas demais Centrais de Abastecimento das capitais da Região Sudeste (Figura 2). Verifica-se, ainda, que os maiores índices de preços (preço médio dos meses dividido pelo preço médio do mês de maio na Ceasa da Grande Belo Horizonte) são os praticados em São Paulo (Ceagesp), principalmen-te nos meses de outubro e novembro.

Figura 2. Comparativo do índice médio de preços da batata-baroa (referência menor valor

médio praticado no mês de maio, na Ceasa-BH) ao longo do ano, nas Ceasas das capitais da Região Sudeste (média de 2008 a 2017).

Fonte: Conab (2017).

A comparação desses índices é de relevância para o empreendimento, uma vez que, enquanto no Estado do Espírito Santo a atividade é essencialmente de agricultores de base familiar, em Minas Gerais há empreendimentos coletivos com mais de 100 ha (MADEIRA; CARVALHO, 2013). Portanto, busca-se com isso inferir que o fomento a tecnologias que levem a ganhos de produtividade, qualidade do produto e redução de custo, juntamente com uma maior articulação entre os agricultores do Espírito Santo seja fundamental para manter a competitividade dessa olerícola no mercado nacional.

Analisando os dados médios da Central de Abastecimento do Espírito Santo (Cea-sa-ES), ao longo de 10 anos, pode-se verificar que o cultivo da batata-baroa vem sendo um empreendimento olerícola interessante, quando se comparam os seus preços aos de outras hortaliças nos mercados atacadistas (Tabela 1). Assim, a ba-tata-baroa constitui-se em excelente opção para o agricultor em face do preço médio que ela tem apresentado. Entretanto, mesmo com o crescente interesse dos agricultores, ao longo das últimas quatro décadas, vários desafios tecnológicos per-manecem latentes, dificultando a sua expansão. No Estado do Espírito Santo, dois desses desafios se destacam:o padrão de qualidade das mudas e o manejo na fase de pós-colheita. 1,5 1,9 2,3 2,7 3,1 3,5 3,9 São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitória D N O S A J J M A M F J

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Tabela 1. Preço médio (R$/Kg), em diferentes anos, da batata-baroa comercializada na Ceasa da Grande Vitória em comparação com outras olerícolas tubero-sas e o tomate, principal olerícola comercializada no Espírito Santo

Olerícolas Preço médio (R$/kg)

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Batata-baroa 2,18 1,72 2,59 2,16 2,18 3,29 3,47 3,92 5,92 3,20 Batata 1,00 1,53 1,45 1,13 1,23 1,90 1,54 1,66 2,78 1,42 Batata-doce 0,68 0,73 0,73 1,01 1,06 1,30 1,56 1,28 1,81 1,07 Taro (inhame) 0,70 0,86 1,19 1,13 0,86 2,27 1,97 1,45 2,31 1,45 Tomate 1,00 0,89 0,89 1,30 1,22 1,58 1,44 1,79 2,49 1,92 Fonte: Conab (2008 – 2017).

4 O CONSUMO DA BATATA-BAROA E SUAS FORMAS DE APROVEITAMENTO

Um aspecto fundamental da batata-baroa a ser explorado, visando à expansão de seu consumo, é o seu valor nutricional considerado elevado.

Segundo Almeida (2000), a batata-baroa, é de fácil digestibilidade, e o consumo diário de 100 g pode suprir a necessidade de minerais em crianças, adultos em ge-ral, gestantes e nutrizes. As suas raízes apresentam um alto teor de carboidratos (80% de amido de alta digestibilidade e 6% de açúcares totais), atributo importante para o seu valor energético, excelente disponibilidade de vitamina A, cálcio, fósforo e ferro, além de outros elementos, como vitaminas B1, B2, C, D, e E, potássio, silí-cio, enxofre, cloro e magnésio. Com isso, a batata-baroa representa um alimento especial e ideal para a dieta infantil, de idosos, de convalescentes, de atletas e de consumidores que desejam hortaliças ricas em vitaminas e sais minerais (ALMEIDA, 2000; PEREIRA, 2000).

Na sua região de origem, todas as partes dessa hortaliça (Figura 3) são apro-veitadas pelos agricultores. Os propágulos (“rebentos” ou “filhotes”) são utilizados em parte como mudas para o novo plantio e o restante juntamente com as cepas (coroa, coração ou miolo) destinados à alimentação animal, principalmente de bovinos e suínos, devido à alta palatabilidade e excelente composição nutricional. O que inviabiliza a coroa para a alimentação humana é o elevado teor de fibras que demanda um longo tempo para a cocção, além de sua baixa qualidade culinária.

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Figura 3. Partes da planta de batata-baroa com destaque para as raízes comerciais e os

propágulos (rebentos) (A); e para a coroa e os rebentos (B).

Fonte: Fotos de Luiz Fernando Favarato.

A

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5 CUSTO DE PRODUÇÃO

As informações referentes aos coeficientes técnicos de uma determinada cultu-ra são fundamentais, principalmente pacultu-ra o planejamento dos agricultores, no que se refere à tomada de decisão para o empreendimento, pois podem indicar os aspectos que mais oneram a produção, como os relacionados à mão de obra e aos insumos. Além dos produtores, beneficiam-se também com essas informações as instituições financeiras, empresas públicas ligadas ao agronegócio e empresas pri-vadas de planejamento e desenvolvimento agrícola (DADALTO, 2008).

No caso específico da batata-baroa, adotou-se principalmente as informações dis-poníveis em outros documentos a respeito da cultura para compor os coeficientes técnicos, considerando-se as situações de produção mais comuns no Espírito Santo (Tabela 2).

Tabela 2. Coeficientes técnicos estimados para o cálculo do custo de produção por hectare de batata-baroa no espaçamento de 90 x 30 cm

Itens Unidade Quantidades

estimadas

Insumos, Produtos e Materiais Mudas Esterco ou composto Calcário Superfosfato simples Cloreto de potássio Sulfato de amônia Micronutriente – FTE BR 12 Embalagem de 20 kg (caixas) Hipoclorito de sódio Óleo diesel ud t t kg kg kg kg ud L L 40.000 5 ou 20 2 600 180 200 80 700 5 50 Serviços de terceiros Aração Gradagem Levantamento de leiras Energia elétrica H/T H/T H/T Kw/h 2 a 4* 1 a 3* 4 1.000 Mão de obra Limpeza da área Aplicação de calcário Preparo das mudas

Adubação de plantio (esterco e adubo mineral) Coveamento e plantio

Adubação de cobertura Irrigação

Capina manual/conservação das leiras Tratos fitossanitários

Colheitas

Classificação e embalagem Transporte interno de materiais

D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H D/H 5 2 10 3 20 5 5 20 8 20 30 20 (continua)

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Itens Unidade Quantidades estimadas

Manutenção

Equipamentos de irrigação Equipamentos de pós-colheita Galpão de pós-colheita (obra civil)

% % % 4,5 4,5 1,5 Depreciação Equipamentos de irrigação Equipamentos de pós-colheita Galpão de pós-colheita (obra civil)

% % % 15 15 3,5 Fonte: Adaptado de Balbino et al. (1990), Madeira e Souza (2004) e Dadalto (2008).

* Em função do tipo de solo (maior tempo para os solos argilosos).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de a batata-baroa ser uma olerícola que se destaca como produto de valo-rosa contribuição nutricional para as pessoas, o seu consumo é restrito a algumas regiões no Brasil e a poucos países da América do Sul. Esse fato é normalmente justificado pelo pouco conhecimento dos consumidores sobre esse alimento e seu valor nutricional. Há, portanto, a possibilidade de expansão de seu consumo tanto nos mercados já consolidados quanto nas diversas regiões do Brasil, como o Nordeste, o Norte e parte do Centro-Oeste e até mesmo em outros países.

No entanto, para se obter êxito com esse empreendimento, alguns desafios necessi-tam ser superados, visando a melhorar os resultados com a atividade. Para a fase de produção, por exemplo, destacou-se principalmente a necessidade de melhorias no padrão de qualidade das mudas e no final do empreendimento, nos procedimentos de colheita e de pós-colheita, com o objetivo de estender a sua distribuição para mercados mais distantes e com sucesso.

Associada a esses gargalos, mereceu destaque a implantação de planos de marketing, cujo objetivo é atingir novos clientes e incrementar o consumo do produto, particularmente nos mercados potenciais.

Além de discorrer sobre o seu potencial e desafios, buscou-se mostrar que a ba-tata-baroa apresenta, ao longo do ano, oscilações de preços mais suaves do que aquelas normalmente verificadas nesse segmento de produto. Seu preço diferen-ciado faz com que ela constitua-se em um interessante negócio nos mercados já consolidados quando comparado ao de outras importantes olerícolas exploradas principalmente por agricultores de base familiar.

Como forma de contribuir para esse empreendimento, as principais tecnologias ge-radas pela pesquisa e as experiências que vêm sendo compartilhadas pelos técnicos que atuam na área serão tratadas e detalhadas nos capítulos seguintes. O propósito é buscar a superação dos gargalos aqui apontados, assim como outros que neces-sitam não só de atenção constante dos agricultores, mas também do acompanha-mento técnico sistemático.

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7 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, F. J. de. Incremento no consumo de mandioquinha-salsa. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE MANDIOQUINHA-SALSA, 7. e SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO DO FUMO, MILHO E MANDIOQUINHA-SALSA, 1., 2000, Rio Negro, PR. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 18, n. 3, p. 245-246, 2000.

BALBINO, J. M. de S. et al. Cultura da batata-baroa. Vitória, ES: Emcapa, 1990. 28 p. (Manual de Cultura, 2).

CARMO, L. do. Potencialidades da mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza Brancroft) para processamento industrial. 2011. 115 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia – Energia na Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2011.

CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro - PROHORT, 2017. Disponível em: <http: http://www3.ceasa.gov.br/prohortweb/ 2>. Acesso em: 22 nov. 2017.

. Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro -

PROHORT, 2014. Disponível em: <http://dw.prohort.conab.gov.br/pentaho/Prohort>. Acesso em: 28 jul. 2014.

DADALTO, G. G. Coeficientes técnicos de produção e atividades agrícolas no Estado do Espírito Santo. Vitória: Incaper, 2008. 84 p. (Documento, 158).

GALEANO, E. A. V. Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba. Vitória, ES: Incaper, ano 2, n. 12, dez. 2017. 14 p. Disponível em: <https://incaper.es.gov.br/ Media/incaper/PDF/Boletim%20Conjuntura%20Agropecuaria_out_dez_2017.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2018.

HERMANN, M. Arracacha (Arracacia xanthorrhiza Bancroft). In: HERMANN, M.;

HELLER, J. (Ed.). Andean roots and tubers: ahipa, arracacha, maca, yacon. Promoting the conservation and use of underutilized and neglected crops 21. Rome, Italy: Institute of Plant Genetics and Crop Plant Research, Gatersleben/International Plant Genetic Resources Institute, 1997. p. 75-172.

HODGE, W. H. La arracacha comestible. Revista Facultad Nacional de Agronomía, Medellin, v. 10, n. 35, p. 232-254, 1949.

JARAMILLO, R. La arracacha. Revista Facultad Nacional de Agronomía, Medellin, v. 12, n. 41, p. 258-261, 1952.

MADEIRA, N. R. Produção Nacional de Mandioquinha-Salsa. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE MANDIOQUINHA-SALSA, 8., 2014, Rio Negro. Anais eletrônicos ... Rio Negro, PR, 2014. Disponível em: <https://www.embrapa.br/

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MADEIRA, N. R.; CARVALHO, A. Mandioquinha-salsa: alternativa de renda garantida. Campo e Negócios HF, ano 8, n. 103, p. 32-39, 2013.

MADEIRA, N. R.; SOUZA, R. J. de. Mandioquinha-salsa: alternativa para o pequeno produtor. Lavras: UFLA, 2004. 72 p. (Boletim técnico, 60).

PEREIRA, A. S. Mandioquinha-salsa: alimento proteico, energético ou nutracêutico? Horticultura Brasileira, v. 18, n. 3, p. 246-249, 2000.

SILVA, D. N. Situação atual e perspectivas da mandioquinha-salsa no Brasil – Espírito Santo. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE MANDIOQUINHA-SALSA, 5.,1995, Venda Nova do Imigrante. Palestras e trabalhos técnicos... Venda Nova do Imigrante, ES: SOB, 1995. p. 8-9.

SOB - SOCIEDADE DE OLERICULTURA DO BRASIL. Delegacia de Minas Gerais. ENCONTRO DE TÉCNICOS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RURAL SOBRE A CULTURA DA

MANDIOQUINHA-SALSA, 1., Barbacena. Relatório ... Juiz de Fora: Emater, MG, 1984. 54 p. ZANIN, A. C. W.; CASALI, V. W. D. Origem, distribuição geográfica e botânica da

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CAPÍTULO 2

PRODUÇÃO DE MUDAS DE BATATA-BAROA

Nuno Rodrigo Madeira

1 INTRODUÇÃO

Algumas práticas devem ser consideradas pelos produtores visando à melhoria da qualidade do processo de produção de mudas, fase fundamental para a manuten-ção de elevados níveis de produtividade na cultura da batata-baroa.

Atualmente, para a implantação de lavouras de batata-baroa, predomina o uso de mudas coletadas após a colheita, em campos comerciais, sem os devidos cuidados quanto à sua origem e histórico de doenças na área. Em geral, essas plantas estão na fase final de ciclo, muitas vezes ressecadas e sem nenhuma seleção. O corte das mudas frequentemente é feito na própria lavoura, poucos dias após a colheita, sem tratamento fitossanitário prévio e sem os cuidados com os restos culturais que ali são deixados. Somente após o corte e ensacamento, é que se efetua o tratamento fitossanitário, em geral por aspersão, o que não proporciona uma boa eficiência por não atingir todas as mudas uniformemente.

Isso tem provocado instabilidade na produção e graves problemas de degeneres-cência, com queda na produtividade de raízes da batata-baroa, pelo acúmulo de doenças e pragas e perda de vigor das plantas.

Para solucionar esse problema, o que se recomenda é o estabelecimento de um campo de produção de mudas para a batata-baroa com manejo específico para tal visando à melhoria do processo de produção de mudas com consequente aumento na produtividade.

O campo de produção de mudas deve receber manejo específico favorecendo maior desenvolvimento da parte aérea (coroa). Isso não significa que não haverá formação de raízes, o que ocorre a partir de 7 a 8 meses após o plantio.

Além disso, é importante ter maior rigor fitossanitário no campo de produção de mudas em relação ao campo de produção de raízes de batata-baroa, de modo a assegurar a qualidade do material propagativo a ser produzido.

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2 IMPLANTAÇÃO DO CAMPO DE PRODUÇÃO DE MUDAS

2.1 ESCOLHA DA ÁREA

Alguns aspectos têm que ser considerados para a escolha do local do campo de pro-dução de mudas para o cultivo da batata-baroa.

Primeiramente, o campo de produção de mudas tem que estar isolado de campos comerciais, pelo menos distante 1.000 m, especialmente pela grande mobilidade da broca (Conotrachelus cristatus) (VILLAS BÔAS; MADEIRA, 2014). No caso de não haver a ocorrência da broca na região, pode-se ter o campo de produção de mudas mais próximo a campos comerciais, a pelo menos 100 m, considerando que os pulgões e ácaros não apresentam grande mobilidade como a broca.

É primordial dispor de água, em quantidade e qualidade adequadas, sem risco al-gum de que possa faltar, ainda que em períodos de extrema seca. Parece óbvio, mas é comum ocorrer subirrigação ou a falta por completo em anos secos. Deve-se lem-brar que aqui estamos trabalhando a hipótese de uma área 25 a 40 vezes menor do que o campo comercial, ou seja, para produzir mudas para 1 ha, bastam 250 a 400 m2. Para

uma área tão pequena, não é admissível que falte água, o que compromete comple-tamente o cultivo seguinte e a sustentabilidade da produção.

Pelas vistorias que devem ser frequentes em um campo de produção de mudas, é recomendável que ele seja de fácil acesso, preferencialmente próximo a moradias, lembrando que é comum em algumas regiões o arrendamento de terras para o cul-tivo da batata-baroa.

Outro aspecto importantíssimo, constante nas recomendações básicas, é que a área não tenha sido cultivada com batata-baroa nos últimos 3 anos. Também, não é re-comendável que tenha sido cultivada com hortaliças hospedeiras de nematoides, como cenoura, alface, repolho, tomate, abóboras, quiabo, entre outras, no último ano. Recomenda-se fazer o cultivo após gramíneas, como braquiária, milho, aveia ou trigo.

Em alguns casos, se houver a possibilidade, é recomendável escolher regiões mais altas para a produção de mudas buscando temperaturas mais amenas para que não haja grande pressão por artrópodes-pragas, como ácaros, pulgões e broca. Para as Regiões Sudeste e Centro-Oeste, recomenda-se um mínimo de 1.000 m de altitude; para o Paraná e Santa Catarina, 800 m.

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2.2 ESCOLHA DA ÉPOCA DE PLANTIO

Certamente, deve-se respeitar as recomendações básicas quanto à época de plan-tio. Entretanto, o ideal para produzir mudas com maior vigor fisiológico é que elas sejam mais juvenis. Para isso, recomendam-se plantas matrizes de 7 a 9 meses de idade.

No Sudeste, é comum o estabelecimento de campos comerciais de batata-baroa de março a junho. Para se ter mudas vigorosas e juvenis nessa época, recomenda-se implantar o campo de produção de mudas em setembro. Entretanto, deve-se ter atenção, pois para o estabelecimento desse campo de produção de mudas há que se utilizar também plantas matrizes juvenis, ou seja, plantas de um campo implan-tado entre fevereiro, março, até abril desse mesmo ano. Plantas juvenis, por não estarem fisiologicamente maduras, apresentam baixos índices de pendoamento. Ja-mais deve-se utilizar no plantio de setembro mudas muito velhas, muito maduras, com mais de um ano. Isso certamente causará elevada taxa de florescimento preco-ce em decorrência do estresse da estiagem e frio nessas plantas maduras (de 14 a 18 meses de idade) (MADEIRA; BENITES, 2000).

2.3 SELEÇÃO DAS PLANTAS MATRIZES

A escolha criteriosa de plantas matrizes com boa sanidade e vigor é fundamental. Três aspectos são definidores da qualidade: 1. Qualidade genética, ou seja, pureza da variedade e ausência de misturas (ver características das variedades no capítulo 3 “Manejo da cultura da batata-baroa: implantação e condução”); 2. Qualidade fi-tossanitária, isso é, material isento ou com níveis de pragas e doenças aceitáveis e passíveis de tratamento; 3. Qualidade fisiológica, característica relacionada ao vigor das mudas.

Na prática, atualmente, predominam duas formas de aquisição de mudas para o cultivo da batata-baroa. A primeira é a utilização de mudas provenientes de campos próprios, obtidas no momento da colheita de raízes, em geral sem os devidos cuida-dos quanto à seleção de matrizes e sem manejo específico para produção de mudas. A segunda forma é a compra feita diretamente com outros produtores, muitas vezes sem qualquer vistoria ou certificação de sanidade e vigor das raízes, normalmente já cortadas no campo sem seguir as recomendações técnicas para produção de mudas. Apesar de ser prática comum, não se recomenda adquirir mudas prontas (já cor-tadas) para o plantio, em vista da dificuldade de assegurar sua qualidade. Esse é um dos fatores que mais têm contribuído para disseminar agentes causadores de doenças, como o fungo Sclerotinia sclerotiorum, causador da murcha-de-es-clerotínia ou mofo-branco, o nematoide-das-lesões, Pratylenchus spp., e artró-podes-pragas, como broca (Conotrachelus cristatus).

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O correto é ter o cuidado especial com a seleção das plantas a serem propagadas inspecionando-se o campo previamente à colheita, rejeitando mudas oriundas de campos em que tenham ocorrido problemas fitossanitários.

No caso de ser necessário manter as mudas por algumas semanas posteriormente à colheita, deve-se preservar as touceiras inteiras, sem destaque dos perfilhos. Nesse caso, as touceiras deverão ser mantidas à sombra ou meia-sombra, após a retirada das raízes e o corte das folhas, que podem ficar no campo. Deve-se deixar a base da planta em contato com o solo, molhando-se levemente as touceiras de duas a três vezes por semana. Assim, ocorre novo enraizamento das touceiras e rebrota das folhas e, consequentemente, a preservação plena das mudas.

Em um futuro próximo, espera-se trabalhar com plantas de batata-baroa oriundas de cultura de tecidos, com alta qualidade fitossanitária e fisiológica, de acordo com protocolo apresentado por Madeira (2004).

2.4 PREPARO DO SOLO E MANEJO DA NUTRIÇÃO DO CAMPO DE PRODUÇÃO

O pH ideal para a batata-baroa situa-se na faixa de 5,5 a 6,5 (ver capítulo 4 “Nutrição, calagem e adubação da batata-baroa”). Para a adubação de base, sugere-se seguir as recomendações básicas (MADEIRA; SOUZA, 2004), com o diferencial, no caso de produção de mudas, de se realizar adubação orgânica com até 3 L/m2 de composto

orgânico, a depender dos teores de matéria orgânica do solo, distribuídos nas linhas de plantio.

Recomenda-se o plantio prévio de uma gramínea de inverno como adubação verde, ou seja, a aveia-preta, a aveia-branca ou o trigo e, no caso de regiões menos frias e a partir de agosto, milheto ou milho. Entre 60 e 90 dias, deve-se fazer o manejo dessas plantas de cobertura, seja pela incorporação no caso de preparo de solo convencio-nal, seja pelo corte ou trituração no caso de plantio direto sobre palhada.

O preparo do solo convencional é semelhante ao recomendado para plantios comer-ciais (ver capítulo 3 “Manejo da cultura da batata-baroa: implantação e condução”), consistindo de aração, seguida de uma ou duas gradagens (SANTOS; CARMO, 1998; SANTOS et al., 2000). No caso de haver camadas subsuperficiais do solo compac-tadas, é interessante fazer a subsolagem antes ou após a aração. Posteriormente, efetua-se o levantamento das leiras, que pode ser manual, com o auxílio de enxa-das, ou mecanizado com sulcadores. Toda fase de preparo de solo, especialmente o enleiramento, deve ser realizado em nível, de modo a conter as águas pluviais ou de irrigação. O enleiramento mecanizado é na verdade um sulcamento. Para a perfeita localização do adubo nos sulcos, recomenda-se um sulcamento raso, seguido da distribuição dos adubos sobre as pequenas leiras formadas e, finalmente, novo sul-camento no mesmo local que o anterior, porém mais profundo, cobrindo o adubo,

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adubos e cobrindo em seguida ao formar as leiras. Também se observa a realização de pequenas covas sobre as leiras, onde o adubo é aplicado e incorporado superfi-cialmente.

Vale lembrar que é viável o cultivo em sistema de plantio direto (SPD) em leiras (ca-malhões) permanentes com mulching de palha de aveia ou milheto visando a redu-zir processos erosivos, picos de temperatura, necessidade de irrigação e infestação pelo mato (EMBRAPA, 2014).

O espaçamento entre as leiras ou camalhões deve ser de 70 a 80 cm, e entre as plan-tas nas leiras de 30 a 40 cm, conforme o local de plantio e a época do ano, o que confere estande de 31.250 (80 x 40 cm) a 47.619 (70 x 30 cm). Deve-se evitar condição de adensamento excessivo da lavoura em épocas chuvosas.

2.5 PREPARO DAS MUDAS

Há diversas formas de se fazer as mudas de batata-baroa. A recomendação básica é: 1. Seleção das plantas matrizes no campo de produção de mudas;

2. Destaque dos perfilhos;

3. Lavagem para retirada de impurezas; 4. Desinfecção com cloro ativo;

5. Enxague para retirada do excesso de cloro; 6. Secagem à sombra; e

7. Corte basal com estilete.

Quando se usam mudas provenientes de lavouras próprias, deve-se fazer a retirada das plantas matrizes do campo destacando-se as raízes para consumo e cortando--se o excesso de folhas (que podem ficar no campo), levandocortando--se as coroas ou tou-ceiras para um local coberto (Figura 1).

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À sombra, destacam-se então os perfilhos (Figura 2), os quais são colocados em sacos (tipo de cebola ou batata) e lavados em água corrente ou por imersão para retirada do excesso de impurezas.

Figura 2. Perfilhos (propágulos) de batata-baroa destacados.

No caso de aquisição de plantas matrizes externas à propriedade, o que se deve fa-zer com cuidado, quanto à sua qualidade, é o procedimento de preparo começando com a lavagem dos perfilhos, visto que em geral as mudas são adquiridas na fase de perfilhos destacados.

A seguir, faz-se o tratamento fitossanitário (Figura 3). Recomenda-se a imersão dos sacos com os perfilhos por período de 5 a 10 minutos em solução de água sanitária comercial (teor médio de 2,2% de cloro ativo) a 5% de diluição ou o equivalente a 1:20 (1 parte de água sanitária para 19 partes de água). No caso de adquirir soluções de cloro ativo, deve-se fazer o cálculo para sua diluição a 0,1%. Pode-se reutilizar a solução de cloro ativo por duas, talvez até três vezes, aumentando de 1 a 2 minutos por cada reúso, considerando, é claro, nível reduzido de impurezas pela prévia lava-gem dos perfilhos.

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Após o tratamento com cloro, recomenda-se o enxague rápido dos sacos com per-filhos para a retirada do excesso de cloro, especialmente para preservar as gemas (brotos), seguido de secagem à sombra espalhando-se os perfilhos em camadas finas para que sequem bem.

Após secagem, o que pode ocorrer em horas ou se estender até o dia seguinte, efe-tua-se o corte basal dos perfilhos formando as mudas (Figura 4). Esse corte basal promove o aumento da área de enraizamento. Quando os perfilhos são compridos e de diâmetro pequeno (<1 cm), sugere-se o corte em bisel, isto é, em ângulo incli-nado. No momento do corte da base dos perfilhos, se necessário, faz-se também o corte dos pecíolos (iniciação das folhas) a uma altura de 1 a 3 cm.

Figura 3. Imersão de mudas de batata-baroa em solução clorada.

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É importante usar ferramenta afiada e fina (lâmina chata), como estilete, para cor-tar os perfilhos sem rachá-los (Figura 4). Um corte bem efetuado, sem machucar a região a enraizar nos perfilhos, resulta em melhor enraizamento desde o início. Esse procedimento propicia melhor distribuição de raízes tuberosas na coroa e menor cicatriz de destaque, facilitando a colheita e aumentando sua vida útil (conservação pós-colheita).

Deve-se evitar o uso de canivetes ou facas, como é frequente quando se faz o inde-sejado preparo de mudas direto no campo, pouco após a colheita. Em mudas mal cortadas ou “lascadas”, é comum observar o crescimento desigual de raízes nas plantas, com boa formação de raízes somente em um dos lados e raízes com gran-des cicatrizes causadas pelo gran-destaque.

Dependendo da cultivar, da época do ano e do método de plantio utilizado (di-retamente no local definitivo, pré-enraizamento em canteiros ou pré-brotação em água), deve-se deixar de 1,0 a 2,5 cm de reserva na base das mudas e de 1,0 a 3,0 cm de pecíolo.

Preparadas, as mudas podem ser plantadas por diferentes métodos, apresentados a seguir.

2.6 PLANTIO DO CAMPO DE PRODUÇÃO DE MUDAS

No caso de estabelecimento de um campo de produção de mudas de batata-baroa, não se recomenda o plantio diretamente no local definitivo sem pré-brotação ou pré-enraizamento das mudas, ainda o método mais comum para a produção de raízes. Os motivos são em razão do alto percentual de falhas no campo e da gran-de gran-desuniformidagran-de gran-de emergência e, por conseguinte, gran-desuniformidagran-de também no ponto de colheita (MADEIRA; SANTOS, 2014). O que se recomenda é o plantio de mudas pré-enraizadas ou pré-brotadas. Esses dois métodos trazem vantagens com relação ao plantio direto no local definitivo, e a escolha de qual utilizar dependerá dos meios de produção disponíveis para cada produtor. Em geral, em menor escala, para campos menores que 0,5 ha, sugere-se o pré-enraizamento em canteiros en-quanto que para áreas maiores sugere-se a pré-brotação de mudas.

2.6.1 Pré-enraizamento de mudas em viveiros

Santos (1997) apresenta a técnica de pré-enraizamento que consiste basicamente em promover o enraizamento das mudas em canteiros devidamente preparados (Fi-gura 5), sob elevada densidade de plantio (de 5 a 10 cm entre plantas), para então, após pleno enraizamento, o que ocorre com cerca de 45 a 60 dias, realizar seu trans-plante para o local definitivo.

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Comparativamente ao plantio no local definitivo, as mudas para pré-enraizamento devem ser preparadas com menor reserva, de 1 a 2 cm. A base dos perfilhos pode ser aproveitada, o que exige, porém, novo corte na base, tendo-se o cuidado para não inverter a posição no momento do plantio. É interessante o uso de cobertura morta com palhada sem semente, especialmente necessária para a base dos perfi-lhos, pois estes apresentam grande propensão ao ressecamento devido ao corte na parte superior.

Os canteiros para pré-enraizamento, por vezes chamados de viveiros, devem possuir solo leve, com cerca de 10 cm de altura e largura em torno de 1 m. É recomendável a adubação de base de 3 a 5 L/m2 de composto orgânico. Não se deve fazer os

cantei-ros em local cultivado com hortaliças hospedeiras de nematoides conforme descrito no item sobre escolha da área.

A irrigação é fundamental, e o tipo recomendado é a aspersão para molhar as fo-lhas, o que reduz a incidência de pulgões e ácaros. Previamente ao plantio, deve-se molhar em profundidade os canteiros, e a camada superficial do solo deve perma-necer úmida, com uma ou duas irrigações diárias, até o início do enraizamento das mudas, o que ocorre após período de 10 a 15 dias. A partir de então, pode-se, confor-me as condições climáticas, irrigar a cada 2 dias. Também, é importante o controle de plantas infestantes.

O cultivo protegido em casas de vegetação ou túneis é recomendável quando o frio é intenso, e há risco de geadas fortes. Quando em épocas com chuvas excessivas, em

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períodos quentes, também se pode proteger as mudas por meio de cobertura plás-tica, porém deixando-se as laterais das estruturas de proteção abertas. Em épocas quentes, jamais cultivar em casas de vegetação fechadas, pois pode haver podridão das mudas pelo calor excessivo.

O pré-enraizamento de mudas de batata-baroa reduz, mas não impede, a ocorrência de falhas no viveiro, porém permite maior controle climático pela maior facilidade de manejo e possibilidade de proteção contra o frio ou contra o excesso de chuvas. No momento do transplante, apenas as mudas sadias e vigorosas irão para o campo definitivo. Se for necessário, caso as mudas estejam desuniformes no momento do transplante, pode-se fazer sua seleção em duas ou três classes, baseada no tama-nho e vigor das plântulas, transplantando-as separadamente de modo a proporcio-nar maior uniformidade no campo.

Como o campo de produção de mudas de batata-baroa é estabelecido em setem-bro, no final da estação seca e após a época fria do ano, apesar de se utilizar mudas juvenis, extraídas de plantas matrizes com idade de 5 a 7 meses, pode haver alguma taxa do indesejado florescimento precoce nos canteiros. Nesse caso, então, deve-se descartar essas mudas pendoadas.

Quando as mudas estão bem enraizadas, o que pode ser verificado por amostra-gem (podendo-se inclusive replantar as mudas amostradas), efetua-se, então, seu transplante para o local definitivo. Utilizando mudas vigorosas e em plantios nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste e na Região Sul em épocas quentes, recomenda-se o transplante mais precoce, quando as mudas têm raízes de 0,5 a 1 cm (Figura 6), o que ocorre com cerca de 25 a 40 dias, no verão e no inverno, respectivamente (MA-DEIRA; SANTOS, 2008). Quando o ponto ideal é atingido, procede-se então à retirada das mudas dos canteiros com auxílio de enxadão.

O transplante das mudas de batata-baroa para o local definitivo, nas leiras, deve ser feito à altura do coleto. O local definitivo deve ser previamente irrigado. Em seguida, a irrigação deve ser diária até o pegamento, sendo comum ocorrer murcha e perda de folhas, com rápida rebrota a partir do ápice.

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O transplante das mudas de batata-baroa pode ser feito normalmente com raízes nuas, com as quais não há necessidade de excessiva preocupação, pois em poucos dias ocorre novo enraizamento. Nessa fase, existem somente raízes de nutrição, fi-nas e brancas; as raízes de reserva, amarelas e de maior diâmetro, só se iniciam a partir de 70 a 80 dias.

O pré-enraizamento de mudas apresenta as seguintes vantagens em relação ao plantio de mudas sem pré-enraizamento (convencional): maximização do índice de pegamento; redução de custos com tratos culturais, com maior controle da fase inicial da produção – de 150 a 400 m2 de viveiro (canteiros de pré-enraizamento)

para 1 ha de plantio; eliminação da ocorrência de florescimento precoce no campo definitivo; possibilidade de seleção apurada de mudas; uniformização da colhei-ta, devido ao estresse causado à muda por ocasião do transplante e consequente brotação uniforme após alguns dias; possibilidade de plantio em diferentes épocas permitindo maior escalonamento da produção (MADEIRA; SOUZA, 2004; MADEIRA; SANTOS, 2008).

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Observa-se resistência à adoção dessa prática em decorrência da percepção dos agricultores que consideram a questão do aumento do uso de mão de obra como desvantagem, pois o processo exige duas etapas, ou seja, plantio nos canteiros e transplante, o que é, em geral, plenamente compensado pelos benefícios. Entretan-to, no caso de campo de produção de mudas, esse cuidado maior é necessário para que não haja falhas.

O pré-enraizamento em bandejas com substrato comercial já foi testado algumas vezes, funcionando bem em épocas frias e para mudas menores. No entanto, para mudas maiores, observa-se dificuldade de acomodá-las nas células. Também, já fo-ram relatados problemas de podridão, provavelmente pelo calor excessivo na casa de vegetação, onde as bandejas são acondicionadas.

2.6.2 Pré-brotação de mudas

Pode-se promover a pré-brotação de mudas de batata-baroa em água, areia, serra-gem e em solo de sub-bosque de mata, tomando-se os devidos cuidados para cada caso. No entanto, para um campo de produção de mudas, o mais seguro e reco-mendável é a pré-brotação em água. Madeira e Carvalho (2016) descrevem a técnica de pré-brotação em água, adaptada a partir do trabalho realizado pelo agricultor Roberto Akira Tanji, em Araguari, Minas Gerais. A técnica consiste basicamente em promover a brotação das mudas em recipientes, com lâmina d’água de 1 a 1,5 cm, por cerca de 7 a 20 dias, para então realizar o transplante para o local definitivo. As mudas devem ser preparadas com 1 a 2 cm de tecido de reserva, ou seja, menor do que quando se faz o plantio diretamente no local definitivo. Diferentemente do recomendado para plantio no local definitivo ou em canteiros de pré-enraizamento, não se deve fazer o corte em bisel. Nesse caso, o corte mais plano tende a facilitar a disposição das mudas nos recipientes. Outro diferencial é que as mudas devem estar bem tenras e, no seu preparo, deve-se manter os pecíolos bem longos, com pelo menos 2 cm de comprimento, para que estejam sempre com os ápices acima do nível da água.

Tem-se utilizado como recipientes, para o preparo das mudas, potes plásticos com cerca de 10 cm de diâmetro por 4-5 cm de altura (Figura 7), comumente utilizados para sorvetes ou doces e facilmente encontrados em lojas de embalagens. Efetuam--se dois furos laterais a cerca de 2 cm acima da base dos potes, de modo que sirvam de reguladores do nível da água, deixando então uma lâmina d’água de, no máximo, 2 cm. Assim, pode-se irrigar por aspersão fina (mangueira, regador ou microasper-sor) sem receio de encher demais os potes. A irrigação deve ser feita diariamente. Na prática, deve-se começar colocando de 10 a 15 mudas por recipiente de 10 cm de diâmetro. Os potes devem ser dispostos numa posição bem inclinada e baixados à medida que forem ficando cheios. O detalhe final é que as últimas mudas a serem

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A pré-brotação de mudas em água deve ser feita em local semissombreado e pro-tegido de chuvas, em ambiente semelhante à varanda da casa, por exemplo, ou em barracão arejado com as laterais abertas.

No verão, as mudas apresentam rápido desenvolvimento inicial devido ao metabo-lismo mais intenso e costumam atingir o ponto de transplante no período de 7 a 10 dias. Em épocas muito frias, as mudas podem levar de 15 a 20 dias, até mais.

O momento de transplante para o local definitivo é crucial. Não se deve esperar enraizamento pleno nos recipientes. O ponto de transplante é quando as mudas estão bem brotadas e em fase bem inicial de enraizamento, com cerca de 1 mm ou somente pequenos calos radiculares. O campo deve ser previamente irrigado. As mudas são transferidas para caixas ou sacos, com os devidos cuidados, evitando-se grandes impactos. Após o transplante, que deve ser à altura do coleto, regar diaria-mente até o pegamento, o que leva de 5 a 10 dias.

Figura 7. Pré-brotação de mudas no dia de implantação (A) e prontas para o plantio no

local definitivo (B).

A

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A pré-brotação de mudas apresenta as seguintes vantagens em relação ao plantio convencional: maximização do índice de pegamento; redução de custos com tratos culturais, com maior controle da fase inicial da produção – 40 m2 de viveiro para o

plantio de 1 ha; eliminação da ocorrência de florescimento precoce; possibilidade de seleção apurada de mudas; uniformização da colheita devido à uniformidade de emergência e desenvolvimento; e possibilidade de plantio em diferentes épocas, permitindo maior escalonamento da produção (MADEIRA; SANTOS, 2014).

Assim como ocorre no que diz respeito ao pré-enraizamento de mudas, observa-se resistência à adoção da prática de pré-brotação, principalmente por ser atividade operacionalmente delicada e pelo entendimento de o aumento do uso de mão de obra representar uma desvantagem. O processo exige duas etapas, ou seja, “plantio” nos recipientes e transplante, o que é plenamente compensado pelos benefícios. Entretanto, no caso de campo de produção de mudas, esse cuidado maior é neces-sário para que não haja falhas no estande de plantas. É viável a pré-brotação em caixas com substrato, serragem, areia ou solo desinfestado.

2.7 TRATOS CULTURAIS

A irrigação das mudas de batata-baroa deve ser mais frequente do que quando se objetiva a produção de raízes (SILVA, 1997). Assim, no início, do transplante ao pe-gamento, que ocorre em cerca de 10 dias, recomendam-se irrigações diárias, pas-sando-se então para irrigações a cada 2 dias durante período que pode variar de 60 a 75 dias após o transplante. A partir de então, as irrigações devem ser realizadas a cada 3 dias e, após 150 dias, a cada 4 ou 5 dias, sempre repondo a lâmina d’água evaporada.

Deve-se realizar o manejo das plantas espontâneas para que não causem prejuízo às mudas nos primeiros meses após o transplante. A partir do quarto mês, a lavoura começa a fechar, reduzindo em muito o desenvolvimento de ervas infestantes. Cabe lembrar que, para convívio com o calor, uma das práticas recomendadas é deixar o mato nas entrelinhas, roçando ou capinando à medida que as plantas vão crescen-do e a competição começa a trazer prejuízos para a cultura.

A adubação nitrogenada em cobertura deve ser aumentada em relação à recomen-dada para a produção comercial de raízes. Dependendo do ciclo, podem ser feitas de três a seis adubações de cobertura com 30 kg de N.ha-1 em cada aplicação.

É importante realizar vistorias criteriosas e periódicas, a intervalos de 1 a 2 sema-nas. As vistorias consistem em caminhamento na área a cada seis/oito leiras (ruas) observando-se qualquer anormalidade. Plantas atípicas, possivelmente de outra cultivar ou com sintomas de doenças graves, como murcha-de-esclerotínia (mofo--branco), devem ser descartadas (roguing). Plantas atacadas por pragas ou doenças

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Ainda não existem normas quanto a limites máximos de patógenos em mudas de batata-baroa, o que seria um orientador para as práticas culturais em campos de produção de mudas. Entretanto, a prática indica que alguns problemas fitossani-tários apresentam baixo nível de tolerância, como broca (besouro Conotrachelus cristatus), pulgões (Hyadaphis foeniculi), nematoide-das-lesões (Pratylenchus spp.) e mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum). Já outros, tais como nematoides-das-ga-lhas (Meloidogyne spp.) e ácaro-rajado (Tetranichus urticae) apresentam maior nível de tolerância pela maior facilidade de tratamento e controle, bastando enxágue e imersão em solução de água sanitária, como nematoides-das-galhas (Meloidogyne spp.) e ácaro-rajado (Tetranichus urticae).

2.8 COLHEITA E PREPARO DOS PERFILHOS

Para obter os perfilhos para produção de mudas, efetua-se basicamente a colheita das plantas, com seu arranquio, sendo interessante molhar a área, se necessário. Aproveitam-se as raízes, sempre que possível. Após o arranquio, recomenda-se o corte das folhas à altura de 5 a 10 cm dos perfilhos deixando essa massa verde no campo, desde que não apresente problemas quanto à infecção por patógenos. As touceiras (coroas) devem ser retiradas do campo para uma área sombreada.

Depois de colhidas as touceiras, há duas formas viáveis de transporte, a depender das condições na propriedade e da logística. O transporte pode ser feito com as coroas inteiras, o que lhes confere maior vida útil, ou os perfilhos podem ser desta-cados das coroas, o que facilita a embalagem em caixas ou sacos.

O armazenamento em câmaras frias entre 5 oC e 10 oC pode ser feito até um período

de 4 a 6 semanas, mas não é recomendado para períodos mais longos por aumentar a incidência de pendoamento precoce quando do plantio. Todavia, caso seja neces-sária a manutenção de mudas de plantas matrizes selecionadas entre a colheita e o plantio subsequente, verificar as orientações contidas no item 2.3 sobre seleção das plantas matrizes.

Em média, plantas matrizes da cultivar Amarela de Senador Amaral e da variedade Amarela Comum podem produzir de 20 a 30 perfilhos após seis meses de desen-volvimento e de 35 a 50 após oito meses. A cultivar BRS Rubia 41 pode produzir de 35 a 60 perfilhos após período de seis a oito meses, respectivamente, e BRS Cata-rina 64, de 15 a 30 perfilhos, respectivamente, após período de seis a oito meses.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cada vez mais atenção deve ser destinada à produção de mudas de qualidade, visto ser esse um dos fatores primordiais para o sucesso do empreendimento.

Vislumbra-se a especialização na produção e comercialização de mudas certificadas de batata-baroa, o que representa uma potencial oportunidade de mercado, visto

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que ainda não existe material propagativo certificado por empresas do setor priva-do e que empresas priva-do setor público não têm conseguipriva-do atender à demanda por mudas das regiões produtoras.

Outra possibilidade é a destinação pelos produtores de uma área própria para a produção de mudas com qualidade genética, fitossanitária e fisiológica, com manejo específico para tal.

4 REFERÊNCIAS

EMBRAPA. Apresentações do VIII Seminário Nacional de Mandioquinha-Salsa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2253775/ apresentacoes-do-VIII-seminario-nacional-de-mandioquinha-salsa>. Acesso em: 10 dez. 2014.

MADEIRA, N. R. Micropropagação e indexação de mandioquinha-salsa. 2004. 139 f. Tese (Doutorado em Fitotecnia), Universidade Federal de Lavras, MG.

MADEIRA, N. R.; BENITES, F. R. G. Armazenamento de mudas de mandioquinha-salsa sob estresse hídrico e térmico e sua relação com o pendoamento precoce. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, p. 584-585, 2000. Suplemento Julho.

MADEIRA, N. R.; CARVALHO, A. D. F. Produção de mudas de mandioquinha-salsa. In: NASCIMENTO, W. M.; PEREIRA, R. B. (Ed.). Hortaliças de propagação vegetativa: tecnologias de multiplicação. Brasília-DF: Embrapa, 2016. p. 129-150.

MADEIRA, N. R.; SANTOS, F. F. Plantio. In: Embrapa. Mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza). 2008. (Sistema de Produção 4, versão eletrônica). Disponível em: <http://sistemasdeproducao. cnptia.Embrapa.br/FontesHTML/ Mandioquinha/ MandioquinhaSalsa/plantio>. Acesso em: 23 nov. 2014.

MADEIRA, N. R.; SOUZA, R. J. Mandioquinha-salsa: alternativa para o pequeno produtor. Lavras: UFLA, 2004. (Boletim Agropecuário da Universidade Federal de Lavras, 60). SANTOS, F. F. dos. Utilização de mudas juvenis e do pré-enraizamento no

impedimento da floração em mandioquinha-salsa. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 19, n. 190, p. 27-34, 1997.

SANTOS, F. F.; CARMO, C. A. S. Mandioquinha-salsa: manejo cultural. Brasília: Embrapa-SPI/Embrapa-CNPH, p. 11-14, 1998.

SANTOS, F. F.; COSTA, G. P.; MACEDO, P.; KRIECK, R. S. Mandioquinha-salsa no agronegócio do estado do Paraná. Curitiba, 2000. 56 p. (Informação Técnica, 51). SILVA, H. R. Irrigação da mandioquinha-salsa. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 19, n. 190, p. 42-44, 1997.

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CAPÍTULO 3

MANEJO DA CULTURA DA BATATA-BAROA:

IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO

José Mauro de Sousa Balbino César Abel Krohling

Sarah Ola Moreira Luiz Fernando Favarato

1 INTRODUÇÃO

A batata-baroa tem como uma de suas características a rusticidade das plantas, po-rém podem ocorrer perdas economicamente significativas quando não são tomados cuidados básicos de manejo da cultura. Entre eles, os mais críticos são: o cultivo su-cessivo na mesma área, utilização de mudas de má qualidade; plantio em condições climáticas desfavoráveis para a cultura; preparo do solo e adubação inadequados; e irrigação feita sem controle (GRACIANO et al., 2006).

Considerando a influência das condições ambientais sobre a cultura da batata-ba-roa, a escolha do local e da época de plantio são os pontos iniciais para o plane-jamento de sua implantação. Para essa definição, deve-se considerar, inicialmente, os aspectos técnicos e econômicos. O passo seguinte para a implantação da cultura é a aquisição de mudas de qualidade, pois essa é uma condição primordial para o sucesso do empreendimento (MADEIRA; CARVALHO, 2013). Ainda nesse contexto do manejo da cultura, Mascarenhas e Pereira (1997) acrescentam a importância da adu-bação de plantio e de cobertura e o manejo de plantas daninhas, pragas, doenças e da nutrição como expressivos fatores de produção, que irão influenciar a produtivi-dade da batata-baroa.

Por meio desses relatos preliminares, este capítulo busca disponibilizar informa-ções técnicas que possam melhorar a eficiência no cultivo da batata-baroa subsi-diando as tomadas de decisões dos técnicos e dos empreendedores da atividade. Merece destacar aqui que as tecnologias para produção de mudas, o manejo da nu-trição e o fitossanitário serão tratados em capítulos específicos, onde poderão ser mais bem detalhados.

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