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LESEMANN, Frédéric; CÔTÉ, Jean-François (dir.) La construction des Amériques aujourd’hui: regards croisés transnationaux et transdisciplinaires. Québec: Presses de l’Université Laval, 2009.

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LESEMANN, Frédéric; CÔTÉ, Jean-François (dir.) La construction des Amériques aujourd’hui:

regards croisés transnationaux et transdisciplinaires. Québec: Presses de l’Université Laval, 2009. 388p. (www.puq.ca)

Zilá Bernd

V

ale registrar o importante lança- mento da mais recente coletânea dirigida pelos pesquisadores de Montreal Jean-François Côté (UQAM) e Frédéric Lesemann (INRS-UCS), ambos participan- tes do GIRA (Groupe Inter- disciplinaire de Recherche sur

les Amériques). Na realidade, o livro comprova bem o dinamismo desse grupo que vem organizando congressos anuais no seio da ACFAS e publicações das mais pertinentes no que se refere às relações transamericanas. O grupo é caracterizado pelas abordagens transnacionais e transdisciplinares, com pesquisadores canadenses e de diferentes países das três Américas, e suas publicações vêm se tornando referência obrigatória a todos os que se interessam pelos estudos comparados Brasil/

Quebec, Brasil/ Canadá ou as relações mais amplas que podem ser tecidas entre as culturas das Américas. Na apresentação da obra, os autores referem que “o processo de globalização intensi- fica e transforma as relações entre os povos, os estados e as ‘socie- dades civis’. Em consequência, ele contribui para produzir e acelerar mecanismos de mestiçagem cul-

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tural, de ‘brouillage’ de fronteiras, tanto geográficas quanto políticas ou simbólicas, de esgotamento das instituições tradicionais e de produção de novas sínteses culturais” (contracapa). O livro responde às principais interroga- ções que se colocam aos membros do GIRA: sobre a identidade e sua pertença a um espaço nacional mas em vias de globalização, a um espaço institucional univer- sitário e a um espaço disciplinar.

Esses “atores reflexivos”, como se autodenominam os membros do grupo, cruzam aqui seus olhares para propor leituras audaciosas das Américas. Os dois organiza- dores assinam o ensaio de abertura, cujo título dará origem ao título geral da obra. Nele argumentam sobre o incontor- nável processo de transcultu- ração para o estudo e a com- preensão da anatomia política, social e simbólica das Américas, sobre os direitos e a cidadania no espaço público e sobre as mobili- dades cidadãs. São apresentados na sequência os doze artigos que compõem o livro, distribuídos em três partes. A primeira parte, intitulada “Lógicas institucionais e culturais”, apresenta o artigo de Frédéric Lesemann intitulado

“Mercado comum, o estado nacio- nal e a sociedade civil na América Latina: mudanças de regimes?”.

Nesse alentado artigo, de cerca de sessenta páginas, são debatidos temas fulcrais para a América

Latina, tais como o papel dos intelectuais em ciências sociais e sua relação com o Estado; a trans- formação do papel do Estado, de uma tradição autoritária a estado populista e, finalmente, a estado mínimo. Ainda nessa primeira parte, Pierre-Joseph Ulysse, Ph.D.

em Sociologia da Universidade de Montreal, propõe uma releitura das dinâmicas continentais, a partir da noção de “jogo das Américas”, apontando estratégias do continentalismo integracionista às práticas transnacionais migran- tes. O terceiro artigo, de J.- François Côté e Martin Nadeau – este, doutor em História pela Universidade McGill –, trata das transformações da historiografia americana contemporânea e anali- sa as estratégias de uma cons- tituição cosmopolita da história das Américas. Tema caro a Jean- François Côté, já exposto em outros artigos, o cosmopolitismo e suas figuras são analisados no âmbito do conjunto das Américas.

O último artigo da primeira parte, assinado por Claudine Cyr, uma das grandes animadoras do GIRA, retoma a questão da hibridação cultural, como conceito possível para pensar a experiência ameri- cana. Para tanto, revisita o con- ceito de “créolité” como foi apre- sentado pelos antilhanos Patrick Chamoiseau, Raphaël Confiant e Jean Bernabé em 1989, con- cluindo que tanto o conceito de hibridação quanto o de criouli-

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dade ensejam “um vai-e-vem na experiência americana, passada, presente e futura” (p. 171). A segunda parte – “Lógicas de interação social e política” – é igualmente composta por quatro artigos: o primeiro, “A pesquisa intercultural: uma viagem para além de si”, constitui-se em um estudo de caso de Tambogrande, no Peru. A autora, Geneviève Meloche, doutora em Comuni- cação pela UQAM, discorre sobre a importância de apreender as estratégias do desenvolvi- mento em contexto intercultural.

Jean Goulet, autor do segundo artigo, professor associado da UQAM, lança seu olhar sobre os novos construtores da cidade na América dos pobres e estuda o papel das redes nas favelas de Porto Príncipe, capital do Haiti.

Felipe de Alba, pesquisador do INRS-UCS, argumenta em torno das mobilizações sociais e dos novos clientelismos: a luta pela água no México, colocando a seguinte questão: trata-se de crise, conflito ou ingovernabili- dade? O último artigo da segunda parte, de Beatriz Vélez, profes- sora associada da Universidade de Sherbrooke, reflete sobre a emigração colombiana no femi- nino e aporta o valioso testemunho de mulheres colombianas que vivem no Quebec. A terceira e última parte – “Lógicas de ação coletiva” – traz quatro artigos:

“Integração ou desintegração

continental: as Américas entre hegemonia e diversidade”, de Raphaël Canet, um dos pesquisa- dores fundadores do GIRA; “A animação na América Latina”, de Jocelyne Lamoureux, um pano- rama da experiência latino- americana da animação; “Os movimentos autonomistas autóc- tones mexicanos: uma cidadania reinventada”, de Marie-José Nadal, do departamento de Socio- logia da UQAM, que explora, entre outros aspectos, a auto- nomia de direito praticada nos municípios indígenas do estado de Oaxaca, e “Os guias/ carrega- dores do Caminho do Inca:

turismo, mobilidades mundiais e desigualdade”, de Alexandra Arellano, professora adjunta da Universidade de Ottawa, que trabalha o tema da inclusão e exclusão sociais e do impacto das mobilizações nacionais e internacionais no turismo nos sítios históricos em Cuzco. O livro apresenta um rico painel, elencando diversificadas proble- máticas na área das ciências humanas e sociais e, por isso, não somente merece ser lido como deve se constituir em leitura obrigatória para os americanistas e estudiosos da diversidade das três Américas. Ressentimo-nos, contudo, da ausência de aborda- gens culturais e literárias, que poderiam ter agregado a esse importante conjunto de textos uma dimensão ainda mais significativa.

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