UMVERSIDADE DE ÉVORA
#
DEPARTAMENTO DB PEDAGOGIA B EDUCAÇAO
Mestrado em Educação
-
Variante de Administração EscolarOs alunos de risco ruo 2" Ciclo da E.B . 2,3 Ana de Castro Osório, no ano lectivo 200412005:
Um estudo caso
Candidata:
CéliaMaria
CandeiasMaúins Cópio
DisseÍação apresentada para obtenção do grau deMestre
em EducaçãoOrientador: Professor
Doutor
JoséBravo Nico
Évora2OO7
I
t
UMYERSIDADE DB ÉVORA
..ffi
DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA E
EDUCAÇÃ,OMestrado em Educação
-
Variante de Administração EscolarOs alunos de risco no 2" Ciclo da E.B . 2,3 Ana de Castro Osório, ro ano lectivo 200412005:
Um estudo caso
S
. Í4LD Yqt
Candidata:
CéliaMaria
CandeiasMaúins Cópio
Dissertação apresentad a para obtenção do grau deMestre
em EducaçãoOrientador: Professor
Doutor
JoséBravo Nico
Évora2OO7
Alunos do2 Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
DEDICATÓruI
Quando iniciámos a nossa dissertação pretendíamos dedicá-la essencialmente
aos jovens
pré-adolescentescom quem nos
cruzamos,diariamente, na
nossa comunidade educativa.No
entanto, fomos surpreendidos por três acontecimentos que nos maÍcaram bastanteem termos
emocionais. Esses acontecimentos acabarampor nos
fazerreflectir um
pouco sobre alguns aspectosda vida,
nomeadamente a nossafalta
de preparação para aceitar e/ou reagir da melhor forma, no momento em que essaliúa
se quebra.
Assim, relembramos aqui:
A
alegria, os saltos, o convívio, o carinho, a arrizade. o comparüeirismo e os sonhos da Sandra Silva, aluna da nossa Direcção Turma,no
anolectivo
2OO4DAO5, que faleceu a 17 de Dezembro de20M,
por motivo de doença.Por outro lado, é com muita
saudade,que
recordamosos
nossos avós maternos, falecidos respectivamente:a 27
de Dezembrode 2005 (avô) e a
16 deJaneiro de 2006 (avó). Era gente simples e humilde que vivia num
"montealentejano", perto da praia. Analfabetos, mas ricos em sabedoria
popular, transmitiram-nos os valores essenciais àvida
em sociedade. Valores esses de que a nossa sociedade está cada vez mais desprovida e que tentamos encontraÍ e/ouincutir
em cada rosto das crianças e/ou jovens com quem nos cruzamos diariamente.No entanto, acreditamo§ que:
"...
O professor detém poderes de um Pigmnleão: podeajudar
a desenvolver nas crianças e nos adolescentes, seus alunos, a confiança em si mesmo e nos outros,o
deslumbrarnentoperante a vida e a
aprendizagem,a vontade de deixar
um testemunho benéfico no mundo; corno podecowrtbuir para a
chama da curiosídade de aprender,da
vontade deviver,
da confiança emsi
e nas suas possibilidades de crescer e de se aperfeiçoar."(Santos,1985)
Universidade de Évora
I
Alunos
do 2"Ciclo
do EnsinoBfuico
em situação derisco
AGRADECIMENTOS
Este trabalho só se tornou realidade graças à ajuda e à orientação preciosa que nos
foi
proporcionada ao longo de todo o seu desenvolvimento. Assim, não podemos deixar derefeú
alguns desses apoios.Em primeiro lugar, o
nosso reconhecimentoe
agradecimentoao
Professor Doutor José Carlos Bravo Nico, por ter aceite o convite para connosco empreender e orientar este projecto, de modo a conseguirmos elaborar e preparar esta dissertação,para a
obtençãodo grau de Mestre em
Ciênciasda
Educação. Agradecemos a confiançaque, em nós,
depositou assimcomo o
seu empenho,rigor
científico, disponibilidade, calma e segurança que nos transmitiu. Destacamos ainda a paciência queteve para ouvir alguns dos
nossos desabafos, reflexões,críticas e
sugestões relacionados com o processo de mudança do Sistema Educativo Português, durante o período em que decorreu a nossa investigação.Em segundo lugar, queremos agradecer a todos os que connosco colaboraram
no
preenchimentodos
questionários:alunos identificados em
situaçãode
risco, Directores de Turmae
ainda aos outros docentes que nos deixaram entrar nas suas salas, colocando-nos completamente à vontade para trabalhar com os alunos alvo do nosso estudo.Destacamos
e
agradecemosa
colaboraçãodos
elementosque
compõem oÓrgão de
Gestãoda
EscolaE.B. 2,3 Ana de Castro Osórior, uma vez que
não colocaramqualquer
entraveao
nossotrabalho, permitindo a consulta de toda
a documentação necessária, (actas, pautas, legislação, dossiers com diversa informação naárea de alunos,...).
Um
agradecimentomuito
especial ao pessoal da Secretaria da mesma escolapela
colaboraçãoque nos
prestou quando solicitiámos documentaçãona
área de alunos. Salientamos também o apoio, atenção ecariúo
demonstrado pelaD.
TeresaGouveia (funcionária da Secretaria) na
preparação/organizaçãode todos
osI No
ano lectivo 2OO612Cf7 designa-se Escola 2,3/S da Bela Vista, mantendo-seo
nome do Agrupamento Vertical de Escolas Ordem de Sant'Iagou
Universidade de Évora
Alunos
do 2"Ciclo
doEnsino
Básico em situação derisco
documentos necessários
para solicitar a atribuição da Licença Sabática
e/ou Equiparação a Bolseiro nos prazos previstos na lei.Deixamos um abraço muito especial pela amizade, companheirismo e reforço da auto-estimao nos momentos mais difíceis, às colegas de Mestrado, Ana Trindade, Águeda Madeira e Ana Jacob.
Quanto aos amigos e colegas que partilham o nosso dia-a-dia, manifestamos o nosso apreço pela paciência que tiveram connosco, pelas palavras, gestos e atitudes de carinho e pelos raspanetes que, por vezes nos deram, arrancando-nos dos papéis e do computador, no sentido de nos proporcionarem alguns momentos de relaxamento e convívio.
Aos pais e irmã, pedimos
desculpapelo pouco tempo que lhes
temos dedicado.No entanto, dentro do possível, temos tentado apoiar e dar
atenção sobretudo à mãe, uma vez que está a sofrer uma perda afectiva de grande relevo na sua vida. Mas, mesmo assim, conseguiu ter sempre ter um sorriso e muita paciência para nosouvir,
dando-nos uma força enorÍne para prosseguirmos com este projecto, conscientedo
quanto amamos a nossa profissão, nomeadamente osjovens
que, em cada ano lectivo, entram nas nossas vidas.Universidade de Évora
m
Alunos
do 2oCiclo
doEnsino
Básico em situação derisco
RESt]MO
O presente estudo aborda a problemática dos alunos de risco no 2" Ciclo da E.B. 2,3 Ana de Castro Osório, no ano lectivo 2O04r|2O05.
Na dimensão teórica são referenciadas algumas questões de Organização Escolar (escola
reflexiva, autonomia de escola, gestores intermédios e supervisão escolar, o papel do Director de Turma, o Projecto Curricular de Escola, algumas liúas orientadoras da política educativa poÍuguesa, no período em que decorre a elaboração desta investigação) e abordados alguns aspectos gerais dos pré-adolescentes, diversos conceitos de risco, a acção de diversas entidades com competência na área da infância e juventude, o papel da famflia e a relação desta com a escola.
Foi
utilizadaa
metodologia do "Estudo Casoo', no decurso da qual foram analisados documentos internos da escola e elaborados instrumentos de recolha de dados (questionários aplicados aos Alunos e aos seus Directores de Turma). No úatamento das informações de natureza quantitativa, utilizou-se o programa informático Excel, enquanto nas questões abertas procedeu-se à análise de conteúdo.Em síntese, concluiu-se que:
a) um terço dos alunos que frequentava o 2" Ciclo do Ensino Básico, foi sinalizado como
"aluno de risco". Cerca de '75Vo era do 5" Ano de Escolaridade. Os factores de risco que mais se
destacam são: assiduidade irregular, desmotivação/desinteresse/apatia, défice
de
atenção e concentração, indisciplinae
retenções sucessivas no seu percurso escolar.A
famfliaé
poucoparticipativa.
b)
a resposta curricular dá-se essencialmente dentro da sala de aula;c) a
resposta organizacional assenta essencialmente nalgumas medidas previstas nos documentos legislativos.Na
última partedo
rabalho deixamos expressasas
conclusõesdo
estudo mais pormenorizadas, bem como algumas recomendações/sugestões que eventualmente, poderão orientar posteriores investigações.Universidade de Évora
Iv
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
ABSTRACT
The risk
students on a 2nd Cycteof
classroom of the8.8.23 Ana
decastro osório, during
academicyear of
2004120052a
casestudy
The present study attempts to assess risk students on a 2nd Cycle (5th and 6th grades) classroom of the
'f,.8.
2,3 Ana de Castro Osório" Public School duringúe
academic year of2W4t2005.
On
a
theoretical scale, are assessed some questions about the Classroom Organisation (reflexive school, school autonomy, intermediate directors and school supervision, the role of the Class Tutor, the School Cunicular Project, some guidelines about the Portuguese education policy during the period when this study took place), and was also assessed some general aspecs ofpreadolescents, risk concepts, and actions taken by various organisations specialised in the areas of
childhood and youú, the role of the family and the interrelation between the family and the school.
It
was used a 'Case Study" methodology during which was assessed school documents of this paÍicularly school, and data collecting instruments (Student-applied and Class Tutor-applied questionnaires). On dealing with quantitative data,it
was used úe Excel application, while for úeopen questions was assessed by its contents.
In brief, it was concluded that:
a) a third of students that attended the 2nd Cycle Basic Education schools revealed to be "risk students". Around 75Vo of them were 5th grade students. Among úe most important risk factors are:
irregular attendance, unmotivated/aloofness /apaüy, lack of attention and concentration, indiscipline and successive retentions during úeir education paúway. The family is scarcely participative.
b) the curricular response is normally given within úe classroom;
c)
the organizational Íesponse lies mostly on some measures includedin
governmentdocuments.
On the last part of the paper, we focus on more detailed conclusions, as well as give
recommendations/suggestions which may eventually be of guidance to futwe studies'
Universidade de Évora
V
Alunos
do 2"Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
ÍuorcB GERAL
INTRODUÇÃO I
1.1 Justificação e Pertinência do Estudo....
1.2. Questões de Investigação...
1.3. Objectivos da Investigação
PARTE r
- ENQUADRAMENTO rgÓnlco
CAPÍruLO I -
Algumas Questões de OrganizaçãoEscolar...
-..-...-71. Organização Escolar Século
XXI... .""""""'8
1. 1. Escola Reflexiva/Comunidade Aprendente 8
1".2. Autonomia da Escola, Gestores lntermédios e Supervisão Escolar...10 1.3. O Gestor Pedagógico Intermédio na Supervisão
Escolar
..."111.3.1. O Director de Turma na Escola
-
Comunidade Aprendente ...121.3.2
Competências do Director de Turma na Supervisão Escolar...15 ..2 .4 .4 .61.3.3. Projecto Curricular de Escola/O Papel do Director de Turma.
2.
Liúas
Orientadoras Actuais da Política EducativaPortuguesa
...L7t7
2.1. Despacho
n"
1679512005, de 3 de Agostot9
2.2. Componente não lectiva de estabelecimento dos docentes dos 2"
e3
ciclosdo ensino
secundário:... ..."19
2.3. Acompanhamento educativo dos alunos em caso de ausência do professor
titular
de turma/disciplina: .202.4. Despacho Normativo
n"
5012005, de 9 de Novembro2t
2.5. Despacho Normativo
n"
1/2006, de 6 de Janeiro - Percursos Curriculares Alternativos...2.6. Educação para a Promoção da Saúde ...27 2.7.Plano de Acção para Promover o Sucesso da
Matemática
..."'28 ...262.8. Plano Nacional da Leitura. 30
2.9. Mobilizaçáodas escolas para as
TIC... ..."""""'31
2.10. Relançamento do Programa dos Territórios Educativos de lntervenção
Prioritária ....32
2.11. Renovação do Programa Escolhas para2007-2009
-
Resolução do Conselho de Ministros n" 80/2006...2.12. Programa Escola Segura
CAPÍTULO II -
Crianças e Jovens em Risco34 38
A)
Universidade de Évora
VI
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
...43
1.1.
A
Pré-Adolescência ....M
1.2. Definição de Criança e os seus Riscos... ...471.3. Definição de Tipos de Risco e sua Incidência Temporal.... .54
1.3.4. Riscos de Pertubação.... 57
1.3.5. Riscos de Ruptura APaÍente ...57
1.3.6. Risco de Stress .57 2. Factores de Risco ..58
2.1. Definição de Factores de Risco Centrados na
Criança
...582.l.l.Factores individuais
...592.1.2. Factores familiares . 60 .61 3.1.2. Abuso sexual... 2.1.3. Factores ambientais 3. Maus Tratos em Crianças e Jovens em
Risco..
...-..-613.1. Tipos de Mau Trato... ...62
3.1.1. Mau trato físico... 62
63 3. 1.3. Abandono físico... .64
3.1.4. Abandono emocional ...64
3.1.5. Mau trato emocional 3.1,.6. Mau trato institucional 4. Entidades a quem compete Proteger as Crianças e Jovens ...65
65 4.1. Pais .66 4.2.Entidades com competência na área da infância e
juventude
...664.3. As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) e Tribunais ...67
4.3.1. As Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ)...68
5.
A
Famflia no Percurso Escolar dos Jovens emRisco..
...745.1. O Ambiente Familiar como Ambiente Favorável à Aprendizagem dos Filhos.74 5.2.
A
Formação de Pais ..785.3. Contactos entre Famflia e Escola... 82
5.4. As Visitas Domiciliárias na Relação Pais, Crianças e/ou Jovens e Professores33 PARTE
II
_A INVESTIGAÇÃO
...87VII
Universidade de Évora
Alunos llo2" Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
1.
METODOLOGIA..
1 . 1 . Definição da população-alvo/amostra ...
1.1.1. Contextualização da
escola
...91 1.1.2. História e descrição do espaço físico...1.1.3. Caructenzação e identificação do espaço físico L.1.4.
A
População-alvo/amostra do nosso estudo1.2. Recolha de Dados .99
1.2.1. Primeira Fase
-
Análise Documental... ...99 de..88 ..91
92 93 96
Sant'Iago.. 99
1.2.1.1.1. Os Serviços Especializados de Apoio Educativo 99 1.2.L.1.2. Serviço de Psicologia e Orientação ...
r00 1.2.1.t.3.Núcleo
deApoio Educativo.
....105l.2.L.l.4.Serviço Social
...1061.2.1.1.5. Outras Estruturas e Projectos 109
1.2.1.1.6. Promoção e Educação para a Saúde ...110 1.2.1.1.7. Sala de Estudo...
1.2. l. 1.8. Desporto Escolar...
1.2.1
.t.9.
B ibliotecas Escolares/Centros de Recursos Educativos 1161.2.2. Análise de Opiniões ...120
1.2.2.1.
Actas.
120l.2.2.2.Relatórios
dos Serviços Especializados de Apoio Educativo...1201.2.2.2.1. Serviço Social 120
L.2.2.2.2. Serviços de Psicologia e Orientação 1.2.2.2.3. Equipa do Apoio Educativo.
1.2.2.3. Estrutura dos inquéritos ...
1.2.2.3.1. lnquérito aplicado aos Alunos
1.2.2.3.2.1nquérito realizado aos Directores de
Turma... .."""124
PARTE
III - ANÁLISE
EINTERPRETAÇÃO
DOSDADOS...-
...-.127I
- Alunos do 5oAno
de Escolaridade... ...128II
- Alunos do 6o Ano de EscolaridadeIII -
Análise das três questões abertas150 nos questionários dos alunos (5o e 6o
escolaridade)
IV
- Breve Síntese Sobre oPerfil
doAluno
em Situação de Risco 199 1.2.L.1. Regulamento Interno do Agrupamento Vertical de Escolas Ordem... 120 111
tt2
t20
122 122
anos de ...169
Universidade de Evora
VIII
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico emsituaSo
derisco
V
- Directores de Turma ..203VI -
Análise das questões abertas nos questionários dos Directores de Turma (5" e6"ano de escolaridade) 215
V11
-
Breve sÍntese sobre oPerfil
doAluno
em Situação de Risco segundo a opiniãodos Directores de Turma ...,.,,,...252
PARTE
IV
-CONCLUSOES
...256PARTE
V
-BIBLIOGRAFIA...
...272ANEXOS Anexo
-
1Anexo - 2
29t
..292 ..307
Univenidade de Evora
x
Alunos
do 2" Cicto doEnsino
Básico em situação derisco
ÍNorcp srcLAS
Sigla
ANMP
ASEBB/CRE
C.A.EsConfap
CPCJCRIE DGIDC DR D.R.E.L.
ECI) GAAF GAVE GNR GOD IEFP
MI
MP MTSS MS N.A.E.
o.E.P.
PBX PRODEP
PSPSABE
SPOTIC
Designaçâo
Associação Nacional de Municípios Portugueses Acção Social Escolar
B ibliotecas Escolares/Centro de Recursos Educativos Centros de Área Educativa
Confederação Nacional das Associações de Pais Comissão de Protecção de Crianças e Jovens Computadores, Redes e Internet na Escola
Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular
Diário
da RepúblicaDirecção Regional de Educação de Lisboa Estatuto da Carreira Docente
Gabinete de
Apoio
aoAluno
e à Famflia Gabinete de Avaliação Educacional Guarda Nacional Republicana Gabinete e OrientaçãoDisciplinar
lnstituto
de Emprego e Formação ProfissionalMinistério
da JustiçaMinistério
da PresidênciaMinistério
do Trabalho e da Solidariedade NacionalMinistério
da SaúdeNúcleo de Apoio Educativo Orientação Escolar e Profissional Rede Telefónica
híblica
Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal Polícia de Segurança
híblica
Serviço de
Apoio
a Bibliotecas Escolares Serviços de Psicologia e OrientaçãoTecnologias da lnformação e Comunicação
Pág.
40 94 118 105 40
trI
32 28 38 105
20 95
2t
39 261 133
40 40 40 40 100 106 94 32 39 118 100 31
Universidade de Évora
x
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico em situação de riscoTJNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura 5
Universidade de Évora
XI
Alunos do2" Cicto
do Ensino Básico em situação de riscohrorcs DE TABELAS
No da
Tabela
1
,
Título
Alunos no 2o Ciclo do Ensino BásicoAlunos no 2o Ciclo do Ensino Básico
emSinação
de RiscoOrganizaçáo das Questões dos Questionários dos Alunos Organizaçáo das Questões dos Questionários dos
Directores de Turma
Apresentação das Abreviaturas e Legendas
Páry.
97 97
t23
tu
126 3
4
Universidade de Évora
XII
Alunos
do 2"Ciclo
do Ensino Básico em situação de riscoÍN»rcr DE euADRos
Parte
I - Enquadramento Teórico
Capítulo I -
Algumas Questões de Organização EscolarQuadrol-MausTratos
Parte
III - Análise
eInterpretação
dos DadosI -
Alunos do 5" Ano de EscolaridadeQuadro 1-
SexoQuadro
2-
IdadeQuadro
3- Ano
de escolaridade/turmaQuadro
4- Iocal
de nascimento/naturalidadeQuadro
5-
Com quem vive o alunoQuadro
6-
Local ondevive
o alunoQuadro
7-
Aquem pertence a ca§a ondevive
o alunoQuadro
8- Aluno
quejá
viveu numa lnstituição de AcolhimentoQuadro
9-
Qualidade das condições da habitação do alunoQuadro
10-
Grau de parentesco com o Encarregado de EducaçãoQuadro
11-
Habilitações do Encarregado de EducaçãoQuadro
12-
Dados profissionais do Encarregado de EducaçãoQuadro
13-
Estabilidade da actividade profissionalQuadro
14-
Localidade onde o Encarregado de Educação exerce a sua actividadeQuadro
15-
Situações que levam o Encarregado de Educação do aluno à EscolaQuadro 16 - Avaliação do
acompanhamentodo
Encarregado de Educação nos estudos/percurso escolar do seu educandoQuadro
17-
Avaliação pelo aluno do seu desempeúo escolar no presente ano lectivoQuadro
18-
Ultrapassagem dolimite
de faltas injustificadas a uma ou mais disciplinas62 127 128
tzE
128 129 129 130 130 131 131 131 132 132 133 134t34
135
135
136
136
Pâe.
6 7
Universidade de Evora
xm
Alunos
do 2" Cicto doEnsino
Básico em situação derisco
Quadro
19-
Medidas disciplinares sofridas até ao momento do preenchimento do questionárioQuadro
20-
Aplicação das medidas disciplinares preventivas e de integraçãoQuadro
21-
Aplicação de medidas disciplinares preventivasQuadro
22-
Número de anos reprovados ao longo do percurso escolar do alunoQuadro
23- Motivo
que mais contribuiu para a(s) reprovação(ões)euadro
24- Disciplina
ou Área Curricular NãoDisciplinar
onde o aluno pensa ter mais facilidades de aprendizagemeuadro
25- Disciplina
ou Área Curricular Não Disciplinar onde o aluno pensa ter mais dificuldades de aprendizagemQuadro
26-
Resolução de ProblemasQuadro
27-
Regularidade com que o aluno frequenta a Sala de Estudo da EscolaQuadro
28-
Regularidade com que o aluno frequenta a Biblioteca da EscolaQuadro
29-
Frequência de sessões semanais com a Psicóloga da EscolaQuadro
30-
Frequência de sessões semanais com a Professora deApoio
Educativo da escolaQuadro
31-
Frequência de sessões semanais com a Técnica de Serviço socialQuadro 32 -Hâbito
de conversar em casa sobre o§ assuntos da EscolaQuadro
33-
Expectativas académicasQuadro
34-
Profissão que o aluno gostaria de ter futuramenteQuadro
35-
Ocupação dos tempos livres do aluno, fora da EscolaQuadro
36-
Consumo de drogasQuadro
37-
Consumo de tabacoQuadro
38-
Consumo de bebidas alcoólicasQuadro
39-
Idas àpolícia
Quadro
40-
Idas ao tribunalQuadro
41-
Castigos pelos pais/familiares/encarregados de educação137
137 138
138 139
139
140 140
141
t4l
142
142
142 143
r43
IM
145 146
t46
146 147 147 147
Universidade de Évora
XIv
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico em situaçâo derisco
Quadro 42 -Tipo
de castigo mais frequenteQuadro
43-
Regularidade das Idas ao MédicoQuadro
44-
quem acompanha o aluno nas suas idas ao MédicoII -
Alunos do 6" Ano de EscolaridadeQuadro
45-
SexoQuadro
46-
IdadeQuadro
47-
Ano de escolaridade/turmaQuadro
48-
Local de nascimento/naturalidadeQuadro
49-
Com quem vive o alunoQuadro
50-
Local onde vive o alunoQuadro 51- A
quem pertence a casa onde vive o alunoQuadro
52- Aluno
quejá
viveu numa lnstituição de AcolhimentoQuadro
53-
Qualidade das condições da habitação do alunoQuadro
54-
Grau de parentesco com o Encarregado de EducaçãoQuadro
55-
Habilitações do Encarregado de EducaçãoQuadro
56-
Dados profissionais do Encarregado de EducaçãoQuadro
57*
Estabilidade da actividade profissionalQuadro
58-
Localidade onde o Encarregado de Educação exerce a actividade profissionalQuadro
59-
Situações que levam o Encarregado de educação do aluno à EscolaQuadro
60-
Avaliação do acompanhamento do Encarregado de Educação nos estudos/percurso escolar do seu educandoQuadro 61-
Avaliação pelo aluno do seu desempeúo escolar no presente anolectivo
Quadro 62
-lJltrapassagem dolimite
de faltas injustificadas a uma ou mais disciplinasQuadro
63-
Medidas disciplinares sofridas até ao momento da aplicação do questionfuioQuadro
64-
Aplicação de medidas disciplinares preventivas e de integraçãoQuando
65-
Aplicação de medidas disciplinares sancionatórias148 148 149 150 150 150 150 151 151 152
r52
152 153 153 153 154 155
155
156
156
157
157
157
158 158
Universidade de Evora
xv
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico em situação de riscoQuadro
66-
Número de anos reprovados ao longo do percurso escolar do alunoQuadro
67- Motivo
que mais contribuiu para a(s) reprovação(ões)euadro
68- Disciplina
ou ÁreaCunicular
Não Disciplinar onde o aluno pensa ter facilidades de aprendizagemeuadro
69- Disciplina
ou Área Curricular Não Disciplinar onde o aluno pensa ter mais dificuldades de aprendizagemQuadro
70-
Na Escola com quem é que o aluno costuma falar/resolver os seus problemas mais frequentementeQuadro
71-
Regularidade com que o aluno frequenta a Sala de Estudo da EscolaQuadro
72-
Regularidade com que o aluno frequenta a Biblioteca da EscolaQuadro
73-
Frequência de sessões semanais com a Psicóloga da EscolaQuadro
74-
Frequência de sessões semanais com a professora deApoio
EducativoQuadro
75-
Frequência de sessões semanais com a Técnica de Serviço SocialQuadro 76 -Hâbito
de conversar em casa sobre os assuntos da EscolaQuadro
77-
Expectativas académicasQuadro
78-
Profissão que o aluno gostaria de ter futuramenteQuadro
79-
Ocupação dos tempos livres do aluno, fora da EscolaQuadro
80-
Consumo de drogasQuadro 81-
Consumo de tabacoQuadro
82-
Consumo de bebidas alcoólicasQuadro
83-
Idas à PolíciaQuadro
84-
Idas ao tribunalQuadro
85-
Castigos pelos pais/familiares/encarregados de educaçãoQuadro
86- Tipo
de castigo que é aplicado ao aluno com mais frequênciaQuadro
87-
Regularidade das idas ao MédicoQuadro
88-
Quemacompaúa
o aluno nas suas idas ao Médico159 159
160
160
t6t t6t
162 162
162
163 163
t63 t@
165 165
t66
166 166 166 167
167 168 168
Universidade de Évora
xvI
Alunos
do 2oCiclo
do Ensino Básico em situação derisco
III -
Análise das três questões abertas nos questionários dos alunos (5o e6o anos de escolaridade)
Quadro
E9-
Síntese das dimensões preferidas na escolaQuadro
90-
JogosQuadro 91-
AmigosQuadro
92-
BibliotecaQuadro
93-
EsPaços ExterioresQuadro
94-
ProfessoresQuadro
95-
ColegasQuadro
96-
AulasQuadro
97-
EscolaQuadro
98-
Espaços de aprendizagernQuadro
99-
Pessoal Não DocenteQuadro
100-
Actividades de AprendizagemQuadro 101-
Síntese das mudanças sugeridas pelos inquiridosQuadro
102-
Espaços de AprendizagemQuadro
103-
EsPaços FísicosQuadro
104 -Organizaçáo da lnstituiçãoQuadro
105-
Espaços deLazerQuadro
106- Atitude
PessoalQuadro
107 -Pessoal Não DocenteQuadro
108-
ColegasQuadro
109-
ProfessoresQuadro
110-
SÍntese das dimensões dos desejosQuadro
111-
Dimensão Qualidade deVida Quadro ll2 -
Dimensão Carreira ProfissionalQuadro
113-
Dimensão EscolaQuadro
114-
Dimensão l-azerQuadro
115-
Dimensão FamfliaQuadro
116-
Dimensão SentimentosQuadro l,l7 -Dimensão
capacidades/Potencialidades PessoaisQuadro
118-
Dimensão Mundo/Solidariedade169 170
t7t
172 173 173 174
t7s
175 176 176 177 178 179 1801El
183 184 185 18s 186 186 1881t9 19t r92
193 194 19s 196 197
Universidade de Évora
XVII
Alunos
do 2"Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
Quadro
119-
Dimensão NaturezaQuadro
120-
Dimensão Esperança deVida
Quadro
112l-Dimensão
Atitudes Comportamentais Menos CorrectasV -
Directores de TurmaQuadro
122-
SexoQuadro
123-
Idade ActualQuadro l?A - Ano
de EscolaridadeQuadro
125-
TurmaQuadro
126-
Turnos em que a turma tem maior carga horáriaQuadro l2l -
Alunos que se encontram dentro da escolaridade obrigatóriaQuadro
128-
alunos que repetem o actual ano de escolaridadeQuadro
129-Número
de vezes que o aluno está a repetir o actual na de escolaridadeQuadro
130-
Alunos que beneficiam do ASE (Acção Social Escolar)Quadro
131-
Escalão do ASEQuadro
132-
Etnia/OrigemQuadro
133-
Local onde vive o alunoQuadro
134*
Indicação de que o alunojá
viveu numa Instituição de AcolhimentoQuadro
135-
Situação do aluno no ano lectivo anteriorQuadro
136-
Identificação dos factores de risco que apresentam os alunos sinalizadosQuadro
137-Acompaúamento
pela Técnica de serviçosocial
da EscolaQuadro
138-
Acompanhamento por Serviços de Psicologia e Orientação da Escola (S.P.O.)Quadro
139- Acompaúamento
por Professor da Equipa deApoio
Educativo (E.A.E.)Quadro
l4O-
Alunos sujeitos a medidas disciplinares no decurso deste anolectivo
Quadro 141-
Medidas disciplinares preventivas e de integração197 198 198 199 203 203 204 204 205
205 205
206 206 206 207 207
20E 208
209
210
210
2tt
2tl ztt
Universidade de Évora
xvm
Alunos
do 2oCiclo
doEnsino
Básico em situação derisco
Quadro
142-
Medidas disciplinares sancionatóriasQuadro
143-
lndicação do número de processos sumários a que o alunofoi
sujeitoQuadro lM - Avaliação do acompaúamento do
Encarregado de EducaçãoQuadro
145-
Número de contactos com o Encarregado de EducaçãoQuadro 146-Tipo
de contacto com o Encarregado de EducaçãoVI -
Análise das Questões Abertas nos Questionários dos Directores de Turma (5" e 6" anos de escolaridade)Quadro
147-
Síntese das Dimensões EstratégiasQuadro
148-
Contactos com o Encaregado de EducaçãoQuadro
149- Tipo
deApoio
dado na EscolaQuadro
150-
DiálogoQuadro 151-
Técnica de Serviço socialQuadro
152-
Comissão de Protecção de Crianças e JovensQuadro
153-
Acompanhamento do(a) Aluno(a)Quadro
154-
Serviços de Psicologia e Orientação (S.P.O.)Quadro
155-
Sala de EstudoQuadro
156-
Controlo da Assiduidade do(a) Aluno(a)Quadro
157-Promover
a Motivação do(a) Aluno(a)Quadro
158-
Proporcionar OutroTipo
de CurrículoQuadro
159-
Promover a Auto-Estima do(a) aluno(a)Quadro
160-
Promover Medidas DisciplinaresQuadro
161-
Acompanhar Trabalho do(a) Aluno(a)Quadro 162-Realização
de Fichas de Trabalho FormativasQuadro
163-
Envolvimento da Famflia do(a) Aluno(a)Quadro l« -
Síntese das Dimensões DificuldadesQuadro
165-
Assiduidade do(a) Aluno(a)Quadro 166-
Contactos com o(a) Encarregado(a) de EducaçãoQuadro
167- Atitude
do(a) Aluno(a)Quadro
168- Atitude
do(a) Encarregado(a) de Educação2t3
213 214
2r5
216 217219 220 221 222 222 223 223 2?A 224
2U
225 225 226 226 226 22E 229 230 231 232 212
212
Universidade de Évora
xIx
Alunos
do 2"Ciclo
do Bnsino Básico em situação de riscoQuadro
169 -Acompanhamento do Aluno(a) pelo(a) seu(a) Encarregado(a) de educaçãoQuadro
170-
Motivação/Interesse do(a) Aluno(a) Perante a EscolaQuadro l7l - Atitude
da FamfliaQuadro 172-
Comportamento do(a) Aluno(a)Quadro
173-
Concentração do(a) Aluno(a)Quadro t74 -
Pré-RequisitosQuadro
175-
Comportamento da TurmaQuadro
176 -Resposta de Outras Estruturas da Escola ao Pedido do Director de TurmaQuadro
177-
Comissão de Protecção de MenoresQuadro
178- Tipo
deApoio
dado na EscolaQuadro
179-
lntegração/Adaptação na EscolaQuadro
180-
Frequência da Sala de EstudoQuadro 181-
Hábitos de Trabalho e Métodos de EstudoQuadro
182-
Morada do(a) Aluno(a)Quadro
183-
Aquisição de NovosCoúecimentos Quadro
184- Amigos/Compaúias
Fora da EscolaQuadro
185-
Constituição da TurmaQuadro
186-
Síntese das Dimensões dos Aspectos PositivosQuadro
187-
Comportamento do(a) Aluno(a)Quadro
188-
Assiduidade do(a) Aluno(a)Quadro
189-
Progressos/EvoluçõesQuadro
190-
Actividades EscolaresQuadro l9l -
Integração na EscolaQuadro
192-
Auto-EstimaQuadro
193-
AprendizagensQuadro
194-
DificuldadesQuadro
195-
Colegas do(a) Aluno(a)Quadro
196-
Encarregado(a) de EducaçãoQuadro
197-
ConcentraçãoQuadro
198-
Serviços de Psicologia e Orientação237 237 238 239 239 240
u0 u0
241 241 243
2M
u5 u6
246 247
?48
u8
248 249 249 250 250 233 234 235 235 236 236 236
Universidade de Évora
xx
Alunos
do 2"Ciclo
do Ensino Básico em situação de riscoVII - Breve
síntese sobreo Perfil do Aluno em
Situaçãode
Riscosegundo a opinião dos Directores de Turma
Quadro
199-
Balanço comparativo das opiniões de Estudantes e Directores de Turma acerca dos "alunos derisco"
252
255
Universidade de Évora
xxl
Alunos do2" Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
]NTRODUÇÃO
Universidade de Évora
Alunos do2" Ciclo
doEnsino
Básico em situação derisco
Na
construçãode uma nova escola para o século XXI, exige-se
umaparticipação
mais
responsávelde todos os
actores educativos,tendo em vista
apromoção do sucesso educativo e uma verdadeira igualdade de oportunidades a todos os que a frequentam.
É nessa perspectiva, de mais e melhor sucesso para os nossos jovens, futuros cidadãos activos na nossa sociedade, que nos propusemos empreender
um
processode
investigação,no sentido de tentar
encontrar algumas resposta§ curriculares e organizacionais disponibilizadas aos'oalunos derisco"
que frequentam o 2"Ciclo
doEnsino
Básicoda E.B. 2,3
Anade
CastroOsório, no
anolectivo
20M12005, na instituição onde a investigadora desempenha a sua actividade profissional.Tal
como Santos, (1985), acreditamos que"...
o professor detém poderes deum
Pigmaleão:pode ajudar a
desenvolvernas
crtançase nos
adolescentes, seus alunos, a confiança em si mesmos e nos outros, o deslumbramento perante a vida e a aprendiZagem,a
vontade dedeixar
am testemunho benéficono
mundo; como podecontribuir para a
chamada curíosidade de aprender, da
vontadede viver,
da confiança em si e nas suas possibilidades de crescer e de seaperfeiçoar.".
1.1
Justificação
ePertinência
doEstudo
O
trabalho escrito que,aqui
apresentamos constituia
materializaçáo formaldo p§ecto de
investigação,no âmbito do conjunto de
actividades conducentes à elaboração da Dissertação do Mestrado na especialidade de Administração Escolar.A
problemática pareceu-nos bastantepeÍinente,
atendendo ao meio escolar elocal
onde a investigadora se encontra a exercer a sua actividade profissional, como professora do quadro de nomeação definitiva, desde o anolectivo
200212003.Atendendo à prática pedagógica da mesma, esta constata que, na E.B.
2,3
Ana de Castro Osório, existe um número bastante significativo de alunos considerados em"situação de
isco",
pondo dessa forma astil(as
de sucesso num nível muito baixo.Nas
diversas relações pedagógicasque trava,
diariamente,com os
vários actoÍes desta comunidade educativa,a
investigadorafoi adquirindo a noção
que2 Universidade de Evora
Alunos
do2'Ciclo
do Ensino Básico em situação de risco"Cada
caso transporta consigo un.cthistória
de vida" unnfantíliq ou
afalta
dela"urn
percurso
escolarfeito de (in)
sucessos, urna integraçãosocial melhor
oupior
conseguída, em suma, uma trajectóría d.e vida
paniclrlar."
@into,A.,
etal.2O0l:5).
A
motivação para se dedicar a um estudo mais especializado nesta área surgiu apaÍir
dos contactos quefoi
estabelecendo, sobretudo com as Técnicas de Serviço Social e dos Serviços de Psicologia e Orientação na sequência dos diversos alunos"Caso"
integradosnas
sua§ Direcçõesde Turma, no§
anoslectivos
(200312004, 2OA4|2OO5) e pelo acompanhamento que fez aos alunos integrados nas outras turmas com quem manteve uma relagão pedagógica mais próxima.O cargo de direcção intermédia que tem exercido, em teflnos de nomenclatura de gestão escolar,
o
deDirectora
deTurma, é
fundamental numainstituição
como esta, dado que"...o director
de turma desempenhafunções que estarão muito alémdas
suasatribuiçõesformais,
avançandocomvárias
sub-hipóteses deffabalho, (...)"
inseridas
"...
nyma estratégia de legitimaçõo da organiZaçã.o escolar,a
ad.opção de uma postura de protecção da organização e dos professores e o desempenho de um papel de amorlecedor de certas exigências do público daescola'
(Sá,Y.,1997:14).
Através
destetrabalho,
pretendíamossaber qual a
respostacurricular
e organizacionalque a Escola E.B. 2,3 Ana de
CastroOsório disponibilizava
aos"alunos de risco",
que frequentamo 2" Ciclo do Ensino
Básico,no ano
lectivo 2004t2005.Com os
dados recolhidos gostaríamos de poder contribuir para uma melhor compreensão de toda a problemática que envolve o sucesso educativo destes jovens, numa perspectiva de ter uma escola mais eficaz para a comunidade que Serve.Partindo
deste pressuposto, pensando nosjovens com
quemnos
cruzamos diariamente, oscamiúos
que traçámos neste percurso tiveram comodesafio:
"ÜrmLtarefa ciclópica nunca terminada; processo moroso e confuso, carregado
deencontros e desencontros, todo ele
dirigido
àprocura
de mais emelhor
educação(...), de mais
autenticidade,de
escolasde rosto
humano, atentas às pessoas queUnivenidade de Évora 3
Alunos
do 2"Ciclo
doEnsino
Básico em situação derisco
morom nos
alunos;
er"ros e derrotas, escolhos imensos, recorneços semconta ..."
(Azevedo, J. 1996:303).
1.2. Questões de Investigação
As questões de partida para o nos§o estudo são as seguintes:
Quais os critérios
que concolrem paraa
classificaçãode um
aluno como sendo de risco?Qual a resposta curricular e organizacional que a Escola
E.B.
2,3 Ana de Castro Osório disponibiliza aos "aluno§ derisco",
que frequentam o 2"Ciclo
do Ensino Básico?O presente estudo assume, assim, como principais objectivos:
1.3. Objectivos da
Investiga$o
a)
Identificar
onúmero
de alunos sinalizados como "alLtnos derisco",
no 2"Ciclo
do Ensino Básico da E.B.2,3
Ana de Castro Osório, no ano lectivo 200412005;b) Identificar e explicitar os critérios que
determinama "sinalilação"
dealunos como sendo
de"risco";
c) Caracterizar a resposta
curricular
disponibilizada pela escola aos "alunos em sítuaçõo dertsco"
d)
CaracterizaÍa resposta organizacional
disponibilizadapela
escola aos"alu.nos em situação d.e rísco";
e) Obter a representação dos
próprios "aluno§
dertsco"
face à sua própria situaçãoe à
respostada instituição, comparando
essarepresentação com a
deoutros
intervenientes no ambiente educativo.O trabalho será, assim, constituído por cinco partes.
A primeira parte
estrutura-se em dois capítulos:a
a
4 Universidade de Évora
Alunos
do2'Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
No capítulo I
abordam-sealgumas
questõesde
Organizaçáo Escolar, destacando-seos
aspectos ligados às perspectivas gerais proposta§ pela UNESCO.Posteriormenteo passamos para
o
plano nacional, salientandoa
necessidade de ter uma escola maisreflexiva
sobre a comunidade aprendente, sublinhando a autonomia de escola, os gestores intermédios e supervisão escolar, o papel do Director de Turmae o
ProjectoCurricular de
Escola.A
conclusãogira em torno de
algumas linhas orientadorasda política
educativa portuguesa,no
períodoem
que decorretodo
o processo de elaboração desta investigação.O capítuto II é
dedicado às Crianças e Jovens em Risco,no qual
citamosalguns aspectos gerais dos
pré-adolescentese diversos conceitos de
risco.Acrescentamos, ainda, a referência à acção de diversas entidades com competência
na
áreada infância e juventude, o papel da famflia e a relação desta com a escola.Na
segundaparte do
trabalho explanam-se as opções metodológicas que orientam o estudo de campo.Na
terceira parte
analisam-se e interpretam-se os resultados.Na
quarta parte,
tendo em consideração todo o trabalho decorrido, deixam- se expressas as conclusões do estudo, bem como algumas recomendações/sugestões que, eventualmente, poderão orientar posteriores investigações.Por fim,
apresentam-se(numa quinta parte)
as referências bibliográficas fundamentais para o decorrer da investigação.Universidade de Évora 5
Alunos
do 2"Ciclo
doEnsino
Básico em situação derisco
PARTE N - ENAUADRANIENTO T]EOR]ICO
6 Universidade de Évora
Alunos
do 2"Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
CAPÍTULO I - Algumas Questões de Organizaçáo Escolar
7 Universidade de Évora
Alunos
do 2"Ciclo
doEnsino
Básico em situação derisco
1. Organizar$o Escolar Século XXI
Segundo um antigo Director-Geral da UNESCO, citado por
Morin (2002:tl),
"a
dernocracía, a equidade eaiustiça
social, a paz ea
harmonia com o nosso meio ambientenatural
devem ser (N palavras-chave(...) da
nossa maneirade viver,
dedirigir
os noss(N nações e cN nossas comunidades e deinteragir a
nívelglobal "no início do
SéculoXXL Assim, a
educação deverá constituir-secomo uma
força fundamentalno futuro, facilitando
as modificações frrndamentais dos nosso§ estilos de vida e dos nossos comportamentos. No entanto, um dos desafios mais difíceis serámodificar
o nosso pensamento deforma
a que enfrente a complexidade crescente, a rapidez das transformaçõese o imprevisível que caÍacteizam o
nosso mundo.É
necessário,então, que
consigamos reconsiderara
organizaçãodo
conhecimento.Devemos demrbar as barreiras tradicionais entre as disciplinas e criar laços para
unir
o que até agora estava separado, reforçando as políticas e programas educativos.A
necessidade decoúecimento
e reflexão sobrea
organizaçãoe
gestão das escolasé assim,
cadavez mais,
assumidacomo uma
condição indispensável ao processo de desenvolvimento e melhoria do desempenho das escolas.1.1. Escola
Reflexiva/Comunidade Aprendente
Os responsáveis
pelo
sistema Educativo, sentindo a necessidade da mudançae de
adaptaçãoàs
necessidadesda
sociedade actualoforam criando os
alicerces teóricose
elaborandoos
seus documentos, cuidando de todosos
poÍmenores quepoderão contribuir para a
construçãode indivíduos mais
capacitadospara
asmutações constanteso
visando preparáJos para a rápida evolução que é,
hoje,característica da nossa sociedade.
Mas que
tipo
de sociedade nos é apresentada em plenoinício
do SéculoXXI?
A
sociedade,actual
apresenta-se"... complem,
heterogénea,ambígua
na concretização e defesa de valores(...)
repletade
sinais contraditórios e dificilrnente concilióveis, comoa globalização e
regionalização,paz e violência,
economia e esbanjamento,descentralização e contextualizaçõo, transparência e
mentira,Universidade de Evora 8
Alunos
do 2"Ciclo
do Ensino Básico em situação derisco
cooperação e individualismo, sabed.oia e inculturq hiperespecialização
e interpolitransdisciplinaridade."
(Alarcão,I.
(Org.). 2000:l4).
As
gerações do presente defrontam-se, desta forma, com uma sociedade em riscoo possuidorade uma
enorÍne riquezahistórica,
masde grande "...
incertêZa humana esocial."
(Alarcão,I.
(Org.). 2000:1,4).Nesta imensidão de complexidades,
mutações constantes,flexibilidade,
necessidade de articulação sistémica, necessidade de preparaÍ os cidadãos para geriro incerto, como
se deverá posicionara
escolae como
deverá esta planeara
sua actuação e tornar-se mais eficaz num futuro próximo?O
caminho a percorrer deverá iniciar-se com uma ponderação/reflexão sobre a sua missão. Neste sentido, repensar a escolaimplica
um comportamentoreflexivo sobre a
mesma.Assim, se
sentimos necessidadee
queremosmudar a
escola,deveremos assumi-la
".,,
como um organismo vivo, dinômico, capaz deactuar
em sítuação,de interagir e
desenvolver-se ecologicamente,(...),
aprendere construir
conhecimento sobre sipróprta."
(Alarcão,I.
(Org.). 2000:17).Sob este
ponto
devista, a
escola que se pretendetornaÍ
eftcaz perante osdesafios que lhe são lançados, diariamente, terá que
" ..,
questionar as suasformas tradicionais de
organizaçãoe procurar incentívar o
aparecimentode
estruturasfacilitadoras
do exercício de reflexãocrítica
sobre as suos expertências e depanilha
de
práticas
proftssíonaisdiversificadas." (Oliveira, M.
(2000)"O
Papeldo
GestorPedagógico lntermédio na Supervisão Escolar"
in I.
Alarcão (Org.). Escola Reflertvae
Supervisão- Uma Escola Em
Desenvolvimentoe
Aprendizagem.Porto:
Porto Editora.p.49).
À
luz da sua actuação, enquanto escola reflexiva, a mesma deverá "...formar
todos
os
seu§ actores e autores, os professores, os educalores, os alunos e os demais agentes ed.ucativos...",
(Tavares, J. (2000) "Contributos Psicológicos e Sociológicos para uma Escola Reflexivao'in I. Alarcão (Org.).
Escola Reflexivae
Supervisão-
[Jma
Escola Em
Desenvolvimentoe
Aprendizagem.Porto: Porto Editora. p.
57),tendo por base os novos paradigmas epistemológicos emeÍgentes:
escola9 Universidade de Evora
Alunos
do 2" Cicto doEnsino
Básico em situação derisco
comunidade com pensamento
próprio;
escola que concebe, projecta, age e Íeflecte;escola com ambição estratégica; escola que age sobre os seus processos de actuação e funcionamento; escola que analisa, desconstrói e refaz as suas opções e a sua acção curricular; escola que decide,
cria
regras e presta contas; escola que se avalia pararedefinir o
seu desenvolvimento; escola que se alimenta do saber, da produção e da reflexão dos seus profissionais; escola que constrói a sua formação e a integra no seu desenvolvimento é uma escola com rosto.1.2.
Autonomia
da Escola, GestoresIntermédios
e SupervisãoEscolar
A Lei de
Basesdo
SistemaEducativo, Lei n"
46186,de 14 de
Outubro, preconizava uma visão nova da escola, maisligada
à comunidade e à participação dos pais. Como marcos legislativos importantes, temos o Decreto-Lein"
43189, que consagraa
autonomia para as escolasdos 2" e 3" ciclos do
ensino secundário, oDecreto-Lein"
72191, que cria um novo modelo de gestão, implementado em regime de experiência em várias escolase
algumas"óreas
escolares" e, posteriormente, o ainda emvigor,
Decreto-Lein" 115tN98,
abrangendo todos os estabelecimentos de educação, desde o pré-escolar ao ensino secundário.O
diploma legal, Decreto-Lein"
1151N98, de4
deMaio,
assume"...
como objectivo central urna nova organizaçõo da administração da Educação, assente na descentralizaçãoe no
desenvolvimentoda
autonomia das escolas,bem como
na valorizaçãoda
identidade de cadainstituição
escolar, reconhecida no seuproiecto
educativo e na sua. organização pedagógtcaflexível,
no sentido de assegurar mais e melhores aprendizagenspara
todos osalunos."
(Lemos, J. e Silveira,T.
1998:5).Deste modo, a escola
"...
como centro da acção educativa pressupõe,(...),
acriação de
condições que possamfavorecer o
exercícioda
respectiva autonomia pedagógicae administrativa, com a
consequenteffansferência
depoderes e
de competências, e,por outo
lad.o,a
aftrmaçãode
um.acultura
de responsabilidade, assumidapela
administração ed.ucativa epelos
responsáveispela
gestõoda
escola,cultura de
responsabilidadeque deve ser partilhada por toda a
comunidade educativa." (Lemos, J. e Silveira,T.
1998:5).Universidade de Évora 10