SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DO
ESPÍRITO SANTO 2014/2015
Edileuza Aparecida Vital Galeano Danieltom Vinagre
Niceleia Araujo de Oliveira Vanessa Alves Justino Borges João Marcos Augusto Chipolesch
Vitória, ES 2017
© 2017 – Incaper
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural Rua Afonso Sarlo, 160, Bento Ferreira, Vitória, ES – Brasil
Caixa Postal 391 - CEP 29052-010 Telefax: 55 27 3636 9868 coordenacaoeditorial@incaper.es.gov.br www.incaper.es.gov.br DOCUMENTOS Nº247
ISSN 1519-0528 Editor: Incaper Março 2017
CONSELHO EDITORIAL DO INCAPER Presidente - Mauro Rossoni Junior
Chefe do Departamento de Comunicação e Marketing - Adelaide de Fátima Santana da Costa Chefe da Área de Pesquisa - Luiz Carlos Prezotti
Chefe da Área de Extensão - Pierangeli Cristina Marin Aoki Coordenação Editorial - Liliâm Maria Ventorim Ferrão Membros:
André Guarçoni M. Bevaldo Martins Pacheco Cássio Vinícius de Souza Cíntia Aparecida Bremenkamp Henrique de Sá Paye
José Aires Ventura Romário Gava Ferrão Sheila Cristina Prucoli Posse
Diagramação e arte-finalização: Aliana Pereira Simões Capa: Aliana Pereira Simões
Ficha catalográfica: Merielem Frasson
Incaper Biblioteca Rui Tendinha
S618 Síntese da produção agropecuária do Espírito Santo 2014/2015/ Edileuza Aparecida Vital Galeano...[et al.]. - Vitória, ES : Incaper, 2017 116p.; il. (Incaper. Documentos, 247).
ISSN 1519-0528
1. Espírito Santo (Estado). 2. Agricultura. 3. Pecuária. 4. Silvicultura. 5. GALEANO, Edileuza Aparecida Vital. 6. VINAGRE, Danieltom. 7. OLIVEIRA, Niceleia Araujo de. 8. BORGES, Vanessa Alves Justino. 9. CHIPOLESCH, João Marcos Augusto I. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. II. Título.
A todas as pessoas e instituições que direta ou indiretamente contribuíram
para a elaboração deste documento.
APRESENTAÇÃO
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – Incaper tem a satisfação de
disponibilizar mais uma edição da Síntese da Produção Agropecuária do Espírito Santo referente aos
anos 2014 e 2015, a qual oferece à sociedade um conjunto de informações que contextualizam a situação
da agropecuária no Estado.
Esta publicação vem suprir uma demanda antiga da sociedade, que busca informações sobre a
agropecuária capixaba. Portanto, seu objetivo principal é disponibilizar informações estatísticas da
produção agropecuária do Espírito Santo evidenciando alguns aspectos da importância econômica e
social desse setor. Para esta finalidade, foram levantados dados estatísticos por meio das principais
instituições de pesquisa do segmento.
Trata-se de um documento conjuntural que pretende mostrar as mudanças ocorridas no setor. Os dados
da produção agropecuária contidos nesta segunda edição refletem o contexto de crise hídrica vivenciada
pelo Estado em 2015, o que resultou em uma produção inferior àquela observada em 2014. Entretanto,
em alguns segmentos da área de produção animal, houve crescimento significativo.
As informações aqui disponibilizadas nesta publicação são úteis para diversos agentes, tais como:
produtores rurais e suas organizações; instituições de assistência técnica e extensão rural; empresas
privadas ligadas ao agronegócio; agentes públicos responsáveis pelo desenvolvimento de ações
estratégicas e políticas públicas voltadas para esse setor.
Espera-se também que este documento sirva como uma fonte de consulta para a comunidade científica
facilitando o acesso e a sistematização dos dados de produção da agropecuária, para a realização de
estudos nas áreas de ciências agrárias, econômicas e sociais, voltados para o desenvolvimento de novas
tecnologias de produção e avaliação de resultados e para os impactos de sua adoção.
A divulgação mais ampla das informações da agropecuária também permitirá avaliar a sua
representatividade das mesmas, e identificar possíveis correções necessárias, além de contribuir para a
melhoria na metodologia de coleta e processamento dos dados, uma vez que informações mais precisas
e atualizadas são fundamentais para o setor dinâmico e inovador da agropecuária.
Mauro Rossoni Junior
Diretor-Técnico do Incaper
Marcelo Suzart de Almeida
1
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição espacial da produção total de café em 2014. ... 12
Figura 2 - Distribuição espacial da produção de café conilon em 2014... 13
Figura 3 - Distribuição espacial da produção de café arábica em 2014. ... 14
Figura 4 - Distribuição espacial da produção de mamão em 2014. ... 17
Figura 5 - Distribuição espacial da produção de bananas em 2014... 19
Figura 6 - Distribuição espacial da produção do coco em 2014. ... 21
Figura 7 - Distribuição espacial da produção de abacaxi em 2014. ... 23
Figura 8 - Distribuição espacial da produção de maracujá em 2014. ... 24
Figura 9 - Distribuição espacial da produção de cacau em 2014. ... 25
Figura 10 - Distribuição espacial da produção de laranja em 2014. ... 27
Figura 11 - Distribuição espacial da produção de tangerina em 2014. ... 28
Figura 12 - Distribuição espacial da produção de limão em 2014. ... 29
Figura 13 - Distribuição espacial da produção de uva em 2014. ... 31
Figura 14 - Distribuição espacial da produção de manga em 2014. ... 33
Figura 15 - Distribuição espacial da produção de goiaba em 2014. ... 34
Figura 16 - Distribuição espacial da produção de tomate em 2014.. ... 37
Figura 17 - Distribuição espacial da produção de inhame em 2014. ... 38
Figura 18 - Distribuição espacial da produção de batata-inglesa em 2014 ... 39
Figura 19 - Distribuição espacial da produção de gengibre em 2014. ... 41
Figura 20 - Distribuição espacial da produção de pimenta-do-reino em 2014 ... 43
Figura 21 - Distribuição espacial da produção de feijão-preto e carioquinha em 2014. ... 45
Figura 22 - Distribuição espacial da produção de mandioca em 2014. ... 47
Figura 23 - Distribuição espacial da produção de milho em grãos em 2014. ... 49
Figura 24 - Distribuição espacial da produção de cana-de-açúcar em 2014. ... 51
Figura 25 - Distribuição espacial do efetivo de bovinos em 2014. ... 55
Figura 26 - Distribuição espacial da produção de leite em 2014. ... 58
Figura 27 - Distribuição espacial do efetivo de galináceos em 2014. ... 60
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
2
Figura 29 - Distribuição espacial do efetivo de suínos em 2014 ... 64
Figura 30 - Distribuição espacial da extração de lenha em 2014. ... 67
Figura 31 - Distribuição espacial da extração de madeira em tora em 2014. ... 68
Figura 32 - Distribuição espacial da produção de madeira em tora em 2014. ... 69
Figura 33 - Distribuição espacial da produção de lenha de eucalipto em 2014. ... 70
Figura 34 - Distribuição espacial da produção de borracha em 2014. . ... 71
3
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Preços recebidos pelos produtores de café no Espírito Santo. ... 15
Gráfico 2 - Preços recebidos pelos produtores de mamão no Espírito Santo. ... 18
Gráfico 3 - Preços pagos aos produtores de banana no Espírito Santo. ... 20
Gráfico 4 - Preços recebidos pelos produtores de coco e abacaxi no Espírito Santo. ... 22
Gráfico 5 - Preços recebidos pelos produtores do maracujá ... 24
Gráfico 6 - Preços recebidos pelos produtores de cacau no Espírito Santo ... 26
Gráfico 7 - Preços recebidos pelos produtores de citros no Espírito Santo. ... 30
Gráfico 8 - Preços recebidos pelos produtores de uva no Espírito Santo. ... 32
Gráfico 9 - Preços recebidos pelos produtores de goiaba no Espírito Santo. ... 34
Gráfico 10 - Preços recebidos pelos produtores de legumes no Espírito Santo. ... 40
Gráfico 11 - Preços pago ao produtor de pimenta-do-reino no Espírito Santo
.
... 44
Gráfico 12 - Preços recebidos pelos produtores de feijão no Espírito Santo ... 46
Gráfico 13 - Preços recebidos pelos produtores de mandioca no Espírito Santo ... 48
Gráfico 14 - Preços recebidos pelos produtores de milho em grãos no Espírito Santo ... 50
Gráfico 15 - Preços recebidos pelos produtores da cana-de-açúcar no Espírito Santo. ... 51
Gráfico 16 - Preços recebidos pelos produtores de boi gordo e vaca gorda no Espírito Santo ... 56
Gráfico 17 - Preços pagos aos produtores de pecuária no Espírito Santo ... 56
Gráfico 18 - Preços pagos aos produtores de vaca no Espírito Santo ... 57
Gráfico 19 - Preços pagos aos produtores de leite no Espírito Santo ... 59
Gráfico 20 - Preços pagos aos produtores de frango no Espírito Santo ... 61
Gráfico 21 - Preços pagos aos produtores de ovos de galinha no Espírito Santo ... 63
Gráfico 22 - Preços recebidos pelos produtores de suínos no Espírito Santo ... 65
Gráfico 23 - Participação percentual no Valor Bruto da Produção Agropecuária-VBPA 2015 ... 73
Gráfico 24 - Participação percentual dos produtos do agronegócio exportados pelo Espírito Santo
em 2015 ... 77
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
4
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio, valor da produção, variação
da produção em relação ao ano anterior e participação no total da produção nacional
das principais UFs e nos 20 municípios com maiores produções de café, em 2014 ... 9
Tabela 2 - Participação percentual dos estados produtores na área colhida total e na quantidade
produzida de café em 2014 ... 10
Tabela 3 - Área colhida e produção da cafeicultura no Espírito Santo, em 2015, segundo o IBGE . 10
Tabela 4 - Área colhida e produção da cafeicultura no Espírito Santo, em 2015, segundo o IBGE . 11
Tabela 5 - Área colhida e produção da fruticultura no Espírito Santo, em 2015 ... 16
Tabela 6 - Área colhida e produção das olerícolas no Espírito Santo ... 36
Tabela 7 - Área colhida e produção de pimenta-do-reino e de outros produtos no Espírito Santo 42
Tabela 8 - Área colhida e produção de alimentares básicos levantados pelo IBGE no Espírito Santo
... 44
Tabela 9 - Área colhida e produção da cana-de-açúcar e forragem levantadas pelo IBGE para o
Espírito Santo ... 50
Tabela 10 - Área colhida, produção e rendimento médio dos produtos agrícolas, no Espírito Santo
... 52
Tabela 11 - Efetivo dos rebanhos no Espírito Santo ... 53
Tabela 12 - Abate de animais, produção de leite e ovos e valor da produção no Espírito Santo ... 54
Tabela 13 - Produção de origem animal no Espírito Santo ... 54
Tabela 14 - Produção da aquicultura no Espírito Santo ... 66
Tabela 15 - Quantidade produzida e valor da produção da extração vegetal no Espírito Santo .... 67
Tabela 16 - Quantidade produzida e valor da produção da silvicultura no Espírito Santo ... 69
Tabela 17 - Valor Bruto da Produção Agropecuária-VBPA 2015 ... 74
Tabela 18 - Exportações de produtos do agronegócio pelo Estado do Espírito Santo ... 79
5
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
... 6
2
DESEMPENHO DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS ... 7
2.1 CAFEICULTURA ... 8
2.2 FRUTICULTURA ... 15
2.3 OLERICULTURA ... 35
2.4 PIMENTA-DO-REINO E OUTROS PRODUTOS ... 41
2.5 PRODUTOS ALIMENTARES BÁSICOS ... 44
2.6 CANA-DE-AÇÚCAR E FORRAGEM... 50
2.7 RESUMO DO DESEMPENHO AGRÍCOLA ... 52
3
DESEMPENHO DAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ANIMAL ... 52
3.1 BOVINOCULTURA ... 55
3.2 AVICULTURA ... 59
3.3 SUINOCULTURA ... 63
3.4 AQUICULTURA E PESCA ... 65
4
DESEMPENHO DAS ATIVIDADES DE EXTRAÇÃO VEGETAL E SILVICULTURA... 66
4.1 EXTRAÇÃO VEGETAL ... 66
4.2 SILVICULTURA ... 68
5
CONSOLIDAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS AGROPECUÁRIAS DE 2015 ... 72
6
EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO EM 2015 ... 76
7 REFERÊNCIAS ... 80
APÊNDICES - PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NOS MUNICÍPIOS CAPIXABAS... 82
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
6
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO
2014/2015
Edileuza Aparecida Vital Galeano1 Danieltom Vinagre2 Niceleia Araujo de Oliveira3 Vanessa Alves Justino Borges4 João Marcos Augusto Chipolesch5
1 INTRODUÇÃO
O setor agropecuário tem importância fundamental para a redução das desigualdades sociais e
regionais. Isto pode ser verificado, por exemplo, quando se observa o Índice de Gini da
distribuição do valor adicionado bruto da agropecuária municipal comparativamente aos demais
setores de atividade.
O Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de uma
distribuição, cujo valor varia de 0 (zero) - a perfeita igualdade, até 1 (um) - a desigualdade
máxima.
O
Í
ndice de Gini da agropecuária capixaba caiu de 0,52 em 2006 para 0,41 em 2013. Este
resultado coloca o Espírito Santo entre os cinco estados brasileiros com menor
Í
ndice de Gini na
agropecuária. Para a indústria capixaba o
Í
ndice de Gini em 2013 foi igual a 0,84 e no setor de
serviços 0,79 (IBGE-PIB municipal, 2013). Este indicador mostra que o setor agropecuário, pela
melhor distribuição das atividades ligadas diretamente à terra e demais recursos naturais, é setor
chave para redução das desigualdades sociais e regionais no Estado, ao contribuir para uma
melhor distribuição das atividades produtivas nos municípios e, portanto, para a redução da
concentração populacional e de renda na capital e grandes centros urbanos.
Desta forma, conhecer os dados da produção agropecuária em cada um dos municípios do
Espírito Santo é importante para o planejamento de políticas públicas. Em consonância com os
objetivos do Planejamento Estratégico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural – Incaper, no que diz respeito aos indicadores de Produção Agrícola Bruta
Estadual e Valor Bruto da Produção Agrícola Estadual, é de fundamental importância o
acompanhamento da produção e produtividade agropecuária nos municípios do Estado e a
1Economista, D.Sc Economia, Pesquisadora do Incaper; e-mail edileuza.galeano@incaper.es.gov.br 2Graduando em Administração, Estagiário do Incaper
3Administradora de empresas, Técnica de Suporte do Incaper 4Socióloga, M.Sc Sociologia e Pesquisadora do Incaper 5Geógrafo e Pesquisador do Incaper/Seag
7
divulgação desses dados. As estatísticas da produção também são importantes para a avaliação
dos resultados da aplicação das tecnologias desenvolvidas pelo Incaper e para a avaliação das
políticas públicas voltadas para a agropecuária (GALEANO et al, 2016a).
A “Síntese
da Produção Agropecuária no Espírito Santo 2014/2015
” apresenta uma exposição
geral e concisa dos dados da produção agropecuária capixaba referente aos anos de 2014 e 2015.
O documento também traz figuras em forma de mapas da distribuição espacial da produção nos
municípios. No que se refere ao acompanhamento dos preços, são apresentadas gráficos com os
preços dos produtos levantados pelo Incaper nos anos 2014 e
2015 conforme metodologia
descrita em Galeano et al 2016b).
Esta segunda edição apresenta também os dados da produção
agropecuária de todos os municípios capixabas.
A estiagem que caracterizou o ano de 2014 se estendeu para o ano de 2015. A produção
agropecuária em 2015 foi marcada pela grave crise hídrica vivida pelo estado, o que resultou em
uma produção inferior àquela observada em 2014.
De acordo com os dados do IBGE, em 2015 a produção agrícola (lavouras permanentes e
temporárias) foi 17,1% menor em relação àquela observada em 2014. Na produção animal, o
quantitativo de toneladas de abate de bovinos caiu 7,9% e a produção de leite foi 9,5% menor.
Com as condições climáticas adversas, muitos produtores tiveram de diminuir seus investimentos
na produção, e parte deles tiveram dificuldades para pagar os financiamentos rurais conforme
contratado.
Mesmo com o cenário desfavorável, vários grupos de produtos se destacaram. Na produção
animal, por exemplo, o quantitativo em toneladas de abate de aves aumentou em 40% e de
suínos 24,1%. Já a produção de ovos aumentou 6%. Nas exportações destacam-se a celulose e
derivados, que representaram 55% do valor exportado do agronegócio capixaba e a cafeicultura,
que representou pouco mais de um terço. No grupo de especiarias destaca-se a
pimenta-do-reino, cuja produção aumentou 82,5% e representou 5,5% do valor das exportações do
agronegócio em 2015. Estes resultados foram favorecidos pelo trabalho de pesquisa e extensão
rural desenvolvidos pelo Incaper e pelas políticas públicas direcionadas ao setor rural pela
Secretaria de Agricultura do Estado.
2 DESEMPENHO DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS
O setor agropecuário continua sendo um dos principais geradores de fonte de emprego e renda
para a maioria dos municípios capixabas. O setor mantém sua importância socioeconômica
graças ao aumento de produtividade e é responsável por manter a segurança alimentar. No
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
8
entanto, esse setor tem sido prejudicado pela crise hídrica e seca devido ao baixo índice
pluviométrico registrado atualmente.
Esta seção apresenta as estatísticas da produção agrícola do Espírito Santo para os anos 2014 e
2015 para que sejam avaliados os impactos da seca no desempenho da produção capixaba de
modo a subsidiar as políticas públicas voltadas ao setor.
Os dados mostram que entre os anos 2014 e 2015 houve uma queda de 17,1% na produção e
15,9% no rendimento médio (
Tabela 10
). Considerando que a área colhida sofreu queda de
apenas 1,4% entre 2014 e 2015, essa queda observada no rendimento médio pode ter sido
influenciada principalmente pela crise hídrica e seca devido ao baixo índice pluviométrico
registrado. Ainda assim, tivemos alguns produtos agrícolas que se destacaram, como já citado
anteriormente.
2.1 CAFEICULTURA
O Brasil mantem a liderança na produção mundial de café, tendo produzido 46,7 milhões de
sacas em 2014 (Tabela 1). Em 2015 a produção nacional caiu para 43,2 milhões de sacas. O
Espírito Santo é destaque nacional na produção e exportação de café. A cafeicultura é a atividade
de maior importância em termos econômicos na agropecuária, tendo sido responsável por
aproximadamente 37,3% do valor bruto da produção agropecuária em 2015 (
Tabela 17
). O café e
suas preparações representou 34,4% das exportações do agronegócio em 2015 (
Tabela 18
).
O Espírito Santo atingiu uma produção máxima de 12,9 milhões de sacas em 2014, mantendo a
segunda posição entre os estados maiores produtores, tendo uma participação de 27,6% na
produção nacional. Os municípios de Jaguaré, Vila Valério, Sooretama, Nova Venécia e Rio
Bananal aparecem entre os seis municípios maiores produtores de café no Brasil (Tabela 1).
O Estado de Minas Gerais, maior produtor nacional de café, produziu 64,4% da variedade arábica,
o que corresponde a 22,4 milhões de sacas em 2014. Já o Espírito Santo, segundo maior produtor
nacional de café, produziu 64,2% da variedade conilon, o que representa uma produção de 8,2
milhões de sacas dessa variedade (Tabelas 1 e 2).
9
Tabela 1 - Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio, valor da produção, variação da
produção em relação ao ano anterior e participação no total da produção nacional das
principais UFs e nos 20 municípios com maiores produções de café, em 2014
Estados /Municípios Área colhida (ha) (mil sacas)Produção
Rendimento médio (sacas/ha) Valor da produção (mil R$) Variação da produção em relação ao ano anterior (%) Participação no total da produção nacional (%) Brasil 1.997.827 46.735 23,4 15.683.922 -5,4 100,0 Minas Gerais 1.009.090 22.740 22,5 9.368.838 -14,8 48,7 Espírito Santo 446.090 12.909 28,9 3.090.829 10,3 27,6 São Paulo 204.873 4.821 23,5 1.599.055 5,6 10,3 Bahia 161.006 3.362 20,9 919.456 27,6 7,2 Rondônia 85.944 1.394 16,2 284.896 18,6 3,0 Paraná 35.825 611 17,1 213.147 -63,4 1,3 Demais UFs 54.999 898 16,3 207.700 -6,2 1,9 20 municípios com as maiores
produções 288.652 9.925 34,4 2.928.882 29,6 21,2 Patrocínio - MG 35.182 1.055 30,0 474.960 20,9 2,3 Jaguaré - ES 20.050 789 39,4 174.219 44,1 1,7 Vila Valério - ES 18.800 752 40,0 169.550 47,8 1,6 Sooretama - ES 16.600 567 34,1 127.782 23,2 1,2 Nova Venécia - ES 15.250 538 35,3 117.460 33,2 1,2 Rio Bananal - ES 13.800 515 37,3 115.609 3,9 1,1 Serra do Salitre - MG 13.251 490 37,0 220.628 35,5 1,0 Prado - BA 9.110 458 50,2 106.415 95,6 1,0 Monte Carmelo - MG 11.950 454 38,0 204.345 13,5 1,0 São Mateus - ES 12.500 450 36,0 99.239 28,6 1,0 Itamaraju - BA 8.500 440 51,8 104.475 78,5 0,9 São Gabriel da Palha - ES 11.300 423 37,4 94.208 31,0 0,9 Linhares - ES 12.500 421 33,7 93.961 27,0 0,9 Araguari - MG 10.313 413 40,0 189.758 13,0 0,9 Pinheiros - ES 10.470 380 36,3 83.573 22,5 0,8 Pedregulho - SP 12.000 380 31,7 113.658 6,9 0,8 Governador Lindenberg - ES 10.400 357 34,4 73.124 32,4 0,8 Ibiraci - MG 10.570 354 33,5 147.553 41,6 0,8 Barra do Choça - BA 18.600 353 19,0 76.334 63,6 0,8 Campos Gerais - MG 17.506 336 19,2 142.031 -5,3 0,7 Demais municípios 1.709.175 36.810 21,5 12.755.040 -11,8 78,8 Fonte: IBGE-PAM de 2014.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
10
Tabela 2 - Participação percentual dos estados produtores na área colhida total e na quantidade
produzida de café em 2014
Café
Arábica ConilonCafé Total ArábicaCafé ConilonCafé Total Minas Gerais 64,4 3,0 50,5 66,9 2,3 48,7 Espírito Santo 10,1 64,2 22,3 8,9 75,3 27,6 São Paulo 13,2 0,0 10,3 14,4 0,0 10,3 Bahia 8,1 8,0 8,1 6,2 9,8 7,2 Rondônia - 19,0 4,3 - 10,6 3,0 Paraná 2,3 - 1,8 1,8 - 1,3 Rio de Janeiro 0,8 - 0,6 0,9 - 0,6 Goiás 0,4 - 0,3 0,7 - 0,5 Mato Grosso 0,0 4,4 1,0 0,0 1,2 0,4 Pará - 1,0 0,2 - 0,5 0,1 Acre 0,0 0,3 0,1 0,0 0,2 0,1 Ceará 0,4 0,1 0,3 0,1 0,0 0,1 Mato Grosso do Sul 0,1 - 0,1 0,1 - 0,1 Distrito Federal 0,0 - 0,0 0,1 - 0,0 Pernambuco 0,2 - 0,1 0,0 - 0,0 Amazonas 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Brasil/UFs Área colhida (ha) Quantidade produzida (t)
Fonte: Elaborada pelos autores a partir do IBGE-PAM-Sidra de 2014.
Em 2015, devido às condições desfavoráveis, principalmente no que se refere ao clima, a
produção capixaba de café caiu para 10,3 milhões de sacas. Os dados do levantamento do IBGE
referente à produção de 2015 confirmaram uma redução na produção cafeeira de 20,2% no
Estado, ao passo que a área colhida reduziu-se em 0,8%. O rendimento médio apresentou recuo
de 19,6%. A maior retração foi observada na cultura do café conilon, cuja produção teve redução
de 24,5% no ano em comparação com 2014 (Tabela 3). Os dados do IBGE mostram que mais de
80% das lavouras de conilon são irrigadas. Portanto, desequilíbrios climáticos nas fases de
floração, formação e enchimento dos grãos, associados à falta de água para irrigação resultaram
em perdas significativas na produção. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento –
Conab aponta para um recuo de 16,4% na produção da cafeicultura (Tabela 4).
Tabela 3 - Área colhida e produção da cafeicultura no Espírito Santo, em 2015, segundo o IBGE
Área colhida (ha) Produção (mil sacas) Rendimento médio (sacas/ha) Área colhida (ha) Produção (mil sacas) Rendimento médio (sacas/ha) Área
colhida Produção Rendimento médio
Café arábica (em grão) 156.266 2.972 19,0 152.525 2.801 18,4 -2,4 -5,7 -3,4 Café conilon (em grão) 289.824 9.936 34,3 290.135 7.503 25,9 0,1 -24,5 -24,6
Café total (em grão) 446.090 12.909 28,9 442.660 10.304 23,3 -0,8 -20,2 -19,6 Produto
2014 2015 Variação % 2015/2014
11
Tabela 4 - Área colhida e produção da cafeicultura no Espírito Santo, em 2015, segundo o IBGE
Produtos 2014 2015 Variação % 2015/2014 Área colhida (ha) Produção (mil sacas) Rendimento médio (sacas/ha) Área colhida (ha) Produção (mil sacas) Rendimento médio (sacas/ha) Área
colhida Produção Rendimento médio
Café arábica (em grão) 150.118 2.857 19,0 150.118 2.939 19,6 0,0 2,9 2,9 Café conilon (em grão) 283.124 9.949 35,1 283.124 7.761 27,4 0,0 -22,0 -22,0
Café total (em grão) 433.242 12.806 29,6 433.242 10.700 24,7 0,0 -16,4 -16,4
Fonte: Elaborado a partir dos dados do quarto Levantamento de safra café - Conab, 2015.
A Figura 1 apresenta a distribuição espacial da produção de café.
As áreas mais escuras indicam
maior produção. As áreas marcadas como “nulo” representam os municípios onde não constam
dados de produção, seja por falta de coleta de informação ou pela produção não ser considerada
expressiva. A figura apresenta também o
percentual de participação de cada microrregião na
produção do Estado. A produção de café ocorre em todas as microrregiões e em 96% dos
municípios capixabas. As microrregiões de maior concentração cafeeira são Centro Oeste,
Nordeste, Rio Doce e Noroeste.
Dos 25 municípios maiores produtores de café no Brasil, 14 se
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
12
Centro Oeste 24,1%
Vila Valério 5,8% São Roque do Canaã 3,3% Outros 15,0% Nordeste 17,0% Jaguaré 6,1% São Mateus 3,5% Pinheiros 2,9% Outros 4,4% Rio Doce 14,2% Sooretama 4,4% Rio Bananal 4,0% Outros 5,9% Noroeste 11,4% Nova Venécia 4,2% Vila Pavão 2,3% Outros 4,9% Caparaó 9,1% Iúna 1,7% Irupi 1,7% Outros 5,7% Sudoeste Serrana 7,6% Brejetuba 2,5% Afonso Cláudio 1,8% Outros 3,3% Central Sul 7,2% Castelo 1,6% Mimoso do Sul 1,6% Outros 4,0% Central Serrana 5,8% Itaguaçu 2,1% Santa Teresa 1,9% Outros 1,8% Litoral Sul 2,4% Metropolitana 1,2%
Figura 1 - Distribuição espacial da produção total de café em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
A produção do conilon se encontra predominantemente no Centro-Oeste, Nordeste, Rio Doce e
Noroeste.
Em 2014, a maior produção do conilon ocorreu nos municípios de Jaguaré, Vila Valério,
Sooretama e Nova Venécia (Figura 2). Dos 25 municípios maiores produtores de conilon no Brasil
em 2014, 22 se localizam no Espírito Santo.
13
Centro Oeste
29,5%
Vila Valério
7,6%
São Gabriel da Palha
4,3%
Governador
Lindenberg
3,6%
Outros
14,1%
Nordeste
22,1%
Jaguaré
7,9%
São Mateus
4,5%
Pinheiros
3,8%
Outros
5,8%
Rio Doce
18,5%
Sooretama
5,7%
Rio Bananal
5,2%
Linhares
4,2%
Outros
3,3%
Noroeste
13,7%
Nova Venécia
5,4%
Vila Pavão
3,0%
Outros
5,3%
Central Serrana
5,5%
Central Sul
5,0%
Litoral Sul
2,4%
Sudoeste Serrana
1,6%
Metropolitana
1,5%
Caparaó
0,3%
Figura 2 - Distribuição espacial da produção de café conilon em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
A produção de café arábica está mais concentrada nas microrregiões do Caparaó, Sudoeste
Serrana e Central Sul.
Os municípios de Brejetuba, Iúna, Irupi e Afonso Cláudio foram os maiores
produtores do café arábica em 2014 (Figura 3). Brejetuba se destacou como o oitavo maior
produtor de arábica do Brasil em 2015.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
14
Caparaó
38,2% Iúna 7,5% Irupi 7,2% Muniz Freire 5,3% Ibatiba 4,8% Ibitirama 4,3% Guaçuí 3,6% Outros 5,6% Sudoeste Serrana 27,7% Brejetuba 10,9% Afonso Cláudio 5,9% Domingos Martins 4,7% Outros 6,3% Central Sul 14,2% Vargem Alta 5,5% Mimoso do Sul 4,0% Castelo 3,1% Outros 1,6% Central Serrana 6,8% Santa Teresa 1,8% Outros 5,0% Centro Oeste 6,0% Baixo Guandu 1,7% Outros 3,6% Noroeste 3,8% Litoral Sul 2,6% Metropolitana 0,5% Rio Doce 0,2%Figura 3 - Distribuição espacial da produção de café arábica em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
Os preços do café, variedades arábica e conilon, tiveram grandes variações nos anos de 2014 e
2015, seguindo tendência de alta. O preços do conilon apresentaram variações de altas
superiores ao do arábica, ultrapassando-o a partir de setembro de 2015 (Gráfico 1 – preços
corrigidos). O levantamento feito pelo Incaper mostra que o preço médio do arábica passou de
R$ 233,40 em janeiro de 2014 para R$ 331,05 em dezembro de 2015. Em 2015, o preço recebido
pelo produtor de arábica subiu em média 4,2%, enquanto o preço médio do conilon teve alta de
21,7%.
15
Gráfico 1 - Preços recebidos pelos produtores de café no Espírito Santo.
Fonte: Elaborados a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016. Nota: Valores corrigidos para dez. 2015, pelo IGP-DI-FGV.
2.2 FRUTICULTURA
A fruticultura tem sido incentivada em várias microrregiões do estado (SEAG, 2003; 2008), devido
a sua importância para a diversificação das atividades agrícolas e para a redução do êxodo rural
por meio da geração de trabalho e renda. Dados do Ibraf (2011), apud Nogueira et all (2013),
indicam que a fruticultura gera três empregos diretos e dois indiretos para cada US$ 10 mil
investidos no setor, sendo a atividade agropecuária que mais emprega por hectare, onde para
cada hectare cultivado há oportunidade de trabalho para dois a cinco trabalhadores. Portanto, a
fruticultura possui grande potencial de dinamizar economias em locais com poucas alternativas
de desenvolvimento.
No entanto, existe a necessidade do setor absorver novos conhecimentos, novas tecnologias de
produção e pós-colheita e sistemas de gestão para os produtores se manterem competitivos,
principalmente quanto a questões relacionadas a comercialização. De acordo com Nogueira et all
(2013), o êxito do setor passa, necessariamente, por uma articulação entre os setores público e
privado, com investimentos em pesquisa, inovação e qualificação de recursos humanos para a
produção e gerenciamento das atividades no campo, e para direcionar a agroindústria de modo a
ampliar a competitividade do setor tanto nacionalmente, como no mercado internacional. Ainda
de acordo com os autores, atualmente o setor segue uma tendência de adoção de programas
que possam assegurar o controle de qualidade e a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
16
para garantir a segurança alimentar aos consumidores cada vez mais exigentes, sendo que as
boas práticas agrícolas em normas e procedimentos a serem seguidas inclui a minimização de uso
de agrotóxicos na produção.
Dentre as fruteiras cultivadas no Espírito Santo com maior expressão econômica e social, cita-se
o mamão, a banana, o coco, o maracujá, o abacaxi, a manga, a laranja e a tangerina. A
fruticultura é uma atividade desenvolvida em todas as regiões do estado e apresenta grande
importância econômica, tendo sido responsável por aproximadamente 11,7% do valor bruto da
produção agropecuária em 2015 (Tabela 17).
Este setor foi prejudicado pela crise hídrica sem precedentes, registrada em 2014 e 2015 no
Espírito Santo, que provocou queda no volume de produção. De acordo com os dados
apresentados na Tabela 5, houve aumento de 1,7% na área colhida, no entanto registrou-se
queda de 12,8% na produção e 14,3% no rendimento médio.
Tabela 5 - Área colhida e produção da fruticultura no Espírito Santo, em 2015
Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Área
colhida Produção Rendimento médio
Mamão 6.342 399.790 63.038 7.014 361.270 51.507 10,6 -9,6 -18,3 Banana 22.330 294.371 13.183 23.638 277.512 11.740 5,9 -5,7 -10,9 Coco * 10.468 172.866 16.514 10.158 134.162 13.208 -3,0 -22,4 -20,0 Abacaxi* 2.280 50.006 21.932 2.448 41.261 16.855 7,4 -17,5 -23,2 Maracujá 2.463 70.335 28.557 1.560 37.728 24.185 -36,7 -46,4 -15,3 Tangerina 1.262 26.360 20.887 1.307 24.358 18.637 3,6 -7,6 -10,8 Laranja 1.240 16.984 13.697 1.201 15.369 12.797 -3,1 -9,5 -6,6 Manga 1.052 13.956 13.266 1.136 13.459 11.848 8,0 -3,6 -10,7 Morango 349 11.980 34.327 291 9.206 31.636 -16,6 -23,2 -7,8 Limão 563 12.375 21.980 644 14.652 22.752 14,4 18,4 3,5 Melancia 302 8.037 26.613 266 6.263 23.545 -11,9 -22,1 -11,5 Goiaba 306 7.656 24.935 311 6.231 20.035 1,6 -18,6 -19,6 Cacau 22.044 4.300 195 22.265 5.467 246 1,0 27,1 26,0 Abacate 300 3.474 11.580 319 3.978 12.470 6,3 14,5 7,7 Uva 138 2.226 16.130 148 2.327 15.723 7,2 4,5 -2,5 Macadâmia 781 1.918 2.456 688 1.344 1.953 -11,9 -29,9 -20,5 Acerola 91 973 10.692 101 1.089 10.782 11,0 11,9 0,8 Caqui - - - 42 875 20.833 - - -Lichia 28 148 5.286 40 364 9.100 42,9 145,9 72,2 Pêssego 31 243 7.839 31 243 7.839 0,0 0,0 0,0 Açaí 3 15 5.000 10 50 5.000 233,3 233,3 0,0 Graviola 6 66 11.000 2 22 11.000 -66,7 -66,7 0,0 Total 72.379 1.098.079 15.171 73.620 957.230 13.002 1,7 -12,8 -14,3 Produto 2014 2015 Variação % 2015/2014
Fonte: IBGE-PAM 2014; IBGE-LSPA, dez. 2015.
Nota: * Quantidade em "mil frutos". Para o somatório do total da produção da fruticultura considerou-se um fruto
17
Em termos quantitativos, o mamão foi a fruta mais produzida em 2015, apesar da queda de 9,6%
na produção e 18,3% no rendimento médio quando comparado ao ano anterior (Tabela 5). Em
2015 o mamão representou 3,4% do valor bruto da produção agropecuária (Tabela 17). As
exportações de mamão pelo estado atingiram 12 mil toneladas em 2015. A microrregião
Nordeste concentra 60,5% da produção e o Rio Doce 32,5%. Os municípios
de Pinheiros,
Linhares, São Mateus, Sooretama e Jaguaré foram os maiores produtores capixabas em
2014 (Figura 4)
. Dos vinte e cinco municípios maiores produtores do Brasil, oito ficam no Espírito
Santo, sendo Pinheiros o segundo maior produtor do Brasil.
Nordeste 60,55% Pinheiros 22,51% São Mateus 10,81% Jaguaré 10,55% Montanha 9,00% Pedro Canário 6,00% Outros 1,68% Rio Doce 32,52% Linhares 18,76% Sooretama 10,51% Aracruz 3,25% Centro Oeste 3,19% Vila Valério 3,00% São Roque do Canaã 0,19%
Central Serrana 2,81% Itaguaçu 2,50% Itarana 0,31% Noroeste 0,72% Litoral Sul 0,18% Sudoeste Serrana 0,04%
Figura 4 - Distribuição espacial da produção de mamão em 2014.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
18
O levantamento dos preços recebidos pelos produtores realizado pelo Incaper mostra que nos
anos de 2014 e 2015 o preço do mamão havaí variou entre R$ 0,42 e R$ 1,53 por quilo, sendo
que os picos de alta ocorreram nos meses de março e julho de 2015, influenciados pela seca
que afetou a produção desta fruta, diminuindo a oferta para o mercado consumidor. Já o
preço do mamão formosa variou entre R$ 0,21 e R$ 0,98 por quilo (Gráfico 2 - preços
corrigidos).
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016.
Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV.
A Figura 5 apresenta a distribuição espacial da produção de banana, evidenciando sua
ocorrência em quase todos os municípios capixabas. As microrregiões Litoral Sul, Central
Serrana e Metropolitana concentram a maior parte da produção. Os municípios de Iconha e
Alfredo Chaves, por exemplo, foram os maiores produtores em 2014.
19
Litoral Sul
30,63%
Alfredo Chaves
12,84%
Iconha
12,23%
Outros
5,56%
Central Serrana
20,70%
Itaguaçu
7,69%
Santa Leopoldina
7,60%
Outros
5,41%
Metropolitana
10,90%
Viana
5,10%
Guarapari
3,70%
Outros
2,10%
Rio Doce
9,54%
Linhares
6,96%
Outros
2,58%
Centro Oeste
7,48%
Central Sul
7,10%
Sudoeste Serrana
6,98%
Nordeste
2,98%
Caparaó
1,98%
Noroeste
1,69%
Figura 5 - Distribuição espacial da produção de bananas em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
Nos anos de 2014 e 2015, o preço médio mensal da banana-nanica variou entre R$ 0,38 a R$
0,80 por quilo e o preço da banana-prata entre R$ 0,53 a R$ 1,36; já o preço da banana-da-terra
oscilou entre R$ 0,73 a R$ 1,81 (Gráfico 3 – preços corrigidos).
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
20
Gráfico 3 - Preços pagos aos produtores de banana no Espírito Santo.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016.
Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV
Na fruticultura, a produção de coco é a terceira em termos quantitativos. A Figura 6
apresenta a distribuição espacial da produção de coco no Espírito Santo. As microrregiões
Nordeste, Rio Doce e Centro Oeste concentram a maior parte da produção. Os municípios
maiores produtores capixabas em 2014 foram São Mateus e Linhares. São Mateus se
destacou como o oitavo maior produtor do Brasil em 2015.
21
Nordeste 54,10% São Mateus 43,96% Outros 10,14% Rio Doce 19,84% Linhares 16,02% Outros 3,81% Centro Oeste 17,83%São Gabriel da Palha 5,35% Outros 12,49% Noroeste 2,95% Metropolitana 2,27% Litoral Sul 1,86% Central Sul 0,96% Central Serrano 0,08% Sudoeste Serrana 0,08% Caparaó 0,05%
Figura 6 - Distribuição espacial da produção do coco em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
O Gráfico 4 apresenta a série histórica de preços do coco levantados pelo Incaper. O preço
médio mensal atingiu R$ 1,26 por fruto em fevereiro de 2014 e caiu para R$ 0,39 por fruto em outubro
de 2014, tendo fechado na média de R$ 0,75 por fruto em dezembro de 2015.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
22
Gráfico 4 - Preços recebidos pelos produtores de coco e abacaxi no Espírito Santo.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016.
Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV.
A produção de abacaxi é outra atividade de grande importância para o Espírito Santo.
Em termos quantitativos, essa foi a quarta fruta mais produzida no Espírito Santo, em
2015. O abacaxi representou 6,7% da fruticultura capixaba em 2015. A Figura 7
apresenta a distribuição espacial da produção de abacaxi, sendo que os maiores
produtores em 2014 foram os municípios de Marataízes, Presidente Kennedy e
Itapemirim, localizados no Sul do Estado.
Quanto ao preço pago ao produtor, o levantamento feito pelo Incaper mostra que
em março de 2014 ele era de R$ 2,12 a unidade, e caiu atingindo R$ 1,16 em
outubro de 2015 (Gráfico 4 – preços corrigidos).
23
Litoral Sul 95,20% Marataízes 62,21% Presidente Kennedy 26,40% Itapemirim 6,60% Nordeste 2,44% Centro Oeste 1,01% Noroeste 0,68% Rio Doce 0,66%Figura 7 - Distribuição espacial da produção de abacaxi em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
A Figura 8 apresenta a distribuição espacial da produção de maracujá. As microrregiões Nordeste
e Rio Doce concentram a maior parte da produção. Os municípios de Jaguaré, Sooretama e São
Mateus foram os maiores produtores dessa fruta em 2014. Sooretama de destacou como o
nono maior produtor em 2015.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
24
Nordeste 56,12% Jaguaré 37,18% São Mateus 10,66% Outros 8,27% Rio Doce 34,21% Sooretama 28,44% Outros 5,77% Central Serrana 2,67% Litoral Sul 1,99% Centro Oeste 1,45% Noroeste 1,28% Sudoeste Serrana 1,25% Metropolitana 0,90% Caparaó 0,09% Central Sul 0,05%Figura 8 - Distribuição espacial da produção de maracujá em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
O levantamento de preços do Incaper mostra que o preço médio mensal do quilo de
maracujá variou de R$ 1,19 em julho de 2014 a R$ 3,09 em outubro de 2015 (Gráfico 5 -
preços corrigidos).
Gráfico 5 - Preços recebidos pelos produtores do maracujá
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016.
25
No que se refere a produção de cacau, a Figura 9 apresenta a distribuição espacial da
produção no Espírito Santo. De acordo com os dados do IBGE, a produção capixaba de
cacau ocorre em todo o Rio Doce e parte do Centro-Oeste, sendo os municípios de
Linhares e Colatina os maiores produtores. Linhares se destacou como o 11º maior
produtor do Brasil em 2015.
Rio Doce 85,87% Linhares 82,45% Outros 3,42% Centro Oeste 7,75% Colatina 4,89% Outros 2,86% Nordeste 3,26% São Mateus 2,56% Outros 0,70% Central Serrano 1,21% Litoral Sul 1,16% Noroeste 0,35% Metropolitana 0,26% Central Sul 0,07%Figura 9 - Distribuição espacial da produção de cacau em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
O levantamento feito pelo Incaper mostra tendência de alta em 2015, sendo que o preço
médio mensal por arroba variou de R$ 112,88 em fevereiro de 2015 a R$ 148,33 em
dezembro de 2015 (Gráfico 6 – preços corrigidos).
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
26
Gráfico 6 - Preços recebidos pelos produtores de cacau no Espírito Santo
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016. Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV.
No Espírito Santo, de acordo com os dados da PAM-IBGE, a produção de laranja
ocorre em mais de 65% dos municípios capixabas. A Figura 10 apresenta a distribuição
espacial da produção de laranja no Espírito Santo. Os maiores produtores em 2014
foram os municípios de Linhares, Domingos Martins, Santa Leopoldina e Jerônimo
Monteiro.
27
Rio Doce 23,09% Linhares 10,60% Outros 12,49% Central Sul 14,25% Jerônimo Monteiro 7,95% Outros 6,31% Sudoeste Serrana 12,69% Domingos Martins 10,77% Outros 1,92% Caparaó 12,03%São José do Calçado 3,63% Outros 8,41% Central Serrano 9,47% Santa Leopoldina 7,42% Outros 2,05% Centro Oeste 8,90% Colatina 3,18% Outros 5,72% Metropolitana 8,15% Viana 3,89% Outros 4,27% Litoral Sul 7,32% Noroeste 2,62% Nordeste 1,46%
Figura 10 - Distribuição espacial da produção de laranja em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
Quanto à produção de tangerina no Espírito Santo, houve aumento significativo nos últimos
anos, passando de 17,3 mil toneladas em 2010 para 26,4 mil toneladas em 2014. O
rendimento médio passou de 13.985 quilos por hectare em 2010 para 18.791 em 2014. A
área colhida passou de 949 hectares em 2010 para 1,3 mil hectares em 2015. C
om a maioria
das áreas de cultivo em condições de sequeiro, mesmo sendo cultivada na região serrana, com
condições climáticas mais amenas, devido à baixa incidência de chuvas em 2015 a produção foi
7,6% menor em relação a 2014 (Tabela 5).
Os dados da PAM-IBGE indicam que o preço médio do quilo da tangerina em 2014 foi de R$
0,71 e em 2015 foi de R$ 0,56. O levantamento de valor pago ao produtor mostra que, no
Espírito Santo, o preço médio mensal nominal do quilo da tangerina variou de R$ 0,42 a R$
0,78 por quilo em 2015 (Gráfico 7). Os maiores produtores em 2014 foram os municípios de
Domingos Martins e Santa Leopoldina (Figura 11). Domingos Martins foi o 16º maior produtor
do Brasil em 2015.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
28
Sudoeste Serrana 59,13% Domingos Martins 42,03% Outros 17,09% Central Serrano 18,04% Santa Leopoldina 13,94% Outros 4,10% Metropolitana 10,75% Viana 5,77% Outros 4,98% Litoral Sul 4,17% Rio Doce 3,24% Caparaó 2,76% Central Sul 1,84% Noroeste 0,08%Figura 11 - Distribuição espacial da produção de tangerina em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
A produção de limão ocorre em 44% dos municípios capixabas, sendo os municípios maiores
produtores Linhares e Itarana. Em 2015 a produção atingiu 14,6 toneladas, com aumento de
18,4% na produção em relação a 2014 (Tabela 5).
29
Rio Doce 37,98% Linhares 33,94% Sooretama 4,04% Central Serrano 25,08% Itarana 18,18% Outros 6,90% Metropolitana 9,90% Viana 5,09% Outros 4,81% Nordeste 8,57% São Mateus 7,27% Conceição da Barra 1,29% Central Sul 4,24% Cachoeiro de Itapemirim 4,04% Atílio Vivacqua 0,20% Centro Oeste 3,88% Litoral Sul 3,31% Sudoeste Serrana 3,17% Noroeste 2,35% Caparaó 1,52%Figura 12 - Distribuição espacial da produção de limão em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
O levantamento feito pelo Incaper mostra que o preço médio mensal pago ao produtor da
laranja-pera manteve-se constante nos anos 2014 e 2015, com média de R$ 1,18 por quilo em
dezembro de 2015. Já o preço pago ao produtor do limão-taiti variou de R$ 0,85 por quilo em abril
de 2014 a R$ 3,50 em novembro (Gráfico 7 – preços corrigidos).
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
30
Gráfico 7 - Preços recebidos pelos produtores de citros no Espírito Santo.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016. Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV.
A produção de uva no Espírito Santo é pouco expressiva, no entanto, vem aumentando nos
últimos anos. Em 2015 houve aumento de 4,5% na produção em relação ao ano anterior. Em
2014, os maiores produtores de uva foram os municípios de Santa Teresa, Alfredo Chaves e
Venda Nova do Imigrante (Figura 13).
31
Central Serrano 46,09%
Santa Teresa 39,08% Outros 7,00%
Sudoeste Serrana 19,54%
Venda Nova do Imigrante 10,78% Outros 8,76% Litoral Sul 14,47% Alfredo Chaves 12,76% Iconha 1,08% Anchieta 0,63% Noroeste 8,36% Ecoporanga 2,92% Outros 5,44% Central Sul 6,29% Nordeste 5,26%
Figura 13 - Distribuição espacial da produção de uva em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
O levantamento do Incaper mostrou que no início do ano de 2015 os preços médios mensais do quilo
da uva atingiram um mínimo de R$ 2,59 em março de 2015, com recuperação em setembro,
quando atingiu R$ 5,74 por quilo (Gráfico 8 – preços corrigidos).
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
32
Gráfico 8. Preços recebidos
pelos produtores de
uva no Espírito Santo.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016. Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV.
A produção capixaba de manga vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, tendo
atingido 13,9 mil toneladas em 2014. No entanto, com a crise hídrica, em 2015 houve uma
queda de 3,6% na produção (Tabela 5). Os maiores produtores em 2014 foram os municípios
de Colatina, Barra de São Francisco, Mantenópolis, Laranja da Terra (Figura 14). Quanto ao
preço pago ao produtor, o Incaper levantou dados apenas da variedade Ubá, cujo preço médio
em fevereiro de 2015 era R$ 0,83, tendo caído para R$ 0,62 em dezembro (INCAPER, 2016).
33
Centro Oeste 39,42%
Colatina 18,92% Outros 20,49%
Noroeste 25,12%
Barra de São Francisco 10,15% Mantenópolis 9,03% Outros 5,95% Sudoeste Serrana 10,00% Laranja da Terra 8,60% Afonso Cláudio 1,40% Central Serrano 19,60% Santa Teresa 10,96% Outros 8,64% Nordeste 1,91% Rio Doce 1,57% Caparaó 0,95% Litoral Sul 0,72% Central Sul 0,36% Metropolitana 0,36%
Figura 14 - Distribuição espacial da produção de manga em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
A produção capixaba de goiaba atingiu 7,6 mil toneladas em 2014, mas caiu 18,6% em 2015
devido a crise hídrica e outros problemas relacionados a doenças da planta. Os municípios
capixabas que mais produziram goiaba em 2014 foram São Roque do Canaã e Pedro Canário
(Figura 15).
O levantamento feito pelo Incaper mostra que o preço médio mensal pago ao produtor de
goiaba atingiu um mínimo de R$ 1,05 por quilo em agosto de 2014 e um máximo de R$ 2,56
em maio de 2015 (Gráfico 9 - preços corrigidos).
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
34
Centro Oeste 49,15%
São Roque do Canaã 41,94% Colatina 6,55% Baixo Guandu 0,66% Nordeste 22,24% Pedro Canário 17,56% Outros 4,68% Central Serrano 9,07% Santa Teresa 4,19% Outros 4,88% Rio Doce 5,24% Linhares 5,24% Sudoeste Serrana 4,51% Central Sul 3,75% Metropolitana 3,67% Noroeste 0,79% Caparaó 0,28%
Figura 15 - Distribuição espacial da produção de goiaba em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
Gráfico 9 - Preços recebidos pelos produtores de goiaba no Espírito Santo.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016. Nota: Preços corrigidos para dez. 2015 pelo IGP-DI-FGV.
35
2.3 OLERICULTURA
A olericultura é desenvolvida principalmente na região serrana, com concentração na
microrregião Central Serrana, a qual foi responsável por 65,4% da produção em 2015. Já a
microrregião Sudoeste Serrana respondeu por 16,6% da produção. Este setor tem sido
prejudicado pela escassez hídrica e alteração e restrição dos horários permitidos à irrigação nas
regiões produtoras.
A Tabela 6 apresenta os dados da produção de olerícolas.
Conforme estimativas do
levantamento do IBGE, a produção da olericultura atingiu 967.406 toneladas em 2015.
Houve aumento de 1,6% na área colhida, no entanto, ocorreu queda de 21,2% na produção e
22,5% no rendimento médio.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
36
Tabela 6 -
Área colhida e produção das olerícolas no Espírito Santo
Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha)
Área Produção Rendimento médio Repolho 2.513 122.590 48.782 5.757,0 182.478,0 31.697 129,1 48,9 -35,0 Tomate 2.605 188.420 72.447 2.503,0 144.834,0 57.864 -3,9 -23,1 -20,1 Chuchu 1.622 88.385 54.491 1.384,0 140.075,0 101.210 -14,7 58,5 85,7 Inhame 3.667 96.666 26.361 3.099 84.582 27.293 -15,5 -12,5 3,5 Alface* 4.421 287.689 65.073 3.108 73.485 23.644 -29,7 -74,5 -63,7 Pimentão 526 22.270 42.338 493 19.884 40.333 -6,3 -10,7 -4,7 Milho-verde 750 10.929 14.572 967 11.311 11.697 28,9 3,5 -19,7 Gengibre 313 12.900 41.214 306 9.790 31.993 -2,2 -24,1 -22,4 Abóbora/Jerimum 916 9.958 10.871 889 9.448 10.628 -2,9 -5,1 -2,2 Batata-inglesa 415 7.875 18.976 401 8.703 21.703 -3,4 10,5 14,4 Beterraba 707 17.267 24.423 412 7.954 19.306 -41,7 -53,9 -21,0 Pepino 193 9.580 49.637 176 7.897 44.869 -8,8 -17,6 -9,6 Salsa 135 2.438 18.059 131 7.863 60.023 -3,0 222,5 232,4 Cenoura 430 10.395 24.174 377 6.833 18.125 -12,3 -34,3 -25,0 Batata-baroa 344 4.631 13.462 344 4.992 14.512 0,0 7,8 7,8 Cebola 606 15.180 25.050 346 4.228 12.220 -42,9 -72,1 -51,2 Abobrinha 612 16.862 20.982 591 4.040 6.836 -3,4 -76,0 -67,4 Couve-flor 160 2.930 18.313 252 3.808 15.111 57,5 30,0 -17,5 Batata-doce 99 2.530 25.556 150 3.583 23.887 51,5 41,6 -6,5 Jiló 175 2.808 16.046 224 3.520 15.714 28,0 25,4 -2,1 Brócolis 162 4.580 28.272 128 3.078 24.047 -21,0 -32,8 -14,9 Quiabo 245 3.554 14.506 249 2.897 11.635 1,6 -18,5 -19,8 Cebolinha 348 6.683 19.204 236 2.727 11.555 -32,2 -59,2 -39,8 Couve 229 3.965 17.314 192 2.214 11.531 -16,2 -44,2 -33,4 Coentro 220 4.400 20.000 146 1.900 13.014 -33,6 -56,8 -34,9 Beringela 51 1.250 24.510 99 1.762 17.798 94,1 41,0 -27,4 Cará 70 2.310 33.000 60 1.733 28.883 -14,3 -25,0 -12,5 Alho 75 841 11.267 75 877 11.693 0,0 4,3 3,8 Almeirão 60 1.200 20.000 30 720 24.000 -50,0 -40,0 20,0 Rúcula 35 700 20.000 35 700 20.000 0,0 0,0 0,0 Rabanete 85 1.275 15.000 48 694 14.458 -43,5 -45,6 -3,6 Chicória 60 1.200 20.000 30 600 20.000 -50,0 -50,0 0,0 Espinafre 30 600 20.000 30 540 18.000 0,0 -10,0 -10,0 Agrião 25 500 20.000 25 500 20.000 0,0 0,0 0,0 Vagem 110 600 5.455 95 459 4.832 -13,6 -23,5 -11,4 Maxixe 25 500 20.000 22 375 17.045 -12,0 -25,0 -14,8 Pimenta 2 26 13.000 2 26 13.000 0,0 0,0 0,0 Taioba 4 20 5.000 7 25 3.571 75,0 25,0 -28,6 Cogumelo 1 1 1.000 2 2 1.000 100,0 100,0 0,0 Total 23.046 966.508 41.938 23.421 761.137 32.498 1,6 -21,2 -22,5 Produto 2014 2015 Variação % 2015/2014
Fonte: IBGE-PAM 2014; IBGE-LSPA, dez. 2015.
37
Em termos de valor de produção, o tomate é o principal produto na lista de olerícolas, sendo
seguido pela alface. A produção de tomate atingiu 144,8 mil toneladas em 2015, tendo
apresentado queda de 23,1% na produção em relação ao ano anterior (Tabela 6). A produção foi
menor que o esperado devido à crise hídrica que afetou as lavouras deste produto. A
microrregião Sudoeste Serrana concentra 40,28% da produção e a Central Serrana 24,09%. Os
municípios maiores produtores de tomate em 2014 foram os municípios de Santa Maria de
Jetibá, Afonso Cláudio e Brejetuba (Figura 16).
O levantamento feito pelo Incaper mostra que o preço pago ao produtor dessa hortaliça
apresentou uma grande variação nos últimos anos, sendo que em dezembro de 2014 o preço
médio era R$ 1,01 por quilo e atingiu o valor máximo de R$ 3,35 em maio de 2015 (Gráfico 10).
Sudoeste Serrana 40,28% Afonso Cláudio 9,97% Brejetuba 9,31% Conceição do Castelo 8,07% Domingos Martins 6,60% Laranja da Terra 4,47% Outros 1,86% Central Serrano 24,09%
Santa Maria de Jetibá 10,53% Santa Teresa 8,51% Outros 5,05% Caparaó 13,68% Muniz Freire 9,31% Ibatiba 3,19% Outros 1,18% Litoral Sul 9,40% Alfredo Chaves 9,31% Outros 0,09% Central Sul 5,72% Castelo 3,66% Outros 2,05% Rio Doce 3,19% Centro Oeste 2,55% Metropolitana 0,47% Noroeste 0,35% Nordeste 0,28%
Figura 16 - Distribuição espacial da produção de tomate em 2014.
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
38
Outro produto de grande importância econômica para os produtores de olericultura é o inhame,
cuja produção foi de 84,5 mil toneladas em 2015, 12,5% menor em relação ao ano anterior
(Tabela 6). Os maiores produtores em 2014 foram os municípios de Alfredo Chaves, Santa Maria
de Jetibá, Domingos Martins e Marechal Floriano (Figura 17).
Em janeiro de 2014, o preço médio mensal desse legume atingiu R$ 3,06 por quilo e caiu até
atingir um mínimo de R$ 0,88 em setembro de 2015 (
Gráfico 10)
.
Litoral Sul 45,04% Alfredo Chaves 44,69% Outros 0,35% Sudoeste Serrana 27,17% Domingos Martins 11,17% Marechal Floriano 10,14% Outros 5,86% Central Serrano 23,27%
Santa Maria de Jetibá 15,52% Santa Leopoldina 4,03% Outros 3,71% Central Sul 2,50% Castelo 1,24% Outros 1,25% Centro Oeste 0,90% Caparaó 0,61% Metropolitana 0,27% Noroeste 0,24%
Figura 17 -
Distribuição espacial da produção de inhame em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.
Quanto à batata-inglesa, a produção atingiu 8,7 mil toneladas em 2015. Houve um aumento de
10,5% na produção e 14,4% no rendimento médio em relação ao ano anterior (Tabela 6). Os
municípios maiores produtores capixabas foram Alfredo Chaves, Santa Maria de Jetibá e
Domingos Martins (
Figura 18
).
39
O preço médio mensal do quilo da batata-inglesa atingiu um pico de R$ 3,17 em abril de 2014 e
em setembro do mesmo ano caiu para R$ 0,71 e em dezembro de 2015 ficou em R$ 1,91
(Gráfico 10).
Sudoeste Serrana 65,26%
Domingos Martins 60,38%
Venda Nova do Imigrante 3,81% Afonso Cláudio 1,07%
Central Serrano 20,32%
Santa Maria de Jetibá 20,32%
Caparaó 10,92% Muniz Freire 10,92% Central Sul 2,59% Castelo 1,83% Vargem Alta 0,76% Litoral Sul 0,91% Alfredo Chaves 0,91%
Figura 18 - Distribuição espacial da produção de batata-inglesa em 2014
SÍNTESE DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO ESPÍRITO SANTO 2014/2015
40
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de preços do Incaper, 2016. Nota: Preços corrigidos para dez. de 2015 pelo IGP-DI-FGV.
A produção de gengibre atingiu 12,9 mil toneladas em 2014, mas caiu para 9,7 mil toneladas em
2015, o que representa um recuo de 24,1% na produção (Tabela 6). Em 2014 os maiores
produtores foram os municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos
Martins (Figura 19). O produto tem se mostrado como uma boa opção para geração de renda
para os produtores, pois o preço de mercado tem sido bom e o gengibre é também um produto
de exportação. Em junho de 2015, o preço médio mensal pago ao produtor foi de R$ 3,41 por
quilo e caiu para R$ 1,93 em dezembro (Incaper, 2016).
41
Central Serrana 80,47%
Santa Leopoldina 46,51% Santa Maria de Jetibá 32,56% Santa Teresa 1,40% Sudoeste Serrana 19,15% Domingos Martins 17,05% Marechal Floriano 2,09% Litoral Sul 0,39% Alfredo Chaves 0,39%
Figura 19 - Distribuição espacial da produção de gengibre em 2014.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE-LSPA dez. de 2014.