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DOENÇAS IMUNES E CRIANÇAS

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Academic year: 2022

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<< NOTA AO USUÁRIO: Por favor, adicione detalhes da data, hora, local e patrocinador do encontro para o qual você está usando esta apresentação no espaço indicado. >>

<< NOTA AO USUÁRIO: Este é um grande conjunto de slides a partir do qual o apresentador deve selecionar os mais relevantes para usar na apresentação específica. Esses slides abordam muitas faces do problema. Apresente apenas os slides que se aplicam mais diretamente com a situação dessa região. >>

TREINAMENTO PARA A ÁREA DE SAÚDE

[Data ... Lugar ... Evento ... Patrocinador ... Organizador ... ]

DOENÇAS IMUNES E CRIANÇAS

Saúde Infantil e o Meio Ambiente

OMS Pacote de Treinamento para o Setor de Saúde Organização Mundial da Saúde

www.who.int/ceh

Traduzido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul com permissão da Organização Mundial da Saúde

Publicado pela Organização MundiaJ da Saúde sob o titulo Childron's health and lho environmenl Pacote do troinamento da OMS para o setor do saúda Doenças Imunes e Crianças e World Health Organization

A Organização Mundial da Saúde cedeu os direitos de tradução e publicação para uma edição em português para a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). que é a única responsável pela qualidade e fidelidade da tradução em português. No caso de qualquer Inconsistência entre as edições em inglês e português, a edição original em inglês será a autêntica e mandatória.

Outubro de 2011

(2)

<<LEIA O SLIDE>>

Doenças imunes e crianças

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Introduzir a complexidade da função do sistema imunológico e as consequências de sua deficiência

Explicar a vulnerabilidade do sistema imunológico perinatal

♦:♦ Apresentar alguns exemplos de evidências atuais de associações entre fatores de risco ambientais e comprometimento do sistema imunológico

(3)

<<LEIA O SLIDE>>

Doenças imunes e crianças

PANORAMA/ VISÃO GERAL

Sistema imunológico e doenças imunológicas

Vulnerabilidade perinatal e desenvolvimento de imunotoxicidade

Fatores de risco ambientais associados com efeitos imunes adversos

Biomarcadores de alteração imunológica

Mais pesquisas - novos desafios

(4)

Imunidade depende de um sistema homeostático intrincado que visa manter um delicado equilíbrio entre a saúde e a doença.

Sua função é mantida por uma série de complexos, altamente regulados, mecanismos multicelulares fisiológicos projetados para um objetivo singular:

diferenciar o próprio do não-próprio. O sistema imunológico saudável tem a

capacidade de distinguir células do próprio corpo, reconhecendo como "próprias" e células estranhas como "não-próprias".

As defesas imunológicas, normalmente, coexistem pacificamente com as distintas células que carregam moléculas auto marcadas. Qualquer coisa que possa

desencadear essa resposta imune é chamada de antígeno. Um antígeno pode ser um micróbio ou uma parte de um microrganismo, tal como uma molécula. Os tecidos ou células de outra pessoa (exceto um gêmeo idêntico) carregam marcadores não- próprios e agem como antígenos estranhos. Em situações anormais, o sistema imunológico pode confundir próprio com não próprio e atacar as células ou tecidos do próprio corpo.

Imunocompetência é mantida por um conjunto de órgãos linfoides, fatores celulares e humorais específicos e não-específicos.

Doenças imunes e crianças

IMUNIDADE

Mecanismos fisiológicos complexos, altamente regulados, multicelulares, projetados para um

objetivo singular:

♦:♦ diferenciar próprio de não-próprio

Lymphokines ---- _r\--+-- Complement Tcell ---+--- ""'

Antibocies ---;---=-- -r B cell ---,,-- ---:m Killercell - ---+--- ---<I

www.nia1d.níh.gov

(5)

Todas as células imunológicas iniciam como células estaminais imaturas na medula óssea.

Elas respondem a diferentes citocinas e sinais químicos para se desenvolverem em tipos de células imunitárias específicas, tais como as células T, células B ou fagócitos.

Linfócitos conhecidos como linfócitos T ou células T ("T" significa "timo") amadurecem no timo e migram para outros tecidos. Linfócitos B, também conhecidos como células B, são ativados e amadurecem em células plasmáticas que sintetizam e liberam anticorpos ou imunoglobulinas (G, M, A, E e D).

As células T contribuem para as defesas imunológicas de duas maneiras principais: por meio direto e regulando as respostas imunes ou atacando diretamente as células infectadas ou cancerosas. As células T helper, ou células Th, coordenam respostas imunes através da comunicação com outras células, promovendo a ativação dos linfócitos T citotóxicos (LTC) e células B para se tornarem células de memória. LTCs - também chamado de células T-killer atacam diretamente outras células que transportam certas moléculas estranhas ou anormais em suas superfícies.

Fagócitos ou macrófagos são grandes glóbulos brancos que podem engolir e digerir microrganismos e outras partículas estranhas. Os monócitos são fagócitos que circulam no sangue.

As células dendríticas encontram-se em partes de órgãos linfoides, onde células T, também existem. Como os macrófagos, as células dendríticas nos tecidos linfoides apresentam antígenos às células T e ajudam a estimular estas, durante uma resposta imune.

Citocinas ou linfocinas são mensageiros químicos secretados pelas células do sistema

imunológico; atuam em outras células para coordenar respostas imunológicas adequadas. As citocinas incluem diferentes tipos de interleucinas (IL), interferons (IFN) e fatores de

crescimento. Quimiocinas, frequentemente, desempenham um papel fundamental na inflamação.

O sistema complemento é formado por cerca de 25 proteínas que funcionam em conjunto para ajudar, ou "complementar", a ação dos anticorpos na destruição de micróbios.

Ref and image:

•National Institutes of Health. Understanding the immune system. How it works .U.S. Department of Health and Human Services. National Institutes of Health National Institute of Allergy and Infectious Diseases, National Institutes of Health Publication No. 07-5423, September 2007

(6)

Citocinas: mensageiros hormonais para a maioria dos efeitos biológicos no sistema imunitário (por exemplo: imunidade celular mediada e respostas alérgicas)

As citocinas podem ser pró-inflamatórias ou anti-inflamatórias (mas promovem respostas alérgicas).

Os linfócitos T são uma fonte importante de citocinas: receptores específicos do antígeno na sua superfície celular permitem o reconhecimento de agentes patogênicos estranhos.

Existem dois principais subgrupos de linfócitos T que se distinguem pela presença de moléculas de superfície celular conhecidos como CD4 e CD8. Os linfócitos T que expressam CD4 também são conhecidas como células T helper e são considerados como sendo os mais principais produtores de citocinas. Este subconjunto pode ser ainda subdividido em Th1 e Th2 e as citocinas produzidas por estes são conhecidas como citocinas de tipo Th1 e Th2.

Citocinas tipo Th1 tendem a produzir as respostas pró-inflamatórias responsáveis por eliminar os parasitas intracelulares e perpetuar as respostas autoimunes. Enquanto, o tipo Th2 desencadeia respostas na atopia e respostas anti-inflamatórias.

Doenças imunes e crianças

IMUNIDADE

Citocinas: mensageiros hormonais no sistema imunitário

As citocinas podem ser pró-inflamatórias ou anti-inflamatórias

Linfócitos T: fonte principal de citocinas - receptores específicos do antígeno na sua superfície celular permitem o reconhecimento de patógenos estranhos.

Os linfócitos T que expressam CD4 na superfície da molécula também são conhecidos como células T helper

As células T helper são subdivididos em Th1 e Th2 e as citocinas que produzem são citocinas de tipo Th1 e Th2.

Th1 tendem a produzir as respostas pró-inflamatórias

Th2 lidam com respostas à atopia e respostas anti-inflamatórias.

(7)

Ref:

•Berger A. Th1 and Th2 responses: what are they? British Medical Journal.321:424.

(8)

• Imunocompetência é um estado de imunidade funcional que oferece resistência eficaz a agentes infecciosos e células neoplásicas.

• O sistema imunológico é projetado para responder com a resposta apropriada e não exagerada frente a agentes não auto-biológicos, químicos ou estímulos físicos.

• Imunotoxicidade é definida como a resposta imunitária inapropriada induzida, direta ou indiretamente, por xenobióticos ou agentes físicos.

• O sistema imunitário pode ser um alvo para efeitos tóxicos provocados por uma variedade de agentes ambientais, ocupacionais e farmacêuticos, a nível de um ou mais pontos do mecanismo fisiológico.

• O efeito adverso é, geralmente, a imunossupressão ou imunoestimulação. Uma vez que a

imunocompetência representa uma resposta imunitária equilibrada ótima, no outro extremo tem-se a imunossupressão profunda ou hipersensibilidade, que é representada pela resposta imunitária ineficaz e inadequada.

Ref:

•WHO/IPCS. Principles and methods for assessing direct immunotoxicity associated with exposure to chemicals. Environmental health criteria 180, WHO, 1996.

Doenças imunes e crianças

IMUNOCOMPETÊNCIA E IMUNOTOXICIDADE lmunossupressão

Aumento da suscetibilidade a doenças

infecciosas e crescimento tumoral

lmunoestimulação

Aumento da Incidência de autoimunidade e alergia

(9)

Imunossupressãoé uma diminuição na função imunitária mediada com efeito a nível celular, humoral ou em parâmetros imunitários não específicos. A resposta imunológica primária é a mais susceptível a supressão (por exemplo: a atividade fagocítica dos macrófagos), embora um grande número de efeitos sutis vem sendo descritos. Os metais pesados, bifenis policlorados (PCBs), bifenis polibrominados (PBB), certos poluentes do ar, certos pesticidas e medicamentos podem causar efeitos imunossupressores significativos e persistentes. As sequelas clínicas relacionadas a imunossupressão correspondem ao aumento das taxas de doenças infecciosas e neoplasias.

Médicos concordam que grupos suscetíveis são mais propensos aos efeitos adversos à saúde, associados à supressão imunológica. Neste caso, as crianças que vivem

Doenças imunes e crianças

DOENÇAS IMUNOLÓGICAS

Resposta imunossupressora

Aumento das taxa de doenças infecciosas e neoplasia

Resposta de imunoestimulação

Rea ões de hi ersensibilidade

(10)

•Sullivan J , Brooks BO, Meggs JM. Clinical immunotoxicology and allergy. Chap 25. In: Sullivan JB, Krieger GR. Clinical environmental health and toxic exposures. 2nd ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2001.

(11)

As reações de hipersensibilidade clinicamente mais relevantes encontradas relacionadas a riscos químicos são:

• Reações de hipersensibilidade imediata (tipo 1 - IgE): asma, eczema, urticária, anafilaxia.

• Reações de imunocomplexo (tipo III): doenças autoimunes, tais como DM1, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico ou pulmão de agricultores ou alveolite alérgica.

• Reações tardias de hipersensibilidade (tipo IV): dermatite de contato (mediada por linfócitos T).

• Citotoxicidade dependente do anticorpo (tipo II): doença hemolítica do recém-nascido, danos na membrana basal glomerular

Ref:

•Sullivan J , Brooks BO, Meggs JM. Clinical immunotoxicology and allergy. Chap 25. In:

Doenças imunes e crianças

Exemplos:

Asma, rinite, eczema, urticária, anafiláxia

Doenças autoimunes: DM tipo 1, artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico

Alveolite alérgica

Dermatite de contato (mediada por linfócitos T)

♦:♦ Doença hemol ítica do recém-nascido

Dano à membrana basal glomerular

(12)

O sistema imunológico é uma rede multifacetada que mantém um nível de reserva funcional.

Por conseguinte, um efeito tóxico sobre uma célula ou circuito particular pode não, necessariamente, conduzir a manifestações clínicas detectáveis.

Além disso, fatores ambientais podem atuar muitos anos antes da doença tornar-se

clinicamente aparente e os sintomas podem surgir depois que o sistema imunológico alterado é desafiado por outros fatores de risco (por exemplo: infecção viral).

Embora o sistema imunológico e seu desenvolvimento não tenham sido completamente caracterizados, há cada vez mais evidências de que as doenças imunológicas dependem de janelas específicas de exposição precoce na vida, do sexo e da genética da prole exposta.

Ref:

•Dietert RR, Piepenbrick MS. Perinatal immunotoxicity: why adult exposure assessment fails to predict risk. Environ Health Perspect, 2006, 114: 477-483

Doenças imunes e crianças

IMUNOTOXICIDADE

Efeitos sutis Efeitos latentes

Fatores ambientais podem atuar anos antes da doença tornar-se aparente

Doenças podem ser

aparentes clinicamente depois que o sistema imunológico alterado é desafiado por outros fatores de risco

(13)

O sistema imunológico em desenvolvimento pode ser permanentemente alterado ou

"programado" de acordo com a exposição a agentes ambientais que é submetido.

Um número crescente de doenças da infância, tais como doenças alérgicas (rinite alérgica, dermatite atópica, asma), câncer (leucemia aguda e leucemia mielóide) e outros (diabetes tipo 1) têm sido associados a exposições ambientais durante o pré-natal e no período pós-natal precoce.

Como a resposta imunológica desempenha um papel fundamental em cada uma destas doenças, é importante levar em consideração os efeitos de tóxicos no desenvolvimento do sistema imune das crianças.

Ref:

•Duramad P, Tager IB, Holland NT. Cytokines and other immunological biomarkers in children's environmental health studies. Toxicol Lett, 2007, 30, 172(1-2): 48–59.

Doenças imunes e crianças

IMUNOTOXICIDADE DO DESENVOLVIMENTO

Aumento da incidência de doenças relacionadas ao sistema imunológico

•Eventos perinatais são fundamentais para a defesa do hospedeiro na vida adulta

• O sistema imunológico em maturação é uma janela vulnerável aos efeitos tóxicos

10

(14)

Os riscos para a saúde diante de exposições a imunotóxicos são maiores no início da vida quando comparados aos da vida adulta. Os períodos pré e pós-natal são, particularmente, sensíveis aos agentes ambientais.

Existem vários exemplos que sugerem que o sistema imunitário em desenvolvimento é alterado por doses significativamente mais baixas de substâncias tóxicas do que as necessárias para produzir efeitos no adulto.

A sensibilidade a imunotóxicos pode produzir um largo espectro de efeitos e gravidade.

Alterações diferentes e imprevisíveis podem ser esperadas quando a exposição ocorre intraútero ou no período neonatal precoce, quando comparados aos adultos. Dessa forma, a exposição a determinados produtos químicos produz resultados com níveis de gravidade distintos para os desfechos, de acordo com a idade em que ocorreu tal exposição.

As alterações imunotóxicas após a exposição precoce podem ser persistentes e durar muito tempo. Dietilestilbestrol (DES) é um exemplo em que a exposição precoce a xenobióticos resulta na persistência de efeitos na vida adulta.

Exposições subletais a um produto tóxico podem produzir uma alteração imunotóxica irreconhecível até que o sistema imunológico pós-natal seja colocado sob estresse subsequente. Este estado oculto é referido como "latência". Exposição precoce ao DES é também um exemplo clássico, uma vez que uma exposição, aparentemente, inócua ao agente altera o sistema imunológico de tal modo que ele responde a uma exposição com uma segunda exposição estrogênica na vida adulta (que por si só não tem qualquer efeito) com um perfil de produção de citocinas, completamente, aberrante.

Doenças imunes e crianças

SENSIBILIDADE AUMENTADA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO DAS CRIANÇAS

3 a 12 vezes mais sensível

♦:♦ Alterações diferentes e imprevisíveis

♦:♦ Persistência dos efeitos

♦:♦ Latência - as alterações são irreconhecíveis até que o sistema imunológico pós-natal seja exposto a estresse

Métodos preditivos utilizados para avaliar a função imunológica em adultos não são adaptáveis para o modelo

em desenvolvimento

11

(15)

Ref :

•Dietert RR, Piepenbrick M. Perinatal immunotoxicity: why adult exposure assessment fails to predict risk. Environ Health Perspect, 2006, 114: 477-483

•Dietert RR. Developmental immunotoxicology: focus on health risks. Chem Res Toxicol,2009, 22(1):17-23

(16)

A capacidade de imunocompetência ao longo da vida é determinada pelo período inicial do desenvolvimento, os períodos pré e pós-natal precoces.

Exposição precoce a agentes ambientais pode desempenhar um papel-chave no equilíbrio da imunocompetência.

Há uma lição aprendida com o impacto da amamentação sobre as respostas imunes.

O sistema imunológico neonatal tende a favorecer uma resposta alérgica (estimular IgE) a determinados alérgenos ambientais (estímulo a IgE ou resposta Th2). Como o sistema imunológico amadurece, as células T tendem a liberar um grupo diferente de citocinas que favorecem o estímulo a IgG ou a resposta Th1.

Exposições precoces a contaminantes ambientais podem deslocar o equilíbrio para Th1 ou Th2.

Estudos epidemiológicos tem indicado que o aleitamento materno está associado a benefícios a saúde infantil, bem como proteção a muitas doenças.

As crianças que foram, exclusivamente, amamentadas no seio materno apresentavam níveis, significativamente, mais altos de citocinas do tipo Th1 com um mês de idade, conforme observado no estudo citado abaixo. Estes resultados sugerem uma explicação para a associação de aleitamento materno com a diminuição da incidência de patologia

lmmune diseases and children

DESENVOLVIMENTO DO EQUILÍBRIO DA IMUNOCOMPETÊNCIA LIÇÕES APRENDIDAS COM A NUTRIÇÃO

A amamentação

diminuiu a ocorrência de patologia alérgica.

WHO.

12

(17)

alérgica.

Um mecanismo para explicar os efeitos do aleitamento materno sobre doenças imunológicas é que o leite materno ajuda no estabelecimento da microbiota intestinal nativa (adquirida no momento do nascimento e durante o primeiro ano de vida), que tem se demonstrado um importante modulador da resposta imune sistêmica.

Ref:

•Figueiredo CA et al. Spontaneous cytokine production in children according to biological characteristics and environmental exposures. Environ Health Perspect, 2009, 117:845–849

Environmental factors are likely to have profound effects on the development of host immune responses, with serious implications for infectious diseases and inflammatory disorders such as asthma. This study was designed to investigate the effects of environmental exposures on the cytokine profile of children. The study involved measurement of T helper (Th) 1 (interferon-gamma), 2 [interleukin (IL)-5 and IL-13], and the regulatory cytokine IL-10 in unstimulated peripheral blood leukocytes from 1,376 children 4-11 years of age living in a poor urban area of the tropics. We also assessed the impact of environmental exposures in addition to biological characteristics recorded at the time of blood collection and earlier in childhood (0-3 years before blood collection). The proportion of children producing IL-10 was greater among those without access to drinking water [p < 0.05, chi-square test, odds ratio (OR) = 1.67]. The proportion of children producing IL-5 and IL-10 (OR = 10.76) was significantly greater in households that had never had a sewage system (p < 0.05, trend test). These data provide evidence for the profound effects of environmental exposures in early life as well as immune homeostasis in later childhood. Decreased hygiene (lack of access to clean drinking water and sanitation) in the first 3 years of life is associated with higher spontaneous IL-10 production up to 8 years later in life.

(18)

As lições aprendidas com a hipótese da higiene e do seu papel no equilíbrio da imunocompetência são outro exemplo de exposições precoces na vida como fatores determinantes no equilíbrio entre Th1 e Th2.

De acordo com a hipótese da higiene, o aumento da incidência de patologia alérgica nas sociedades ocidentais pode ser explicado, em parte, por uma redução da carga microbiana na infância. Tem-se demonstrado um relação inversa entre a incidência de doenças infecciosas prototípicas e a incidência de doenças imunológicas.

As doenças alérgicas são causadas por respostas imunológicas inadequadas a antígenos inofensivos guiada por uma resposta imunológica mediada por TH2. Muitas bactérias e vírus induzem uma resposta imune mediada por TH1, que inibe a resposta TH2.

Observações desta resposta levaram ao desenvolvimento do primeiro mecanismo de ação proposto na hipótese da higiene, que afirma que a estimulação insuficiente do braço TH1 do sistema imunológico, com TH2 hiperativo, poderia desencadear a doença alérgica.

Esta hipótese é bastante controversa na comunidade científica, já que não explica por si só o risco mais elevado de crianças afro-americanas, bem como os aumentos nas taxas de asma observados nos países em desenvolvimento.

Doenças imunes e crianças

LabordeA

DESENVOLVIMENTO DO EQUILiBRIO DA IMUNOCOMPETÊNCIA DAS CRIANÇAS: LIÇÕES

APRENDIDAS DAS INFECÇÕES PRECOCES

Infecções na primeira infância estão se tornando menos frequentes favorecendo uma reação de hipersensibilidade

A hipótese da higiene

13

(19)

Ref:

•Bach JF The effect of infection on susceptibility to autoimmune and allergic diseases.N Engl J Med, 2002, 19, 347(12):911-20.

•Strachan DP. Family size, infection and atopy: the first decade of the "hygiene hypothesis". Thorax, 2000, 55(1):S2-10.

(20)

Distúrbios imunológicos podem ter múltiplos fatores causais.

•Diminuição da capacidade de resposta imunológica (imunossupressão) pode ser causada por desordens genéticas / congênitas (imunodeficiência primária). A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) representa a primeira epidemia reconhecida de distúrbio aquirido crônico de imunossupressão causado por uma infecção viral.

•Ativação funcional do sistema imune (hipersensibilidade) pode ocorrer associada com o estresse crônico. Os linfócitos possuem receptores de catecolaminas na membrana, em particular as células NK.

•Há evidências crescentes para sustentar que agentes infecciosos, radiação, agentes terapêuticos e produtos químicos de diversas origens podem atuar como agentes etiológicos na indução de ambos tipos de doenças autoimunes.

Doenças imunes e crianças

DOENÇAS IMUNES ESTÃO ASSOCIADAS A DIVERSOS FATORES DE RISCO

Genéticos

Estresse

Microorganismos

Radiação

Químicos

Fármacos

Contaminantes ambientais

14

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O Seminário Internacional sobre o Sistema Imunológico como um órgão-alvo da toxicidade recomendou que um agente deve ser considerado imunotóxico quando há:

•Ação direta ou indireta dos xenobióticos (e/ou produto de biotransformação) sobre o sistema imunológico.

•Uma resposta do hospedeiro baseada imunologicamente nos compostos e/ou nos seus metabólitos; ou os antígenos do hospedeiro são modificados pelo composto ou por seus metabólitos.

•A maioria das evidências sobre imunotoxicidade é considerada sugestiva, porque vem de estudos experimentais que necessitam de uma série de ensaios descritivos e funcionais para determinar o estado imunológico da população estudada. Existem muito poucos estudos em crianças entre os estudos realizados com humanos.

Ref:

Doenças imunes e crianças

CONTAMINANTES DO AMBIENTE IMUNOTOXICIDADE

Radiação ultravioleta

Micotoxinas

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos

Bifenilpoliclorados / Bifenilpolibrominados

Metais

Pesticidas

Evidências sugestivas

15

(22)

Numerosos estudos demonstraram que a radiação ultravioleta (RUV) é local e sistemicamente imunossupressora para animais e seres humanos.

A exposição excessiva à RUV provoca queimaduras solares, câncer de pele, supressão imunológica e envelhecimento da pele.

A exacerbação de doenças infecciosas, particularmente aquelas envolvendo a pele (por exemplo: lesões herpéticas e verrugas virais) é um efeito clínico bem reconhecido da exposição ao sol (luz UV).

O potencial imunossupressor da RUV pode ser de importância crítica, afetando a eficácia de vacina também.

Simulações de radiação solar UV (UVAþUVB; 295-400 nm), aplicadas após a imunização, suprimiram a memória imunológica e a

Descoberta da hipersensibilidade do tipo retardada a um patógeno oportunista comum.

Os comprimentos de onda UVA e UVB foram igualmente eficazes na atividade de supressão imunológica.

Nas últimas décadas, mudanças de estilo de vida resultaram em uma exposição cada vez maior de pessoas em países industrializados à radiação ambiente UV, e essa tendência deverá aumentar nas próximas décadas como resultado da destruição do ozônio estratosférico.

Modelos de mudanças climáticas preveem que populações humanas podem estar expostas a um aumento da radiação solar ultravioleta, em grande parte como resultado da mudança de padrões comportamentais e de vestuário e, potencialmente, através de um efeito indireto do aquecimento global sobre o ozônio estratosférico.

No contexto de mudanças climáticas, efeitos imunossupressores induzidos por RUV podem ter grandes implicações na saúde pública.

Doenças imunes e crianças

Diminuição da camada de ozônio

Aumento da exposição à /

Radiação ultravioleta

IMUNOSSUPRESSÃO

Exacerbações de doenças infecciosas

Resposta imune prejudicada após vacinação

Indução de câncer de pele

16

(23)

RUV de lâmpadas também mostrou imunossupressão reversível.

Indução de câncer de pele e imunossupressão em humanos podem ter caminhos imunológicos semelhantes. É possível que um filtro solar que possa proteger contra queimaduras solares seja relativamente ineficaz na proteção contra outros efeitos da radiação UV.

Refs:

•Swaminathan A et al. Climate change and the human immune system: Ultraviolet radiation &

immunity study, assessing the impact of ultraviolet radiation on the immune response to primary vaccination in Australian adults. Earth and Environmental Science, 2009, 6, 142033

•Ullrich SE, Kripke ML, Ananthaswamy HN. Mechanisms underlying UV-induced immune suppression:

implications for sunscreen design Experimental Dermatology,2002, 11 (1)

(24)

É bem reconhecido que mofo produz metabólitos imunotóxicos (micotoxinas) e materiais antigênicos (esporos, hifas, polissacarídeos extracelulares e enzimas), que causam respostas imunológicas (antígenos) quando são inalados.

Fragmentos de fungos estão presentes dentro de casa, como biocontaminantes.

Estudos epidemiológicos tem mostrado que mofo no interior de casas está associado com aumento da prevalência e de exacerbação de sintomas respiratórios por

hipersensibilidade.

A inalação de material antigênico ou micotoxinas tem um papel importante no desenvolvimento de asma aguda, rinite alérgica e urticária (erupções de pele).

Algumas micotoxinas aumentam a resposta imune alérgica em ratos por modulação da resposta Th1 / Th2.

Refs:

•Etzel R, Rylander R. Indoor mold and children's health. Environ Health Perspect, 1999, 107(3):463.

•Schütze N, et al. Exposure to mycotoxins increases the allergic immune response in a murine asthma model. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, 2010, 181:1188- 1199.

<<NOTA AO USUÁRIO: Favor consultar os módulos de poluição indoor e micotoxinas para mais informações.>>

Doenças imunes e crianças

MICOTOXINAS

Mofo - poluição do ar intra-domiciliar

("indoor")

•!• Inalação de material antigênico ou micotoxinas associadas a doenças respiratórias e

dermatológicas por hipersensibilidade

HIPERSENSIBILIDADE

17

(25)

•Os efeitos a longo prazo da exposição a baixos níveis de micotoxinas - aflatoxina B1 e tricotecenos (ingestão de alimentos contaminados) – são fatores de risco bem

reconhecidos para efeito imunossupressor. Os tricotecenos prejudicam a imunidade celular.

•A aflatoxina B é um dos mais potentes hepatocarcinógenos conhecidos. Existe evidência limitada mostrando que a toxina dos tricotecenos-2 é cancerígena em animais.

•A ingesta de aflatoxina B1– contaminando ração animal para gado leiteiro, por exemplo, pode resultar na presença de aflatoxina M1, um metabólito da aflatoxina B1, no leite. Essa é uma questão de importância considerável à saúde pública, dado o consumo frequente de leite e derivados por crianças.

•Outras micotoxinas não são transmitidas para o leite a partir de alimentos. As Doenças imunes e crianças

FAO. 1991

MICOTOXINAS

IMUNOSSUPRESSÃO

Exposição alimentar

Ingestão crônica de aflatoxina 81 e tricotecenos tem potente efeito imunossupressor e carcinogênico

18

(26)

•Proctor DL. Grain storage techniques. The significance of mycotoxins. Chapter 2. FAO Agricultural services bulletin.109, Food and Agriculture Organization (FAO), 1994

(27)

A poluição do ar está associada com uma maior incidência de infecções respiratórias.

Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) são um grupo de compostos químicos emitidos pela combustão que causam supressão da imunidade humoral e celular.

Os HPAs que são cancerígenos (por exemplo: benzopirenos) também tem potentes propriedades imunossupressoras. Aqueles que não são cancerígenos não tem efeitos imunotóxicos marcados.

Ref:

•WHO/IPCS. Principles and methods for assessing direct immunotoxicity associated with exposure to chemicals. Environmental health criteria 180, WHO, 1996.

Doenças imunes e crianças

POLUIÇÃO DO AR EXTERNO

HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPAs)

Aumento da incidência de infecções respiratórias

HPAs causam supressão da imunidade humoral e celular

Efeito imunotóxico vinculado a efeitos carcinogênicos

IMUNOSSUPRESSÃO

1 Maior risco de câncer 1

19

(28)

Outros poluentes do ar no ambiente interno e externo das casas (ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre) tem efeitos imunossupressores sobre o sistema respiratório, levando a um aumento da incidência de infecções e inflamações.

Existem fortes evidências da associação entre infecções agudas do trato respiratório inferior e exposição a poluentes no ambiente interno provenientes do uso de

combustíveis sólidos, em crianças. Pneumonia e hospitalização no primeiro ano de vida são 38% mais frequentes em crianças cujas mães fumam.

A exposição aguda de macrófagos a esses poluentes do ar diminui a atividade fagocítica e a produção de IFN (citocina Th1) pelos macrófagos.

Os mesmos poluentes tem efeitos sobre a exacerbação de doenças respiratórias já existentes, como asma e bronquite. A evidência sobre os efeitos dos poluentes do ar aumentando a capacidade de resposta alérgica é fraca.

Ref:

•Sullivan J , Brooks BO, Meggs JM. Clinical immunotoxicology and allergy. Chap 25. In:

Sullivan JB, Krieger GR. Clinical environmental health and toxic exposures. 2nd ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2001.

Doenças imunes e crianças

POLUIÇÃO DO AR INTRA-DOMICILIAR QUEIMA DE COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS

FUMAÇA DE CIGARRO

IMUNOSSUPRESSÃO

• Diminuição da atividade de macrófagos no trato respiratório

PNEUMONIA WHO

20

(29)

Os bifenilpoliclorados (BPCs), dioxinas como 2,3,7,8-tetraclorodibenzodioxina (TCDD), são hidrocarbonetos clorados considerados como poluentes orgânicos persistentes (POPs).

A principal fonte de exposição para a população em geral é através dos alimentos.

Houve populações acidentalmente expostas a poluentes orgânicos persistentes, que foram estudados imunologicamente, e uma vasta gama de alterações imunossupressoras foram descritas.

A contaminação de óleo de arroz por BPCs no Japão (1968) e China, e Província de Taiwan (1979) resultou na exposição de um grande número de pessoas aos BPCs e seus semelhantes dibenzofuranos policlorados (DFPC). As pessoas expostas no incidente em Yucheng (1979) tinham baixa resistência e sofreram de uma variedade de infecções. Exames durante o primeiro ano revelaram diminuição das concentrações de IgM e IgA, diminuição das porcentagens de células T totais / de células T ativas e / de células T helper. Após 3 anos, alguns efeitos, mas não todos, haviam desaparecido.

O lodo contendo óleo contaminado por TCDD causou exposição a longo prazo ao TCDD (níveis no solo de 39 a 1100 ppb). A exposição da população foi associada com aumento da incidência de anergia e diminuição do percentual de células T (CD 3, CD 4 e CD 11).

Doenças imunes e crianças

POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES LIÇÕES DA EXPOSIÇÃO ACIDENTAL DE SERES

HUMANOS

BPCs - contaminação de óleo de arroz no Japão e em Taiwan

TCDD- Lodo contaminado com óleo sobre o solo no Missouri

BPBs -

contaminação de laticínios em Michigan

IMUNOSSUPRESSÃO

21

(30)

Perspectives, 1985, 58:17-29

<<NOTA AO USUÁRIO: Favor consultar o módulo de Poluentes Orgânicos Persistentes para mais informações.>>

(31)

A potência da vacinação contra a difteria e o tétano pode ser atenuada pela exposição das crianças aos bifenilpoliclorados (BPCs). Em estudo com 587 crianças, dosagem de anticorpos específicos contra o tétano foi significativamente menor naqueles cujas mães tinham níveis séricos de BPCs acima da média durante a gestação (4,61 versus 7,03; p = 0,035).

A resposta imune à vacina da difteria foi ligeiramente menor nessas crianças, que foram examinadas quando tinham 7 anos de idade (0,60 versus 0,64; p = 0,82). Isso sugere que o período pós-natal precoce é o mais importante na determinação dos efeitos dos BPCs no desenvolvimento do sistema imune.

Ref.

•Heilmann C et al. Serum concentrations of antibodies against vaccine toxoids in children exposed perinatally to immunotoxicants. Environ Health Perspect,2010, 118:1434-8.

Polychlorinated biphenyls (PCBs) may cause immunotoxic effects, but the detailed dose-response relationship and possible vulnerable time windows of exposure are uncertain. In this study we applied serum

concentrations of specific antibodies against childhood vaccines as sentinels of immunotoxicity.

The main objective was to assess the possible dependence of antibody concentrations against diphtheria and

Doenças imunes e crianças

BIFENILPOLICLORADOS IMUNOSSUPRESSÃO

il

•Menor resposta imune à vacina

OMSJAphaluck Bhatiasevi

22

(32)

level of 0.1 IU/L increased by about 30% for a doubling in PCB in milk and 18-month serum.

CONCLUSIONS: Developmental PCB exposure is associated with immunotoxic effects on serum concentrations of specific antibodies against diphtheria and tetanus vaccinations. The immune system development during the first years of life appears to be particularly vulnerable to this exposure.

(33)

A exposição crônica ao arsênico proveniente de água contaminada é um problema ambiental global significativo. O arsênico (As) foi identificado como um potente agente imunomodulador em muitos modelos experimentais e estudos epidemiológicos.

Exposição crônica ao As compromete gravemente o sistema imune e, especificamente, as células dendríticas, em resposta a infecção respiratória viral.

O arsênico diminui a migração celular, que é um componente importante para o início da defesa imunológica contra uma infecção respiratória viral.

Um estudo experimental com água contaminada com níveis de As a partir de 100 ppm mostrou um comprometimento da resposta imune à infecção por influenza A. Como foi sugerido, a resposta antiviral alterada pode ter desempenhado um papel no aumento da mortalidade por infecção pelo H1N1 em áreas do México com elevada contaminação por As, comparando com casos relativamente mais leves da doença em outras populações infectadas.

Ref:

Doenças imunes e crianças ARSÊNICO

Exposição crônica à água contaminada com arsênico

Compromete a resposta imune primária à infecção

Associada a aumento de

mortalidade na infecção pelo H1 N1

IMUNOSSUPRESSÃO

OMS

23

(34)

and potentially fatal disease.

Methods: In this study, we exposed C57BL/6J mice to 100 ppb As in drinking water for 5 weeks, followed by intranasal inoculation with a sub lethal dose of influenza A/PuertoRico/8/34 (H1N1) virus. Multiple end points were assessed postinfection.

Results: Arsenic was associated with a number of significant changes in response to influenza, including an increase in morbidity and higher pulmonary influenza virus titers on day 7 post-infection. We also found many alterations in the immune response relative to As-unexposed controls, including a decrease in the number of dendritic cells in the mediastinal lymph nodes early in the course of infection. Our data indicate that chronic As exposure significantly compromises the immune response to infection. Alterations in response to repeated lung infection may also contribute to other chronic illnesses, such as bronchiectasis, which is elevated by As exposure in epidemiology studies.

(35)

Uma característica da imunotoxicidade induzida por chumbo é uma mudança

pronunciada no equilíbrio fetal da função da célula T helper, em relação a resposta T helper 2 às custas das funções das células T helper 1. Isso aparece como elevação da IgE sérica total, redução da produção de IFN-gama (uma citocina Th1-associada) e produção elevada de IL-4 (uma citocina Th2-associada).

Os estudos in vitro confirmam que o chumbo tem a capacidade de polarizar células T antígeno-específicas a células Th2. O chumbo também inibe os efeitos Th1 da resposta imune humoral e celular.

O efeito do chumbo é principalmente sobre as células dendríticas, ao invés de sobre as células T, e a modificação que o chumbo causa na função das células dendríticas parece ser o principal estímulo da imunidade tipo 2.

Uma série de estudos ilustrando a capacidade do chumbo em debilitar a função imune e/ou a resistência do hospedeiro à doença data dos anos 60.

Doenças imunes e crianças

Th1 Defesa

contra câncer e infecções

IMUNOSSUPRESSÃO

CHUMBO

HIPERSENSIBILIDADE

Th2 Alergias

Asma Doenças auto-

imunes

24

(36)

Refs:

•Dietert RR et al. Lead and immune function. Crit Rev Toxicol. 2006, 36(4):359-85.

•Gao D, Mondal TK, Lawrence DA. Lead effects on development and function of bone marrow-derived dendritic cells promote Th2 immune responses. Toxicol Appl Pharmacol, 2007 222(1):69-79

<<NOTA AO USUÁRIO: Favor consultar o módulo sobre chumbo para mais informações.>>

(37)

Os efeitos imunotóxicos do chumbo diferem entre as faixas etárias, não só quantitativamente no que diz respeito à resposta à dose, mas também qualitativamente em termos de espectro de alterações imunológicas.

Estudos experimentais em várias espécies de animais de laboratório sugerem que os últimos meses da gestação são um período de sensibilidade considerável à imunotoxicidade induzida por chumbo.

Estudos de exposição com base na idade também sugerem que os níveis de chumbo no sangue (NCSs) que se achava serem seguros (inferiores a 10 mcg/dL) podem estar associados a alterações imunológicas em fases mais posteriores da vida.

Exposições neonatais ao chumbo estão associadas a algumas alterações imunológicas na idade adulta, ocorrendo em níveis de exposição muito mais baixos do que aqueles considerados

imunotóxicos para adultos. Os NCSs das crianças entre 10-20 µg/dL após a exposição ao chumbo pré e pós-natal estão associados com mudanças imunotóxicas detectáveis comparadas com NCSs de 40-50 µg/dL, ou ainda maiores, que são necessários para produzir alterações imunológicas em adultos.

Doenças imunes e crianças

CHUMBO

A IMUNOTOXICIDADE NO DESENVOLVIMENTO

O período pré-natal é altamente sensível à imunotoxicidade pelo chumbo

A resposta imunotóxica ao chumbo difere entre as faixas etárias

Níveis séricos de chumbo inferiores a 1 O microgramas/dl !

Alterações imunotóxicas precoces são persistentes

mesmo após os níveis corporais de chumbo serem reduzidos a níveis basais

25

(38)

Outros metais podem interferir na saúde através de modulação da homeostase imunológica.

Os metais podem levar a uma produção inadequada ou excessiva de inflamação e a uma ativação inapropriada de subpopulações linfoides envolvidas na imunidade adquirida para antígenos específicos.

As patologias resultantes podem incluir processos inflamatórios crônicos e doenças autoimunes.

Cádmio

Imunoestimulação incluindo indução de autoanticorpos foi observada como sendo o efeito imunotóxico primário do cádmio, associado à ativação policlonal de células B (APB). A APB é induzida por mercúrio, assim como por chumbo. Esse mecanismo tem sido relacionado com a patogênese da nefrite e possivelmente com doenças autoimunes.

Mercúrio

Há evidência sólida de que mercúrio pode induzir doença autoimune tanto em seres humanos quanto em animais experimentais.

Em humanos, a exposição crônica a baixas doses de mercúrio inorgânico pode induzir glomerulonefrite.

A exposição humana a mercúrio causada por comprimidos contendo mercúrio, cremes para clareamento de pelos, produtos para coloração de cabelos e vapores de mercúrio (durante 2-60 meses), resultaram em concentrações elevadas de mercúrio na urina e em nefropatia membranosa com deposição de IgG.

Refs:

•Lawrence DA, McCabe MJ. Immunomodulation by metals.Int Immunopharmacol,2002, 2(2-3):293-302.

•Li SJ et al. Mercury-induced membranous nephropathy: clinical and pathological features. Clin J Am Soc Nephrol. 2010, 5(3):439-44.

•Ohsawa M. Heavy metal-induced immunotoxicity and its mechanisms.Yakugaku Zasshi, 2009, 129(3):305-19.

Doenças imunes e crianças

OUTROS METAIS ASSOCIADOS A PROCESSOS INFLAMATÓRIOS CRÔNICOS E DOENÇAS AUTO-IMUNES

HIPERSENSIBILIDADE Cádmio Mercúrio Nefrite

Doenças autoimunes

✓ ✓

26

(39)

Crianças que residem em ambientes agrícolas estão potencialmente expostas a maiores níveis e maior variedade de misturas de pesticidas.

Os pesticidas podem estimular, suprimir ou desregular o sistema imune. A maioria pode fazer todos três, dependendo da concentração e duração da exposição. Evidências sobre a forma de ação imunotóxica e efeitos são limitadas.

Imunossupressão

Estudos tem demonstrado que a exposição a pesticidas reduz significativamente a resistência a infecções bacterianas, virais e parasitárias e promove crescimento de tumores em muitas espécies animais.

A exposição a vários pesticidas produz mudanças significativas na estrutura e função do sistema imune. Essas mudanças podem ser acompanhadas por aumento do risco de doenças infecciosas e cânceres associados com imunossupressão.

Melhoria dos parâmetros imunes também ocorrem quando os pesticidas são removidos do corpo.

Hipersensibilidade

Frequências mais altas que o normal de alergias, assim como alterações relacionadas à autoimunidade tem sido descritas. Também tem sido descrito que o ambiente agrícola afeta o desenvolvimento da resposta imune Th1 / Th2 de crianças.

O trabalho agrícola materno tem sido associado com aumento da resposta Th2 em crianças provenientes de áreas agrícolas.

Doenças imunes e crianças

PESTICIDAS

•Podem estimular, suprimir ou desregular o sistema imune

•Melhora quando os pesticidas são removidos do corpo!

HIPERSENSIBILIDADE

IMUNOSSUPRESSÃO

OMS 27

(40)

•Rea WJ, Hsueh-Chia L. Effects of pesticides on the immune system. Journal of Nutritional & Environmental Medicine, 1991, 2(4) 399-410

•Repetto R , Baliga SS . Pesticides and the immune system. The Public Health Risks.Cent Eur J Public Health, 1996, 4(4):263- 5•Salam MT et al. Early life environmental risk factors for asthma: findings from the Children's Health Study.Environmental Health Perspectives, 2004, 112:760

<<NOTA AO USUÁRIO: Favor consultar o módulo sobre pesticidas para mais informações.>>

(41)

Desenvolvimento de doenças autoimunes tem sido frequentemente associado à exposição a fatores ambientais, como produtos químicos, medicamentos ou infecções.

Duas síndromes bem reconhecidas associadas à contaminação esporádica de alimentos, nas quais autoanticorpos foram encontrados incluem:

•a síndrome do óleo-tóxico pela exposição a algum contaminante no óleo de colza desnaturado e

•a síndrome da eosinofilia-mialgia, ligada a um contaminante não confirmado presente em amostras de produtos alimentícios contendo L-triptofano.

Há relatos relacionando a exposição a águas subterrâneas contaminadas no Arizona com ocorrência de lupus e desenvolvimento de anticorpos antinucleares (FAN). No entanto, esse estudo ainda não foi confirmado. Os produtos químicos identificados foram: tricloroetano, benzeno, tolueno, xileno, percloroetileno e cromo inorgânico.

~

Doenças imunes e crianças

DOENÇAS AUTOIMUNES

Conjunto de doenças autoimunes que se suspeita serem associadas à produtos químicos

I Síndrome do óleo tóxico: esclerodermia-like I

1 Síndrome da eosinofilia-mialgia induzida por L-triptofano 1

Hidrocarbonetos e metais pesados em águas subterrâneas:

lupus e anticorpos antinucleares

28

(42)

A exposição a uma série de produtos químicos tem sido associada a lupus ou fenômenos auto-imunes relacionadas. Produtos químicos e fatores ambientais potencialmente ligados a elementos identificados nas vias da doença lúpica incluem aminas aromáticas e hidrazinas, sílica respirável, solventes orgânicos (tricloroetileno - TCE) e metais pesados: mercúrio, ouro e cádmio.

Tem-se reconhecido que a patologia imunológica, incluindo a produção de auto-anticorpos em adultos com lupus, pode começar anos antes de ser detectada doença clínica. Isso reforça a possibilidade de que fatores ambientais podem estar presentes durante o tempo de desenvolvimento do sistema imunológico.

Refs:

•Edwards CJ, Cooper C. The developmental origins of disease. Early environmental exposure and the development of lupus. Lupus, 2006, 15:814-819

•Glinda S et al. Recent advances and opportunities in research on lupus: environmental influences and mechanisms of disease.Environ Health Perspect, 2008, 116:695–702

Doenças imunes e crianças

LUPUS

E SÍNDROMES LUPUS-LIKE (FAN POSITIVO)

Interações complexas de múltiplos genes e agentes ambientais

Potencialmente ligados a

Sílica respirável

Tricloroetileno (ar e água contaminada)

Mercúrio, ouro, cádmio

FAN: anticorpos antinucleares

29

(43)

•O número de crianças com asma mais que duplicou desde 1980 em países desenvolvidos. A asma tem claramente aumentado em frequência e gravidade. Fatores genéticos, alérgenos domésticos e a teoria da higiene são insuficientes para explicar o aumento dramático na frequência e gravidade da asma. O que parece estar acontecendo é que as pessoas se tornaram mais sensíveis aos fatores que desencadeiam crises de asma. A frequência de asma poderia aumentar até mesmo se os desencadeantes fossem diminuindo. Um crescente número de estudos apontam para a exposição precoce (antes do nascimento e durante a infância) a produtos químicos como um fator determinante para o aumento dramático da asma.

Chumbo tem sido considerado como um determinante potencial.

•A asma ocorre em todos os países, independentemente do nível de desenvolvimento. Mais de 80% das mortes por asma ocorrem em países de baixa e média-baixa renda. Para um controle efetivo, é essencial tornar medicamentos acessíveis e disponíveis, especialmente para famílias de baixa renda.

•Desencadeantes conhecidos de crises de asma são: alérgenos dos ácaros da poeira, do mofo, das baratas, e alérgenos de cães e gatos. Químicos ambientais sensibilizantes e contaminantes agem como haptenos por combinação com as proteínas presentes nas superfícies mucosas e induzem resposta imune humoral e celular. Metais alergênicos como cobalto, arsênio, berílio, cromo e níquel são reconhecidos como sensibilizadores potentes e podem estar presentes em muitas fontes e materiais. Alguns monômeros de plástico como

Doenças imunes e crianças

ASMA ALÉRGICA

•O número de crianças com asma duplicou desde 1980 em países desenvolvidos

•Aumento da sensibilidade a desencadeantes ou aumento da quantidade de desencadeantes?

•Exposição precoce a produtos químicos parece ser um fator determinante do aumento da sensibilidade

30

(44)

•ATSDR . Environmental triggers of asthma environmental factors. In: Case studies in environmental medicine (CSEM). ATSDR, 2007

•Solomon G. Asthma and the environment. Available atwww.healthyhouseinstitute.com/a_962- Asthma_and_the_Environment- accessed May 2011.

•Sullivan J , Brooks BO, Meggs JM. Clinical immunotoxicology and allergy. Chap 25. In: Sullivan JB, Krieger GR. Clinical environmental health and toxic exposures. 2nd ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2001.

•WHO. 10 facts on asthma. Available at www.who.int/features/factfiles/asthma/en/index.html – accessed 10 June 2011

(45)

A susceptibilidade particular das crianças a tóxicos ambientais tornou-se um importante foco de estudos em imunotoxicologia, e o uso de biomarcadores imunológicos na epidemiologia molecular de saúde ambiental infantil é um campo em rápida expansão de pesquisa.

Os parâmetros mais comumente utilizados para estudar a função imunológica humana incluem contagens celulares, marcadores de ativação de superfície celular, níveis de imunoglobulinas, resposta a mitógenos e expressão e secreção de citocinas.

Existem limitações para todos os biomarcadores atualmente em uso. A incorporação de biomarcadores imunológicos poderia facilitar a compreensão dos mecanismos subjacentes às associações entre exposições ambientais e doenças imunomediadas.

Ref:

•Duramad P, Yager I, Holland N. Cytokines and other immunological biomarkers in children´s enviormental health studies.Toxicol Lett, 2007, 30,172 (1-2): 48-59.

Doenças imunes e crianças

BIOMARCADORES DE IMUNOTOXICIDADE NECESSIDADE DE PESQUISA

•Nenhum teste sozinho pode demostrar com acurácia ou predizer

imunotoxicidade

Os biomarcadores mais comumente usados são:

•Contagem celular

•Marcadores de ativação de superfície celular

•Níveis de imunoglobulinas

•Resposta a mitógenos

•Expressão e secreção de citocinas

31 -

(46)

Os nanomateriais tem singulares propriedades físicas e químicas e ainda não se sabe quais serão suas interações com os sistemas biológicos. Produtos de saúde e fitness lideram o mercado de nanotecnologia.

A maioria dos estudos se concentra em propriedades inflamatórias e produção de citocinas inflamatórias. Vários estudos tem relatado indução de citocinas por diferentes tipos de nanomateriais (coloides de ouro, dendrímeros, polímeros, nanopartículas lipídicas, outros).

Materiais em nanoescala são partículas que são capturadas primeiramente por células fagocíticas do sistema imune (por exemplo, macrófagos). Formação de granulomas foi observada nos pulmões, pele e revestimento pleural de animais expostos a nanotubos de carbono (NTC). Exposição a NTC resultou em efeitos patogênicos amianto-like, que incluem inflamação e formação de granuloma.

Estudos sobre imunossupressão relacionada a exposição a nanopartículas são escassos. Um dos poucos estudos sobre imunossupressão demonstrou que inalação de NTC suprime a função das células B e que o TGF-produzido pelos macrófagos alveolares é um elemento fundamental no mecanismo da imunossupressão observada.

Existem poucos estudos relacionando exposição a nanopartículas e reações alérgicas em animais de laboratório e seres humanos.

Refs:

•Stemp-Morlock G. Research initiatives. What lies ahead for nanotechnology? Environmental Health Perspectives,2009, 117-4:A146

•Zolnik BS et al. Minireview: Nanoparticles and the immune system.Endocrinology, 2010, 151:

458– 465

Doenças imunes e crianças

NOVO DESAFIO: NANOMATERIAIS

•!• Poucos estudos sugerem imunossupressão

•!• Mais estudos mostram hipersensibilidade

- "Amianto-like ": inflamação e formação de

granuloma

- Reações alérgicas

32

(47)

<<LER SLIDE>>

<<NOTA AO USUÁRIO: Favor consultar medidas de prevenção para minimizar a exposição ao ar, água, alimentos, solo e produtos contaminantes para os módulos em que forem relevantes. >>

Doenças imunes e crianças

PREVENÇÃO

Proteger as crianças, principalmente mães e recém nascidos, da exposição aos fatores de risco

ambientais

laborde A_

33

(48)

<<LER SLIDE>>

Doenças imunes e crianças

RESUMO

Doenças imunes podem ser causadas por fatores genéticos , biológicos, físicos e químicos.

O SISTEMA IMUNE é um sistema complexo e vulnerável, principalmente nas fases inicias da vida

Exposição precoce a contaminantes pode ter um papel no desenvolvimento de doença imune em fases mais tardias da infância ou na idade adulta

Crescentes evidências sugerem que os poluentes orgânicos persistentes, pesticidas, poluição atmosférica , metais, luz solar e micotoxinas aumentam o risco de redução das defesas ou resposta imune exacerbada.

34

(49)

<<LER SLIDE>>

Doenças imunes e crianças

PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DE MEIO AMBIENTE

Diagnosticar e tratar doenças imunes

Coletar a história ambiental do paciente e de sua família

Relatar casos que possam estar relacionados à exposição ambiental e casos sentinela

Promover pesquisas de imunotoxicidade relacionadas às principais ameaças ambientais

Advogar a proteção de crianças e mães em relação à exposição a contaminantes

35

(50)

Termino com este belo lembrete de uma criança da Índia. Devemos reconhecer os riscos para nossas crianças e assumir nossas responsabilidades para evitá-los, porque temos o nosso futuro em nossas mãos – e o futuro são nossas crianças.

Obrigado.

Doenças imunes e crianças

Temos

o

futuro em nossas mãos

e

nossas crianças são nosso futuro!

Concurso de pôsteres realizado pelo HRIDAY com o apoio da sede nacional da OMS no Sudeste da Asia 36

(51)

Doenças imunes e crianças

AGRADECIMENTOS

A OMS é grata ao Escritório de Proteção à Saúde da Criança dos EUA pelo apoio financeiro que tornou possível este projeto e alguns dos dados, gràficos e textos utilizados na preparação desses

materiais, o qual será destinado a um público amplo. Um apoio adicional foi, gentilmente ,cedido pelo Departamento de Saúde do Reino Unido.

Primeiro projeto preparado por Amalia Laborde MD (Uruguay)

Com as recomendações dos Membros do Grupo de Trabalho no Pacote de Treinamento do Setor de Saúde: Cristina Alonzo MD (Uruguay); Yona Amitai MD MPH (Israel); Stephan Boese-O'Reilly MD MPH (Germany); Ster.hania Borgo MD (ISDE, ltaly); lrena Buka MD (Canada); Ernesto Burgio (ISDE, ltaly); L1lian Corra MD (Argentina); Ligia Fruchtengarten MD (Brazil); Amalia Laborde MD (Uruguay); Jenny Pronczuk MD (WHO) Christian Schweizer TO (WHO/EURO); Kathy Shea MD (USA).

Revisores: Dr Huw Bruni (UK), Prof Gary Coleman (UK), Dr Raquel Duarte-Davidson (UK), Dr Elaine Lynch Farmery (UK), Alison M Good BSc Dip Med Tox MSc (UK). Dr Mark Griffiths (UK), Dr John Thompson (UK), Dr Laura Yates (UK)

Coordenação de projeto da OMS: Ruth A. Etzel, MD PhD Marie-Noel Bruné, MSc Última atualização: Outubro de 2011

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