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Homenagem a Maximilien Laroche.

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Academic year: 2022

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I N T E R F A C E S B R A S I L / C A N A D Á , R I O G R A N D E , N . 1 1 , 2 0 1 0

Homenagem a Maximilien Laroche

A

homenagem aqui prestada permite percorrer a trajetória e rever através da memória o caminho das palavras que seduziram e orientaram toda uma geração de colegas canadianistas, amigos fiéis seguidores das palavras de Maximilien Laroche. Prevista para acontecer durante o X Congresso Brasileiro de Estudos Canadenses, em Goiânia, em 2009 – quando em mesa-redonda, com a participação do homenageado, comemoraríamos os trinta anos de seus diálogos frutíferos e ininterruptos estabelecidos com o Brasil –, por razões que escaparam ao nosso controle, “Maxi”, como afetuosamente Maximilien Laroche é chamado, não pôde estar presente. Tentamos corrigir essa ausência simbolicamente, inaugurando esta edição com seu texto, verdadeiro primor do comparatismo literário que sempre exerceu e exerce com maestria. Maxi está também vivamente presente em nosso agradecimento por sua atuação pioneira ao desbravar a rota norte- sul dos estudos canadenses e seu papel fundamental nas trocas entre nossos países desde o início da década de 1980. Se as palavras voam, a escrita permanece. Perenizam-se assim nesta edição suas palavras e o nosso reconhecimento.

As missões acadêmicas anuais de Maximilien Laroche ao Brasil alternaram-se entre as Universidades Federais Fluminense, do Rio Grande do Sul, do Paraná, a Universidade de São Paulo, Universidades Estaduais da Bahia (UNEB e UEFS) e Paulista Julio de Mesquita Filho. Além do interesse pelos escritores que vivem no Haiti, no Quebec e no Canadá, seu olhar volta-se para os autores e poetas brasileiros, forjando espaços transnacionais no seio dos movimentos gerais dos povos, cuja pertinência é tão grande hoje quanto na ocasião da publicação do seu Dialectique de l’Américanisation (1993). Nessa obra, destaque entre seus numerosos títulos que consultamos e referimos em nossas pesquisas, M. Laroche nos diz que ser “americano”, depois de 500 anos de uma História que adere à pele como vestimenta estreita, é sonhar com uma História por vir, quando nossa

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imagem estará ajustada à nossa medida (p. 75). A metamorfose que esta terra e sua história impõem é vivida pelo comparatista que a articula a várias teorias, transformadas em instrumental teórico e metodológico para análises de questões interliterárias, interdiscursivas e interdisciplinares, em diversos campos de investigação literária e cultural.

Esta singela homenagem dos canadianistas brasileiros e da Interfaces Brasil/Canadá a Maximilien Laroche segue outras mais relevantes, tais como o Doctorat Honoris Causa que lhe foi outorgado pela McMaster University, em 2009, o título de Chevalier de l’Ordre Honneur et Mérite de la République d’Haïti, a Médaille du Conseil Général de la Martinique, a Médaille d’Argent de la Société des Amis d’Alexandre Dumas, a Ordre des Francophones des Amériques.

Poeta, inventivo, erudito, filósofo, dono de um imaginário saboroso e de uma língua rica, autor de narrativas que se destacam por sua originalidade temática, por sua

“americanidade”, pelo estilo e tom particulares, professor e escritor, cap-haïtien de nascimento, naturalizado canadense, Maximilien Laroche se inscreve na categoria dos Joël Des Rosiers, Émile Ollivier, Aimé Césaire, Édouard Glissant, Derek Walcot, Gérard Étienne, Neil Bissoondath, V. S. Naipul, Max Dorsinville, dos numerosos poetas e romancistas, críticos latino-americanos e outros “homens em lágrimas, negros marrons enlouquecidos de amor, que, de uma margem a outra, lançam sua língua na água salgada, na boca aberta, sem fundo, do abismo” (Des Rosiers). É nas profundezas da língua, da literatura, do realismo maravilhoso, da memória dos lugares que mergulha o escritor Maximilien Laroche, repensando a escritura como ciência.

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