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Implementação de uma metodologia para o desenvolvimento de um sistema de gestão de informações escolares (GIE) baseado em softwares livres.

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Academic year: 2021

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FACULDADE VALE DO CRICARÉ

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

FABRICIO ASCACIBAS DA COSTA

Implementação de uma metodologia para o desenvolvimento

de um sistema de gestão de informações escolares (GIE)

baseado em softwares livres

São Mateus 2014

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FABRICIO ASCACIBAS DA COSTA

Implementação de uma metodologia para o desenvolvimento

de um sistema de gestão de informações escolares (GIE)

baseado em softwares livres

Dissertação apresentada à Faculdade Vale do Cricaré para obtenção do título de Mestre Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional.

Área de Concentração: Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional l.

Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Ferreira da Silva

São Mateus 2014

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C837i

COSTA, Fabricio Ascacibas da

Implementação de uma metodologia para o desenvolvimento de um sistema de gestão de informações escolares (GIE) baseado em softwares livres / Fabricio Ascacibas da Costa. São Mateus, 2014. 134 f. : il.

Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional) – Faculdade Vale do Cricaré, São Mateus, ES, 2014.

Orientação: Dr. José Geraldo Ferreira da Silva.

1. Metodologia de desenvolvimento de sistema. 2. Software para gestão escolar. I. Título.

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Implementação de uma metodologia para o desenvolvimento

de um sistema de gestão de informações escolares (GIE)

baseado em softwares livres

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional da Faculdade Vale do Cricaré (FVC), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional, na área de concentração Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Regional.

Aprovado em 26 de abril de 2014.

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A Deus, que me deu a oportunidade de iniciar este curso e forças para concluí-lo.

A minha família, a minha filha Lívia que com lindo sorriso me incentivou a continuar, a minha irmã Simone Ascacibas, seu esposo Cláudio e minha mãe Erezi Ascacibas que num momento crítico em minha vida me deram apoio me acordando e não me deixando desistir, aos amigos e professores da IVC, que sempre acreditaram e apoiaram na realização de mais este sonho.

Ao meu orientador Prof. Doutor José Geraldo Ferreira da Silva, que neste período contribuiu muito para meu amadurecimento intelectual e científico.

Aos diretores, professores, coordenadoras, pedagogos e secretárias escolares pelo acesso as informações pertinentes ao desenvolvimento do estudo.

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O primeiro passo para mover o mundo é mover a si mesmo.

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COSTA, F. A. Implementação de uma metodologia para o desenvolvimento

de um sistema de gestão de informações escolares (GIE) baseado em softwares livres. 2014. 134 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade Vale do

Cricaré, São Mateus, 2014.

O objetivo deste estudo foi desenvolver um software (versão beta) para gestão, organização, manutenção e controle das informações escolares do corpo discente e docente de instituições públicas municipais de Vila Velha-ES, com um enfoque voltado para as características tecnológicas de software livre e open source, principalmente a licença GPL (General Public License). Para isso, descobriu-se como e o porquê da necessidade de implementar um software para a finalidade da gestão das informações escolares. Com a busca destas respostas, vê-se a necessidade de abranger algo novo, contando com tecnologias confiáveis, que resulte em bons resultados e não gere um ônus muito alto para as instituições de ensino. Os conceitos básicos de tais tecnologias são desenvolvidos para servir de apoio a estudos futuros por parte de técnicos e estudiosos. Definiram-se os conceitos do sistema operacional Linux; a ferramenta de desenvolvimento RAD, o servidor de banco de dados e a ferramenta para modelagem de dados. Em seguida, tem-se a visão da análise e implementação deste software com base nos estudos de requisitos realizados em instituições escolares vilavelhense, bem como a implantação do protótipo do software em uma dessas escolas – sendo que o projeto desenvolvido tem como metodologia a orientação a objetos, o que leva a concluir que ele pode ser implementado com qualquer ferramenta que tem por base a orientação a objetos. A implementação do sistema GIE é viável, cumprindo seu papel e trazendo melhorias consideráveis no ambiente de gestão escolar e, por isso, contribui para a modernização da secretaria da escola.

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COSTA, F. A. Implementation of a methodology for the development of a

management system for school information (GIE) based on free software.

2014. 134 f. Thesis (Master) - Faculty Valley Cricaré, St. Matthew, 2014.

The aim of this study was to develop a software (beta version) for management, organization, maintenance and control of school information of the student body and faculty of municipal institutions of Vila Velha-ES, with a focus toward the technological characteristics of free software and open source, mainly the GPL (General Public license). For this, it was discovered how and why the need to implement a software for the purpose of management of school information. With the search for these answers, we see the need to cover something new, with reliable technologies, resulting in good results and does not generate a very high cost to educational institutions. The basics of such technologies are developed to provide support to future studies by scholars and technicians. Defined the concepts of the Linux operating system; RAD development tool, the server database and the tool for data modeling. Then one has the insight of the analysis and implementation of software based on studies conducted in Vilavelhense requirements of educational institutions, as well as the implementation of the prototype software in one of these schools - and that the project has developed as a methodology to guide the objects, which leads to the conclusion that it can be implemented with any tool that is based on object orientation. The implementation of the GIE system is viable, fulfilling its role and bringing considerable improvements in school management environment and therefore contributes to the modernization of the school office.

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BSD Berkeley Software Distribution API Application Programming Interface BD Banco de Dados

CASE Computer-Aided Software Engineering CVS Concurrent Version System

DER Diagrama de Entidade e Relacionamento DLL Dynamic Lybrary Link

DTE Diagrama de Transição de Estados FSF Free Software Foundation

FTP File Transfer Protocol GCC GNU Compiler Collection

GIE Sistema de Gestão de Informação Escolar GNU GNU is Not Unix

GPL General Public License GUI Graphical User Interfaces HTML HyperText Markup Language ID Identificação

IP Internet Protocol

KDE K Desktop Environment MB Mega Byte

MER Modelo de Entidade e Relacionamento ODBC Open Database Connectivity

ODF Open Document Format

OOP Programas Orientado a Objetos OSS Open Source Software

PC Personal Computer

PIC Position Independent Code PHP Hypertext Preprocessor

PMVV Prefeitura Municipal de Vila Velha RAD Rapid Application Development SQL Structured Query Language TCP Transfer Control Protocol TI Tecnologia da Informação

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Figura 1 - Ciclo de vida do software em execução ... 68 Figura 2 - Tela da ferramenta DBDesigner mostrando o ambiente de confecção de diagramas, na qual é mostrado o diagrama de entidades e relacionamentos ... 75 Figura 3 - Diagrama de casos de uso principal, mostrando como os personagens interagem no sistema ... 77 Figura 4 - Diagrama de casos de uso controle de entrada de dados, mostrando como os personagens interagem no sistema ... 79 Figura 5 - Diagrama de casos de uso ambiente operacional, mostrando como os personagens interagem no sistema ... 81 Figura 6 - Diagrama de classes do pacote controle de entrada de dados, nele é mostrado o relacionamento entre as principais classes do sistema ... 83 Figura 7 - Diagrama de transição de estados onde é mostrado as transições da classe aluno ... 84 Figura 8 - Diagrama de sequência do caso de uso cadastrar aluno onde é mostrada a sequência do processo ... 85 Figura 9 - Diagrama de atividades do caso de uso emitir boletim, onde é mostrado o processo para emissão do boletim ... 87 Figura 10 - Diagrama de entidades e relacionamentos, onde é mostrado as entidades principais do sistema e os relacionamentos entre elas ... 88 Figura 11 - Imagem da tela principal da ferramenta Lazarus mostrando alguns comandos do GIE sendo construídos ... 90 Figura 12 - Imagem da janela principal do sistema GIE ... 91 Figura 13 - Destaque para o menu da janela principal do sistema GIE ... 92 Figura 14 - Tela cadastro de aluno, mostrando as informações solicitadas dos mesmos ... 93 Figura 15 - Imagem da tela de cadastro de professores, mostrando os dados solicitados para cadastrá-lo ... 94 Figura 16 - Imagem da tela de Cadastro de Turma, mostrando os campos para cadastro ... 94 Figura 17 - Imagem da tela lançamento de conteúdo ministrado pelo professor ... 95 Figura 18 - Imagem da tela lançamento de faltas ... 96

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respectiva disciplina ... 98

Figura 21 - Imagem da tela mostrando o relatório de faltas por aluno da respectiva disciplina ... 99

Figura 22 - Caso de uso inserir nota ... 130

Figura 23 – Caso de uso gerar boletim do aluno ... 130

Figura 24 - Caso de uso emitir boletim de toda turma ... 131

Figura 25 - Caso de uso montar turma ... 131

Figura 26 - Foto do treinamento para utilização do sistema GIE ... 132

Figura 27 - Foto de treinamento do sistema GIE, inserção de conteúdos da pauta ... 133

Figura 28 - Foto de treinamento das secretárias escolares da instituição no sistema GIE ... 133

Figura 29- Foto do treinamento do turno vespertino para utilização do sistema GIE ... 134

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Tabela 1 - Relação das escolas e número de funcionários por escola e seus respectivos diretores ... 63 Tabela 2 - Resumo dos requisitos levantados para cada ator do processo considerado ... 73 Tabela 3 - Resumo do Levantamento de Requisitos para cada um dos módulos definidos ... 73 Tabela 4 - Resumo do levantamento de requisitos não funcionais em cada procedimento definido ... 74 Tabela 5- Resumo dos requisitos levantados suplementares do sistema em cada função definida ... 74 Tabela 6 - Comparação tempo de tempo médio gasto para realizar uma tarefa manual e a mesma tarefa utilizando o GIE... 110 Tabela 7 - Comparativo de funcionalidade x custo para algumas funcionalidades utilizando o Linux Educacional e o Microsoft Windows 7 ... 112 Tabela 8 - Tabela comparativa de valores de programas similares ao GIE ... 114

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1 INTRODUÇÃO ... 16

1.1 JUSTIFICATIVA ... 18

1.2 OBJETIVOS ... 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 25

2.1 SOFTWARE LIVRE ... 26

2.2 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ABERTOS ... 30

2.3 CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS PROJETOS DE SOFTWARE LIVRE ... 32

2.4 TIPOS DE LICENÇA DE SOFTWARE LIVRE ... 35

2.5 O MOVIMENTO COLABORATIVO DO SOFTWARE E A ADOÇÃO NO BRASIL ... 38

2.6 PERSPECTIVAS SOBRE GESTÃO DO CONHECIMENTO... 40

2.7 A GESTÃO ESCOLAR ... 42

2.7.1 Gestão do Conhecimento e Gestão da informação para melhoria da educação ... 44

2.8 ENGENHARIA DE SOFTWARE ... 45

2.8.1 Projeto: Ciclo de Vida do software ... 47

2.8.2 Modelagem de Processos ... 48

2.9 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LIVRE ... 50

2.9.1 Sistema operacional – O Linux Educacional 3.0 ... 50

2.9.2 Ferramenta RAD: Anjuta 3.6.0 ... 52

2.9.3 Ferramenta RAD: Kdevelop 4.6.0 ... 52

2.9.4 Ferramenta RAD: Eclipse 4.3.2 ... 53

2.9.5 O banco de dados MySQL 5.0 ... 54

2.9.6 O banco de dados FirebirdSQL 2.5.2 ... 55

2.9.7 O banco de dados OpenLink Virtuoso 7.1 ... 55

2.9.8 A ferramenta Case: IBExpert 3.0 ... 56

2.9.9 A ferramenta Case: ArgoUML 0.32 ... 57

2.9.10 A ferramenta Case: MySQL Workbench 6.1 ... 57

2.9.11 Ferramenta RAD: O Lazarus 1.0.12 ... 58

(15)

3.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA E DETALHAMENTO DO ESTUDO ... 62

3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE INFORMAÇÕES ESCOLARES (GIE) ... 66

4 RESULTADOS ... 69

4.1 ANÁLISE DE REQUISITOS - DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DE INFORMAÇÃO DO CORPO DISCENTE ESCOLAR ... 69

4.2 ESPECIFICAÇÃO DE REQUISITOS DO SISTEMA ... 72

4.3 MODELAGEM DO SISTEMA GIE ... 74

4.3.1 BD: Utilizando a Ferramenta Postgresql ... 88

4.3.2 RAD: Utilizando a Ferramenta Lazarus ... 89

4.4 DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES IMPLEMENTADAS E SUAS VANTAGENS ... 100

4.5 O SISTEMA DE GESTÃO DE INFORMAÇÕES ESCOLARES (GIE) V. 1 (BETA) – RELATÓRIO DE IMPLANTAÇÃO ... 104

4.5.1 Procedimentos para instalação do PostGreSQL, criação e configuração do BD do sistema GIE ... 104

4.5.2 Procedimentos de instalação do GIE nas máquinas clientes ... 106

4.6 PROBLEMA DETECTADO: ADAPTAÇÃO AO SISTEMA ... 108

4.7 COMPARAÇÕES: TEMPO DE PROCESSOS (MANUAL X INFORMATIZADO) ... 109

4.8 COMPARAÇÕES: FUNCIONALIDADE X CUSTO ... 111

4.9 ALGUNS RELATOS DOS ENVOLVIDOS ... 115

5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES FUTURAS ... 118

REFERÊNCIAS ... 120

APENDICÊS ... 128

APÊNDICE A – ROTEIRO PARA AS ENTREVISTAS ... 128

APÊNDICE B – DIAGRAMAS CASO DE USO ... 130

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a inovação tecnológica encontra-se ainda com a agenda em aberto. Diversas necessidades já foram atendidas, mas há ainda, no mercado, diversas etapas a serem organizadas, planejadas e cumpridas. A reorganização que prima por uma sociedade realmente moderna e eficiente, capaz de sintetizar uma gestão de serviços mais sustentada, é uma tarefa diária calcada na utilização eficaz da informação e do conhecimento, sendo, com certeza, a informatização dos processos uma das principais saídas.

A todo o momento, novas tecnologias são desenvolvidas nas mais variadas áreas e, normalmente, os computadores são os motores que dão partida e movimentam qualquer ideia relacionada a esse desenvolvimento. Mas para que as empresas e instituições utilizem essas tecnologias, não basta apenas saber que elas existem, é necessário se conscientizar de que a sua utilização trará benefícios reais. Segundo Graelm (2000, p. 17), citado por Gonçalves e Roecker (2006, p. 1), as novas tecnologias “encurta distâncias e permitem que máquinas assumam e executem com excepcional competência tarefas que exigiam muito esforço e tempo humanos”.

A implantação de novos sistemas de informação se faz imperativa a cada mudança no mercado globalizado. Nesse novo mercado são necessários estudos para o auxílio do desenvolvimento de sistemas que atendam às constantes mudanças na gestão de informação das instituições, já que, atualmente, um dos maiores diferenciais que uma instituição pode ter é exatamente a informação. Essa informação necessita ser acessada de forma rápida e fidedigna, pois é nela que o processo de tomada de decisão será baseado.

Assim, admoesta Gonçalves e Roecker (2006, p. 2): “As informações têm grande importância para as organizações e podem ser consideradas como ativos. A diferença da informação para os demais ativos é a dificuldade em administrá-la e determinar o seu valor”.

(17)

Nas instituições de ensino, tanto públicas quanto privadas, não é diferente. Um sistema de gestão escolar interfere diretamente na forma de gerir uma escola, com um sistema adequado que traz informações corretas, mensuráveis e precisas. A tomada de decisões do gestor escolar é mais prudente e confiável.

Para Gonçalves e Roecker (2006, p. 5):

Desde questões simples como calendário de provas, a melhor data para a reunião de colegiado, quem contratar como novo professor ou funcionário, de que forma remunerar, como também escolhas de investimentos, quanto e como investir em marketing e qual estratégia utilizar. Fazer ou não pesquisa antes? Será viável encomendar uma pesquisa? São questionamentos que permeiam a vida de um administrador de IES (Instituição de Ensino Superior).

Segundo Meneses (2004), as instituições educacionais produzem diversos tipos de serviços de ensino, sendo que o foco primordial é o processo ensino/aprendizagem. Dessa forma, para suprir com eficiência seu principal processo, a instituição necessita que as atividades de apoio, também chamadas de atividades meio, sejam cumpridas com igual eficiência. Mas, para esse cumprimento, é essencial que a instituição possua uma estrutura administrativa adequada, sendo que esse suporte envolve a gestão de educandos e suas famílias, professores, materiais, finanças dentre outras.

Nesse cenário, é inevitável a implantação de sistemas de gestão de informações nas instituições escolares. O governo vislumbra como uma das estratégias para cumprir uma das vinte metas do Plano Nacional de Educação a informatização da gestão das escolas e as secretarias de Educação estaduais e municipais (PNE, 2011).

Apresentado tal contexto, evidencia-se a importância de que as instituições de ensino adotem um novo modelo de gestão educacional baseado na informatização, em forma de um sistema de gestão de informações escolares.

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1.1 JUSTIFICATIVA

O município de Vila Velha, de acordo com levantamentos realizados pelo IBGE 20121, possui cerca de 40 mil crianças e jovens matriculados na rede escolar

municipal. São milhares de educandos que devem possuir sua vida escolar devidamente cadastrada e arquivada para acompanhamento tanto da escola, quanto da família. A quantidade de informação armazenada que necessita ser gerenciada é muito elevada, mas todos esses dados são gerenciados de forma manual, dificultando a gestão dessas informações.

Vê-se que a organização é falha e o retrabalho é constante: documentos que poderiam ser confeccionados em poucos minutos levam horas para serem entregues quando solicitados. O gestor educacional não possui informações sobre a unidade que gerencia em tempo real. Atualmente, organizar um histórico de um educando ou mesmo uma declaração dispensa muito tempo.

Caso seja necessário identificar como está a vida escolar de determinado aluno, levantamento de notas, necessidade de recuperação em alguma disciplina, conteúdo ministrado, seria necessário a movimentação de vários funcionários da instituição para prover tal informação. Primeiramente, o secretário escolar faria um levantamento em todas as pautas de cada disciplina para se certificar que todas as notas do aluno estão devidamente lançadas para, posteriormente, confeccionar o boletim do aluno. São tarefas que necessitam de mais dinamismo e fidelidade, mas por ser manual é morosa e propícia a diversos erros.

O detalhamento acima é referente ao cotidiano da secretaria escolar, mas o dia a dia do educador mediante a um sistema manual também é muito moroso. O diário de classe com diversas informações, tais como nota de provas nos trimestres de cada aluno, sua soma e média, as faltas e sua contagem, o lançamento de conteúdos, são realizados apenas com o auxílio de calculadora e calendário, fazendo com que a possibilidade de equívocos seja muito grande. A adoção de um

1 Disponível em: http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-no-brasil/numeros-do-brasil/dados-por-municipio/municipio/es/vila-velha/ Acesso em: 01 de agosto 2013.

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sistema de gestão é de extrema necessidade, conforme Gadelha et al. (2007, p. 27):

A integração de programas de computador em sistemas, capazes de coordenar diversas funções nas empresas, permite reorganizar e simplificar procedimentos, promovendo ganhos de produtividade significativos. Desse modo, o software e as bases de dados mantidos por uma empresa tornam-se repositórios do conhecimento da organização, reduzindo as perdas decorrentes da rotatividade de funcionários e permitindo uma estruturação desse conhecimento em processos operacionais e rotinas de trabalho.

À medida que a tecnologia evolui, o desenvolvimento de sistemas e sua comercialização continuam a aumentar. Soluções de gestão de informações escolares aparecem aos montes no mercado, a maioria com licenças proprietárias e preços variados (geralmente muito altos), dificultando a aquisição de tais sistemas pelas instituições escolares públicas. Citando Cruz (2005, p. 2790):

Normalmente, os pacotes de administração escolar possuem código-fonte proprietário e, são comercializados sob a forma de licença anual, cujos custos podem variar em função do porte da escola ou do número de alunos que efetivamente utilizam o sistema. Essa característica, em muitos casos, inviabiliza sua utilização em escolas que disponham de limitados recursos financeiros.

Pela dificuldade financeira encontrada na maioria das instituições de ensino municipais, o incentivo governamental na adoção de software livre e a escassez de sistemas que atendam essa rede, o desenvolvimento de uma ferramenta open source traz considerável melhoria para a gestão escolar do município e contribui para o meio científico, tendo em vista que um sistema, quando é disponibilizado como software livre, é compartilhado com toda a comunidade e, consequentemente, ideias são trocadas e aperfeiçoadas. Diferente do software proprietário que retém o código fonte, sendo um bem de direito autoral, este software não pode ser compartilhado, nem modificado, uma vez que tal ato é passível de penalizações criminais (GADELHA, 2007).

O benefício que um software de gestão traz as instituições é incontestável, as mudanças que ocorre no cotidiano social colocam um desafio ao sistema de gestão educacional que necessita ser superado. Ter eficiência, dinâmica e agilidade mediante a essas mudanças é fundamental. Dessa forma, sua aplicabilidade se faz

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necessária, indo além da utilização nos laboratórios de informática. Assim, repreende Rios (2011, p. 5):

O gestor escolar e a sua equipe têm nas tecnologias, hoje, um apoio indispensável ao gerenciamento das atividades administrativas e pedagógicas. O computador começou a ser utilizado primeiro na secretaria para depois chegar à sala de aula. Neste momento há um esforço grande para que esteja em todos os ambientes e de forma cada vez mais integrada, por entender que na escola não se deve separar o administrativo e o pedagógico: ambos são necessários.

Não é por acaso que o governo estadual baixou a lei 7.411/02 de incentivo à adoção de sistemas e programas abertos (livres) pelos órgãos de administração estadual. A utilização de softwares livres possui como objetivo principal a economia e a liberdade na adequação do software adotado (ESPÍRITO SANTO, 2002).

Na área pedagógica, os laboratórios de informática são supridos com um leque de soluções livres e atendem corretamente à lei proposta. Entretanto, ainda é escassa a oferta de software livre que atenda a gestão escolar. Há inúmeros sistemas de gestão escolar no mercado, mas que estão sob licenças proprietárias e não atendem completamente o interesse do estado na intenção de utilização de programas livres.

Depois de minuciosos levantamentos, foi constado que atualmente há apenas dois sistemas distribuídos sob licença livre para gestão de informações escolares que possuem incentivo governamental para sua utilização. São eles:

• I-Educar – é um sistema de gestão escolar desenvolvido pela prefeitura de Itajaí-SC. É um sistema centralizador de informações escolares que visa a diminuição da utilização de papel, a redundância de documentos, o tempo de atendimento à comunidade escolar e o aperfeiçoamento do trabalho na secretaria escolar2.

• Sagu – é um sistema criado para auxiliar o gerenciamento de instituições de ensino, funciona de forma modular, visando aperfeiçoar os processos dos

2 Disponível em: http://www.softwarepublico.gov.br/ver-comunidade?community_id=6552490 Acesso em: 10 de agosto 2013.

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diferentes setores da instituição.3

Ambos estão disponíveis no site do governo federal, no PSB (Portal do Software Público Brasileiro). O I-Educar já é mais antigo e está em algumas escolas, mas é amplamente criticado por falta de documentação tanto para de uso no dia a dia, quanto para desenvolvimento (diagramas UML e MER). Já o Sagu é um sistema mais novo com algumas funcionalidades e módulos ainda pendentes, não atendendo em sua totalidade as instituições de ensino.

Pela imensidão do território nacional e pelas diferentes situações que se encontra em cada estado, município e escola do país, existirem apenas duas soluções em software livre para a gestão educacional é, de certa forma, insuficiente.

Comprovando, Zuccarone (2011, p. 60), citado por Oliveira e Breda (2013, p. 95), diz que há uma escassez de sistemas voltados à gestão educacional. No mercado, há uma grande quantidade de softwares que não atendem a real necessidade da escola e “estão muito distantes de contemplar os objetivos transformadores que requer o sistema educacional brasileiro”.

Conforme apresentado, para escolas públicas que buscam a utilização de software livre, seguindo assim as premissas governamentais, não há muitas opções no mercado. Incentivos nessa área são necessários e foi baseado na necessidade das instituições escolares públicas da rede municipal de Vila Velha na adoção de um sistema de gestão de informações escolares que se fomentou o interesse para realização deste estudo: Como desenvolver um sistema de gestão de informações escolares, atendendo às requisições estabelecidas pelas instituições educacionais públicas do município de Vila Velha (seguindo as delimitações governamentais que é a distribuição desse sistema sob a licença de software livre)?

3 Disponível em: http://www.softwarepublico.gov.br/ver-comunidade?community_id=30725662 Acesso em: 11 de agosto 2013.

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Por que seguir as determinações governamentais e desenvolver um sistema sob licença livre? Existem diversas vantagens na adoção de software livre por parte do governo, dentre elas (Borges e Geyer, 2003):

• maior nível de segurança: pois com o código aberto é possível auditá-lo;

• independência tecnológica: como o sistema pode ser modificado, adaptado e melhorado, esse provém, de certa forma, de uma liberdade na utilização de soluções tecnológicas nas instituições;

• maior durabilidade: com a possibilidade de sofrer mudanças, o software pode ser constantemente modificado para não se tornar obsoleto;

• mais cidadania: como sua distribuição é livre, busca atender à população sem visar o lucro financeiro, trazendo lições de solidariedade e cooperação. Depois do protótipo iniciado, seu código é distribuído e todos os interessados podem cooperar para a sua implementação.

O desenvolvimento de um sistema com essas prerrogativas traria ao cenário da gestão escolar canela-verde um grande impacto na efetuação dos processos diários, amenizando os gastos com recursos humanos e reduzindo o tempo necessário para o processamento dos dados nas escolas, aumentando, dessa forma, a eficiência dos serviços prestados pela gestão escolar.

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1.2 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Esta dissertação tem, como objetivo, aplicar uma metodologia para especificação e implementação de um sistema designado GIE (Sistema de Gestão de Informações Escolares), e sua meta é informatizar processos relacionados à área pedagógica e administrativa de instituições escolares, sem gerar ônus financeiro para as unidades de ensino, já que o sistema está sob a licença de software livre.

Objetivos Específicos

Desenvolvimento do Sistema:

Apontar ferramentas de desenvolvimento freeware e/ou open source para o desenvolvimento do sistema, ponderando cada ferramenta e trazendo suas funções para a realidade das necessidades na elaboração do mesmo;

• Projetar o sistema de acordo com a arquitetura cliente/servidor e garantir a interoperacionalidade do sistema como um requisito primordial;

• Como estudo de caso, pesquisar e levantar os requisitos necessários para implementação do sistema na unidade escolar e, ao final, gerar um protótipo com algumas funções para efetuação de análise (sistema versão beta).

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Protótipo versão beta implementado:

Ao final do desenvolvimento, o sistema contribuirá para a gestão dos processos da instituição escolar, tais como:

• Evitar o retrabalho, integralizando os processos das áreas da escola;

• Cadastros, controles e consultas serão devidamente atendidos pelo sistema;

• Relatórios pedagógicos, boletins e demais documentações do cotidiano escolar serão realizadas de forma digital;

• Diminuição da quantidade de papel utilizada pela escola;

• Maior velocidade no atendimento ao aluno, pais, responsáveis, comunidade e demais instituições.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Há no mercado diversos tipos de sistemas de softwares, cada um com suas características e funcionalidades. Com base nessas propriedades, a Free Software Foundation (FSF, 2013) esquematizou as seguintes categorias de software:

Software Livre ou Free Software – É um software que é permitido utilizar, copiar

e distribuir sem restrições nem ônus ou a um custo reduzido. Dependo de sua licença, ele pode (ou não) ser modificado para utilização e distribuição. Tem-se como principal exemplo de software livre o sistema operacional Android e suas diversas versões, onde sua distribuição é liberada, mas seu código não é aberto a modificações dos usuários (FSF, 2013).

Software Aberto ou Open Source – Atualmente, software livre virou sinônimo de

software aberto, já que possuem as mesmas características. Mas, para um software ser aberto, é necessário que seu código fonte seja disponibilizado para a comunidade, o que pode não ocorrer em determinados softwares livres. O exemplo mais famoso de software open source é o Linux e suas mais variadas versões (FSF, 2013).

Software proprietário protegido com Copyright – É o software não livre, não é

permitida sua utilização, modificação ou distribuição sem autorização dos desenvolvedores. Normalmente, tal software é comercializado. O software mais utilizado no mercado sob licença copyright é o sistema operacional Windows da Microsoft (FSF, 2013).

Shareware – É um software para “experimentação” do usuário, ou seja, é um software demonstrativo, possui tempo para ser utilizado – é necessária a compra de licença para efetivar sua utilização. Ele é distribuído sob várias restrições de uso (FSF, 2013).

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Freeware – É um software amplamente distribuído, mas não permite mudanças em seu código fonte – não se deve confundir freeware com software livre (FSF, 2013).

Software Comercial – Normalmente distribuído sob licença copyright, tem como

objetivo ser desenvolvido para ser vendido e obter lucro, sendo que a maioria dos softwares mais utilizados atualmente possuem essa característica (não confundir software comercial com proprietário). Há, no mercado, softwares proprietários que não são comercializados e podem ser distribuídos, mas restringem certas mudanças e número de cópias (FSF, 2013).

Software protegido com Copyleft – É um software distribuído como livre e,

mesmo que ele sofra modificações e melhoramentos em seu código fonte, continua a ser distribuído como livre, não podendo ser acrescentado limitações na sua utilização (FSF, 2013).

Software semi-livre – É um software que vem com várias características do

software livre, mas restringe uma ou outra característica (FSF, 2013).

Alguns softwares não são enquadrados apenas em uma categoria. Muitas vezes, eles transitam em várias categorias simultaneamente. A seguir, será discorrido sobre software livre – um dos pontos centrais dos estudos realizados.

2.1 SOFTWARE LIVRE

Com o intuito de promover o espírito cooperativo entre a comunidade de TI em 1983, Richard Stallman iniciou o projeto GNU (Gnu is Not UNIX), visto atualmente como o precursor do movimento de software livre. Os principais objetivos que o projeto buscava alcançar eram o compartilhamento de informações, dos códigos fontes e dos métodos de trabalho. Com tais incentivos, criou-se a Free Software Foundation (TAURION, 2004).

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Conforme Stallman et al. (2002), o movimento GNU se desenvolveu a partir da necessidade de melhoramento do código fonte do drive de uma impressora da empresa Xerox. No princípio, o projeto buscou as adequações de fora para dentro. Melhorou-se, primeiramente, os aplicativos – para posteriormente chegar ao núcleo. Segundo Taurion (2004), a preocupação de Stallman estava no fato do software proprietário não possibilitar o compartilhamento de conhecimento entre os indivíduos da organização estimulando a competição e desestimulando a colaboração. Com a adoção do software livre, ele acreditava que o contrário ocorreria. Um dos argumentos utilizados é que o ônus para distribuição de software é ínfimo, apenas seu desenvolvimento gerava ônus e restringir sua utilização de forma livre não traz benefícios para a sociedade.

Segundo Eriberto (2012) Stallman possuia o interesse de implementar um S.O (Sistema Operacional) totalmente baseado no UNIX e aberto para a comunidade em geral. Esse sistema assumiria o nome de GNU, não possuindo código proprietário. Com base nessas ideias, surgiu a licença GPL (General Public License) que, atualmente, é a licença de maior utilização para o desenvolvimento de software livre.

Quase no final do desenvolvimento do projeto GNU, percebeu-se que ainda faltava o desenvolvimento de seu núcleo, também chamado kernel. Pode-se dizer que kernel é o cérebro do sistema operacional, fazendo a interação entre as camadas de hardware e software. No início do projeto, o novo SO utilizava um microkernel, conhecido como Hurd – o conjunto de servidores de um sistema operacional –, mas havia conflitos não solucionados que dificultaram a adoção do Hurd. Foi então que o estudante de programação Linus Torvalds, aluno do curso de Ciência da Computação, implementou a primeira versão de um kernel adequado às funcionalidades do UNIX, baseado no sistema Minix – desenvolvido pelo professor Andrew Tanenbaum da universidade de Amsterdam (ERIBERTO, 2012).

Segundo Nemeth et al. (2007), o kernel implementado por Linus era defasado para os padrões da época. Mesmo assim, o núcleo atendia às necessidades pretendidas para o devido funcionamento dos aplicativos. Segundo o autor, o

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estudante Torvalds disponibilizou a versão 0.02 em 05 de outubro de 1981 para a comunidade de TI. Inicialmente, o núcleo foi batizado de Freax e posteriormente renomeado para Linux quando ele foi disponibilizado por FTP. Linux adotou a licença GPL para a sua distribuição. Com a distribuição, o apoio da comunidade de software livre foi rápido contribuindo com muitos melhoramentos para o funcionamento do núcleo.

Conforme Eriberto (2012), com a grande contribuição da comunidade de software livre, o projeto GNU/Linux sofreu avanços incontestáveis, sendo um sistema completo e chamando atenção do mercado informático. Mas, em janeiro de 1992, que uma distribuição para uso da comunidade em geral foi lançada. Antes, o S.O. possuia funcionalidades que apenas envolvidos na área de TI dominavam. Vê-se no mercado que, ao passar dos anos, o número de distribuições baseadas no núcleo implementado por Torvalds aumentou. Cada vez mais surgem grandes empresas como a Novell, adeptas à política de software livre, desenvolvendo suas próprias soluções de TI (ERIBERTO, 2012).

Segundo Samuelson (2006), o que fomenta a adoção do GNU/Linux nas grandes empresas é a possibilidade da redução nos custos e independência que o uso de uma plataforma livre possui, afinal, essa tecnologia não possui proprietário, podendo ser modificada e melhorada. A própria IBM viu oportunidades para distribuição de seus computadores que antes, com software proprietário: ela não o possuia. Rajá e Barry (2005) afirmam que o GNU/Linux é o projeto de software aberto com maior utilização comercial do mundo.

Conforme Eriberto (2012), sabe-se que software aberto possibilita a qualquer indivíduo modificar, adequar e distribuir o sistema, já que o código fonte é disponibilizado livremente. Esse modelo de negócio trouxe para o cenário da comunidade de TI novas perspectivas para desenvolvimento de um software, afinal, seu projeto não era apenas seu, todos podiam contribuir com ideias e código para seu melhoramento. O autor ainda afirma que o envolvimento de vários ontribuidores, tanto pesquisadores, quanto programadores e empresas, fortaleceu esse método de implementação, tornando-o extremamente eficaz e gerando

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produtos com alta qualidade e confiabilidade, além do custo reduzido. Mesmo assim, cabe-se destacar que devido a não remuneração, vários projetos de software são abandonados, mesmo possuindo diversos contribuidores. Observa-se a necessidade do centralizador responsável pelo projeto. É dele a responsabilidade de testes, adoção de novas partes de código e distribuição de novas versões.

Conforme Stallman et al. (2002), software livre traz a liberdade que antes o software proprietário não dava para o usuário. É permitido utilizar, executar, distribuir, estudar, aperfeiçoar e modificar o software. Segundo BRASIL (2013), o principal benefício na adoção de software livre é o acesso ao código fonte, diferente do software proprietário e do software gratuito, sendo esse quesito o primordial, já que contribui para a liberdade tecnológica do país e para a aquisição de conhecimento.

Para Evangelista (2005), Stallman e Raymond desenvolveram as principais correntes para os adeptos a adoção de software livre e criaram as duas principais instituições que deflagram as ideias voltadas para o compartilhamento de conhecimento, são elas a FSF e a OSI (Open Source Initiative). Segundo Taurion (2004), não é porque é livre que não há controle e os projetos não são estruturados, as licenças estão no mercado para isso. Há intensas formas de administrar a atividade, regulamentando e gerindo tais projetos. Quando há restrições na licença adotada pelo projeto, ela deve ser respeitada, sendo passível de sanções legais caso seja quebrada um dessesvínculos.

Em 1997, Eric Raymond e Bruce Perens lançaram o movimento open source, código aberto em livre tradução da língua inglesa (Evangelista, 2005). O objetivo era a não-utilização de código fonte proprietário com o aberto e a não-utilização do termo livre, já que este era confundido como software gratuito, sabendo que mesmo não utilizando o termo gratuito, o software open source não gera custo ao usuário ou, caso gere, o custo é muitas vezes menor do que é praticado pelo comércio. Currion et al. (2007) atesta que, apesar do projeto de implementação de um software gerar certo ônus, o espírito de compartilhamento dos envolvidos suplementa tal ônus, afinal, o número de envolvidos com projetos de software open

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source no mundo aumenta a cada ano. Como exemplo disso, temos o projeto que surpreendeu o mundo devido às inúmeras adoções realizadas – o servidor Web Apache, que totaliza 70% dos servidores para atividade Web no mundo.

Samuelson (2006) diz que a mudança vinda do desenvolvimento de alternativas livres para o cenário da comunidade de TI foi imensa. Estima-se que, no ano de 2005, o mercado possuia cerca de 100 mil projetos destinados à implementação de software livre e aproximadamente 1.056.568 desenvolvedores envolvidos e devidamente registrados. Um ponto que se deve observar é que o projeto open source trouxe para a década atual, com sua quebra de monopólio dos softwares proprietários, a mobilização pelo melhoramento do software, com ferramentas proprietárias como o navegador Internet Explorer, sofrendo concorrência com ferramentas livres como o Mozilla FireFox. Como resultado, o melhoramento do browser proprietário deve ser constante para que continue competitivo no mercado.

Currion et al. (2007) cita a atual importância do software livre no cotidiano, trazendo à tona a utilização do software Sahana. O Sahana é um projeto open source que visa o gerenciamento de ações humanitárias por motivo de desastres, e é distribuído sob licença LGPL. Ainda citando o autor, este software auxiliou no gerenciamento das vítimas do tsunami, ocorrido na província da Indonésia em 2004. Dessa forma, vê-se que a ferramenta norteia todas as facetas antes cultivadas por Stallman desde os primórdios do desenvolvimento, que é a ação humanitária partindo do princípio da colaboração entre indivíduos.

2.2 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ABERTOS

Open projects ou projetos abertos são projetos que possuem livre acesso para alteração de seu código por parte de qualquer usuário interessado em contribuir para o seu desenvolvimento. A contribuição ocorre, mas a inserção da mesma no projeto não é instantânea; cabe ao responsável a inclusão para distribuição da versão. Deve-se observar que, apesar da contribuição no projeto ser avaliada, a

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utilização local de software open source modifivcado e é permitida apenas sua distribuição – não é permitida sem o aval do administrador do projeto.

O método mais utilizado pela comunidade de TI para desenvolvimento de projetos abertos é o método bazar – citado por Raymond (1999) –, que consiste no desenvolvimento livre e descentralizado, onde o usuário voluntário participa da empreitada de desenvolvimento através da rede e um líder é nomeado pelo nível de participação e contribuição para o projeto. Não há limite para agregar voluntários já que o contato é via web o envolvimento é amplo, chegando a contribuições de vários usuários espalhados pelo mundo.

Segundo Sanches (2007), para produzir – realmente – algum tipo de Software de forma colaborativa, é preciso que haja uma troca de ideias e, para que essa sinergia ocorra, é necessário que o autor coloque todas as informações do projeto à disposição dos usuários e desenvolvedores que possam estar interessados em utilizar ou aprimorar seu programa. Ainda, segundo o autor, o maior repositório para projetos com essas características é o <www.sourceforge.org>, que agrega milhares de projetos de tecnologia aberta. Nesse site é possível encontrar uma breve descrição sobre os softwares, suas funcionalidades, seu estágio de desenvolvimento e os códigos fontes para baixar.

Para Bach et al. (2009), muitos programadores participam de um projeto de software livre por uma motivação ideológica. Já que não há interesse de lucro financeiro, os benefícios são indiretos e principalmente vêm em forma de reconhecimento pela comunidade; o aprendizado é a base da colaboração.

Segundo Reis (2003), um projeto de software livre nasce pela necessidade pessoal do autor e consegue adesão de outros participantes no decorrer do ciclo de vida, os quais compartilham desta mesma necessidade. O processo de desenvolvimento é composto por pessoas, código fonte, processo e ferramentas de desenvolvimento. O desenvolvedor do software, na maioria dos casos, é usuário do software e contribui efetivamente no seu desenvolvimento. Apesar disto, pouca

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atenção é dada para a melhoria efetiva da usabilidade. Projetos em comunidade têm seu tamanho proporcional ao tempo e equipe envolvida.

Segundo Payton et al. (2008), as principais ferramentas de colaboração disponíveis são: salas de bate-papo na Web, sites Wiki para comunicação, bugzilla para gerar relatórios e rastreio de erros, CVS (Concurrent Version System) ou subversion para gerenciamento de adaptações no códigos fonte, doxygen para documentação e padronização de códigos fonte, alimentação RSS (Really Simple Syndication) para notificações, ferramentas GCC4 para desenvolvimento de software e outras ferramentas on-line de gerenciamento geral de projetos e programas. Segundo os autores, o CVS é a principal ferramente para a gerência do código fonte no desenvolvimento bazar.

Ainda segundo Payton et al. (2008), grande parte dos projetos de código aberto (Open Source Software), são alimentados por comunidades que possuem uma elevada heterogeneidade de membros, com formações e experiências muito diferentes. Devido a isso, a própria comunidade desenvolveu ferramentas que permitissem a comunicação, gerenciamento, rastreamento de erros e colaboração, todas voltadas para ambiente web.

Para Gurbani et al. (2006), o critério de sucesso para um projeto de software livre se baseia em quatro fatores: a tecnologia ser necessária para muitos outros grupos, a necessidade envolvimento contínuo pela maturidade, ter arquitetura modular e um grupo de pessoas com diferentes habilidades para o desenvolvimento.

2.3 CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS PROJETOS DE SOFTWARE LIVRE

Os projetos de software livre estão cada vez mais estáveis e apresentam vantagem por não existir pressão financeira por novas versões, mas, para que o projeto seja desenvolvido em modo cooperativo, é necessário o incentivo da comunidade de

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programadores. Para Raymond (1999), a engenhosidade de Linus não foi o desenvolvimento e construção do kernel do projeto GNU/Linux em si, mas sim a evolução do modelo de desenvolvimento baseado em comunidade colaborativa.

Segundo Zquierdo-Cortazar et al. (2009), todos os modelos e métricas que citam práticas para verificação de maturidade de serviços e produtos são baseados em um padrão de desenvolvimento fechado, em ambiente controlado e com prazos definidos. Uma solução é adotar algumas métricas para comparar projetos e analisar seus reais níveis de maturidade. Com este estudo, é possível adotar sistemas em desenvolvimento que ainda despertam interesse da comunidade, de empresas e instituições.

Zquierdo-Cortazar et al. (ibid) criaram uma tabela utilizando as cores preta, vermelha, amarela e verde para enquadrar cada projeto e analisar o número de desenvolvedores ativos, mensagens postadas nas listas de discussões, número de desenvolvedores indiretos, alterações no código fonte e evolução em todas as áreas anteriormente citadas. Um software na cor verde ainda está em crescimento, em plena fase de desenvolvimento e desperta interesse da comunidade e sua adoção é recomendável. Já o software enquadrado na cor preta não tem sua adoção recomendada. Porém, Wang et al. (2007) sugere uma nova métrica para avaliação quantitativa da evolução da Open Source Software (OSS). Essa nova métrica está relacionada às questões como os módulos, bugs encontrados e resolvidos.

Segundo Melo e Trigo (2004), as configurações de segurança – tanto para desenvolvimento do software quanto para implementação do código – são importantes e indispensáveis para utilização de tecnologia aberta, pois sem elas não se pode descartar um bom projeto de software livre para uso em ambiente organizacional.

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Para Rajá e Barry (2005) existem vantagens na adoção do OSS, as quais se encontram implícitas nos seguintes fatores preponderantes no desenvolvimento de uma solução colaborativa:

• Confiabilidade: o sistema terá o comportamento desejado em todos os ambientes;

• Funcionalidade: terá funções que sejam do interesse do grupo de desenvolvedores, não somente de uma pessoa ou empresa;

• Disponibilidade: terá seu código auditado por pessoas de todo mundo;

• Manutenibilidade: as mensagens trocadas para desenvolvimento e alteração do código facilitam a manutenção; e

• Reusabilidade: as comunidades encorajam a criação e reutilização de módulos para os projetos.

Segundo Benson et al. (2004), trabalhar em usabilidade com projetos livres é um novo desafio para os profissionais do Human Computer Interaction (HCI). Esses profissionais precisam interagir e convencer comunidades da necessidade de usabilidade dos projetos, que hoje são interesse de grandes corporações, sendo que a usabilidade traz um novo conceito para o open source, tornando os projetos mais utilizados e adotados por um número cada vez maior de pessoas e empresas.

Segundo Lima (2003), para o sucesso de uma comunidade, segundo os entrevistados em sua pesquisa, é necessário que se entenda o cenário mercadológico em que ela atua, pois seu sucesso depende do crescimento da base de usuários e colaboradores, bem como pela utilização pelo mercado dos projetos desenvolvidos por ela.

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Um ponto que também deve ser enfocado em um projeto de desenvolvimento aberto é o tipo de licenciamento que o mesmo será disponibilizado. Para Bhattacharya e Suman (2007), é muito importante conhecer os vários tipos e modelos de licenciamentos para open source – cerca de 70% dos softwares livres são licenciados com General Public License (GPL) e existem outras licenças muito utilizadas, como LGPL, BSD License, MIT License e Apache License.

Ainda segundo os autores, entender cada variante é importante para adoção e implementação de um novo projeto. O licenciamento poderá impactar negativamente dependo do tipo de uso e necessidade. Alguns tipos de licença exigem que sejam feitas notificações quando das alterações, outras não são compatíveis com o modelo GPL e algumas não permitem ligação com pacotes não livres. Devido essa necessidade de conhecimento de licenciamento apontada pelos autores, no próximo capítulo serão detalhadas as principais licenças de software livre e open source do mercado.

2.4 TIPOS DE LICENÇA DE SOFTWARE LIVRE

Segundo Sabino e Kon (2009), uma licença é basicamente um contrato com definições atribuídas pelo desenvolvedor do software para sua utilização pelo cliente. A licença defende a propriedade intelectual do autor do sistema.

Quando um software é desenvolvido é preciso escolher sob qual licença o mesmo será distribuído dentre um vasto número de licenças disponíveis. Descrevem-se aqui algumas das principais licenças utilizadas no mercado para sistemas livres.

Segundo Sabino e Kon (2009), a licença BSD (Berkeley Software Distribution) foi a primeira licença designada para software livre e é uma das mais utilizadas até hoje. Ela foi criada para proteger os direitos autorais do sistema operacional Berkeley Software Distribution, derivado do UNIX, e sua popularidade é derivada do texto simples na qual ela foi redigida (SABINO; KON, 2009). Essa licença visa muito mais a proteção do autor do sistema contra possíveis processos pelo uso indevido

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do software implementado por ele do que realmente direitos de produção do software.

Conforme Sabino e Kon (2009), a licença MIT (Massachusetts Institute of Technology), deriva da licença BSD, mas segue uma linguagem menos simples e mais erudita e traz todas as propriedades do software livre em suas cláusulas. É permitido utilizar, realizar cópia, modificar, mesclar, publicar, distribuir e vender cópias fiéis do software ou suas modificações. Há apenas duas restrições que é manter o aviso de copyright e uma cópia da licença em todas as distribuições do software.

Existem várias versões da licença Apache – a mais atual é a versão 2.0 do ano 2004. Seu texto é longo, preciso e possui várias restrições para utilização e distribuição. Dentre elas, pode-se citar a obrigatoriedade da inclusão de uma cópia da licença nos softwares Apache ou em softwares modificados derivados do mesmo. Nos softwares modificados, bem como nos arquivos de configuração, deve-se informar que houve modificação. Se a versão do software Apache possuir em seu texto a palavra “NOTICE”, esse deve ser distribuído com seu texto original sem nenhuma alteração (SABINO; KON, 2009).

A licença GPL (General Public License), atualmente na versão 3.0, é a mais utilizada no mundo para distribuição de software livre, sendo de autoria da Free Software Foundation. Sua utilização é massiva pelo motivo da GPL englobar diversas características das demais licenças de software livre. A GPL permite a utilização total ou parcial, a cópia, a distribuição e modificação do software. É exigido que o software distribuído sempre esteja acompanhado com seu código fonte e seja preservado nas distribuições subsequentes os nomes dos desenvolvedores (FSF, 2013).

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Segundo a Free Software Foundation (2013), a licença GPL trata, de forma eficaz, o assunto sobre patentes de produtos, tendo um texto vasto, mas, de certa forma, muito complexo. Um ponto que chama bastante atenção é a obrigatoriedade da distribuição do código fonte em programas peer-to-peer5.

Essa licença incentiva o desenvolvimento de software livre por conter em seus termos a obrigatoriedade de software derivado ser distribuído sob a mesma licença. Recomenda-se a licença GPL para projetos que são desenvolvidos com o auxílio de terceiros, mantendo suas características de software livre, mesmo com os melhoramentos realizados (FSF, 2013).

A licença LGPL (Lesser General Public License) é uma derivação da licença GPL, sendo diferencia por algumas limitações impostas pela FSF – principalmente no tocante à bibliotecas de software utilizadas para desenvolvimento. Como exemplo dessas limitações, cita-se as modificações de biblioteca. A LGPL é clara: em caso de mudança, a biblioteca deve ser distribuída como a mesma, ou seja, como biblioteca e não como parte embutida no software (FSF, 2013).

A licença Mozilla ou MPL (Mozilla Public License) foi escrita para subsidiar a distribuição do navegador Mozilla. Nessa licença, a utilização do código fonte é bem clara: ela pode ser utilizada e distribuída sob a licença MPL ou sob qualquer outra licença (MOZILLA, 2013).

Em termos de restrições, a MPL defente, como cláusula, que o código fonte original tem que continuar a ser distribuído sob licença MPL e estar disponível junto ao software em caso de modificação (MOZILLA, 2013).

Segundo Mozilla (2013), o ponto que merece maior enfoque referente a essa licença é o fato de que se alguma cláusula não seja atendida na distribuição do software, esse não terá sanções legais, desde que explicado os motivos do não atendimento da cláusula em arquivo a parte, diferente da licença GPL que, por outro lado, desqualifica o software caso este não se enquadre a seus termos.

5 Programas de distribuição de arquivos ponto a ponto, computadores são ligados diretos, utilizando a Web ou alguma outra rede sem a necessidade de um servidor

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2.5 O MOVIMENTO COLABORATIVO DO SOFTWARE E A ADOÇÃO NO BRASIL

O movimento colaborativo, base do software livre, surgiu como resposta à política inadequada imposta ao mercado de software pelos grandes monopólios. O maior impulso para o movimento vem sendo dado por empresas de tecnologia que patrocinam ou desenvolvem importantes projetos de código aberto, visando seu próprio desenvolvimento comercial. Segundo Samuelson (2006), a IBM (International Business Machines) investe mais de cem milhões de dólares por ano no Linux, pois entende que a independência de fornecedor para o Software torna o cliente um parceiro no desenvolvimento de soluções. A Sun Microsystem, em 2009 adquirida pela ORACLE, disponibilizou para a comunidade o projeto OpenOffice, que cedeu parte do código para implementação do pacote office BrOffice, muito difundido no Brasil.

Projetos apoiados por empresas atingem maturidade em um curto período de tempo e se tornam menos vulneráveis a descontinuidade. Segundo Baird (2008), a evolução do modelo proprietário de desenvolvimento está mais transparente, principalmente porque grandes monopolizadoras de tecnologia já acenam para o uso de software livre. Segundo o autor, a IBM entregou o projeto Eclipse, um framework para desenvolvimento Java – a Sun o DB MySQl. A Microsoft começou a oferecer produtos com licença similar a BSD license, criou o OpenXML e dá suporte ao formato ODF.

Segundo Souza (2013), a evolução no desenvolvimento de software livre realmente ocorreu com a chegada da internet. A rede estreita laços e rompe a barreira geográfica, facilitando a cooperatividade entre os envolvidos no projeto de desenvolvimento. Ainda segundo o autor, foi com a difusão da Web e com a massividade de projetos de software livre que as licenças regulamentadoras desse setor evoluíram a ponto de despertar interesse do poder público na adoção de soluções de tecnologia aberta.

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Conforme Souza (2013), em 2005, o resultado de um estudo solicitado pelo Instituto Nacional de Tecnologia de Informação à Fundação Getúlio Vargas sobre a constitucionalidade da licença GPL foi que tal licença não fere a Constituição brasileira, culminando na forte adoção de software livre por parte do governo e a elaboração e publicação do livro Direito de software livre e Administração pública.

Foi no ano de 2007 que o governo ingressou totalmente na promoção e adoção de software livre. Contribuindo para a comunidade, lançou o Portal SPB (Software Público Brasileiro), um ambiente voltado para a divulgação e interação de usuários, desenvolvedores e sociedade em geral na utilização de soluções abertas de software (SOUZA, 2013).

Segundo Freitas e Meffe (2008), com o Portal do Software Público Brasileiro, surge um novo ciclo econômico sustentado em bens intangíveis e com tecnologias públicas cujo conjunto de softwares disponibilizados vem atendendo a demanda reprimida do país por soluções informatizadas. O software livre está em amplo desenvolvimento no país – não é por acaso que, atualmente, o portal SPB conta com mais de 60 soluções em software livre, atendendo diversos setores das instituições governamentais e, em termos de participantes, o portal abriga cerca de 200 mil membros. Dessa forma, apoia a gestão do conhecimento (SOUZA, 2013).

Segundo o Souza (ibid), tal crescimento se deve ao fato de, estando agrupados em um portal, o compartilhamento de conhecimentos e a reutilização de código fonte por parte dos interessados é maior, propiciando a redução de custos, já que o investimento em desenvolvimento é diminuído sensivelmente.

Na próxima seção, as perspectivas da gestão do conhecimento, ponto importante para que seja melhor entendida a gestão da informação no ambiente escolar, serão discorridas.

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2.6 PERSPECTIVAS SOBRE GESTÃO DO CONHECIMENTO

Não se pode pensar em gestão da informação sem adentrar no campo de gestão do conhecimento. Chiavenato (2008), citado por Santos e Câmara (2010), diz que a Gestão do Conhecimento, também conhecida como GC, possui como base a Gestão da Informação e é essa que disponibiliza os instrumentos necessários para gerir e compartilhar as informações da instituição entre seus membros.

Segundo Chiavenato (2010) a Gestão do Conhecimento é uma disciplina emergente e vem para auxiliar a gestão organizacional. Atualmente, não é possível pensar em gestão sem abordar a gestão do conhecimento com suas muitas ideias a serem testadas, diversos pontos a serem resolvidos e muito aprendizado a ser descoberto. Beckman (1999) entende que a evolução da gestão do conhecimento pode ser mais bem examinada se considerada dentro de perspectivas descritas a seguir:

• Perspectiva conceitual: esta perspectiva busca enfocar a definição e descrição dos fundamentos e padrões conceituais da Gestão do Conhecimento. Segundo Beckman (1999), a gestão do conhecimento é a formalização e o acesso à experiência, dando acesso ao conhecimento e à especialização, gerando novas competências, permitindo desempenho superior, encorajando a inovação e aumentando o valor para o cliente – a comunidade escolar.

• Perspectiva tecnológica: esta perspectiva trata da contribuição que a Tecnologia da Informação (TI), em forma de um sistema de gestão, possui para tornar possível e ampliar a gestão do conhecimento, abordando aspectos como infraestrutura de TI. Os sistemas de gestão possibilitam guardar, recuperar, dar suporte à decisão e à transformação do conhecimento (BECKMAN, 1999). Segundo Beckman (ibid), a implantação de uma infraestrutura de TI pode facilitar o gerenciamento do conhecimento, tornando-a acessível, compreensível e replicável. Os elementos principais tratados por uma infraestrutura de TI são: arquitetura e padrões de TI,

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plataforma de hardware, comunicação de dados, voz, imagens, redes e segurança; interfaces; dados (informação); aplicativos; e suporte a usuários.

• Perspectiva organizacional: contempla diversos conceitos organizacionais, englobando as características do conhecimento organizacional; o levantamento de competências, domínios de conhecimento e habilidades; as redes e centros de excelência; os papéis e responsabilidades; o aprendizado organizacional; e a cultura corporativa (BECKMAN, 1999).

• Perspectiva de implementação: esta perspectiva aborda métodos e técnicas que facilitam o sucesso dos projetos de gestão do conhecimento, além dos desafios e barreiras enfrentados. Também são discutidas as estratégias utilizadas pelas empresas para obterem resultados da implantação de projetos de gestão do conhecimento (BECKMAN, 1999). Beckman (1999) sugere pré-requisitos para melhorar a chance de sucesso na implementação de gestão do conhecimento: 1) Liderança e comprometimento dos executivos; 2) Cultura saudável; 3) Especialização (expertise); 4) Infraestrutura de TI.

• Perspectiva de processos: nesta perspectiva são analisados os processos que explicam o funcionamento da gestão do conhecimento. A gestão do conhecimento com olhar voltado para perspectiva de processos é parte chave da estratégia empresarial para criar vantagem competitiva e sustentável no mercado. Conforme Beckman (1999), a transformação do conhecimento em algo de valor para a organização necessita que a experiência e o conhecimento especializado sejam devidamente formalizados e compartilhados através de processos devidamente estruturados e fundamentados e, para atingir tais objetivos, informatizar os processos é de extrema importância.

• Perspectiva gerencial: segundo Beckman (1999), esta perspectiva trata das várias práticas de gestão necessárias para tornar realidade a gestão do conhecimento, incluindo a medição e a avaliação do capital intelectual e os

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sistemas informáticos que dão suporte à tomada de decisão. Segundo o autor, um bom sistema de medição provê foco, faz com que objetivos sejam operacionalizados e estabelece padrões a serem seguidos. As medições devem estar diretamente alinhadas aos objetivos e estratégias corporativas. Ainda citando Beckman (1999), há três categorias gerais de medidas: Resultado (passado); Processo (presente); e Recurso (futuro). Assim, focar-se em medidas de recursos, tais como ativos intelectuais e infraestrutura computacional, é a chave para posicionar sua organização direcionada ao sucesso no futuro.

2.7 A GESTÃO ESCOLAR

Segundo Izquierdo (2008), a gestão escolar é uma das condições primordiais para o sucesso da administração da instituição escolar, sendo que esta envolve vários quesitos muito semelhantes À administração empresarial. Maia, Ribeiro e Machado (2003) afirmam que a administração escolar se assemelha muito às teorias clássicas da administração elaboradas por Frederick Taylor e Jules Henri Fayol (estudiosos precursores da teoria da administração clássica).

Conforme os autores (2003) (e também Izquierdo, 2008), a escola segue diretrizes básicas antes pregadas por Taylor e Fayol em suas teorias administrativas. A escola planeja, organiza, comanda, coordena e controla e é improcedente não vislumbrar tais diretrizes no cotidiano administrativo escolar.

Libâneo (2013) defende que a gestão escolar envolve diversos atores, tais como, coordenadores, secretários escolares, professores, pedagogos e diretor, sendo que este último assume a responsabilidade pela gestão da instituição, tomando decisões e organizando o dia a dia da melhor maneira possível. Essa gestão poderá ser de maneira centralizada ou cooperativa.

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