O sentido de patrimônio está ligado ao sentido de monumento histórico. O termo monumento
é
originaldo lalim
monumentum,que é
derivadode
monere (advertir, recordar)o que
podemos associara
memória.Ou seia, neste
primeiro sentido o 6 Varine-Boham, 1 976 apud Lemos, Caíos A. C. - O que é paúlmônb hE6íco I 982, p. 8-í 05
Choay, Françoise - A alegoÍla do patlmônlo. 2000, p.Í 1"
Leniard, 1992, p.01 aprd Dia, Adriana Fáre - A Reuüllzação do Paülmônlo Erllicarlo Cotno Íúecanlsmo de Probção: utm poposta paÍa os onlunbs bmbados de FlodalÉpolb. 2@5,9.2.I
2.
3.
monumento
é
um instrumentoda
memória, um artefato de qua§uer forma feito pelo homemou uma
comunidadede
indivÍduoscom o objetivo de
rememoração e comemoraçãode fatos, como ritos ou
crenças."A
especificidadedo
monumento prende-se então, precisamente, como
seu modode
ação sobrea
memÓria."$
NaRoma Antiga
o
monumento possuía dois sentidos: um como obra comemonaüva de arquitetura ou escultuna (arco do triunfo, pórticos, trtoféu, etc.) e outro oomo monumento funerário com a finalidade de perpetuara
recordação de uma pessoa. No entanto, a partir do século XIX essa função de memória vai sendo apagada e o monumento passa a ser visto apenas como uma experiência estética.A expressão monumento histórico só entrou nos dicionários na segunda metade do século XlX,
e é
uma invençâo da cultura ocidental. Surgiu sob a denominação de 'antiguidade" na ltália durante o século XV e somente no século XIX que se trataria da sua preservaçâo e restauro. PoÉm, voltemos no tempo. Foi no contexto da Revolução Fmncesa que se elabonamm o conceito de monumento histórico e os instrumentos de preservação (museus, inventários, tombamêntos, reutilizaçâo de edifícios). Esta pÉtica surgeda
necessidadede
administraros
bens expropriadosda
lgrejae da
Nobreza.Inicialmente pretendia-se destruir
estes
bensque
simbolizavamo
regime antigo e reconstruir uma nova sociedade, entretanto, não era possível construir uma sociedade fundamentada no "nada" era prcciso preservar alguns bens que poderiam representar a identidade da naçâo. Assim o monumento passa a ter um valor nacional.Até ao
séculoXIX o
patrimônioera
definido comoum
conjuntode
edifícios, objetose
documentos que continham um valor artísticoe
histórico. No século XX o conceito de Patrimônio Histórico adquiriuoufas
características e o monumento histórico passa a ser mais abrangente levando em consideração a integnaçâo com seu entorno.O
entomoé
entendidocomo uma
relação fundamentalcom a
ediÍicação. Neste contextoo
conceitode
monumento históricose estende para
algumas cidades conjuntos urbanos desempenhandoum papel
memorialde
monumento, enquanto edificaçÕes e modo de vida.s Cho"y, Françobe - A alegorla rlo patrlmônb.2000, p.16
33
A
publicaçãoda
Cartade
Veneza (1964)vai
consagraro
novo @nceito de monumento:(...) não só as crhções arquitetônicas boladamenb, mas também os sÍtios, urbanos ou rurab, nos quab sejam pabntes os tesbmunhos de uma civllização parlhulaÍ, de uma fase s(pificativa da erchção ou do progÍêsso, ou algum aconEcimenb hbtórbo. Este conceib é aplicável, quer ás grandes criações, quer às realizações
.mab modestas que
tenham adquirido signifcado cultural oom o passar do bmpo. (...).'
Só a partir daí é que podemos ver os avanços teóricos e normativos com ÍBlaçâo
à
prcservaçâo do patrimônio histórico numa esfera global ampliando seu valore
sua existência histórica e cultural.í.2.3 Teorla da conseníação e restauro. Breve
histórico
A preservação de objetos sempÍe fez parte da história, seja pelo seu valor ou por motivos funcionais, estéticos, religiosos
ou
políticos.É
no finalda
ldade Média que surgem os primeiros interesses pelo passado ediÍicado no sentido de valorizar estes contributos dentro de uma visão histórica. Mas, a atividade de restauro, talcomo hoje é entendida,tem
mesmo sua origem nos séculosXvlll e XlX. Até
esse momento os monumentossoferam
várias açõesde
conservação, muitas vêzes modiftcando seu uso, que nâo devem ser deÍpminadas de restauro.O
Renascimentoé
marcadopelo
intercssepela
Antiguidade,os
artistas e humanistas encontravam nas edificaçôes e artes antigas inspinação para suas criaçÕese
reflexões.O
interesse pelas obras clássicasda
Grécia Antigae
Romaera
paÍElreafirmar
sua
identidade como herdeirosdo
lmpério Romanoe
consideravam como imperfeitas as obras de outros períodos. Como
Renascimento, no século XV surge o primeiro livro teórico sobre arquitetura escrito por Leon Battista A|berti, chamado De Re Aedificatoia (Sobre a arte de construir).É nesta fase que as ediftcações clássicas são consideradas como "monumento
histórico". É também nesta época que surgem os primeiros
fundamentos da§
Lop"", Flaúo; Coneia, MiguelBÍib-
Paülmônlo ArqulE6nbo e Aqueológtco. Cartrs, Recorurda@s e Gonvenções lnbmrclonals. 2004, p.l 3salvaguaÍda patrimonial,
os
primeiros decretos papaisque
tinham como objetivo a proteção dos imóveis da época imperial. A curiosidade pela Antiguidade impulsionou as atividades dos antiquários, estes eruditos possuíam profundo interesse e dedicação aos objetosdo
passado,e
apesarde
consistir numa inbiativa privada ünhaum
sentido universal.os antiquários aarmulavam nos seus gabinebs não apenas medalhas e ouf,os 'resbs' do passado, Gomo se dizia então, mas também, §ob a
Íoma de 'recolhas'