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5. APRESENTAÇÃO ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS

5.1 Exercícios A

5.1.2 Exercícios A1 sol e A2sol

Na figura 4.3 (Capítulo 4) foi apresentada a pauta relativa ao exercício Asol elaborada como uma variação do exercício Ami. Em semelhança com o exercício anterior este também tem um ciclo facilmente exequível 0-1-2-3-4-3-2-1 e é repetido exatamente nos mesmos moldes que no exercício anterior.

Tem por objetivo perceber a diferença no funcionamento biomecânico da mão, mas neste caso com uma altura da mão consideravelmente baixa em relação ao braço do violino tal como se pode observar na figura 5.28.

Figura 5.23 - Imagem computorizada a 3D da posição da mão em relação ao violino, durante a execução dos exercícios Asol

Em A1 sol, começa-se o exercício sensivelmente com a altura da mão correspondente à altura normal da corda mi, a mesma que foi realizada em A2 mi. Em A2 sol a posição da mão sobe, aproximando a articulação metacarpofalângica do dedo indicador do braço do violino, até se tornar numa altura mais confortável para esta corda.

Mostram-se nas figuras 5.23 a 5.27 fotografias e imagens computorizadas dos pontos de contacto da falange do dedo indicador com o braço do violino para os exercícios A1 sol e A2 sol.

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Figura 5.24 - Fotografia com indicação do ponto de contacto da falange proximal do dedo indicador com o braço do violino em A1 sol

Figura 5.25 - Imagem computorizada mostrando o ponto de contacto da falange do dedo indicador com o braço do violino em A1 sol

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Figura 5.26 - Ponto de contacto da falange com o braço do violino em A2 sol

Figura 5.27 - Imagem computorizada mostrando o ponto de contacto da falange do dedo indicador com o braço do violino em A2 sol

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Na figura 5.28 apresentam-se os registos da distância da falange do dedo indicador ao braço do violino, para os exercícios A1 sol (preto) e A2 sol (vermelho).

Figura 5.28 - Distância da falange do dedo indicador ao braço do violino em A1 sol (preto) e A2 sol (vermelho)

Conclui-se que em A1 sol, a articulação metacarpofalângica do dedo indicador se encontra mais distante da aresta do violino do que em A2 sol. A mão está então mais alta em A2 sol – valor médio 10,9 mm do que A1 sol – valor médio 11,3 mm (ver Figura 5.29).

Por outro lado, analisando o tipo de registo de movimento nos gráficos da Figura 5.28, percebe-se que em A2 sol, na velocidade elevada, o movimento é mais regular, repetitivo e mais livre do que A1 sol, como se a mão se ajustasse e auxiliasse o movimento dos dedos.

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Como se percebe pela análise dos resultados representados na Figura (5.29), em A2 sol a distância é, em média, de 10,9 mm. Em A1 sol, a distância é em média 11,3 mm. Percebe-se que em A2 sol a mão está em média cerca de 0,4 mm mais próxima da escala que em A1 sol.

Média A1sol Média A2sol

Altura 11,3 10,9

10,7 10,8 10,9 11 11,1 11,2 11,3 11,4

disncia em mm

Distância da articulação metacarpofalângica da aresta do ponto do violino

Figura 5.29 - Média da distância da falange do dedo indicador à aresta do ponto do violino em A1sol e A2sol

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Figura 5.30 - Distância da articulação metacarpofalângica do dedo indicador à aresta do ponto do violino altura média do dedo indicador ao braço do violino em A1 mi, A2 mi, A1 sol, A2 sol

5.1.2.1 DEDO MÍNIMO FLEXÃO / EXTENSÃO

Os gráficos representados na Figura 5.30 mostram o registo do dedo mínimo em A1 sol a preto e A2 sol a vermelho. Como em representações anteriores, os gráficos à esquerda reportam-se é velocidade de referência e os da direita à velocidade mais elevada.

Os registos inferiores mostram o movimento do dedo apenas num ciclo médio do movimento, isto é, realizado com todos os ciclos de todas as repetições nas velocidades de referência à esquerda e velocidades elevadas à direita.

Média A1mi Média A2mi Média A1sol Média A2sol

altura 10,6 11,2 11,3 10,9

10,2 10,4 10,6 10,8 11 11,2 11,4

Disncia em mm

Distância da articulação metacarpofalângica do dedo indicador à aresta do ponto do violino em

A1mi A2mi A1sol A2sol

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Figura 5.31 - Adução e abdução do dedo mínimo. Lado esquerdo velocidade de referência e lado direito velocidade elevada. Linha superior ao longo do exercício e linha inferior média de apenas um ciclo.

Analisando os gráficos acima, e as tabelas de valores da angulação média entre a flexão e a extensão do dedo mínimo, percebemos que a angulação média do dedo mínimo em A2 sol é mais próxima da posição natural (45o) apresentando valores médios de 40,1o contudo, aproximando-se mais da corda na velocidade rápida, passando dos 29,1o na velocidade lenta para os 51,0o na velocidade rápida.

Em A1 sol este fica numa angulação mais estendida numa posição média mais distante da posição fundamental, apresentando na velocidade lenta 24,4o aumentando a proximidade à corda na velocidade rápida para 38,8o. Contudo a média geral é de apenas 31,6o, menos cerca de 10o do que em A2 sol.

A Tabela 5.3 mostra valores do ângulo de flexão e de extensão do dedo mínimo.

Tabela 5.3 - Ângulo de flexão/extensão média do dedo mínimo

A1 sol vel. referência 24,4 o Média geral 31,6 o

A1 sol vel. elevada 38,8 o

A2 sol vel. referência 29,1 o Média geral 40,1 o

A2 sol vel. elevada 51,0 o

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Figura 5.32 - Valores médios da flexão e extensão do dedo mínimo em A1 sol e A2 sol

O dedo mínimo em A2 sol apresenta uma maior amplitude de movimento.

Na tabela 5.4 apresentam-se valores de amplitude de movimentos deste dedo calculados pelos vários pontos máximos em cada ciclo de movimentos de adução e abdução, estabelecendo uma média para a angulação máxima de adução e abdução e subtraindo os dois valores, resulta na amplitude articular. Na velocidade de referência, a diferença de amplitude é de 13,6o e na velocidade elevada de 1,5º, em média geral, 7.6 º de maior

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Tabela 5.4 - Valores médios da amplitude de movimentos do dedo mínimo

A1 sol vel. referência 37,9 o

A1 sol vel. elevada 22,3 o

A2 sol vel. referência 51,5 o

A2 sol vel. elevada 23,8 o

Pode inferir-se que, em A2 sol, conseguindo-se maior amplitude articular em menor tempo de execução, este seguramente terá maior articulação, pois, a velocidade com que ataca a corda é maior.

Por outro lado, percebe-se que o desvio padrão em A1 sol é maior, demonstrado pela zona a sombreado a rosa - A2 sol e a cinzento - A1 sol, denotando uma maior imprevisibilidade do movimento.

Portanto, em A2 sol a repetibilidade do movimento é ligeiramente maior, demonstrado por um menor desvio padrão, o que dará à performance uma maior segurança. É de destacar que na velocidade elevada e no movimento de flexão/extensão em A2 sol, a posição média é muito aproximada dos 45o, a posição anatómica ou natural dos dedos.

Este também realiza mais batimentos por unidade de tempo do que em A1 sol, o movimento é mais lento, contando-se menos batimentos do dedo na corda, como se vê na tabela 5.5

Tabela 5.5 - Duração média de um ciclo em A1 sol e A2 sol na velocidade rápida Duração média num ciclo

A1 sol vel. elevada 0,77 / seg.

A2 sol vel. elevada 0,59 /seg.

Como se percebe pelos valores apresentados na Tabela 5.5, na velocidade mais rápida possível de execução, em A1 sol um ciclo em média demora cerca de 0,8/s, enquanto que em A2 sol o ciclo demora 0,6/s. Isto confirma que a velocidade média em A2 sol, comparativamente com A1 sol, é 23,4 % maior.

Analisando um ciclo de movimento à velocidade de referência (Figura 5.31), pode-se perceber que em A2 sol o movimento é consideravelmente mais simétrico, principalmente na velocidade elevada, do que em A1 sol.

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Os resultados obtidos relativos à amplitude, angulação média, desvio padrão e velocidade do ciclo na flexão e extensão do dedo mínimo sugerem que o movimento em geral é mais rígido, com maior tensão muscular em A1 sol, não apresentando a mesma liberdade de movimentos e consequentemente o mesmo desempenho ao nível da precisão e da velocidade de execução do que em A2 sol, que apresenta melhor funcionamento biomecânico, sendo portanto mais ergonómico o que resulta numa performance otimizada.

5.1.2.2 DEDO MÍNIMO ADUÇÃO / ABDUÇÃO

Figura 5.33 - Adução e abdução do dedo mínimo em A1 sol e A2 sol. Lado esquerdo - velocidade normal; lado direito - velocidade rápida. Linha superior, ao longo do exercício e linha inferior, apenas um ciclo médio.

Relativamente aos gráficos acima, apresentados na Figura 5.33, no que diz respeito à adução e abdução do dedo mínimo, no movimento controlado, o exercício A2 sol tem uma média angular mais próxima dos 0º no alinhamento entre metacarpo e falange proximal.

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Tabela 5.6 - Valores médios da flexão e extensão do dedo mínimo em A1 sol e A2 sol

O dedo mínimo tem também maior amplitude especialmente no momento de ataque do dedo na corda. O resto do tempo fica mais próximo dos 0o.

Contudo, esta diferença é de apenas sensivelmente 1grau, tanto na velocidade de referência como na elevada, como se pode ver na Tabela 5.7 e Figura 5.35.

0,0

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Tabela 5.7 - Amplitude de adução/abdução do dedo mínimo:

A1 sol vel. referência 18,3 o

A1 sol vel. elevada 9,1 o

A2 sol vel. referência 19,1 o

A2 sol vel. elevada 10,1 o

Figura 5.35 - Amplitude do dedo mínimo em termos da adução e abdução

Outra particularidade interessante do movimento é que se percebem pequenas oscilações da linha do gráfico do movimento do dedo mínimo, que representam potencialmente a queda e levantamento dos outros dedos, e que se traduzem em movimentos involuntários deste. O exercício A1 sol mostra uma linha mais direita na fase inicial do ciclo e uma oscilação muito mais ténue do que em A2 sol aquando a intervenção dos outos dedos.

Isto pode revelar que quanto maior é o movimento oscilatório no desenho do movimento

A1sol A2sol

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do dedo mínimo em relação aos dedos anteriores, é um indicativo do relaxamento do movimento geral da mão.

Percebe-se também que, no momento de preensão da corda, o desenho em A2 sol é mais redondo em comparação com A1 sol, que é mais retangular, o que demonstra uma certa tensão muscular e articular em A1 sol.

Na velocidade elevada, o exercício A2 sol evidencia maior amplitude de movimento e um maior número de batimentos, tal como na flexão/extensão do mesmo dedo.

O gráfico de um ciclo do movimento na velocidade rápida do quarto dedo é também mais equilibrado e simétrico em A2 sol, pelo que a zona de maior extensão se encontra mais equidistante da zona de maior flexão.

5.1.2.3 DEDO INDICADOR ADUÇÃO / ABDUÇÃO

Figura 5.36 - Adução (+) e abdução (-) do dedo indicador em A1 sol e A2 sol na velocidade de referência (à esquerda) e na velocidade elevada à direita.

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Relativamente ao indicador e relativamente à lateralidade, da adução/abdução percebem-se diferenças bastante importantes para este estudo.

Tabela 5.8 - Valores médios da adução, abdução, angulação e amplitude do dedo indicador para A1 sol e A2 sol.

Adução média Abdução média Angulação média Amplitude

A1 sol vel. Referência 11,4 o 7,3 o 9,4 o 4,1 o

A1 sol vel. elevada 9,9 o 9,3 o 9,6 o 0,6 o

A2 sol vel. Referência 6,9 o 0,9 o 3,9 o 6,0 o

A2 sol vel. elevada 6,8 o -1,7 o 2,6 o 8,5 o

De acordo com os valores apresentados na Tabela 5.8, as angulações médias em A2 sol tanto na velocidade de referência como na elevada são mais próximas da posição natural, perto dos 0 graus. Assim em A2 sol, a posição média do alinhamento da primeira falange com o metacarpo tem uma angulação de 3,3 o e em A1 sol, 9,5 o, estando, portanto, no geral, menos aduzida em A2 sol do que A1 sol.

Por outro lado, em termos de amplitude de movimentos, a diferença também é considerável. Em A1 sol a amplitude diminui bastante de 4,1o para 0,6o, o que indica que a tensão aumentou de tal forma que fez diminuir a mobilidade lateral deste dedo na execução do exercício na velocidade elevada. Em A2 sol ocorre o oposto já que na velocidade elevada há um incremento de amplitude de 2,5o na mobilidade no plano sagital do dedo indicador, passando de 6,0o na velocidade de referência para 8,5o na velocidade elevada. Em média, a amplitude em A1 sol é de 2,3o e em A2 sol de 7,3o, como se apresenta no gráfico da figura 5.37.

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Figura 5.37 - Angulação média e amplitude média do dedo indicador em A1 sol e A2 sol

Voltando à Figura 5.36, nota-se que o desvio padrão é também menor em A2 sol do que A1 sol, o que indica menor variação do movimento e uma maior repetibilidade e controlo dos movimentos em A2 sol.

Depois da análise do gráfico do movimento mecânico do primeiro dedo na velocidade elevada, percebe-se um movimento muito mais linear em A1 sol do que em A2 sol, e em cada repetição do exercício uma adução e uma abdução visível, bastante maior do que na velocidade de referência.

Isto demonstra um aumento da amplitude, como já foi numericamente comprovado anteriormente, mas também se percebe que o primeiro dedo se desloca à necessidade de cada ciclo, demonstrando flexibilidade no movimento da mão, e grande relaxamento muscular, e que age como impulsionador do movimento dos dedos tanto contra a corda como a saírem dela, aumentando assim a articulação dos dedos. Pelo contrário, em A1 sol na velocidade elevada o movimento torna-se mais linear e rígido do que na velocidade de referência.