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UNTVERSIDADE DE EVORA I ESCOLADE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
ADICÇÃ O AINTE,R}IET
iJOVEhI S UNIVERSITÁRIOS
ESTUDO ESTUDANTES
Luís Fitipe Carias Coxo
Orientação: Professor l)outor Vítor Franco
Mestrado em Psicologta
Areade esp eciahrzaçáo: Psicologia Clínica e da Saúde
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Luís Coro A Atlicçào
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lntelnet enr Jrrvens Universitiirios - Estr,rtltl cttruparatir/(] üonr estucllrntes p()tÍLr.urrese. e esfailhóis.RS
E
Universidade de
Évora
I Escola de Ciências Sociais DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIAA Adicção à lnternet em Jovens Universitários
Estudo comparativo com estudantes portugueses
e
espanhóis.Luís Filipe Carias Coxo
Orientador: Professor Doutor Vítor Franco
Mestrado em Psicologia
Area de especialização: Psicologia C!ínica e da Saúde
Évora 2O1O
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AGRADECIMENTOS
A
realização deste trabalhofoi
possível graçasao
contributode
umconjunto alargado
de
pessoasque,
directaou
indirectamente, ajudaram aultrapassar
as
diversas vicissitudesque
surgiram, tornando mais simples a passagem pelas diÍerentes Íases até á sua concretização.Em primeiro lugar, queríamos agradecer ao Prof. Doutor Vítor Franco a
orientação prestada e a convicção demonstrada acerca das opções assumidas ao longo da execução deste trabalho. Aproveitamos também para manifestar o
grande orgulho
e
prezar pela colaboração que mantivemosao
longo destes meses nas condições mais adversase
inconvenientes, cumprindo sempre os objectivos propostos.Gostaríamos expressar também aqui uma profunda estima
econsideração
à Dr."
HilarieCash,
KimberlyYoung e, Rocio
Fernandez- Ballesterospela ajuda e apoio à
realização deste trabalho,sem a
qualprovavelmente tornaria mais penoso a realização do mesmo.
Ficarão para sempre gravados na nossa memória os primeiros anos da minha carreira académica onde tive o orgulho de privar com alunos, técnicos e professores que me possibilitaram aprender e crescer quer na psicologia quer como indivíduo.
Aos
Prof. Doutores Adelinda Candeias, lsabel Mesquita, Catarina Vaz Velhoe
Nuno Santos queria expressara
nossa mais sincera gratidão pela estima e apoio dados ao longo destes anos, ajudando a diminuir as incertezas eaumentando consideravelmente
a
confiança.De
igual modo, deixamos uma palavra de apresso e uma profunda gratidão à minha colega e amiga Dr." Marta Martins pelasua
inesgotáve! constânciae
sugestões prestadas neste,e
emoutros trabalhos.
Ao
Dr.José
Eduardo Sousae
Sérgio Transmontano pela ajuda na análise e interpretação dos dados estatísticos do estudo, num período de tempo tão limitado.LuÍs Crrrtr A .Atlic:çào ir lnternel eni Jor ens I lrtiversitiirios - Ertutio conr;larati\;() c(lrn e\tudilnles p(utugllese-r e e:punhóis.
E como não poderia deixar de ser, à minha família e "amigos de sangue".
Que privilégio
a
oportunidadede
voster tão
perto, estandoeu tão
Ionge...Guardo com
o
mais profundo carinho tudo aquilo que me derame
que, com tanta generosidade, continuam a dispensar-me.Grato por tudo Dr. Sérgio Transmontano, pelos vários anos de confiança, auxilio
e
amizade. E, mais que tudo, paraa
Eng." Paula Vieira pela presença constante e por ter sabido estar comigo em todos os momentos.A todos vocês dedico este trabalho.
I-Irts C,r).tt .A ,'\r-l i,.'r"'li,',i Il-llc'tilcl ft-r.t .]i-ry,'r: I-'titti';''iitit'iil:
i:ilfii, ." t;'i il'.,11\i, -,'lrir....,l,r,it-.l"rlrl,.!.rL'.i.. i
".1..1;,i.';,'.
RESUMO
Esta investigação trata-se de um estudo com
a
população universitária Portuguesae
Espanhola sobre padrões de uso/abuso da lnternet, assim como os recursos específicos mais usados. Foi usada uma amostra aleatória de 206 sujeitos,da
Universidade Autónomade
Madride
do Campus Universitário deLisboa, de
diferentes licenciaturas,de ambos os sexos e com
idadescompreendidas entre os 18 e os 40 anos.
O instrumento usado foi um questionário adaptado do lnternet Addiction Test, de Young (1998).
As
principais conclusões sugerem que, no que se refere ao tempo de conexão verificámos que a maior percentagem da amostra (46,1%) realiza um uso moderadoda
lnternet (menos de2
horas diárias) mas 36,9% podem já apresentar alguns indíciosde
adicçãoao
estaremde 2 a 5
horas diárias conectadosà
lnternet.Na
avaliaçãodos
parâmetrosdo uso dos
recursos específicosda
lnternet, podemos encontrarque a Web é o
serviço maisprocurado seguindo-se
o e-mai! (com
62,1o/oe
57,3"/" respectivamente).Encontrámos ainda que 16,5o/o da amostra apresenta valores representativos de adicção.
Palavras chave: lnternet, estudantes universitários, uso, abuso, adicção.
Luír Coro A Adicçiro à lnternet ern .lot'etts L niversitlit'ror - Esiuclo r:innplrati\ () c()rl estuclantes p()r-tuguescs e espanhois.
lnternet Addition on Univêrsity Youth Students:
Gomparative study
with
Portuguese and Spanish students ABSTRACTThis
research comes froma
study withthe
Portugueseand
Spanish university population on patterns of use/
abuse of the lnternet, as well as the specific resources used most. We useda
random sample of 206 subjects, the Autonomous Universityof
Madrid andthe
University CampusoÍ
Lisbon, indifferent degrees oÍ both sexes and aged between 18 and 40 years.
The
instrument usedwas a
questionnaire adapted fromthe
lnternet Addiction Test, Young (1998).The main findings suggest that with regard to the connection time found that the largest percentage oÍ the sample (46.1o/0) carries a moderate use of the lnternet (less than
2
hours) but 36.9% can introduce some evidence addiction are at one of the 2 to 5 hours a day connected to the lnternet. ln assessing the parameters of the use of specific resources of the lnternet, we find that the Webservice is the most sought followed by email (with 62.1% and
57.3"/"respectively).
We Íound also that 16.5% of the sample shows
values representative oÍ addiction.Keyuvords: lnternet, students, use, abuse, addiction.
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íuorce
GAPITULO I
...
... 15O QUE É N IruTENNET E PARA QUE SERVE
...
.... 152- VARIÁVEIS PESSOAIS ASSOCIADAS AS CONDUTAS AD1CT1VA5..., 3B
Lt-tís Ctrxtr A Adicçiro u lnternet enr Jr:r,ens Unir:er:ilat'itrs - Ilstltdrl c()ntnilrati\'() c()ln estlrdanter s e espiuthrii:.
1- A INTERNET ENTRE NORMALIDADE E PAT1LOGLA....,.,... ...42
2- INTERNET ADDICTION DIS2RDER: uma nova categoria de diagnóstico?...4s 2.1- A DEZENDÊNCIA DA INTERNET: Itma
definíção...
...453- CARACTERíSruC^S OO US, ZROBLEMÁT\CO DA TNTERNET
pru)
...481.
CONTEXTUALTZAÇÃO...
...602. A DrNÂM\CA DA AD\CÇÃO À
tvrrnxnT...
...603. A?LTCAÇÃO DA TERAzTA COGNITIVO-COMqORTAMENTAL... ...62
s.1
cocNrÇÕ85...
...643.2
COMPORTAMENTO
...644. OUTRAS FORMAS DE INTERVIR NAS NOVAS
ADICÇ1ES
...65CAPíTULO
V...
...68Estudo comparativo com estudantes portugueses e
espanhóis
....691-
CONTEXTUALTZAÇÃO
...682- MATERTAL E
MÉTODO...
...762.1-
2ARTICrPANTES...
...762.2- TNSTRUMENTO DE
AVALTAÇÃ0...
...773.1. CARACTERíSTICAS
DAAMOSTRA
...803.2- ZARÂMETROS DO USO DA TNTERNET E NÍVE|S DE AD\CÇÃI...82
liril (-i''.9 A A.,li.'u li,', l'r lnl,.'tn{'1 r-rl Ji}\ ct'tn
t
ttii a'r.\t1lil'ii\\- [sliiti| Liiiirj ]iti'll1\ ,.r ! r\l-'-t CsiLtriLrlilc:. 1iri] i-ii gLlL. i \ L u\'l-ri.iirh(il r-
íttotce
DEeuADRos
E TABELASTABEIIT
l:
NÚMERO DE UTILIZADORES DA INTERNET EM PORTUGAL E ESPANHA...34TABEIIT
2:
CO-MORBILIDADE DA DEPENDÊNCIA DA INTERNET COM PATOLOGIASpsrQUrÁTRrcAS:...
...50TABETA
3:
DADOS RELATIVOS ÀS ECTMDADES SEXUAIS MAIS PRATICADAS NA INTERNET: É, TABELA 4: AMOSTRA PORGÉNERO...
...80TABEUI S: PARTICIPANTES POR
IDADES...
...81TABELA 6: ESTADO CIVIL DOS
PARTICIPANTES...
...81TABELA 7: pARTICIPANTES QUE SÃO ESTUDANTES E/OU TRA841HADORES...81
TABELA 8: AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DO USO DOS RECURSOS ESPECÍFICOS DA TABELA 9: AVALIAÇÃO OE FINALIDADE E FREQUÊNCIA QUE UTILIZAM OS SERVIÇOS. 85 TABEUT 10: ANÁLISE DESCRITIVA DOS NÍVEIS DE
ADICÇÃo...
...87TABETA 11: ANÁLrSE PARCIAL E GLOBAL DO NÍVEL DE ADICÇÃo...87
Lttís Cr-rrrr A Ailicçiio a Inteltel cnt Jovens Llnirersitít'itr:
- Estt"tdrr cott-iparittir;() corlt estLlduntes lr()rtlrgue\es e espranlrois.
ír,rorce DE
ncuRAs
EGRÁFtcos
FIGURA 1: SITES DE INTERNET POR
PAÍSES...
...25Cru{PTCO
1: oS 10
IDIoMAS MAIS UsADoSNA
INTERNET, PoR MILHÕES DEUTILrZADORES...
...24Cru{TICO 2:UTILIZADORES DA INTERNET No MUNDo PoR REGIÃo GEoGRÁFICA...33
GRÁFICO 3: PERCENTAGEM DE COMPUTADORES EM PORTUGAL CONTINENTAL...,,....69
CnÁTTco 4: PERCENTAGEM DE CoMPUTADoRES SEGUNDo A
REGIÃo..
...7o Cru$ICO 5: PERCENTAGEM DE COMPUTADORES SEGUNDO A CLASSE SOCIA1...7O CNÁTICO 6: COMUNIDADES VIRTUAIS -UTILIZADORES:
...72CNÁrTCO7:CoMUNIDADESVIRTUAIS-PÁGINASVISITADAS:... ...73
CruÚTCO 8: CoMUNIDADES VIRTUAIS _ TEMPo
DESPENDIDo:...
...7+CNÁNCO 9: TEMPO DISPENDIDO NAS COMUNIDADES
VIRTUAIS:...
...74GRÁFICO
10:
FREQUÊNcm RELATIVA DE TEMPo DE CoNExÃo PoR DIA ENTRE PORTUGUESES EESPANHÓrS...
...82l-rtír í- l,t, ,
- E,:iitr.itr arltlrlr
.A ,À,i;.'t ll,, li il.rt"-r-rie I Cl_t'r .li-rr. i'ti. l-'rttr at'ii'r jfjü\
ii1'ltii', t' L'r)lli L-!lriLi,llrtL:\ ll(.1f ili:--!ri.r: a c\j ):11)ii(',1:
"lnternet
deve ser um meio de
comunicação entre os povosque
contribuaà paz
mundial eque o
principal objectivoda alta
tecnologia é, melhorar o nívelde vida das pessoas."(Larry E!!ison)
"lnternet
não é vícioll É
apenas uma vontade imensa que controla as minhas atitudes!"(Jâncyo Henrique)
Luís Coxo A Atiicçin l'r luterner elL J()\,ens I lnir-ersitários - Esrltrlu compirrati\,() (()Ín estudante\ p()rtLlgLreses e espanltrii s
TNTRODUÇÃO:
Foi um artigo da jornalista Sarah Kershaw (2005), publicado no New York Times que nos despertou
o
interesse para este novo tipo de problemática-
aadicção à lnternet. O artigo, referia que os investigadores na área das adicções, nomeadamente Hilarie Cash, admitem que 10% dos utilizadores da lnternet dos Estados Unidos apresentam sinais de dependência na lnternet e que esta, pode ser tão destrutiva como o alcoolismo ou a toxicodependência. Para confirmar e compreender
o
aumento exponencialde
dependentesda
lnternet,têm
sido desenvolvidosvários
projectosem
diferentes países(p.e.
Coreiado
Sul, Alemanha, China, etc.).Num primeiro momento existiu,
e
continuaa
existir, uma aposta na investigaçãodeste
fenómenoem várias áreas, como por exemplo
nas organizaçõese nas
escolas. Nas primeiras, devidoàs
várias ocorrências e participações disciplinaresa
funcionáriosde
empresaspor
actividades não produtivasno seu horário de
trabalho,como o
enviare
receber e-mail excessivamente, frequência de páginas de conteúdo sexual e adulto, jogos on- line, fóruns, comprar e vender acçõese
realizar compras on-!ine. Casos comoestes
estiveramna
origemde
processos disciplinarespor
comportamento inapropriadoe uso
abusivoda
lnternetno local de
trabalhoem 30%
das empresas inquiridas pelas investigaçõesde
Armour (1996), Beard (2002\ e Greenfield&
David (2002). Nas escolas, pelofácil
acessoe
por não existir qualquer supervisão,surgem vários casos de
problemasna gestão
de comportamentossociais e
responsabilidades académicas,atribuídas
ao excessode
usoda
Internet (Davis, Smith, Rodrigue, Pulvers, 1999; Scherer, 1997; Wang,2001).Num segundo momento, procurou-se a criação de respostas para estes problemas. Construíram-se e desenvolveram-se retiros, programas, páginas de Internet, departamentos próprios em Hospitais e clínicas dedicados a este tema.
Em
Portugalnão
existem estudosque nos
possamdar uma
noção exactado
númerode
cibernautas "abusivos",mas em
Espanhao
primeirogrande inquérito (Echeburúa, Amor
&
Cenea, 1998) sobreo
usoda
internetI.Ltís (-r.rrt: \ .-'\rlti. i,. l ltiktr'ttr.'t rttt .] ,.'', r:fi\ l- r,tt r'j"rt1.ri'ir,r - Eslllr.lil('1 11il]r;l I'itii\{)rIlllu:.lL,ri,rlr1ç':liirl iiilrli-\r( i ü.lrilllirrr;'-.
revelou que mais de 16% dos internautas perdem
a
noção do tempo quando estão ligadosà
lnternet. De acordo com investigadores das universidades de Girona e da Catalunha, um em cada quatro utilizadores pensa que a vida sem a lnternet seria "aborrecida, vazaae
triste". 59% dos inquiridos consideram-se incapazes de restringir o seu usoe
620/o experimentam sentimentos de culpapor
navegarem sem controlo.os
resultados desta investigação permitiram ainda concluir que 52o/o dos internautas "patológicos" se Iigam a "chats" e 26%preferem os sites
pornográficos. Recentemente,quatro
psiquiatras dos hospitais de Madride
de Barcelona criaram uma página com um questionário que permite verificar o grau de dependência da Internet (Cármen, P., Lourdes, V., Alberto, L., & José, G., 2003).Contudo, ainda não existe um modelo teórico suÍicientemente claro para abordar estas questões.
Há
autoresque
falamde
uma dependência sem substâncias (Young, 1996; Scherer, 1997; Guerrescht,2OOT). Outros elaboram teorias sobre incomunicaçãoda
sociedadeou
adicção (Greenfield,&
Davis,2OO2; Beard, 2OO2). Outros
ainda
referemque não
existe consciência dadoença
ou
fazem estudos comparativos, comoa
Universidadede
Haruard (Nelson, LePlant, Peller, Shumann, LaBrie, & Shaffer, 2008), onde se confronta a adicção à lnternet com o uso moderado de álcool.A
lntemet converteu-se num dos meios de transmissãode
informação mais importantes, senão o mais impoftante do Mundo e, por isso, é necessário conhecer as vantagens e desvantagens que o seu uso pode ter, quer na vida privada quer na própria sociedade.Dadas
as
suas características, comoa
economia,o
anonimatoe
oacesso cada vez mais fácil, a lnternet pode propiciar problemas de dependência psicológica e alterações de comportamento que levam o indivíduo a abstrair-se
da
realidade física queo
rodeia parase
situar numa sociedade "virtual" que minimizaou anula o
contactofísico,
podendodar lugar a
alterações de comportamento do sujeito, como por exemplo as depressões causadas pela solidão que levaa
pessoaa
estar diantedo
monitor durante longas horas,Luís Coxtr A .Ariicçiio à Internet enr Jovens Liniversitários - Esludo contparatir,() c(rm estudanles p()riLlgucses e espiurlrrii s.
tornando-a ainda mais deprimida
e
solitária (Young, 1996, 2008; Guerreschi, 2OO7; Chak,2003).Deste modo, tem vindo
a
surgir, como consequência do uso cada vez mais exacerbado da lnternet, uma nova série de problemas, como a adicção, o abandonode
outrasÍormas de
entretenimento,a
generalizaçáodo
meioambiente por parte
de
quem estáa
"conectado", assim como problemas desaúde
derivadosdo uso
excessivoda
Internet.De
Íacto,cada vez
mais aumenta o número de utentes com consultas de oftalmologistas e ortopedistasl vítimasdo
uso prolongadoe
excessivoda
Internet. Apresentam queixas de fadiga, secura ocular, doresna
colunae
tendinites. Este fenómenoestá
a expandir-se cada vez mais entrea
população jovem (Grau, Ortega,&
Sierra, 2006).Apesar
da
lnternetser
uma óptima ferramentade
comunicação, de trabalho e de entretenimento, é pouco claro aceitar que os computadores estão a causar sérios problemas de saúde. O simples facto de se passar tantas horas diante do computador prejudicaa
visão, causa problemas ósseos, dores de cabeçae
problemasde
peso derivados do sedentarismo. Éo
que começa a denominar-se,em alguns países como o Síndrome do
Computador.lnvestigadores
desta área
referemque um
sujeitoque
trabalhecom
um computador executa por dia entre 12.000e
30.000 movimentos de cabeça e olhos, entre 4.000e
17.000 reacçõesnas
pupilase
30.000 pulsações no teclado. Estes movimentos, que são partedo
quotidiano, convertem'se num exercício excessivo, provocando diversas manifestações clínicas (Grau, Ortega,& Sierra,2006).
Neste
trabalho, tentaremosdefinir alguns
conceitose explorar
asdiversas áreas que estão inerentes
na
adicçãoà
lntemet, que julgo serem necessários para melhor compreensão desta problemática.1 Médicos espanhóis de oftalmologia asseguram que, 70% dos sujeitos que trabalham
com um computador
e
80o/o dos jovens espanhóis soÍrem de algum sintoma do Síndrome do Computador, como por exemplo, derrames e secura ocular, cansaço, visão ocasionalmente confusa, tonturas e dores de cabeça (Grau, Ortega, & Sierra, 2006).Lli ír C,rr i' .{ Arltcç.r.r ;\ li,,:t'irci. irtll .lü'. i'll: {-rtiiri:rsilitt'io' - E:Itlrl,l i'rrl)1lr;i1'.1i;1í.'(i]liiestllal;lltt('1,1(il'r[r!Ue :,u... .:,fli]1sj-,i''i..
Objectivamente, falaremos do que é
a
lntemete
para que serve-
como foi oseu inicio, desenvolvimento, história, quais os tipos de conexão, arquitectura e
estrutura. Abordaremos
a sua
diÍusãoe
impactosocia! a
internet na educação, nas organizações, na po!ítica, no lazer. Falaremos da lnternete
o Marketing, a ética e a lnternet nos dias de hoje.lremos referir igualmente os aspectos das adicções como processo
-
conceito,características,
variáveis pessoais associadas às condutas
adictivas,consequências psicológicas, características da personalidade e quais as novas formas de adicção. E da adicção à lnternet propriamente dita
-
a internet entre a normalidade e a patologia, a Internet Addiction Disorder (lAD) como uma nova categoriade
diagnóstico,a
dependênciada
lnternet, característicasdo
usoproblemático da lnternet,
co-morbilidadee as diferentes formas
de dependência. Iremos referir também alguns aspectosno que
respeita aotratamento e outras formas de intervir nas novas adicções.
Por
último, abordaremosa
investigação- a
adicçãoà
lnternetem
jovensUniversitários.
Luís Coxo A Aclit:çl-rrr à luternet eur Jrtvens Llnir,ersitririrls - L,studo conrparutir;r) c()Ír) esludlntes pr )rtlr glreses e es1-ranlr(rrs.
CAPíTULO I
O QUE É N IruTCRNET E PARA QUE SERVE
1- ASPECTOS HISTóNICOS
O
lançamento do satélite artificial soviético Sputnik levouà
criação da Defense Advanced Research ProjectsAgency
(Agênciade
Projectos de Pesquisa Avançada) americana, ARPA, em Fevereiro de 1955, com o objectivo de obter novamente a liderança tecnológica perdida para os soviéticos durante a Guerra Fria. A ARPA, por sua vez, criou o lnformation Processing Techniques Office (Escritóriode
Tecnologiade
Processamentode
lnformações-
IPTO)para promover
a
pesquisa do programa Semi Automatic Ground Environment que tinha Iigado vários sistemasde
radares espalhados por todoo
território americano pela primeira vez. O cientista Joseph Carl Licklider Íoio
escolhido para Iiderar o IPTO (Comer, 2008).Licklider transÍeriu-se
do
laboratório psico-acústicoda
Universidade de Harvard para o MIT em 1950, após interessar-se por tecnologias de informação.No
MITfez
partede um
comitéque
estabeleceuo
Laboratório Lincoln e trabalhouno
projecto SAGE. Em 1957, tornou-seo
vice-presidentedo
BBN, quando comproua
primeira produçãodo
computador PDP-1e
conduziu a primeira demonstração do compartilhamento de tempo (Comer, 2008).No IPTO, Licklider associou-se
a
Lawrence Roberts para começar um projecto como
objectivo de fazer uma rede de computadores,e a
tecnologia usada por Robert baseou-se no trabalho de Paul Baran, que tinha escrito umestudo extenso para
a
Força Aéreados
Estados Unidos recomendando a comutaçãode
pacotes,ao
invésda
comutaçãode
circuitos, para tornar as redes mais robustase
estáveis. Após muito trabalho,os
dois primeiros elos daquele que viria a ser o ARPANET Íoram interconectados entre a Universidade da Califórnia, em Los Angeles,e o
SRI no Menlo Park, Califórnia, em 2g de Outubrode
1969.O
ARPANETÍoi
umadas
primeiras redesda
história da lnternet actual. Apósa
demonstraçãode que a
ARPANET trabalhava comLItir (-,..r1 ,' A .\rii;.i') ii llrta[nLl iltr.l i,r,.fi.. l'l]i\er{t!iiti'\\
rtLtli r,, Ci )lll tl.r;, ilri111iii' r llLrl i i t§ Llu rC. i i'r1^r1ii1l if i 5, - F,rl ttcitr ('Lrtl'r,11.
comutações
de
pacotes,o
General Post Office,a
Telenet,a
DATAPACe
aTRANSPAC, trabalharam em colaboração para a criação da primeira rede de computador em serviço.
No
Reino Unidoa
redefoi
referida comoo
Serviço lnternacionalde
Comutaçãode
Pacotes (IPSS).Este
sistema garantia a integridade da inÍormação caso uma das conexões da rede sofresse um ataque inimigo,pois o tráfego que nela
circulava poderiaser
automaticamente encaminhado para outras conexões. O curioso é que raramente a rede soÍreu algum ataque inimigo. Em 1991, durantea
guerra do Golfo, certificou-se que esse sistema realmente Íuncionava, devido à diÍiculdade dos Estados Unidos de derrubara
rede de comando do lraque, que usava o mesmo sistema (Comer, 2008).O X.25 era
independentedos
protocolos TCP/IP,que
surgiram do trabalho experimental em cooperação entrea
DARMA, o ARPANET,o
Packet Radio eo
Packet Satellite Net do Vinton Cerfe
Robert Kahn desenvolveram a primeira descrição de protocolos TCPem
1973 publicando um artigo sobre o assunto em Maio de 1974.O uso do termo "lnternet" para descrever uma única rede TCP/IP global teve origem em Dezembro de 1974, com a publicação do RFC 685, a primeira especificação completa do TCP, que foi escrita por Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine, na Universidade de Stanford. Durante os nove anos seguintes, o trabalho prosseguiu refinando os protocolos e implementando-os numa grande variedade de sistemas operacionais (Comer, 2008).
A
primeira redede
grande extensão baseadaem
TCP/IP entrou em operaçãoa
1 de Janeiro de 1983, quando todos os computadores que usavamo
ARPANET trocaramos
antigos protocolos NCP.Em
1985,a
FundaçãoNacional
da
Ciência (NSF)dos
Estados Unidos patrocinoua
construção doNational Science Foundation Network (NSF) num conjunto de
redesuniversitárias interconectadas
em 56
kilobytespor
segundo (kbps), usandocomputadores denominados pelo seu inventor, David L. Mills, como "fuzzballs".
No ano seguinte, a NSF patrocinou a conversão dessa rede para uma de maior velocidade, 1,5 megabits por segundo (mbps). A decisão, importantíssima, de usar TCP/IP DARPA foi feita por Dennis Jennings, que estava no momento com
Luís Corrr A ,Adicçiro
l
Internet eni J()\'ens [, nir ersitiirios - E:sludo corn;laratir/() cont e\tu(lantes p()rtllgueses e esplrn luiisa
responsabilidadede
conduziro
programa "Supercomputador"na
NSF (Comer,2008).A
aberturada
rede para interesses comerciais começouem
1988. O Conselho Federalde
Redes dos Estados Unidos aprovoua
interconexão do NSFNER parao
sistema comercial MCI Mail naquele ano, ea
ligação foi feita em meadosde
1989. Outros serviços comerciais de correio eletrónico foram logo conectados, incluindoa
OnTyme,a
Telemaile
a Compuserver. Naquele mesmo ano,três
provedores comerciaisde
serviçosde
lnternet (lSP) Íoram criados:a
UUNET,a
PSlNete
a CERFNET. Várias outras redes comerciais e educacionais foram interconectadas, tais como a Telenet, a Tymnet e a JANET, contribuindo para o crescimento da lnternet. A Telenet (renomeada mais tarde para Sprintnet) foi uma grande rede privada de computadores com livre acesso dial-upde
cidadesdos
Estados Unidosque
estavaem
operação desde a décadade
1970. Esta redefoi
finalmente interconectadacom
outras redes durante a décadade
1980 assim queo
protocolo TCP/IP se tornou cada vez mais popular. A habilidade dos protocolos TCP/!P de trabalhar virtualmente em quaisquer redes de comunicação pré-existentes permitiu a grande facilidade doseu
crescimento,embora o rápido
crescimentoda lnternet foi
devido primariamenteà
disponibilidade de rotas comerciais de empresas, tais como a Cisco Systems,a
Proteon e a Juniper, e pela disponibilidade de equipamentos comerciais Ethernet para redes de área Iocal, além da grande implementação dos protocolos TCP/IP no sistema operacional UNlX (Comer, 2008).2- O DESENVOLVIMENTO DA INTERNET
Embora
as
aplicações básicase
as orientações que lazema
lnternet existissemhá
duas décadas,a
Rede não ganhou interesse públicoaté
a década de 90. A 6 de Agosto de 1991, a CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear), publicouo
novo projecto World Wide Web (WWW). A Webfoi
inventada pelo cientista inglêsTim
Berners-Lee,em
1989 (Comer, 2008).Um dos primeiros navegadores web Íoi o ViolaWWW, após o programa
"HyperCard",
e foi
construído usandoo X
Window System. Maistarde
oI-,Ltí.; ('', rx1' -\ Ar 1i.'t';i,, ;, Ttrlct'rici i'it', Ja,\ citr ['t,'i1,ç1'rii;if i,.is E:tttilr-r Lr'!lrilr-l; 111i'.;, l'rr1't r r:it;ri.rilil-:' 1)\.);'i ilg',1r':C: f ü\1ll;lllI rLil s
navegador
foi
substituídopelo
"Mosaic".Em
1993,o
National Center forSupercomputing Applications (Centro Nacional de Aplicações
de Supercomputadores-
NCSA) dos Estados Unidos, na Universidade de lllinois, actualizoua
versão1.0 do
Mosaic,e no final de
1994, havia crescente interesse público na Internet, que era considerada anteriormente muito técnica e académica. Em 1996,o
uso da palavra lnternet já se tinha estabelecido na Iinguagem popular, e consequentemente, tinha-se tornado, erroneamente, um sinónimo em referência a World Wide Web (Coffman & Odlyzko, 1998; Comer, 2008).Enquanto isso, com
o
decorrerda
década,a
lnternet conseguiu com sucesso acomodara
grande maioria das redes públicas existentes (embora algumas, comoa
FidoNet, continuassem separadas). Nessa década de 90, estima-se que o crescimento da lnternet foi de mais de 1OO"/" ao ano, com um breve período de crescimento explosivo entre 1996 e 1997. Este crescimento éatribuído frequentemente à falta de uma administração central, assim como à natureza aberta dos protocolos da lnternet, que encoraja
a
interoperabilidade comerciale
previneas
empresasde
exercer muito controlo sobreas
redes (Coffman & Odlyzko, 1998; Comer,2008).3. TTPOS DE CONEXÃO
Os
métodos comunsde
acessoà
lnternet sãoa
conexão dial-up, a banda larga (em cabos coaxiais, fibras ópticasou
cabos metálicos), Wi-Fi, satélites e telemóveis com tecnologia 3G (Coffman&
Odlyzko, 1998; Comer, 2008).Ainda há
os
locais públicosde
acessoà
lnternet, como bibliotecas e cyber cafés, alémde
pontosde
acessoà
lnternet,em
aeroportose
outros lugares públicos, em alguns casos apenas para usos breves. Vários termos são usados, como "terminal de acesso público", "quiosques de acessoa
Internet","LAN houses"
ou
ainda "telefones públicos com acessoà
lnternet". Muitos hotéis também têm pontos públicos de conexãoà
lnternet, embora na maior parte dos casos, seja necessário pagar pelo tempo de acesso. Estes terminais são muito usados para vários fins, como reservasde
hotéis ou de eventos,Luis CLrxo A Arlicçiio
i
hiternet enr Jor ens Llrrir ersitírrios - Estuclo coruparatir o conl estudantes lr)rtlrgue\es e espanhiiisdepósitos bancários, pagamentos onlrne, entre outros. Existem, ainda, locais de acesso à Internet sem fio (Wi-Fi), como cyber cafés, onde usuários precisam
trazer os seus próprios
aparelhosdotados de
tecnologiaWi-Fi,
como computadores portáteisou
PDAs. Estes serviços podemser
gratuitos para todos, livres somente para clientes, ou pagos. Os locais de acessoà
lnternet semfio
podem não estar confinadosa
apenas um loca!. Um campus ou um parque inteiro, ou mesmo uma cidade, podem oferecer serviços Wi-Fi gratuitos.lniciativas grassroots levaram
à
formação de redes de comunidades sem fio.Serviços comerciais Wi-Fi já cobrem grandes áreas de grandes cidades, como Londres, Viena, Toronto, San Francisco, Filadélfia, Chicago e Pittsburgh, onde
se
podeter
acessoà
lnternetem
vários locais como parques, praças, ou jardins (Coffman & Odlyzko, 1998).A
parte do Wi-Fi,há
tentativascom
redes móveis semfio,
como o Ricochet, além de vários serviços de dados de alta velocidade em redes de telemóveis,e
outros serviçosde
acessoà
lnternetsem fio (Coffman
&Odlyzko, 1 998; Comer, 2008).
Telemóveis
de
última geração, comoo
smaftphone, geralmente vêm com acessoà
lnternet através da própria rede do telefone. Navegadores web,como o
Opera,estão
disponíveis nestes aparelhos portáteis,que
podemtambém usar uma
grande variedadede outros
softwares especialmente desenvolvidos paraa
lnternet. Existem mais telemóveis com acessoà
lnternetdo que
computadores pessoais, emboraa
lnternet nos telefonesnão
seja grandemente usado.Os
provedoresde
acessoà
lnternete a
matriz deprotocolo,
no
casodos
telemóveis, diferencia-sedos
métodos normais de acesso (Coffman & Odlyzko, 1998; Comer,2008).4- ARQUITECTURA E PROTOCOLOS
Muitos cientistas de computação vêm a lnternet como o "maior exemplo
de
sistema de grande escala e de grande engenharia, ainda muito complexo"(Comer, 2008). A lntemet é extremamente heterogénea, por exemplo, as taxas de transferências de dados
e
as características físicas das conexões variam grandemente. A lnternet exibe "fenómenos emergentes" que dependem de sua[.-trís (-'i.'r, , L\. -\,ii,-'t ili, ii ]ltir'rttr'i t'1-11 J,.,',crrs tr.tlivcr."illrl'ttr"
- E:tir(ii-l r'\,)]lt'iriir,r1jr.n çrriil allijiiiil-li('\ í)!!llllgLlU\\l\ i'.'.i:irtlhiil).
organização
de
grande escala. Por exemplo, as taxasde
transferências dedados exibem
auto-similaridadetemporal.
Adicionandoainda mais
àcomplexidade da lnternet, está a habilidade de mais de um computador de usar a lnternet através de um elo de conexão, assim criando a possibilidade de uma
sub-rede profunda e
hierárquicaque pode
teoricamenteser
estendida infinitamente, desconsiderando as limitações programáticas do protocolo IPv4.Os princípios desta arquitectura de dados teve origem na década de 1960, que pode
não ser a
melhor soluçãode
adaptação paraos
tempos modernos.Assim, a possibilidade de desenvolver estruturas alternativas, está actualmente a ser planeada e estudada (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2002).
Para o funcionamento da lnternet existem três camadas de protocolos.
Na camada mais baixa está
o
Protocolode
lnternel (lnternet Protocol), que define data-gramas ou pacotes que carregam blocos de dados de um nó da rede para outro.A
maior parte da Internet actual utilizaa
lPv4, quarta versão do protocolo, apesar de o lPv6 já estar padronizado, sendo usado em apenas algumas redes específicas somente. lndependentementeda
arquitectura de computador utilizada por dois computadores comunicando entre si na Internet, desde que compreendamo
protocolode
lnternet,é
sempre possível existir comunicação.lsso
permiteque
diferentestipos de
máquinase
sistemas possam conectar-se à grande rede, seja um PDA, conectando-se a um servidor WWW ou um computador pessoal executandoo
Microsoft Windows ou OS X conectando-sea outro
computadorpessoal
executandoLinux
(Walter,Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2OO2)..
Na camada média está o TCP, UDP
e
ICMP. Esses são protocolos noqual
os
dados são transmitidos.O
TCPé
capazde
realizar uma conexão virtual, fornecendocerto grau de
garantiana
comunicaçãode
dados. Na camada mais alta estão os protocolos de aplicação, que definem mensagens específicase
formatosdigitais
comunicadospor
aplicações.Alguns
dos protocolosde
aplicaçãomais usados
incluemDNS
(informações sobre domínio), POPS (recebimentode
e-maiÍ1, IMAP (acessode
e-mail), SMTP (enviode
e-mail), HTTP (dados da WWW)e
FTP (transferênciade
dados).Todos os serviços da lnternet fazem uso dos protocolos de aplicação, sendo o
[.r"rís Coxo A Aclicc.'l"io à Internet g1i1 Jor;gnr [,inii ersitalios - Estudil c:rrrrrpa|irtir:o c()ni estu(lilt')te\ ses e espilnhtiis
correio electrónico
e
a World Wide Web os mais conhecidos.A
partir desses protocolosé
possívelcriar
aplicaçõescomo
listasde
discussãoou
blogs (Walter, Ramesh, Sugih, Vem, & Scott, 2OO2).Diferentemente de sistemas de comunicação mais antigos, os protocolos da lnternet foram desenvolvidos para serem independentes do meio físico de transmissão. Qualquer rede de comunicação, seja através de cabos ou sem fio,
que seja capaz de
transportardados
digitaisde duas vias é
capaz detransportar o tráfego da lnternet. Por isso, os pacotes da lnternet podem ser transmitidos por uma variedade de meios de conexão tais como cabo coaxial,
fibra
óptica, redessem fio ou por
satélite. Juntas, todas essas redes de comunicação formama
lnternet. Notar que, do ponto de vista da camada deaplicação,
as
tecnologias utilizadasnas
camadas inÍerioresé
irrelevante, contanto que sua própria camada Íuncione. Ao nível de aplicação,a
lnternet é uma grande "nuvem" de conexões e de nós terminais, terminais esses que, de alguma forma, se comunicam (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2OO2).A
complexa infra-estruturade
comunicaçõesda
lnternet consiste dos seus componentes de hardwaree
por um sistema de camadas de softwaresque
controlavários
aspectosda
arquitecturana rede.
Enquantoque
o hardware podeser
usado frequentementepara
apoiar outros sistemas de software,é o
projecto eo
rigoroso processo de padronizaçáo da arquitecturados
softwaresque
caracterizaa
lnternet.A
responsabilidadedo
desenho arquitectónicodos
softwaresde lntemet tem sido
delegadaà
lnternetEngineering Task Force (Força-especial de Engenharia da lnternet - IETF). Ela
conduz grupos
de
trabalho para estabelecimentode
padrões, aberto para qualquer pessoa,sobre os vários
aspectosda
Intemet.As
discussões resultantese os
padrões Íinaissão
publicadosno
Requestfor
Comments (Pedidosde
comentários-
RFC), disponível livrementeno sítio Web
da organização (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2002).Os principais métodos de redes que habilitam a lnternet estão contidos numa série de RFC que constituem os padrões da Internet, que descrevem um sistema conhecido como
o
Conjuntode
Protocolos de lnternet. Essaé
uma arquitectura de modelo que divide os métodos num sistema de camadas deI.rri. ( -irrr'l '\ Aciiçr"ir.., ir llrltitlÊi Clll .JO',r:trr l.'lti\ i'i'\illil'iil\
i.,L':L'' ü ('\Ir.ltlhtii\
- f iilrcli-. itri11llili'lrii\ t) ar,)t'it C-\lr.irliiílCr l)i.r11..1!
protocolos (RFC 1122, RFC 1123). As camadas correspondem ao ambiente ou ao escopo, nos quais os seus serviços operam. No topo do espaço (camada de aplicação)
da
aplicaçãodos
softwarese logo
abaixo,está a
camada de transporte, que conecta as aplicações em diferentes computadores através da rede (por exemplo, modelo cliente-servidor).A
rede subjacente consiste de duas camadas:a
camadada
lnternet, que habilitaos
computadoresde
se conectar um ao outro através de redes intermediárias (transitórias), e portanto, é a camada que estabelece o funcionamento da Internet, e a própria lnternet.Finalmente, na base,
é
uma camada de software que provêa
conectividade entre computadores na mesma ligação local (chamada de camada de ligação), por exemplo, a área de rede local (LAN), ou uma conexão dial-up. Este modelo tambémé
conhecido como modelo TCPflPde
rede. Enquantoque
outros modelostêm sido
desenvolvidos,tais como o modelo Open
Systems lnterconnecÍion (lnterconexão Abertade
Sistemas-
OSI),esses não
são compatíveisnos
detalhesda
descrição,nem na
implementação (Walter,Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2OO2).
O
componentemais
proeminenteda
modelagemda
Interneté
oProtocolo de lnternet (lP), que provê sistemas de endereçamento na lnternet e facilita o funcionamento da lnternet nas redes. O lP versão 4 (lPv4) é a versão inicial usada
na
primeira geraçãoda
lntemet actuale
ainda estáem
usodominante.
Ele foi
projectadopara
endereçarmais de 4,3 bilhões
de computadores com acessoà
lnternet. No entanto, o crescimento explosivo da lnternet levou à exaustão de endereços lPv4. Uma nova versão de protocolo foi desenvolvida,o
lPv6, que provê capacidades de endereçamento vastamente superior,e
rotas mais eficientes de tráfego de dados. Ele está actualmente na fase de desenvolvimento comercial em todo o mundo (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2002).O
lPv6 nãoé
inter-operável como
lPv4. Estabelece essencialmente uma versão "paralela" da lnternet inacessível com softwares lPv4. Isto significa que são necessários actualizações de softwares para cada aparelho ligado à rede que precisa se conectar coma
lnternet IPv6. A maior parte dos sistemas operacionaisjá
estão convertidospara
operarem
ambasas
versões deLuís Coxo A Adicção à Internet em Jovens Llniversitál'ios - Estudo comparativo cüm estudantes portugueses e espanhóis
protocolos
de
lnternet.As
infra-estruturasde
rede, no entanto, ainda estão lentos neste desenvolvimento (Walter, Ramesh, Sugih, Vem, & Scott, 2OO2).5- ESTRUTURA
Existem muitas análises da lnternet e da sua estrutura. Por exemplo, foi determinado que tanto a estrutura de rotas de lP da Internet quanto ás ligações de hipertexto da World Wide Web são exemplos de redes de escala Iivre.
Semelhante aos provedores comerciais
da
lntemet, que se conectam atravésde
pontos neutros,as
redes de pesquisa tendema se
interconectar com sub-redes maiores, como a GEANT2, JANET (Rede Nacional de Pesquisa e Educação do Reino Unido), a GLORIAO3lclobal
Ring Network for Advanced Application Development),e a
lnternet2 (conhecido anteriormente como Rede Abilene)esta é uma nova rede de
computadores,muito mais rápida
e económica quea
lnternet,e
está em funcionamento no Brasil. Voltada parap§ectos
nas áreas da saúde, educação e administração pública, oferece aos usuários recursos que não estão disponíveisna
lnternet comercial, como a criação de laboratórios virtuais e de bibliotecas digitais. Nos EUA, já é possível que médicos acompanhem cirurgias à distância por meio da nova rede. O limite teóricoda
taxade
transferência pela lntemet2é de 10
Gbps (gigabits por segundo), o que resulta em 1,25 GB/s (gigabytes por segundo). lsso signiÍica quetodo o
conteúdode um
DVD(-4,38
GB) pode ser transferidoem
3,5 segundos(se a
velocidadefosse ao
máximo). Tambéma
JANET (Rede Nacional de Pesquisa e Educação do Reino Unido) funciona semelhantemente.Deste
modo,são
construídasem tomo de redes
relativamente menores.Diagramas
de redes de
computadorque
representam Írequentemente a lnternet usando um símbolode
nuvem, pelo qual as comunicaçõesde
rede passam (Walter, Ramesh, Sugih, Vem, & Scott, 2OO2).'GEANT é a principal rede Europeia, através de Iigações na ordem dos Gbps (gigabits por segundo) direccionada para pesquisa e educação. As ligações de GEANT variam entre os 155 MbiUs através dos equipamentos mais antigos até 10 GbiUs através de ligações de fibra Optica.
"GLORIAD é uma rede de computadores supêr rápidos conectados em organizações cientíÍicas na Rússia, China, USA, Holanda, Coreia e Canadá.
Luís Coxo  Aclicção à Intcrnet cm Jovcns universitários - Estuelo cr:mpal'ativo com estudantes portugueses
t
espanhóis.s-
orrusÃo socrAL
A
!íngua dominante da comunicação na Interneté o
inglês. Isto talvez sejao
resultado das origens da lnternet, assim comoo
papel do inglês como língua franca. Além disso, isso também esteja relacionado quiçá às grandes limitações dos primeiros computadores, que foram fabricados na maior partenos
Estados Unidos,que não
compreendem outros caracteresque
não pertencem àqueles do alfabeto latino usados pelo inglês (ver Gráfico 1).Por comparação,
as
línguas mais usadas na World Wide Web são o inglês (28,6"/"\,o
chinês (2O,3"/"\, espanhol (8,2"/"), japonês (5,9%), Írancês (4,6"/"), português (4,6"/"), alemão (4,1"/"),árabe
(2,6"/"),russo
(2,4"/") e coreano (2,3o/") (Miniwatts, 2009).GráÍico 1: Os 10 idiomas mais usados na Internet, por milhões de utilizadores
Emglirh C]rinese Slranish Jrpanese
French Fortugueae
Gerrnan Ãrabic Rrrssia Krrrean
E{lrtET
-
HIITT
r-tE
.:J
1I E
= ffi
d
iq[-l Àll the rest
o §o { oo { 5§ 3Ílo 250 3t}Í} 350 {{}O
Ítílilliane orf U*ers
S o u rc e : I nte rn et Wo rl d Stats - wvrn í. i nte rn etwo rl d stats. c o m/stats 7 - htm Estimated lnternet users ãre 1,596,270,1CIB for 200ge1
Gopyright @ 2OOg, Mlniwatts lüarl«eting Group
450 50ÍI §StI
Por
região(ver
Figura1),
41%dos
usuáriosde
lnternet emtodo
o Mundo estão na Ásia, 25o/onà
Europa, 160/ofià
Américado
Norte, 11o/o nà§4
6§
4í
J*-*
Luís Coxo A Adicção à Internet em Jovens lJniver sitários - Estudo comparativo cotn estudantes porturgueses e espanhóis
América Latina e Caribe, 3o/o ÍràÁfrica, 3"/" no Oriente Médio e'lo/o na Austrália (Miniwatts, 2009).
Figura 1: Sites de lnternet por países.
t"
' -.Ilrr
\
Nota. Fonte: Wikimedia Commons. [On-line]. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:lnternet_hosts.PNG#filehistory.
As tecnologias da lnternet desenvolveram-se suficientemente nos anos recentes, especialmente
no uso do
Unicodea.Com
isso,a
Íacilidade está disponível parao
desenvolvimentoe a
comunicaçãode
softwares para as!ínguas mais usadas. No entanto, ainda existem alguns erros
de incompatibilidade de caracteres, conhecidos como mojibakes (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2OO2).a Unicode é um padrão que permite aos computadores representar e manipular, de forma consistente, texto de qualquer sistema de escrita existente. Publicado no livro
The Unicode Standard
o
padrãoconsiste
num repertório de cerca de cem mi!caracteres, um conjunto
de
diagramasde
códigos para referência visual, uma metodologia para codificação e um conjunto de codificações padrões de caracteres, uma enumeração de propriedades de caracteres como caixa alta e caixa baixa, um conjunto de arquivos de computador com dados de referência, além de regras para normalização, decomposição e ordem alfabética.5 Exibição incorrecta de caracteres de línguas estrangeiras, conhecido também como
10o.0o0,00o+
5,000,m0-í00r000,m0 2Í0001ú0{1b000p00 1,000,m-e0O0,O0O 5O0,müÍ,m0,00o 200.000-500,'000 Í00,m.200,000 Íoooo.t00,m0
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Lurís Coxo A Adicção à Internet em Javens tlrriversitários - Esturdo c*rripilt'ativo colx cstudantes pot'tugueses e sspanhóis.
6.1- IMPACTO SOCTAL
A
Internet tem permitidoa
formaçãode
novas formasde
interacção, organizaçãoe
actividades sociais, graçasàs
suas características básicas,como o uso e o
acesso diÍundido.As
redes sociais,como
Facebook, o MySpace ou o Orkut, têm criado uma nova Íorma de socialização e interacção.Os usuários desses serviços são capazes de adicionar uma grande variedade de itens às suas páginas pessoais, de indicar interesses comuns
e
de entrar em contacto com outras pessoas. Tambémé
possível encontrar um grande círculode
conhecimentos existentes, especialmentese o site
permite que usuários utilizemos
seus verdadeiros nomes,e de
permitira
comunicação entre grandes grupos existentes de pessoas (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, &Scott, 2OO2).
6.2- ATNTERNET NA EDUCAçÃO
O
usoda
lnternet como uma nova formade
interacçãono
processo educativo amplia a acção de comunicação entre aluno e professor assim comoo
intercâmbio educacionale
cultura!. Desta forma,o
acto de educar com o auxílio da Internet proporciona a quebra de barreiras, de fronteiras e remove o isolamentoda
salade
aula, acelerandoa
autonomiada
aprendizagem dos alunos aos seus próprios ritmos. Assim, a educação pode assumir um carácter colectivo e tomar-se acessível a todos, embora ainda exista a barreira do preço e do analfabetismo tecno!ógico (Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2OO2).A utilização da lnternet leva a acreditar numa nova dimensão qualitativa para o ensino, através da qual se coloca o acto educativo voltado para a visão cooperativa. Além
do que, o
usodas
redes trazà
prática pedagógica umambiente atractivo, onde o aluno se torna capaz, através da
autoaprendizagem e dos seus professores, de poder tirar proveito dessa tecnologia para a sua vida (Wang, 2001).
A preocupação de tornar cada vez mais dinâmico o processo de ensino
e
aprendizagem,com
projectos interactivosque
usema
rede electrónica, mostra que todos os processos são realizados por pessoas. Portanto, elas são o centro de tudo, e não as máquinas. Consequentemente, não se pode perderLuís Coxir A Adicçãtr à lntemet ern Jovens Ilnilersjtiiri.r-.
- Estndo contpx116i1() coln e:tucltntes portu-uueses e cspanhtiis
isto de vista e
tentarmoslazer
mudançasno
ensinosem
passar pelos professores,e
sem proporcionar uma preparação para este novo mundo que está a surgir (Litwin,2001).Aliar
as
novas tecnologias aos processose
actividades educativos éalgo que pode
significar dinamismo, promoçãode novos e
constantesconhecimentos,
e
mais que tudo,o
ptazer do estudar, do aprender, criando e recriando, promovendo a verdadeira aprendizageme
renascimento constante do indivíduo, ao proporcionar uma interactividade real e bem mais verdadeira, burlando as distâncias territoriais e materiais. Significa impulsionar a criança ouo
sujeitoa se
desÍazerda
pessoa passiva (Litwin, 2OO1; Walter, Ramesh, Sugih, Vern, & Scott, 2OO2).Torna-se necessário que educadores se apropriem das
novastecnologias, vendo nestes veículos
de
expressãode
linguagenso
espaço aberto de aprendizagens, crescimento profissional, e mais que isso, a porta de inserção dos indivíduos na chamada sociedade da informação. Para isso, devea
instituição escolar extinguiro
"faz-de-conta" atravésda
purae
limitadaaquisição