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Análises de amostras com viroses do mamoeiro nos municípios do Norte do Estado do Espírito Santo.

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Academic year: 2021

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Produção e Sustentabilidade Hídrica Vitória-ES, 22 a 25 de agosto de 2018

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ANÁLISES DE AMOSTRAS COM VIROSES DO MAMOEIRO NOS MUNICÍPIOS

DO NORTE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Enilton Nascimento de Santana1,Karin Tesch Kuhlcamp1, Renan Batista Queiroz1, César José Fanton1, Sirlane Machado Silva1

1 Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural/Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e

Inovação Norte, Rodovia BR 101 Norte, km 51, Linhares, ES. E-mail: enilton@incaper.es.gov.br, karin.kuhlcamp@incaper.es.gov.br, renan.queiroz@incaper.es.gov.br, fanton@incaper.es.gov.br,

sirlane.silva@incaper.es.gov.br

INTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de mamão, com uma produção anual de 1,6 milhão de toneladas e uma área cultivada de aproximadamente de 32 mil hectares (FAOSTAT, 2017). O mamoeiro é uma cultura de grande importância em diversos estados do Brasil, estando mais concentrado nos Estados da Bahia e Norte do Espirito Santo.

No Brasil, as doenças viróticas, mosaicos do mamoeiro (Papaya ringspot virus - PRSV-p) e meleira (Papaya meleira virus - PMeV) são sem dúvida as mais importantes para a cultura do mamoeiro. O amarelo letal é uma doença ocasionada por Papaya Lethal Yellow Virus (PLYV) que ocorre somente no nordeste brasileiro.

O Ministério da Agricultura no intuito de conter a doença, estabeleceu os procedimentos para a inspeção fitossanitária nos pomares de mamoeiro (Carica papaya L.) nas Unidades da Federação que possuem programas de exportação de mamão para o mercado americano, com o objetivo de identificar e eliminar as plantas infectadas pelos vírus da meleira (PMeV) e do mosaico ou mancha anelar (PPRSV-P), publicou a instrução normativa nº 17, de 27 de maio de 2010 (MAPA, 2010).

PRSV-p infeta sistemicamente mamoeiro e cucurbitáceas. Os sintomas nas folhas apresentam mosaico proeminente e clorose, com estrias oleosas nos pecíolos e na parte superior do tronco. Sintomas severos, normalmente, incluem distorção das folhas jovens que podem resultar em deformações em formato de cordões de sapato que se assemelham a danos ocasionados por ácaros. As plantas que são infectadas quando jovens permanecem pouco desenvolvidas e não produzem frutos de forma econômica (GONSALVES et al., 2010).

O PRSV é transmitido de forma não persistente e o vetor adquire e transmite o vírus dentro de segundos ou minutos. O manejo da doença através do controle do vetor dentro de um pomar de mamoeiro é muito difícil,

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2 uma vez que os afídeos visitam e provam o mamoeiro, mas não colonizam as plantas dentro dos pomares (REZENDE; MARTINS, 2005).

A meleira (PMeV) é considerada uma das doenças importante do mamoeiro e o principal problema fitossanitário da cultura no Norte do Espírito Santo, Sul da Bahia e nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. O sintoma caracteriza-se pela exsudação de látex nos frutos, de forma espontânea ou provocada por ferimentos, que ao oxidar escurece, tornando-os totalmente impróprios para a comercialização, além de comprometer o seu sabor. Em casos severos, a intensa exsudação confere um aspecto “melado” ao fruto, originando o nome da doença. A exsudação de látex também ocorre nas extremidades das folhas mais novas e, com a oxidação, provoca pequenas lesões necróticas de coloração marrom-clara nas pontas, sendo um dos primeiros sintomas a serem detectados nas plantas e usados na erradicação precoce das plantas (VENTURA et al., 2003; 2004).

O objetivo do trabalho foi diagnosticar os anos, os meses e os municípios que apresentaram índices de maior incidência de viroses na cultura do mamoeiro no norte do Estado do Espirito Santo, mediante amostras oficiais enviadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espirito Santo - IDAF.

MATERIAL E MÉTODOS

Amostras obtidas pelo IDAF foram enviadas para o Laboratório de Fitopatologia do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Norte - CPDI-Norte/Incaper em Linhares-ES. As mesmas foram acondicionadas em sacolas apropriadas, lacradas, com ofício contendo todas as informações do produtor nos respectivos anos de 2007 a 2017. As amostras eram compostas da parte aérea da planta (parte do caule, pecíolo, folhas, flores e frutos). Essas foram cadastradas em um livro ATA com todas as informações descritas no ofício do IDAF.

Os laudos para diagnósticos das doenças (Meleira ou Mosaico/Mancha Anelar) foram emitidos mediante observação da sintomatologia visual apresentada pela planta, de acordo com as características específicas para cada virose. Após três dias, o laudo técnico foi emitido e assinado por um fitopatologista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper e posteriormente enviados ao IDAF.

Os dados a partir das amostras enviadas pelo IDAF nos últimos 11 anos (2007 a 2017) foram tabulados e confeccionados gráficos para melhor apresentação dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 1 apresenta o somatório total referente às viroses ao longo do período de 2007 a 2017. Sendo que para o mosaico do mamoeiro, o mês de agosto apresentou o pico de maior incidência da doença. Quanto à meleira, apesar de também ter maior incidência nos meses de abril a setembro, houve uma tendência ao equilíbrio na distribuição das amostras contendo essa doença. Observando a presença dos sintomas das duas

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3 viroses na mesma amostra (mosaico + meleira), os índices apresentam-se com menores incidências ao longo do ano. Provavelmente essa tendência de maior prevalência de mosaico ao longo dos anos se deve possivelmente ao vetor (pulgão) ter maior população no período de verão, período em que as observações dos sintomas são menos frequentes, devido às condições climáticas serem mais altas, dificultando a replicação do vírus dentro da planta, ou seja, o vetor transmite o vírus durante o verão e a planta só apresenta maior expressão dos sintomas da doença no período mais frio (inverno) (COSMI et al., 2017).

Figura 1. Viroses nas amostras de mamoeiro ao longo dos anos 2007 a 2017.

Observa-se na Figura 2 um maior número de mosaico (303 amostras) equivalendo a 49% do total das amostras, sendo que para a virose meleira representou um total de 42% (262 amostras) e apenas 9% das amostras contendo as duas viroses (mosaico + meleira – 56 amostras). Possivelmente, a ocorrência do menor índice de meleira seja devido a difícil detecção do sintoma, enquanto que a visualização dos sintomas de mosaico é mais fácil no campo. Outra possibilidade é a ocorrência de maior população do vetor (pulgão) para a virose do mosaico.

Figura 2. Total de amostras com viroses de mamoeiro analisadas no período de 2007 a 20017.

Constatou-se que ao longo do período de 2007 a 2017 ocorreu maior incidência de mosaico nos seguintes anos: 2012 (61 amostras), 2013 (57 amostras) e 2015 (46 amostras) (Figura 3A). Já a maior

1 2 1 8 6 8 7 3 7 4 7 2 5 12 9 24 29 37 45 51 19 26 31 15 19 23 24 9 30 27 28 24 29 16 23 10

JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JULHO AGO SET OU NOV DEZ

Mosaico + Meleira Mosaico Meleira

Mosaico; 303 Meleira; 262

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4 ocorrência da meleira foi nos anos de 2009 (74 amostras), 2010 (29 amostras) e 2011 (27 amostras) (Figura 3B), sendo que a ocorrência das duas viroses (mosaico + meleira) na mesma planta, os anos de maior incidência foram: 2008 (13 amostras), 2007 (11 amostras) e 2017 (7 amostras) (Figura 3C).

(A) (B)

Figura 3. Ocorrência de mosaico (A), meleira (B) e mosaico + meleira (C) ao longo dos anos.

Os municípios que apresentaram maior incidência para o mosaico do mamoeiro foram os municípios de Linhares (94 amostras), Aracruz (53 amostras), Sooretama (43 amostras) e Pinheiros (40 amostras). Para a meleira, observa-se que os municípios que apresentaram maior incidência foram: Linhares (75 amostras), Sooretama (68 amostras), Jaguaré, Montanha e Pinheiros (26, 25 e 24 amostras, respectivamente). Para as duas viroses ocorrendo na mesma planta (mosaico + meleira) os municípios com maiores incidências foram: Linhares (14 amostras), Sooretama (12 amostras), Jaguaré (11 amostras) e os outros (12 amostras) (Figura 4). Possivelmente esses números estão relacionados com os municípios tiveram maior fiscalização do IDAF, maior número de produtores e maior tamanho de área (ha) durante esses 11 anos.

2007; 18 2008; 4 2009; 28 2010; 18 2011; 14 2012; 61 2013; 57 2014; 32 2015; 46 2016; 16 2017; 9 2007; 9 2008; 12 2009; 74 2010; 29 2011; 27 2012; 20 2013; 17 2014; 5 2015; 21 2016; 32 2017; 16 2007; 11 2008; 13 2010; 1 2011; 1 2012; 4 2013; 6 2014; 6 2015; 2 2016; 5 2017; 7 (C)

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5 Figura 4. Total de amostras de mamoeiro mosaico, meleira e mosaico + meleira no período de 2007 a 2017 por munícipios.

CONCLUSÃO

A maior incidência de mosaico do mamoeiro no período de 2007 a 2017 foi nos anos de 2012, 2013 e 2015.

A prevalência do mosaico do mamoeiro foi maior nos meses de maio a julho, o período mais frio dos anos.

A meleira apresentou incidência bem distribuída em todos os meses ao longo do ano, com maior incidência nos anos de 2009, 2010 e 2011.

Os municípios com maior incidência de viroses foram Linhares e Sooretama, com valores acima das médias comparados aos demais municípios.

REFERÊNCIAS

COSMI, F. C.; ALVES, K. S.; MORAES, W. B.; VENTURA, J. A.; MORAES, S. P. C. B.; MORAES, W. B.; JESUS JÚNIOR, W. C. Análise epidemiológica da evolução temporal da meleira do mamoeiro. Summa Phytopathologica, v.43, n.4, p.303-309, 2017.

FAOSTAT. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Statistical division. Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC >. Acesso em: 20 julho. 2018.

GONSALVES, D.; SAVARNI, T.; CARR, J. B; SUZUKI, J. Y. Papaya Ringspot virus. The Plant Health Instructor.2010. DOI: 10.1094/PHI-I-2010-1004-01.

MARTINS, D. S.; VENTURA, J. A.; TATAGIBA, J. S. Produção integrada de mamão no Espirito Santo. In: ZAMBOLIM, L.; NASSER, L. C. B.; ANDRIGUETO, J. R.; TEIXEIRA, J. M. A.; KOSSOSKI, A. R.; FACHINELLO, J. C. (eds.). Produção integrada no Brasil: agropecuária sustentável, alimentos seguros.

53 9 7 94 35 9 40 12 43 7 4 26 75 25 4 24 15 68 6 0 3 11 14 2 4 1 12 3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Aracruz Boa Esperança

Jaguaré Linhares Montanha Pedro Canário

Pinheiros São Mateus Sooretama Outros municípios Mosaico Meleira Mosaico +Meleira

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6 1 ed.; Brasília: MAPA/ACS 2009. P 569-626.

MAPA. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução Normativa Nº 17, de 27 de maio de 2010. Disponível em: https://idaf.es.gov.br/Media/idaf/Documentos/ Legisla%C3%A7%C3%A3o/DDSIV/16.%20IN%20Federal%20n%C2%BA%2017-2010.pdf, acesso em: 20 de julho de 2018.

REZENDE, J. A. M; MARTINS, M. C. Doenças do mamoeiro (Carica papaya). In: KIMATI, H; AMORIM, L; REZENDE, J. A. M; BERGAMIN FILHO, A; CAMARGO, L. E. A. Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres. Ed. 4, v.2, 2005. p.435-443

VENTURA, J. A; COSTA, H; TATAGIBA, J. S. Papaya diseases and integrated control. In: NAQVI, S. A. M. H. (ed.). Diseases of fruits and vegetables: diagnosis and management. v. 2, London: Klumer Academic Publishers. 2004. p. 201-268.

VENTURA, J. A; COSTA, H; TATAGIBA, J. S; ANDRADE, J. S. Meleira do mamoeiro: etiologia, sintomas e epidemiologia. In: MARTINS, D. S. (ed.). Papaya Brasil: qualidade do mamão para o mercado interno. Vitória: INCAPER. 2003. p. 267-276

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Figura 1. Viroses nas amostras de mamoeiro ao longo dos anos 2007 a 2017.
Figura 3. Ocorrência de mosaico (A), meleira (B) e mosaico + meleira (C) ao longo dos anos

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