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Perspectivas para um estudo semiótico das relações entre discursos e imagens na radiologia

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Perspectivas para um estudo semiótico das

relações entre discursos e imagens na radiologia.

Estudo semiótico dos tratamentos discursivos da imagem radiográfica nas várias etapas do juízo clínico.

Boa tarde a todos. Antes de começar, eu gostaria de dizer duas coisas. A primeira é que é um real prazer de falar diante de vocês, neste Enapol. Sou estudante estrangeiro, venho da universidade de Liège, na Bélgica, e faço uma parte da minha tese aqui com o Waldir, meu orientador brasileiro. Atualmente estou aqui num ano de especialização. Isso significa que vou tentar apresentar em português e que gostaria de pedir a indulgência de vocês por meu sotaque e pelos erros de linguagem. Era a segunda coisa que queria dizer antes de começar. Então, vamos là !

O que eu vou apresentar para vocês hoje é o meu projeto de tese, que chama “Estudo

semiótico dos tratamentos discursivos da imagem radiográfica nas várias etapas do juízo clínico.”. Ainda é um projeto que estou amadurecendo, já que estou aqui no âmbito de uma

especialização, o trabalho duro, o labor de verdade, ainda não começou. Atualmente, estou lendo, aprendendo. Por isso não tenho análise pronta para apresentar, nada de profundo, só as minhas perspectivas, que eu gostaria de submeter a sua ciência e as críticas de vocês.

Desenvolverei a minha apresentação assim:

1. Primeiro; vou descrever os propósitos gerais do projeto;

2. Segundo, vou esclarecer os campos do saber nos quais ele se inscreve, e como ele se inscreve neles;

3. Terceiro, vou definir mais especificamente os propósitos deste projeto dentro dos campos definidos, e introduzir umas notinhas a respeito do método1.

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Descrição do projeto de pesquisa

- Objetivos da pesquisa

Meu projeto de tese é dedicado ao estudo comparativo dos tratamentos dos discursos e das imagens na prática médica. Ele serve um objetivo principal, que é de descrever o espaço discursivo complexo – principalmente composto por discursos e imagens – que apoia as decisões clínicas. Quando eu digo “discursos e imagens”, não quero enfurecer ninguém: claro que “discurso” deve estar entendido como verbal, opondo-se a “imagem”, no sentido de discurso imagético (raio-x; resonância, etc.). Os chamaremos assim para facilitar, tá ?

Para conseguir tal descrição, será preciso constituir um dispositivo análitico capaz de dar conta das relações intersémióticas qui se desenvolvem entre esses discursos, que são naturalmente complexos. Será preciso também efetuar uma reflexão e uma crítica sistemática das diferentes orientações de pesquisa propostas nos estudos semióticos a respeito do mesmo objeto. Com efeito, como o veremos, o campo de pesquisa sobre as imagens científicas e os discursos científicos não é inédito na semiótica, nem na linguística.

Isso nos leva a entrar na segunda parte, dedicada ao estado da arte. Esta seção vai me permitir apresentar as questões características do projeto no âmbito da semiótica e da linguística por um lado, e as questões ligadas à epistemologia médica por outro lado2.

- Estado da arte

Meu projeto de tese inscreve-se em dois campos distintos do conhecimento, a medicina e a sémiótica. Ambas tem considerações epistemológicas bem sustentadas, que preciso expor, na perspectiva restrita do meu projeto. Começaremos com a semiótica.

No que diz a respeito à semiótica, o projeto se encaixa num ramo da pesquisa, chamado “semiótica da imagem científica”. O ramo foi revitalizado há alguns anos graças um projeto da Association Nationale de la Recherche francesa (A.N.R.), que juntava pesquisadores das Universidade de Limoges, na França, de Liège, na Bélgica e de Bologna3 na Itália. Os resultados deste projeto deram origem a uma série de artigos publicados – até

2 A segunda seção introduz às bases epistêmicas da minha pesquisa, à metodologia que será desenvolvida e aos objetivos específicos que se define.

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agora – em três números da revista Visible [1] [2] [3], editados pelas Presses Universitaires de Limoges. Coloquei os títulos no slide.

Esta colaboração, ao redor do tema das imagens nas ciências, permitiu apontar algumas questões fundamentais ligadas às problemáticas da semiótica em relação a suas várias tradições, erigidas sobre epistemologias distintas. Maria Giulia Dondero propõe uma síntese bem-sucedida destas problemáticas propostas por tal estudo no primeiro número da revista Signata, num artigo devidamente chamado “Sémiotique de l’image scientifique”. Ela levanta uma serie de questões sobre as quais não vou poder me alongar mas, posso levantar que a colaboração...

(

Ela distingue uma série de questões importantes que este projeto de colaboração levou para a disciplina semiótica. Duas das problemáticas interessam diretamente a nossa. É primeiramente a questão (1) da relação entre as imagens e as têcnicas de produção, que implica a questão da referência científica ; e, em segundo lugar, a questão (2) das relações entre as imagens usadas nos laboratórios e as imagens escolhidas e apresentadas nos artigos especializados, que leva a questão dos gêneros científicos (que, com certeza, deve ser ainda mais refinado em relação aos critéros de diferenciação. Além da diferença entre laboratório e artigo, quero dizer).

)

A colaboração apontou para algumas direções na pesquisa dentro deste campo. A variedade das pesquisas efetuadas no seguimento deste projeto fundamentam-se ás vezes nas perspectivas da escola de Paris, ás vezes numa perspectiva mais peirceana, e às vezes na retórica visual do Grupo µ [5]4. Então permitiu juntar perspectivas bastante distintas umas da outras. Graças a isso, teve resultados interessantes que permitiram reabrir o processo dp pensamento sobre as imagens científicas5. Dentro destas perspectivas abertas por um estudo das imagens nas ciências,

4 LE deux dernières sont donnent une attention très particulière à l’énonciation de l’image, tantôt peut-on dire, dans une perspective transformationnelle, et tantôt dans une perspective xxx (métaphysique ? non). Celle de Paris quant à elle se dédie presque exclusivement à l’analyse des énoncés et lorsqu’elle envisage l’énonciation, c’est à l’intérieur de l’énoncé, en tant que trace.

5

notando por exemplo que não podemos permanecer em uma aprenhensão imanente destes discursos, já que trazem uma consideração necessária do processo enunciativo, que não aparece de modo transparente no enunciado. Assim, por exemplo, se a agente obtem uma imagem em raio-x de qualquer galáxia, precisamos saber muitas coisas a respeito do modo como foi realizada a imagem para que ela tenha qualquer validade. Alguns aparelhos são, por exemplo, mais precisos do que os outros, por isso se me engano de aparelho, posso affirmar que identifiquei um objeto que na verdade é um puro artefato.

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- podemos notar os desenvolvimentos propostos por Fontanille [6] [7] a respeito da instanciação e da referência da imagem. Ele propõe uma atenção particular as técnicas de instanciação: isso é, o aparelho particular com que foi feita a imagem deve participar da sua descrição porque ela define limites perceptivos.

- Podemos notar também as propostas de Bordron [8] [9], relativa à constituição da referência pela imagem: isso é, ele pensa nos processos cognitivos que fazem com que se dê um sentido particular a uma definida imagem. Ele identifica também o “referencial técnico”, que vai definir as condições de aparição dos objetos, e o tipo de relação com o objeto pesquisado. Só depois se pode pensar em uma estabilização das formas: a mereologia.

- também foram importantes as propostas de Bruno Latour [10] [11] et de Catherine Allamel-Raffin, que efetuam pesquisas do lado da antropologia das ciências. Eles analisam a ciência dentro do seu processo de pensamento nos laboratórios (e se apoiam bastante em linguística interacional).

- Não posso esquecer de mencionar, por fim, os trabalhos de Jean Marie Klinkenberg e de Francis Edeline [12] [13] [14] [15], que trazem a poderosa noção de transformação a baila para descrever o percurso de modificação da referência de uma imagem para a outra.

Embora meu projeto pertença em parte à semiótica da imagem ciêntifica, no entanto meu objeto é mais específico e mais complexo. É mais específico porque propõe o estudo de imagens e de discursos nas ciências médicas e, dentro delas, unicamente radiografias (raio-x) e imagens por ressonância magnética e, ainda estamos pensando em especificar a pesquisa no domínio pulmonar. Então é bem específico. Em seguida, é mais complexo porque não se trata apenas das imagens, mas de um processo discursivo global (o juízo clínico) no qual as imagens estão inscritas por vários fins. Então, sem perder as questões impostas por uma semiótica das imagens científicas, principalmente a da referência e a dos gêneros, o objeto enriquece-se necessariamente de uma perspectiva linguística. Portanto o objeto situa-se no âmbito de diversas abordagens que é preciso caractérizar quanto à sua pertinência como quanto à sua aplicabilidade ao objeto instituído.

Alguns trabalhos foram feitos nesse sentido, embora apliquem-se a vários domínios do conhecimento, astrofísica e biologia entre outros. Por exemplo, em Visible, Sémir Badir apresentou dois artigos dedicados à análise das relações intersemióticas das imagens e suas legendas no discurso científico da biologia, do ponto de vista da semântica dos textos [16]

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[17], mas fica no âmbito da única vulgarização culta. Outros projetos foram realizados na óptica de estudar a argumentação mediada pelas imagens, sem ligá-la tanto quanto gostaríamos à argumentação discursiva. Ali encontram-se alguns trabalhos de Klinkenberg [17] [18], de Dondero [19], ou a tese de doutorado de Catherine Allamel-Raffin [20], e alguns trabalhos posteriores [21 [22] de inspiração bastante peirceana. Então, apesar de alguns estudos meritórios, tal como o de Cicourel [23] no campo da sociologia cognitiva, não existe estudo nenhum que ofereça uma análise sistemática do domínio médico, contando com seus discursos, suas imagens e suas práticas.

Relativamente as ciências médicas, epecialmente no trabalho de reflexão epistemológico que as acompanha, assistimos faz alguns anos a uma tensão epecializada entre duas orientações, a “Medicina Baseada em Evidências” (Evidence-Based Medicine) et a “Medicina Narrativa” (Narrative-Based Medicine) [24] [25]. A primeira, a medicina baseada em evidências é uma tradição que se desenvolveu progressivamente desde os anos 1920 e que se tornou depositária da verdade e da validade diagnóstica em nível mundial. Ela nasceu da vontade de reformar o sistema médico para não deixá-lo totalmente às decisões aleatórias dos médicos, como era o caso. Ela se fundamenta sobre três pontos: 1. A pesquisa em colaboração (entre vários laboratórios) ; 2. A randomização dos pacientes (definir aleatoriamente os grupos que vão receber tratamentos diferentes) ; 3. Experiência cega, isso é testar o produto contra placebo ou contra outro produto. Graças a isso, a medicina baseada em evidências, baseada na experimentação médica definida com estes três procedimentos, fornece classificações e hierarquias de resultados consultáveis. Estes orientam a decisão clínica dos médicos segundo um processo que vai do reconhecimento de síntomas particulares, comparados às leis estatísticas gerais, informatizadas e hierarquizadas segundo sua pertinência, para voltar diagnosticar in fine o caso particular [26] [27]. Então ela tem consequências importantes na prática diagnóstica.

A segunda, a medicina narrativa, é posterior e de origem inglesa. Conheceu seus desenvolvimentos mais importantes com Trisha Greenhalgh [25] [26] [28] [29] que a situa em contraparte da medicina baseada em evidências. Na verdade, a medicina das evidências sofre muitas críticas de profissionais e epistemólogos.

Ela é questionada como novo modo racional de praticar a medicina [30] por alguns, que colocam em questão o uso das bioestatísticas e mostra vários problemas como a diferença entra a significância estatística e a significância clínica; a diferença entre os resultados reais e os desfechos substitutos; e vários outros problemas que não me atrevo a

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rastrear diante de vocês (preciso ler ainda muito mais!). Outros críticos ainda apontam seu imperialismo intelectual [27] e os métodos segundo os quais ela realiza seus tests dentro da sua própria metodologia [Keel].

Assim, Greenhalgh e Meisel, os militantes da medicina narrativa, propõem que a metodologia da medicina das provas seja complementada pela da medicina narrativa no raciocino clínico [26] [31]. Como Greenhalgh, e outros o anunciam, o propósito da medicina narrativa é de reintegrar uma reflexão sobre o discurso na prática médica, isso à

fim de levar em consideração a singularidade dos casos dignósticos e de objetivar o processo de descoberta das datas fornecidas aos sistemas utilizados pela medicina baseada em evidências [24] [25] [26] [27] [28] [29] [30] [31].

Neste âmbito, veremos que o estudo semiótico que gostaria de propor com meu projeto de pesquisa poderia fornecer um sistema analítico capaz de responder às necessidades de uma reflexão discursiva da prática médica.

- Projeto de pesquisa

Nesses âmbitos que acabamos de descrever, meu projeto de tese começa com duas constatações. Por um lado, que os processos de reflexão, de julgamento e de decisão, nas ciências em geral e na medicina em particular, são feitos de intercâmbios verbais, orais ou escritos [4] [20] [22] [23]. Por outro lado, que a medicina narrativa perturba a objetividade eurística reivindicada pela epistemologia dominante da medicina, integrando a parte discursiva inerente à prática clínica [24] [25] [31].

É possível aproximar a dimensão que interessa a medicina narrativa graças ao aparelho conceptual que a linguística e a semiótica podem oferecer. No entanto, o processo diagnóstico não está baseado somente em discursos. Constrói-se e apoía-se em vários artefatos, dentro dos quais imagens com estatutos e suportes variáveis. A importância das imagens no dignóstico deu origem ao domínio da radiologia e a seus atores profissionais, os radiologistas. No entanto, numerosas dificuldades estão ligadas ao uso da imagem. Entre outras, a nomeclatura de seus formantes requer tentativas constantes de estabilização lexicográfica [33], existem vários léxicos e artigos que apresentam um modo razoável de descrever as coisas. Além disso, o grau de certeza com o qual peritos de especializações diversas identificam uma patologia graças a ela varia muito [31] [34]. Consequentemente, os juízos clínicos e as ações que implicam sempre são questionáveis [24] [31] [34] e até podem conduzir à erros médicos de gravidade variável.

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Sobre esta base, observando então o papel central das imagens e das práticas discursivas no processo diagnóstico, meu projeto propõe analisar as relações que se desenvolvem entre a imagem e a variedade de discursos clínicos que a usa.

Gostaria de abordar dois tipos de imagens, como disse antes : raio-x e ressonância (que permite a visualização de um corpo graças à captura e à medida de seus atomos de hidrogênio)6. Quanto ao corpus que eu gostaria de investigar, é a cadeia geral na qual se inscreve a imagem, ou seja, de modo esquemático, o caminho que poderíamos descrever assim : estas imagens são realizadas e lidas por radiologistas especializados, que emitem um aviso sob a forma de um laudo (enunciado oralmente e transcrito geralmente por uma secretária) para a atenção do clínico que recomendou o exame. Segundo o caso dignosticado, se uma cirurgia for necessária, o cirurgião usará a imagem e os avisos do clínico e do radiologista à fim de definir as condições da intervenção [35]. Neste exemplo limitado, a imagem atravessa o complexo que vai do julgamento à decisão e à ação clínica. No caminho, teria sido necessariamente lida e caracterizada três vezes, segundo usos diferentes, pelo radiologista, o clínico e o cirurgião. Estes usos difinem um conjunto de modalidade que, como hipótese, minha pesquisa deve aproximar como critérios da variação da significação atribuida às imagens.

Para realizar isso, tentei estabelecer junto com um médico do Hospital das Clínicas, uma estrutura do corpus que organiza esta sucessão de etapas no juízo médico. Temos marcado encontros com outros médicos do Hospital das Clínicas, no departamento da pneumologia, para poder realizar uma parte do corpus. Eu gostaria de obter as variedade de discursos a respeito das imagens de alguns casos, segido do começo até o fim para poder analisá-la e obter uma primeira versão das possíveis variações.

Para o que diz a respeito do método analítico que sera usado, emprestarei principalemente a três tradições semióticas : a semântica interpretativa de Rastier [36] [37] [38] – que apliquei anteriormente na minha dissertação de mestrado –, a semiótica tensiva de Fontanille et Zilberberg [39] [40] [41] [42], e o que foi feito até agora no campo da semiótica das imagens científicas, com certeza.

O método de Rastier, que ele propõe em Sémantique interprétative em 1987, e em

Sens et Textualité em 1989, é um método de análise semântica dos textos, longo e cansativo

6

da tomografia (que efetua a reconstituição do volume do corpo em cortes sucessivos) en raio-x e em IRM [6] [7].

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para realisar, mas poderoso. Ele caracteriza a semântica de um texto com quatro componentes, que só vou poder descrever brevemente. (1) A temática, que dá conta da constituição das isotopias e das relações delas segundo o grau de generalidade dos semas que aparecem ; (2) A dialética, que permite representar os textos em gráficos tematizados que sintetisam as relações entre actantes (noção muito geral) com valências casuais ; (3) A dialógica, que dá conta das modalidades, ou seja, o que diz a respeito aos mundos e universos criados pelos gráficos tematizados e as relações deles (en geral, são modalidades ónticas ou veriditórias) ; (4) A tática, que descreve as posições das unidades (sémicas, frasticas e textuais) e os efeitos de sentido das relações dele.

Os procedimentos propostos por Rastier levam, segundo a esperança do autor mesmo, a efetuar uma tipologia dos textos, ou seja, uma descrição genérica muito precisa, que me parece ótima para realizar os propósitos que acabamos de ver.

A análise do corpus segundo estas diferentes direção das pesquisas em semiótica permitira constituir um modelo empírico capaz de dar conta da estrutura do juízo clínico, graças ao estudo sistemático das relações icono-discursivas que se desenvolvem. Como perspectiva, espera-se poder tornar os discursos médicos objetiváveis pela epistemologia do domínio, logo que a descrição efetuada consegue indentificar e definir seus critérios de variação.

A estrutura clínica mesma e os tipos de relações oferecem uma base. Assim, 1. a formação do

profissional (radiologista, clínico, cirurgião); 2. a especialização do profissional (cardiologia, neurologia,

pneumologia , etc.); 3. a forma da inscrição do discurso (oral ou escrito) e seu suporte (computador, papel, etc.) ; 4. a orientação do discurso (para si, para colega da mesma formação/especialização ou non, para um paciente) vão com certeza oferecer, em primeira instância, um campo interessante para trabalhar7.

Lionel Sturnack

7 Esta estrutura dada ao corpus levam à consideração os atores, com suas formação e suas especialização – difinindo um conhecimento linguístico a priori [36] –, e suas relações, o que implica um tipo discursivo, até um estilo, segundo que fale-se para si, para outro profissional o para paciente. O suporte oral ou escrito do discurso está também inscrito na análise, logo que define uma série de restrições pela enunciação.

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Université de Liège – Université de São Paulo Wallonie-Bruxelles International

Textos citados :

[1] DONDERO, Maria Giulia & MIRAGLIA, Valentina (dirs), « L’image dans le discours scientifique : statuts et dispositifs de visualisation ». Visible. Images et dispositifs de

visualisation scientifique, 2009, n°5, Presses Universitaire de Limoges.

[2] DONDERO, Maria Giulia & MOUTAT, Audrey (dirs), « Technique de transformation et transformation des techniques ». Visible. Images et dispositifs de visualisation scientifique. 2010, n°6, Presses Universitaire de Limoges.

[3] MATTOZZI, Elvise (dir), « Camoufler le visible, exhiber l’invisible ». Visible. Images et

dispositifs de visualisation scientifique. 2010, n°7, Presse Universitaires de Limoges.

[4] DONDERO Maria Giulia, « Sémiotique de l’image scientifique », in Signata, « Cartographie de la sémiotique actuelle/Mapping current semiotics », 2010, n°1, Presses Universitaires de Liège, pp.111-175.

[5] Groupe µ, Traité du signe visuel, pour une rhétorique de l’image, Paris, Éditions du Seuil, 1992.

[6] FONTANILLE, Jacques, « Les systèmes d’imagerie scientifique. Questions sémiotiques », [en ligne] Revista dell’Associazione Italiana Studi Semiotici, mis en ligne le 2 mai 2007, consulté le 17 février 2012. Disponible sur : http://www.ec-aiss.it/index_d.php?recordID=339

[7] FONTANILLE, Jacques, « Le réalisme paradoxal de l’imagerie scientifique », in Visible.

Images et dispositifs de visualisation scientifique, 2009, n°5, Presses Universitaire de

(10)

[8] BORDRON, François, « Expérience d’objet, expérience d’image », in Visible. Images et

dispositifs de visualisation scientifique, 2009, n°5, Presses Universitaire de Limoges,

pp.111-122.

[9] BORDRON, François, « Le niveau sémiologique des images dans l’enquête scientifique »,

in Visible. Images et dispositifs de visualisation scientifique. 2010, n°6, Presses Universitaire

de Limoges. pp. 55-70.

[10] LATOUR, Bruno, « Les vues de l’esprit. Une introduction à l’anthropologie des sciences et des techniques », in Culture Technique, 1985, n°14, Centre de Recherche sur la Culture Technique, pp.4-29.

[11] LATOUR, Bruno, « Le travail de l’image ou l’intelligence scientifique redistribuée », In

Culture Technique, 1991, n°22, Centre de Recherche sur la Culture Technique, pp.12-24.

[12] KLINKENBERG, Jean-Marie, Précis de sémiotique générale, Bruxelles, De Boek Universités (Coll. « Points/Essais »), 1996.

[13] KLINKENBERG, Jean-Marie, « De la référence à la modélisation : les transformations de l’image scientifique », in Visible. Images et dispositifs de visualisation scientifique. 2010, n°6, Presses Universitaire de Limoges. pp. 143-155.

[14] KLINKENBERG, Jean-Marie, « Faire voir à tout prix : Pourquoi ne peut-on se passer d’images ? », in Visible. Images et dispositifs de visualisation scientifique. 2010, n°7, Presses Universitaire de Limoges, pp. 185-202.

[15] GROUPE µ, « The scientific Image », in Anders Michelsen & Frederik Stjernfeld (dirs),

Billeder fra det fjerne. Videnskabelig visualisering. En Antologi. Image from afar. Scientific visualization. An Antology, S.1 [Copenhaegue], Akademisk Forlag, 1996, pp. 77-89 et

205-217.

[16] BADIR, Sémir, « Le statut sémiotique de l’image. Rapport sur l’intersémiotique dans le discours scientifique », in Visible. Images et dispositifs de visualisation scientifique. 2009, n°5, Presses Universitaire de Limoges, pp. 9-60.

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[17] BADIR, Sémir, « Le statut sémiotique de l’image. Rapport sur l’intersémiotique dans le discours scientifique (second volet) », in Visible. Images et dispositifs de visualisation

scientifique. 2012, n°8, Presses Universitaire de Limoges [à paraître].

[18] KLINKENBERG, Jean-Marie, « La relation texte-image. Essai de grammaire générale »,

Bulletin de la classe des lettres, Académie royalde de Belgique, 6e série, t.XIX, 2008, pp. 21-79.

[19] DONDERO, Maria Giulia, Diagramme et parcours visuels de la démonstration. Nouveaux Actes Sémiotiques [ en ligne ]. NAS, 2011, n° 114. Disponible sur : <http://revues.unilim.fr/nas/document.php?id=3766> (consulté le 15/02/2012)

[20] ALLAMEL-RAFFIN, Catherine. La production et les fonctions des images en physique

des matériaux e en astrophysique. 2004 Thèse de doctorat en épistémologie des sciences et

des tecnhiques, Strasbourg, Université Louis Pasteur. (4 volumes)

[21] ALLAMEL-RAFFIN, Catherine, L'image comme élément de preuve en astrophysique. Nouveaux Actes Sémiotiques [ en ligne ]. NAS, 2011, n° 114. Disponible sur : <http://revues.unilim.fr/nas/document.php?id=3824> (consulté le 15/02/2012)

[22] ALLAMEL-RAFFIN, Catherine, « Objectivité et Images scientifiques : une perspective sémiotique », in Visible. Images et dispositifs de visualisation scientifique. 2010, n°6, Presses Universitaire de Limoges. pp.9-40.

[23] CICOUREL, Aaron V., « Raisonnement et diagnostic : le rôle du discours et de la compréhension clinique en médecine », [en ligne], Actes de la recherche en sciences sociales,

1985, V. 60, n°60, pp. 79-89. Disponible sur :

http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/arss_0335-5322_1985_num_60_1_2292#

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[25] GREENHALGH, Trisha, Narrative based medicine in an evidence based world, [en ligne] in British Medical Journal. 1999 January 30; n°318(7179): pp. 323–325. Disponible sur : http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1114786/.

[26] GREENHALGH, Trisha, “Intuition and evidence — uneasy bedfellows?”, in British

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[27] POMPILIO, Carlos Eduardo, “O que é um medico ?”, texte du séminaire du groupe de médecine narrative, Université de São Paulo, Décembre 2011.

[28] GREENHALGH, Trisha & HURWITZ, Brian (eds), Narrative Based Medicine, BMJ Books, 1998.

[29] GREENHALGH, Trisha, HURWITZ, Brian & SKULTANS, Vieda, Narrative Research

in Health and Illness, BMJ Books, 2004.

[30] CRONJE, Ruth, “Evidence-Based Medicine: Toward a New Definition of 'Rational' Medicine”, in Health: An Interdisciplinary Journal for the Social Study of Health, Illness and

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[31] MEISEL, Zachary F. & Karlawish, Jason, “Narrative vs Evidence-Based Medicine – And or Not”, in Journal of the American Medical Association, Nov. 2011, Vol. 306, n°18.

[32] BASTIDE, Françoise, « Le foie lavé. Approche sémiotique d’un texte de sciences expérimentales », in Documents de Recherche, n°7, 1979, Centre National de la Recherche Scientifique (Groupe de recherches sémio-linguistiques, E.H.E.S.S.)

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recommandations et références professionnelles / Février 2002.

[35] Propos tenu par Carlos Eduardo Pompilio lors d’une réunion de travail, à l’Université de São Paulo, Novembre 2011.

[36] RASTIER, François, Sens et textualité, Paris, Hachette (coll. « Langue, Linguistique, Communication »), 1989

[37] RASTIER, François, “Sistemática das isotopias”. In: GREIMAS, A. J. (org.). Ensaios de

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[38] RASTIER, François, « Sémiotique et linguistique de corpus », in Signata, « Cartographie de la sémiotique actuelle/Mapping current semiotics », 2010, n°1, Presses Universitaires de Liège, pp. 13-38.

[39] FONTANILLE, Jacques & ZILBERBERG, Claude, Tension et Signification, Liège, Mardaga, (coll. « Philosophie et Langage »), 1998.

[40] ZILBERBERG, Claude, Eléments de grammaire tensive, Limoges, Presses Univertsitaires de Limoges, (Coll. « Nouveaux Actes Sémiotiques », hors série), 2006.

[41] ZILBERBERG, Claude, Cheminements du poème. Baudelaire, Rimbaud, Valéry, Jouve. Limoges, Editions Lambert-Lucas, 2010.

[42] ZILBERBERG, Claude, Des formes de vie aux valeurs. Paris, Presses Universitaires de France (« Formes sémiotiques »), 2011.

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