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Potencial alelopático de plantas de cobertura no controle de picão-preto (Bidens pilosa L.).

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COMUNICAÇÃO

POTENCIAL ALELOPÁTICO DE PLANTAS DE COBERTURA NO

CONTROLE DE PICÃO-PRETO (Bidens pilosa L.)

Cover plants allelopathic potential in Bidens pilosa L. control

Cícero Monti Teixeira1, João Batista Silva Araújo2, Gabriel José de Carvalho3 RESUMO

Extratos aquosos da parte aérea de mucuna-preta (Stilozobium aterrimum Piper & Tracy), mucuna rajada (Stilozobium

sp.), Crotalaria juncea L., Crotalaria spectabilis Roth, guandu e guandu anão (Cajanus cajan (L.) Druce) foram preparados com

o objetivo de se determinar a potencialidade alelopática dessas espécies, largamente utilizadas como plantas de cobertura, sobre sementes de alface (planta-teste) e aquênios de picão-preto (Bidens pilosa L.). Os experimentos foram conduzidos no Laborató-rio de Análise de Sementes da Universidade Federal de Lavras, durante o mês de abril de 2003. Foram avaliados o índice de ve-locidade de germinação (IVG) e a germinação final. No experimento com alface, houve redução significativa da germinação a-penas para o extrato aquoso de crotalária juncea. Para as outras espécies, houve uma tendência de redução na germinação, po-rém, não diferindo da testemunha com água destilada. O IVG apresentou redução significativa nos tratamentos com extratos a-quosos de crotalária juncea, guandu comum, mucuna-rajada e mucuna-preta. As outras espécies tiveram uma tendência em redu-zir o IVG, porém, não diferindo da testemunha. No experimento com picão-preto, a germinação apresentou comportamento se-melhante ao experimento com alface, com redução significativa apenas para o tratamento com crotalária juncea, porém, para o IVG, houve redução significativa apenas para a mucuna-preta, com uma tendência de redução para os tratamentos com as outras espécies, mas não diferindo da testemunha.

Termos para indexação: Plantas de cobertura, adubação verde, alelopatia, picão-preto. ABSTRACT

Aqueous extracts from aerial part of black mucuna (Stilozobium aterrimum Piper & Tracy), striped mucuna (Stilozobium sp), Crotalaria juncea L., Crotalaria spectabilis Roth., guandu (Cajanus cajan (L.) Druce) and dwarf guandu (Cajanus cajan) were prepared with the objective of studying the allelopathic potential of these species, broadly used as cover plants, on lettuce seeds (test plant) and aquenes of Bidens pilosa L.. The experiments were carried out at the Seed Analysis Laboratory of the Lavras Federal University in April, 2003. The germination speed index (GSI) and the final germination percentage were evaluated. There was significant reduction for the lettuce s final germination only for the aqueous extract of

Crotalaria juncea. For the other species there was germination reduction trend, however there was not any estatistical difference

for the treatment with distilled water. The lettuce s GSI was significantly reduced for the treatments with aqueous extracts of

Crotalaria juncea, guandu, striped mucuna and black mucuna. Althoug the other species had a trend in reducing GSI, there was

not statistical difference compared to the check. In the experiment with Bidens pilosa the final germination was similar to the experiment with lettuce, with significant reduction only for the treatment with Crotalaria juncea, however for GSI there was only significant reduction for the black mucuna, with reduction trend for the treatments with the other species, but there was not statistical difference compared to the check.

INDEX TERMS: Cover plants, green manuring, allelopathy, Bidens pilosa.

(Recebido para publicação em 11 de setembro de 2003 e aprovado em 23 de janeiro de 2004)

Alelopatia, termo criado por Molish em 1937, citado por Peixoto (1999), referse aos e-feitos que um organismo pode causar sobre o outro de maneira direta ou indireta, em conseqüência de

substâncias químicas que são liberadas dentro de um ecossistema.

As substâncias alelopáticas ainda se mantêm nos tecidos das plantas mesmo depois de mortas, de

1. Engenheiro Agrônomo, mestrando em agronomia/fitotecnia da Universidade Federal de Lavras/UFLA Caixa Postal 37 37200-000 Lavras, MG. 2. Engenheiro Agrônomo, pesquisador do INCAPER-ES, mestrando em agronomia/fitotecnia da UFLA.

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TEIXEIRA, C. M. et al. 692

onde são liberadas por volatilização, se forem produtos voláteis, ou por lixiviação, por meio de orvalho e chuva, se forem solúveis na água, sendo arrastadas para o solo, onde, ao atingirem a concentração necessária, podem influenciar o desenvolvimento dos microorganismos e das plantas que nele se encontram (ALMEIDA, 1991). Nesse sentido, o efeito alelopático pode se pronunciar, tanto durante o ciclo de cultivo, quanto nos cultivos subseqüentes.

Essas substâncias alelopáticas estão implicadas numa grande diversidade de efeitos nas plantas. Esses efeitos incluem atraso ou inibição completa da germina-ção de sementes, crescimento paralisado, injúria no sis-tema radicular, clorose, murcha e morte das plantas (CORREIA, 2002).

A ação alelopática tende a ser específica, ou seja, cada planta, tanto viva, quanto em decomposição, exer-ce inibição apenas sobre determinadas espécies de plan-tas daninhas ou planplan-tas cultivadas (LORENZI, 1984). Na agricultura brasileira, a adubação verde é muito uti-lizada pelos produtores, atraídos pelas suas vantagens clássicas, como proteção do solo, reciclagem de nutrien-tes, fixação de nitrogênio, entre outras. Porém, o poten-cial de controle de plantas daninhas pelas plantas utili-zadas na adubação verde, por causa de seus efeitos ale-lopáticos, aliado ao efeito físico da cobertura, é pouco explorado. Para o aproveitamento dessa característica, faz-se necessário o conhecimento da especificidade das relações alelopáticas entre os adubos verdes e as plantas daninhas, sendo um dos fatores que podem auxiliar no planejamento da rotação/sucessão de culturas.

A espécie Bidens pilosa é originária da América tropical, com maior ocorrência na América do Sul. En-contra-se, atualmente, disseminada em quase todo o ter-ritório brasileiro e sua maior concentração é verificada nas áreas agrícolas do centro-sul, onde constitui uma das piores plantas daninhas a infestar culturas anuais, sendo apontada como tal em mais de 40 países (KISSMANN e GROTH, 1992).

Trabalhos apontaram algumas plantas medici-nais, de diferentes famílias, como potenciais no controle do picão-preto (Bidens pilosa). Cruz et al. (2002a), apli-cando extratos aquosos de capim-limão (Cymbopogum

ci-tratus Stapf.) e arruda (Ruta graveolens L.) a 20%

(pe-so/volume), obtidos com maceração por duas horas (ex-trato bruto macerado - EBM) e por infusão a 100ºC por 20 minutos (extrato bruto por infusão - EBIN), diaria-mente e em dias alternados sobre aquênios de picão dis-tribuídos em vasos, observaram redução da germinação do picão com maior efeito do EBIN de C. citratus. Em

minação de aquênios de picão em placa de Petri (100 sementes; 28°C + 2°C) para os extratos brutos aquo-sos de mirra (Tetradenia riparia Ness), cânfora

(Artemí-sia camphorata Rydb), arruda (Ruta graveolens), alecrim

(Rosmarinus officinalis L.) e citronela (Cymbopogon

winterianus Rendle), entre 10 plantas medicinais

testa-das (CRUZ et al., 2002b).

Objetivou-se com este trabalho verificar as po-tencialidades alelopáticas das plantas de cobertura de um modo geral, utilizando alface (Lactuca sativa L.) como planta-teste e especificamente no controle do pi-cão-preto (Bidens pilosa).

Para o preparo dos extratos, as espécies utiliza-das foram coletautiliza-das em área demonstrativa de plantas de cobertura do Setor de Agricultura Geral no Departa-mento de Agricultura da Universidade Federal de La-vras, cuja semeadura foi realizada em novembro de 2002. A coleta foi feita em abril de 2003, quando as plantas encontravam-se no final da floração/início da frutificação, exceto para o feijão guandu, que se encon-trava no início da floração.

Os experimentos com sementes de alface e frutos de picão-preto foram conduzidos no Laboratório de Análise de sementes do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras. As parcelas foram constituídas por caixas de germinação (Gerbox) com duas folhas de papel de filtro, onde foram colocadas 10 sementes no ensaio com alface e 30 aquênios no ensaio com picão-preto. O delineamento utilizado foi inteira-mente casualizado com três repetições e sete tratamen-tos. Os tratamentos foram constituídos pelos extratos aquosos de mucuna-preta (Stilozobium aterrimum), mu-cuna-rajada (Stilozobium sp.), guandu comum e guan-du-anão (Cajanus cajan), Crotalaria juncea,

Crotala-ria spectabilis e uma testemunha com água destilada.

Os extratos foram preparados na concentração de 12% p/v com base nos teores de matéria seca, que fo-ram determinados previamente em estufa de circulação forçada a 65ºC até peso constante. Os materiais coleta-dos foram trituracoleta-dos em picadeira de forragem e imer-sos em água destilada, por um período de 2 horas. Em seguida, procedeu-se à extração, utilizando-se papel de filtro e funil, conforme metodologia utilizada por (CARVALHO et al., 2002).

Os experimentos foram instalados em BOD com fotoperíodo e alternância de temperatura a cada 12 ho-ras (20ºC/30ºC), conforme Garcia (1987), que traba-lhando com Bidens pilosa, verificou que a germinação foi favorecida pela alternância de temperatura. Após a montagem das repetições, essas foram umedecidas com

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Potencial alelopático de plantas de cobertura no controle de... 693 tratamentos, na razão de 2,5 vezes o peso do papel de filtro

(13,5 ml). Após três dias, foi feita a reposição com água/extratos correspondente a 50% do volume inicial.

Foram avaliados a porcentagem de germinação fi-nal e o índice de velocidade de germinação (IVG), sendo consideradas germinadas todas as plântulas normais. Fo-ram feitas contagens diárias para o cálculo do IVG, sendo utilizada a equação descrita por Maguire (1962):

IVG = G1/N1 + G2/N2 + ... + GN/NN

Em que:

G1, G2 e GN representam o número de sementes normais

germinadas até o enésimo dia.

N1, N2 e NN representam o número de dias em que se

avaliaram as germinações G1, G2 e GN.

Nos resumos das análises de variância, observa-se que houve significância no teste de F a 5% para % de germinação e IVG em ambos experimentos (Tabelas 1 e 2). No experimento com alface, houve redução signifi-cativa da germinação apenas para o extrato aquoso de crotalária juncea em relação à testemunha. Para as ou-tras espécies, houve uma tendência de redução na ger-minação, porém, não diferindo da testemunha com água

destilada. O IVG apresentou redução significativa nos tratamentos com extratos aquosos de Crotalária juncea, guandu comum, mucuna-rajada e mucuna preta. As ou-tras espécies tiveram uma tendência em reduzir o IVG, porém, não diferindo da testemunha (Tabela 3). No ex-perimento com picão-preto, a germinação acompanhou o comportamento do experimento com alface, com re-dução significativa apenas para o tratamento com crota-lária juncea. Porém, para o IVG, houve redução signifi-cativa apenas para a mucuna-preta, com uma tendência de redução para os tratamentos com as outras espécies, mas não diferindo da testemunha (Tabela 4). Como a crotalária juncea apresentou menor % de germinação e a mucuna-preta menor IVG, pode-se supor que ambas as espécies possuem potencial de controle do picão. Seme-lhante potencial de inibição da germinação do picão-preto foi observado para outras plantas, conforme Al-meida (1991), que verificou inibição da germinação pe-lo centeio, tremoço, nabo forrageiro e colza. Pires et al. (1991) observaram redução na germinação do picão-preto pelo extrato aquoso de leucena a 50% de concen-tração peso/volume (p/v).

TABELA 1 Resumo da análise de variância da porcentagem de germinação e índice de velocidade de germina-ção (IVG) de sementes de alface sob efeito de extratos aquosos de diferentes plantas de adubagermina-ção verde. UFLA La-vras MG 2003.

Quadrado Médio Fontes de Variação Graus de Liberdade

% de Germinação** IVG**

Tratamentos 6 10,701452* 0,819926*

Erro 14 3,027507 0,148826

C.V. (%) 31,91 19,03

*Significativo no teste de F ao nível de 5 % de significância. **Dados transformados para raiz quadrada de x + 1.

TABELA 2 Resumo da análise de variância da porcentagem de germinação e índice de velocidade de germina-ção (IVG) de aquênios de picão-preto sob efeito de extratos aquosos de diferentes plantas de adubagermina-ção verde. UFLA Lavras MG 2003.

Quadrado Médio Fontes de Variação Graus de Liberdade

% de Germinação IVG

Tratamentos 6 315,416032* 47,675698*

Erro 14 86,118095 11,826705

C.V. (%) 12,74 15,05

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TABELA 3 Porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de redução da

germinação de sementes de alface sob efeito de extratos aquosos de diferentes plantas de adubação verde. UFLA Lavras MG 2003.

Tratamentos % de Germinação IVG % de Redução na Germ.

testemunha 54,9 a 3,84 a 0 crotalária spectabilis 45,4 ab 2,33 ab 17,4 guandu-anão 18,0 ab 0,82 ab 67,3 mucuna-preta 14,2 ab 0,76 b 74,2 mucuna-rajada 12,0 ab 0,58 b 78,2 guandu comum 10,0 ab 0,45 b 81,8 crotalária juncea 5,7 b 0,24 b 89,6

Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de sig-nificância.

TABELA 4 Porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de redução da

germinação de aquênios de picão-preto sob efeito de extratos aquosos de diferentes plantas de adubação verde. UFLA Lavras MG 2003.

Tratamentos % de Germinação IVG % de Redução na Germ.

testemunha 87,8 a 28,86 a 0 guandu comum 82,2 ab 28,04 ab 6,3 crotalária spectabilis 75,5 ab 20,93 ab 14,0 mucuna-rajada 72,2 ab 22,16 ab 17,7 mucuna-preta 67,9 ab 19,01 b 22,6 guandu-anão 67,8 ab 21,49 ab 22,8 crotalária juncea 56,6 b 19,47 ab 35,5

Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de sig-nificância.

Nas condições em que foi realizado o experi-mento, pode-se concluir que a crotalária juncea reduz a germinação da alface e do picão-preto, em conseqüência de seus efeitos alelopáticos. A crotalária juncea, o guan-du comum, a mucuna-preta e a mucuna-rajada reguan-duzem o IVG da alface, ao passo que apenas a mucuna-preta reduz o IVG do picão preto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Potencial alelopático de plantas de cobertura no controle de... 695 CRUZ, M. E. S.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.;

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Figure

TABELA  1  Resumo da análise de variância da porcentagem de germinação e índice de velocidade de germina- germina-ção (IVG) de sementes de alface sob efeito de extratos aquosos de diferentes plantas de adubagermina-ção verde
TABELA 4   Porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de redução da  germinação  de  aquênios  de  picão-preto  sob  efeito  de  extratos  aquosos  de  diferentes  plantas  de  adubação  verde

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