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Fruticultura tropical : diversificação e consolidação.

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Academic year: 2021

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Fruticultura Tropical:

Diversificação e consolidação

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Editores Moises Zucoloto Robson Bonomo

Fruticultura Tropical:

Diversificação e consolidação Volume II Alegre – ES

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CAUFES 2017

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Setorial de Ciências Agrárias, Universidade Federal do

Espírito Santo, ES, Brasil)

F945 Fruticultura Tropical: diversificação e consolidação / Moises

Zucoloto, Robson Bonomo (organizadores) – Alegre, ES: CAUFES, 2017.

143 p. : il.; 15,5x20,5cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-61890-91-9

1. Mamão. 2. Banana. 3. Maracujá. 4. Manga. 5. Coco. 6. Goiaba. I. Zucoloto, Moises. II. Bonomo, Robson.

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ORGANIZADORES

Moises Zucoloto

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFES (2006). Mestrado em Produção Vegetal pela UFES (2009). Doutorado em Fitotecnia UFV (2012) e Pós-Doutorado pela Universidade de Illinois-EUA (2014). É professor da UFES/CCAE atuando em ensino universitário, extensão e pesquisa, com área de atuação em Fruticultura.

Robson Bonomo

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFV (1992). Mestrado em Engenharia Agrícola pela UFV (1994), Doutorado em Engenharia Agrícola pela UFV (1999). É professor da UFES/CEUNES atuando em ensino universitário, extensão e pesquisa, com área de atuação em irrigação, manejo de irrigação, fertirrigação e gotejamento.

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AUTORES Abel Rebouças São José

Graduado em Agronomia pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia Manoel Carlos Gonçalves (1981), Mestrado em Agronomia (Horticultura) pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus Botucatu (1987), Doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus Jaboticabal (1988) e Pós-doutorado pelo Colegio de Postgraduados, Campus Montecillo, Texcoco, México (2011). Professor Titular/Pleno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia desde 1982, onde ataua na área de Fruticultura.

Adahilda Almeida de Brito

Possui graduação em Nutrição pela Universidade José do Rosário Vellano - Unifenas - MG (2003) e Especialização em Clínica e Terapêutica Nutricional pelo Instituto de Pesquisa, Capacitação e Especialização da Faculdade CBES - Salvador/BA (2007). Tem experiência na área de Nutrição Clínica e Nutrição do Escolar.

Alessandro de Magalhães Arantes

Graduado em Engenharia Agronômica pela FAMESF/UNEB (1994). Mestrado em Ciência e Tecnologia de Sementes pela UFPel (2004). Doutorado em Fitotecnia pela UFV (2014). Professor do Instituto Federal Baiano atua com ensino, pesquisa e extensão em fruticultura.

Ana Maria Alves de Souza Ribeiro

Graduada em Engenharia Agronômica pela UFAC (2014). Mestrado em Agricultura Tropical pela UFES (2016), Doutoranda em Produção Vegetal UDESC (2017). Atualmente, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC com linha de pesquisa em Fruticultura e Horticultura.

Anita de Souza Dias Gutierrez

Possui graduação em Economia Doméstica (1970), Especialização em Demografia e Saúde Pública na Faculdade de Saúde Pública (1971),

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graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1975), Mestrado em Produção Vegetal pela Universidade de São Paulo (1982), Latu-sensu em Agricultura Tropical pela ABEAS Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (1985) e Doutorado m Produção Vegetal pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é chefe do Centro de Qualidade em Horticultura da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo e presidente do Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura - HortiBrasil. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Padronização e Classificação de Produtos Hortícolas Frescos, atuando principalmente em: comercialização, padronização, frutas e hortaliças frescas, cadeia de valor, capacitação, alimentação escolar, pós-colheita e educação alimentar.

Bruna Beltrame Ronchi

Graduada em Engenharia Agronômica pela UFES (2016). Mestranda do Programa de Agricultura Tropical (2017).

Cesar José Fanton

Graduado em Engenharia Agronômica pela ESALQ/USP (1981). Mestrado em Entomologia pela UFV (1989), Doutorado em Entomologia pela UFV (2000). É pesquisador do INCAPER com atuação em Fruticultura e Cafeicultura.

Erli Röpke

Técnico Agrícola – Graduado na Escola Agrotécnica Federal de Colatina-ES (1983); Técnico de Projetos de Desenvolvimento da IECLB (1987/1997); Empresário/proprietário da empresa Frucafé Mudas e Plantas Ltda (1995/2017). Consultor na área de Fruticultura.

Fernando Zancanela Bonomo

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFRRJ (2005). Produtor rural, atuando diretamente na produção e consultoria na cultura do coqueiro anão verde.

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Graduado em Engenharia Agronômica pela EARTH, Costa Rica (1996). Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido pela UNIMONTES (2010). Consultor autônomo em Fruticultura, PlantUai, Janaúba, MG.

Francisco Graziano Neto

Xico Graziano, nasceu em Araras/SP. Engº Agrônomo (ESALQ/USP, 1974), Mestre em Economia Agrária (USP, 1977) e Doutor em Administração (FGV/SP, 1989), foi professor da Unesp/Jaboticabal (1976-92). Consultor em organização, marketing de agronegócios e sustentabilidade, é professor de MBA da FGV/SP, sócio-diretor da OIABrasil/Certificação socioambiental e sócio-diretor da ePoliticsGraziano, empresa de posicionamento digital.

Hélio Satoshi Watanabe

Possui graduação em Engenharia Agronomica pela Faculdade De Agronomia De Paraguaçu Paulista (1978). Atualmente é engenheiro agrônomo sênior da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. Tem experiência na área de Pós Colheita e Comercialização de Frutas e Hortaliças, atuando principalmente na elaboração de normas de classificação de produtos hortifrutícolas.

Ivan Vilas Boas Souza

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (1988) e mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2006). Doutor em Agronomia pela UESB, área de concentração Fitotecnia. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Fitotecnia.

Jalille Amim Altoé Freitas

Graduada em Engenharia Agronômica pela UFES (2004). Mestrado em Produção Vegetal pela UENF (2006), Doutorado em Produção Vegetal pela UENF (2011) e Pós doutorado pela UENF (2015). É professora do CEUNES/UFES atuando em ensino universitário, extensão e pesquisa, com área de atuação em fruticultura.

Maria Geralda Vilela Rodrigues

Graduada em Engenharia Agronômica pela UFLA (1992). Mestrado em Fitotecnia pela UFLA (1995). Doutorado em Produção Vegetal pela UNESP

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Jaboticabal (2006). Pesquisadora da EPAMIG Norte e atua com pesquisa e extensão em fruticultura.

Marinês Pereira Bomfim

Engenheira Agrônoma pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em 2004. Mestre em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em 2007, Doutora em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP, Botucatu - SP em 2011 realizou Doutorado de co-tutela na Università Degli Studi di Padova - Itália em 2010. Atua nas aéreas Fruticultura Tropical, Olericultura, Culturas Perenes, Controle biológico, produção de fungo entomopatogênico.

Moises Zucoloto

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFES (2006). Mestrado em Produção Vegetal pela UFES (2009), Doutorado em Fitotecnia UFV (2012) e Ph.D pela Universidade de Illinois-EUA (2014). É professor da UFES/CCAE atuando em ensino universitário, extensão e pesquisa, com área de atuação em Fruticultura.

Mônica de Moura Pires

Graduada em Administração pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (1989), mestre em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa (1995), doutora em Economia Rural pela Universidade Federal de Viçosa (2001), Pós-doutorado em Modelagem econômica pelo Colegio Postgraduados, Campus Montecillo, Texcoco, México. Experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Rural, Regional, Desenvolvimento e Economia dos Recursos Naturais.

Renan Batista Queiroz

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFV (2009). Mestrado em Entomologia pela UFV (2011), Doutorado em Entomologia pela UFV (2014). É pesquisador do INCAPER com atuação em Fruticultura e Cafeicultura.

Robson Bonomo

Graduado em Agronomia pela UFV (1992). Mestrado em Engenharia Agrícola pela UFV (1994) e doutorado em Engenharia Agrícola pela UFV

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(1999). Atualmente é professor associado da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Irrigação e Drenagem, atuando principalmente nos seguintes temas: cafeicultura irrigada, irrigação, manejo de irrigação, fertirrigação e gotejamento.

Sarah Ola Moreira

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFES (2006). Mestrado em Produção Vegetal (2008) e doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas (2012) pela UENF. É pesquisadora do Incaper - Regional Centro Serrano na área de melhoramento de plantas.

Sérgio Luiz Rodrigues Donato

Graduado em Engenharia Agronômica pela UFV (1991). Mestrado em Ciência e Tecnologia de Sementes pela UFPel (2004). Doutorado em Fitotecnia pela UFV (2007). Professor do Instituto Federal Baiano e atua com ensino, pesquisa e extensão em Fruticultura.

Vagner Alves Rodrigues Filho

Graduado em Engenharia Agronômica pelo IF Baiano (2017). Mestrando em Fitotecnica pela UFV.

Vanessa Alves Justino Borges

Graduada em Ciências Sociais pela UFES (2002). Mestrado Sociologia das Organizações pela UFMG (2007). É pesquisadora do Incaper na área Socioeconomia.

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Agradecimentos

À Universidade Federal do Espírito Santo, ao Centro Universitário Norte do Espírito Santo, ao Centro de Ciências Agrárias e Engenharia, ao Departamento de Agronomia e ao Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas pelo apoio.

Ao apoiador diamante Crea, aos apoiadores ouro MAPA, Nortefrut, Leão e Kero Coco e aos apoiadores Heringer, Frucafé, Defesa, Frutas Santa Rita, Nutrimaq, Casa do Adubo, Syngenta, Yara, Provaso, Jisa, Procampo, FMC e Nova Onda.

A Sociedade Brasileira de Fruticultura, a Empresa Junior de Agronomia (Projagro) e aos estudantes do curso de Agronomia da UFES pela organização do evento.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1

Fruticultura Sustentável no Brasil ... 14

CAPÍTULO 2

Desafios do mamão ... 16

CAPÍTULO 3

I Simpósio Capixaba de Fruticultura e Trabalhos desenvolvidos pela UFES com Frutíferas ... 26

CAPÍTULO 4

A cultura da Goiabeira no Estado do Espírito Santo ... 41

CAPÍTULO 5

Aspectos de ecofisiologia e estratégias de manejo da bananeira ... 57

CAPÍTULO 6

A pesquisa com espécies frutíferas no Incaper ... 74 CAPÍTULO 7

A cultura do coqueiro no Espírito Santo ... 88

CAPÍTULO 8

Fruticultura e a Agricultura Familia ... 101

CAPÍTULO 9

Principais prasgas das frutíferas no Norte do Espírito Santo ... 114

CAPÍTULO 10

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Apresentação

Este livro apresenta informações atualizadas como forma de diversificar e consolidar a fruticultura tropical, abordando diversas culturas desde a situação nacional e capixaba, os principais problemas enfrentados e as possíveis soluções. Também descreve a mais alta tecnologia empregada na cadeia produtiva através de informações de autores que são referência em suas áreas e que acumularam conhecimento ao longo de vários anos de pesquisa. Ainda, servirá como consulta para estudantes, professores, produtores e profissionais da área para aprimorarem seus conhecimentos.

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CAPÍTULO 1

Fruticultura Sustentável no Brasil

Xico Graziano

Introdução

Existem forças civilizatórias que movem a humanidade. O avanço tecnológico é uma delas, fruto das incessantes descobertas científicas, verificada em todos os ramos do conhecimento. A globalização é outra força incontrolável, arrebentando barreiras, na economia, na comunicação, nos costumes sociais.

Sustentabilidade deve ser vista nesse prisma, o do avanço civilizatório. Trata-se de um movimento inevitável, fruto da pegada ecológica, que se torna crítica pelo aumento da população humana na Terra. A opinião pública global respalda a defesa ambiental e a justiça social. Goste-se ou não, a agenda da sustentabilidade se imporá. Nesse raciocínio, pode-se perguntar: vamos nós, do agro, dominar a agenda da produção sustentável, e aplicá-la devidamente, ou ficando reticentes, seremos obrigados a engoli-la de qualquer forma? Queremos ser protagonistas, ou figurantes da agricultura sustentável?

Na fruticultura, como em qualquer ramo de produção agropecuária, as variáveis ambientais tornam-se crescentemente fundamentais, obrigatoriamente respeitadas pela cadeia de negócios, da roça até o consumidor final. A rastreabilidade e, muitas vezes, a certificação de boas práticas socioambientais se torna uma constante.

Existem, já, tecnologias avançadas que permitem conciliar a produtividade com o respeito ao meio ambiente. Pode-se comprovar esse sucesso agronômico no manejo de solos, na irrigação, no controle integrado de pragas e doenças, por exemplo. Os processos tecnológicos avançados, embora ainda não utilizados por todos os fruticultores, superam antigos problemas, como a

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15 erosão, o uso perdulário da água, as intoxicações e contaminações causadas pelo excesso de agrotóxicos.

Estamos, porém, ainda, no início do processo de construção da fruticultura sustentável do futuro. E o Brasil, com sua especial tropicalidade, elevada diversidade, tradição no campo, apresenta excelentes condições para vencer esse desafio.

Para tanto, muita pesquisa, com geração de novos conhecimentos tecnológicos, será necessária. Pesquisa pública e pesquisa nos laboratórios privados ampliarão, e muito, a fronteira da qualidade ambiental na fruticultura. Os defensivos agrícolas de quarta geração, não mais “agrotóxicos”, baseados em moléculas seletivas e biodegradáveis, estão chegando. Biodefensivos e controle biológico devem evoluir. Na tecnologia de aplicação de defensivos se espera uma revolução.

A engenharia genética será capaz de gerar plantas mais resistentes, produtivas, com elevada qualidade nutricional. Sistemas agroflorestais crescerão, facilitados pelo Código Florestal nas propriedades familiares, incentivando a fruticultura orgânica.

Após o Acordo geral sobre o clima, patrocinado pela ONU em dezembro de 2015, em Paris, a economia global entrou na era do baixo carbono. Todos os setores serão cobrados pela sua responsabilidade contra o aquecimento do planeta. Emissões de gases de efeito-estufa, eficiência energética, custo ambiental das tecnologias: abrem-se novas e difíceis equações na competitividade global.

Estarão os produtores aptos para enfrentar os requisitos da sustentabilidade? Estarão, para tanto, capacitados? Entenderão os requisitos da sustentabilidade como obstáculos à sua rentabilidade, ou os enxergarão como oportunidades de bons negócios?

Fornecer frutas com atestada qualidade socioambiental, direcionadas ao varejo ou às fábricas processadoras, é a grande tarefa dos produtores rurais, inseridos na cadeia produtiva da fruticultura nacional. Quebra de paradigmas e muita pesquisa se vislumbram nos próximos anos. Sem conservadorismo, acreditando na tecnologia, o Brasil será o líder mundial da fruticultura global.

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CAPÍTULO 2

Desafios do mamão

Anita de Souza Dias Gutierrez Hélio Satoshi Watanabe

Introdução

O Entreposto Terminal de São Paulo da CEAGESP, mais conhecido como ceasa de São Paulo, é um dos treze centros de abastecimento da CEAGESP e um dos maiores do mundo. São comercializadas aqui, mais de 3 milhões de toneladas por ano e mais de 11 milhões de quilos por dia. O seu abastecimento exige o fornecimento, em um ano, de mais de 1.500 municípios de 24 estados brasileiros e de 14 diferentes países. O varejo tradicional (54%) e a Região Metropolitana de São Paulo (67%) concentram o destino dos produtos aqui comercializados. É o local de convergência de produtos originários de diferentes regiões do Brasil e dos diferentes agentes de produção, transporte e comercialização: atacado, varejo e serviço de alimentação. É o local ideal para compreender a realidade e implementar estratégias de mudança. A qualidade e a quantidade do produto que aqui recebemos é o resultado da tecnologia aplicada na produção e na pós-colheita, da aptidão agrícola do local de produção e de uma boa parceria com ‘São Pedro’. O ceasa paulistano comercializa 10% da produção brasileira de mamão, sendo 64% mamão Solo e 36% mamão Formosa.

O Centro de Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento da CEAGESP foi criado na CEAGESP, por demanda da Câmara Setorial de Frutas e a de Hortaliças da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que consideraram como seus principais problemas do setor a inexistência de padrões de qualidade e a má qualidade das embalagens. A

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17 CEAGESP foi encarregada da operacionalização do então criado o ‘Programa Paulista para a Melhoria dos Padrões Comerciais e de Embalagens de Hortigranjeiros’, um programa de adesão voluntária e de auto-regulamentação setorial. A CEAGESP contratou uma equipe de técnicos e começou o trabalho em 1997.

O nosso trabalho começou com o desenvolvimento das normas de classificação, uma linguagem de caracterização mensurável do tamanho e da qualidade das frutas e hortaliças frescas, para ser utilizada na negociação entre o produtor e o seu primeiro comprador.

Dedicamos muitas horas do nosso trabalho ao mamão com o desenvolvimento das normas de classificação, a tentativa de acabar com o mamão Formosa a granel em 2002, o apoio a pesquisas de pós-colheita de mamão, a participação no Programa de Produção Integrada de Mamão, o desenvolvimento de Guia de Variedades, de Padrões Mínimos de Qualidade, de equivalência das diferentes denominações de classificação com uma característica mensurável, de um sistema de informação de comercialização semanal para os produtores de mamão, o desenvolvimento de um gabarito visual de avaliação da qualidade do mamão e a determinação dos atributos responsáveis pela diferenciação de valor do mamão Formosa, o estudo da evolução da embalagem.

As Normas de Classificação de Mamão do então denominado ‘Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura’ foram desenvolvidas por demanda do MAPA-Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2002. Os países europeus importadores de frutas brasileiras exigiam que o Brasil, como país exportador, tivesse padrões de qualidade e tamanho dos produtos exportados. Foram feitas reuniões com produtores, pesquisadores e técnicos de todas as regiões produtoras do Brasil, para se chegar a um denominador comum. As normas de classificação abrangem a caracterização dos grupos varietais, do tamanho e da qualidade, a morfologia do produto e um glossário com os termos utilizados. A melhor característica mensurável do tamanho e a amplitude de variação de tamanho tolerada dentro de cada lote são definidas. A diferença de tolerância aos defeitos muito graves, graves, leves e muito leves é utilizada para definir as diferentes categorias de qualidade. No caso do mamão ficamos insatisfeitos, na época, com o conceito de imaturo, que não estabeleceu o conteúdo mínimo de sólidos solúveis. Os frutos de mamão de boa qualidade comercializados no ceasa paulistano

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18 apresentam um conteúdo de sólidos solúveis igual ou superior a 12º Brix. Hoje, numa revisão da norma atual, faríamos mudanças na caracterização do tamanho, da doçura e de alguns critérios de qualidade (Figura 1).

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19 Existe grande diferença de valor do mesmo produto, no mesmo dia, entre diferentes tamanhos e qualidades, na venda do atacado para o varejo. A compreensão dos atributos que determinam a diferença de valor e da importância de cada um é imprescindível para que o produtor consiga melhorar o seu produto e a sua rentabilidade. Durante três anos, como parte de um projeto de apoio do governo japonês aos produtores de Jaíba na comercialização de frutas, foram adquiridas e avaliadas a cada semana, uma caixa de mamão dos lotes de maior e menor valor no ceasa paulistano e no ceasa de Contagem em Minas Gerais, de Mamão Formosa. Os lotes de menor valor foram escolhidos entre os lotes vendidos normalmente, sem problemas de descarte ou queima de preço. A avaliação utilizou o gabarito visual desenvolvido pelo Centro de Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento da CEAGESP, aferindo notas para cada atributo de cada fruto na caixa, com exceção dos atributos e homogeneidade de tamanho e coloração, avaliados na caixa. Os resultados mostraram uma diferença média de valor por qualidade de 63% e máxima de 165%, entre lotes de mesmo tamanho e variedade, no mesmo dia. Os atributos mais importantes na valoração do Mamão Formosa, em ordem de importância são a homogeneidade de tamanho, a coloração da polpa, coloração da casca, danos mecânicos, defeito de casca, conteúdo de sólidos solúveis, sanidade, defeito de formação e defeito de polpa. As operações mais importantes na diferenciação de valor são a classificação (homogeneidade de tamanho e de coloração, a escolha do ponto de colheita (coloração da polpa, da casca e conteúdo de sólidos solúveis), o manuseio (dano mecânico. O gabarito de avaliação do Mamão Formosa pode ser encontrado e baixado em www.hortibrasil.org.br (Figura 2 e 3).

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20 Figura 2. Gabarito de avaliação da qualidade do Mamão Formosa

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21 Figura 3. Frutos considerados de maior e menor valor.

O HortiEscolha surgiu da constatação da enorme dificuldade que os gestores de alimentação escolar têm para escolher a classificação e o produto de melhor custo-benefício, na época mais adequada e com a qualidade necessária para um bom aproveitamento no consumo. A utilização das ferramentas do HortiEscolha permite, com o mesmo recurso monetário, a colocação do dobro do alimento no prato, maior diversidade, na melhor época, com maior participação da agricultura local e dentro de padrões mínimos de qualidade. Foram desenvolvidas para o mamão e mais 96 frutas e hortaliças frescas o ‘Guia de Variedades’, que contém a representação gráfica das principais variedades de cada produto, os ‘Padrões Mínimos de Qualidade’, com os defeitos que não podem ser aceitos, a ‘Equivalência das Classificação com Características Mensuráveis de Tamanho’, que estabelece as medidas de tamanho das denominações de classificações do mercado atacadista e da Cotação de Preços da CEAGESP e o ‘Índice de Escolha entre Classificações’, que utiliza a diferença de aproveitamento e a diferença de valor entre as classificações para estabelecer a classificação de melhor custo-benefício.

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22 Todas as informações estão disponíveis em www.hortiescolha.com.br (Figura 4).

Figura 4. Equivalência

É possível observar no ceasa paulistano os limites de tecnologia pós-colheita. É espantoso que a maioria do Mamão Formosa ainda venha a granel e que seja selecionado e embalado no mercado (Figura 5). Normalmente são gastos 6 horas por caminhão, com as operações de descarga e embalamento, gerando lixo, perda de qualidade de mamão e um desconto mínimo por perda, acordado entre o produtor e o atacadista, de 400 kg de mamão, num caminhão de 14.000kg. O mamão que chega a granel é selecionado por tamanho, coloração e qualidade. Os frutos com menor qualidade e mais maduros, provenientes da parte inferior da carga são descartados ou destinados a nichos de mercado menos exigentes e vendidos a preços bem menores. Por outro lado, recebemos mamões colhidos maduros, com garantia de doçura, selecionados por tamanho e coloração, protegidos com rede ou envoltos em plástico, refrigerados da produção ao mercado atacadista. Hoje o mamão Formosa embalado na produção representa 7% do volume total e está crescendo. O seu valor é o dobro do mamão recebido a granel, de mesma classificação, selecionado entre os melhores frutos da carga.

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23 Figura 5. Transporte de mamão Formosa a Granel.

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24 A ocorrência de problemas pós-colheita em mamão é assustadora. A tese de doutoramento de Elaine Costa-Cerqueira Pereira, orientada pelo professor Ângelo Pedro Jacomino da ESALQ em 2014, mostrou uma triste realidade, 95% de lesões e 93% de podridão em mamão Golden, em embalagem de madeira, transportado sem paletização e sem refrigeração e 52% de lesões e 29% de podridão, em caixa de papelão, paletizado e transportado refrigerado, depois de 6 dias de armazenamento. Os dois lotes foram colhidos no mesmo dia, da mesma lavoura e foram mantidos a 23ºC e 85% UR durante os nove dias de avaliação.

O futuro da produção de mamão é preocupante. Ele vem sendo expulso, como aconteceu no Estado de São Paulo, de outras regiões brasileiras como o Jaíba. É urgente a incorporação aos mecanismos legais da Defesa Sanitária Vegetal de regras que previnam a proliferação das pragas e moléstias agrícolas. Hoje, os órgãos de governo federais e estaduais ligados à agricultura não possuem mecanismos legais de prevenção da proliferação de pragas e moléstias vegetais. O único mecanismo legal que permite a punição pela promoção da proliferação de pragas e moléstias vegetais é do Ministério do Meio Ambiente. O Artigo 61 da Lei 9605/98 determina que 'Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas’. Muitas culturas importantes foram expulsas do Estado de São Paulo, como o mamão e o maracujá e muitas técnicas como variedades resistentes, técnicas e insumos perderam rapidamente a sua eficácia. Medidas simples como a exigência de erradicação das lavouras abandonadas, a erradicação das plantas com virose, poderiam ter sido utilizadas e evitado a situação atual. O atual sistema de manejo de solo está destruindo os solos frágeis dos tabuleiros costeiros.

A competência e a dedicação dos técnicos da INCAPER viabilizaram a Produção Integrada de Mamão e conseguiram regularizar o registro de agrotóxicos para a cultura. A pergunta que fica é: As recomendações da Produção Integrada estão sendo adotadas pelos produtores de mamão?

O futuro do consumo do mamão é preocupante. O sabor do mamão é feito na produção. O conteúdo de sólidos solúveis não cresce depois da colheita. O prazer no consumo depende do ponto de colheita do fruto. A colheita do fruto

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25 maduro exige maiores cuidados na produção, na colheita e na pós-colheita, mas é o único caminho para um futuro promissor (Figura 6).

Como já dizia o Dr. Beauchamp, em 9 de março de 1999, numa conferência do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos da América: _ Nenhum alimento ou bebida, mesmo muito saudável, promoverá benefícios .... senão for palatável e portanto não consumido ... Os consumidores têm nos dito, alto e claro, que o sabor determina o prazer no consumo.

Figura 6. Teste de para verificar teor de sólidos solúveis em mamão. Todos os estudos e ferramentas estão disponíveis. É só entrar em contato com cqh@ceagesp.gov.br ou pelos telefones 11 36433825 ou 11 36433890.

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CAPÍTULO 3

I Simpósio Capixaba de Fruticultura e Trabalhos desenvolvidos pela UFES com Frutíferas

Moises Zucoloto Jalille Amim Altoé Freitas Bruna Beltrame Ronchi

Introdução

A fruticultura no Espírito Santo representa grande importância devido à grande demanda de mão de obra e o capital gerado ao longo da sua cadeia. Porém, segundo Carvalho et al. (2015), na última década, o Espírito Santo vem diminuindo a produção de frutas, devido a redução das áreas de mamoeiro e principalmente de maracujazeiro. Diante dessa situação, medidas devem ser tomadas para estimular cada vez o fortalecimento dessa importante área da agropecuária capixaba. Devido à enorme demanda em favor de consolidar e diversificar a Fruticultura Capixaba, criou-se o I Simpósio Capixaba de Fruticultura, associado também a divulgação dos resultados de pesquisas desenvolvidas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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27 O I Simpósio Capixaba de Fruticultura realizado no dia 12 de junho de 2015, no Centro universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES) da UFES, em São Mateus, faz parte de um dos pilares que norteiam a Universidade, que é atender a comunidade e interiorizar o conhecimento por meio da Extensão. A realização do evento contou com a ajuda da UFES, da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF) e da Empresa Junior de Agronomia (PROJAGRO). Ainda, o evento foi apoiado pelas empresas Nortefrut e Fertilizantes Heringer (Apoiadores Diamante), SBF, Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros Agrônomos (Apoiadores Ouro) e por diversas empresas do setor agropecuário, sendo elas: Defagro, LC Comércio Agrícola, Frucafé, Caliman, Defesa Agrícola, Frutas Santa Rita, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Nutrimaq, Topseed, Acqua Fertil, SQM Vitas e Provaso.

O evento teve a participação de várias autoridades, dentre elas, a presença do diretor do CEUNES, o Professor Roney Pignaton da Silva, do Pró-Reitor de administração, representando o reitor da UFES, o Professor Eustáquio Vinícius Ribeiro de Castro; o coordenador do Simpósio, o Professor Moises Zucoloto; o vice-prefeito municipal de São Mateus, Keydson Quaresma Gomes; o sub-secretário estadual de agricultura, Marcelo Suzart; o Deputado Federal Jorge Silva; o presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura, o Professor Almy Junior Cordeiro de Carvalho; o presidente da Empresa Júnior de Agronomia, o estudante Alex Campanharo e o representante dos produtores presentes no evento, o Senhor Janábio de Oliveira.

Dentre as diferentes classes que participaram do evento, estudantes de graduação representaram 19%, seguidos por estudantes do ensino médio e pessoas ligada a iniciativa privada com 18% cada. Produtores rurais corresponderam a 15%, apoiadores 9%, Incaper e Idaf 4%, palestrantes e professores 3% e autoridades 2% (Figura 1).

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Figura 1. Porcentagem das diferentes classes que participaram do I Simpósio

Capixaba de Fruticultura.

O total de participantes foi de 602 pessoas durante todo o evento, o que fez com que o auditório permanecesse praticamente cheio durante grande parte do dia (Figura 2). Em destaque na figura 2, a presença de agricultoras indígenas da aldeia Pau Brasil do munícipio de Aracruz-ES.

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Figura 2. Vista frontal dos participantes no auditório Central do CEUNES

no dia do Simpósio – São Mateus - ES.

Na ocasião do evento, foi entregue para cada participante o livro intitulado de Fruticultura Tropical: Diversificação e consolidação. O livro contém dez capítulos, dentre os quais, os seis primeiros referem-se as palestras ministradas durante o simpósio e os outros demais capítulos, abordam temas relevantes sobre a fruticultura atual.

Com relação a avaliação feita pelos participantes por meio da ficha entregue no dia do evento, analisou-se todas as informações fornecidas pelos participantes. De modo geral, o evento foi classificado como excelente. Dentre os pontos positivos destaca-se a segurança e experiência dos palestrantes, estrutura e organização do evento.

Com relação as sugestões sobre temas a serem abordados para o próximo evento, a fruticultura e a agricultura familiar foi o tema mais sugerido dentre os participantes. Outro tema bastante requisitado foi a comercialização de mamão e a abordagem de outras culturas, como goiabeira, coqueiro e abacaxizeiro. Outro tema bastante requisitado foi a necessidade de melhorar a transferência de tecnologia para os evolvidos na cadeia produtiva.

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30 Infelizmente, vários participantes sugeriram que abordassemos a cultura do cacaueiro, porém, essa cultura apesar de ser enquadrada dentro da Fruticultura, normalmente é trabalhada isoladamente, assim como o cafeeiro, pimenta-do-reino, entre outros.

Com relação aos pontos negativos, grande parte dos participantes citaram a falta de divulgação, o que será priorizado nos próximos eventos.

Outra sugestão dos participantes se refere a necessidade de que o evento ocorra em dois dias. No entanto, vários fatores dificultam que isso ocorra, dentre eles destacam-se a dificuldades de locomoção e acomodações dos participantes nos dois dias e consequentemente, aumento nos custos.

Receitas e despesas geradas no I Simpósio Capixaba de Fruticultura

A receita obtida por meio de apoiadores gerou um total de R$19,000,00. Com relação a inscrição obteve-se R$ 7.770,00, sendo que o referido valor tem por objetivo arcar com as despesas do livro, almoço e lanches. O total das receitas geradas foi de R$26.770,00, conforme Tabela 1.

Tabela 1. Detalhamento das Receitas para a realização do I Simpósio

Capixaba de Fruticultura.

Apoiadores Subtotal 19.000,00

Inscrições Subtotal 7.770,00

TOTAL DAS RECEITAS 26.770,00

O detalhamento das despesas geradas está descrito na Tabela 2. A maior parcela da despesa foi através do material gráfico, totalizando R$11.078,00.

Vale destacar que alguns palestrantes foram financiados pelas Instituições em que eles representavam, tais como Embrapa, SBF e Caliman, não gerando receita e despesa para o evento.

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Tabela 2. Detalhamento das despesas para a realização do I Simpósio

Capixaba de Fruticultura. Gráfica Livros 7.440,00 Panfletos 970,00 Cartazes 858,00 Bloquinhos 100,00 Crachás 567,00 Pastas 788,00 Faixas 150,00 Outdoor 205,00 Subtotal 11.078,00 Palestrantes Subtotal 2.640,00

Coffee break Subtotal 5.924,00

Outras despesas Camisas 815,00 Aluguel de som e tendas 500,00 Serviços da Projagro 3.000,00 Brindes 400,00 Divulgação 1.000,00 Outros 1.189,00 Subtotal 6.904,00

TOTAL DAS DESPESAS 26.546,00

Trabalhos desenvolvidos pela UFES com Frutíferas

A Universidade se baseia em três pilares que são o Ensino, Pesquisa e Extensão. Vale ressaltar a importância de cada uma das atividades, uma vez que, em conjunto, elas formam um tripé de sustentação, no qual a Instituição e a sociedade se desenvolvem. Essas atividades se complementam, uma vez que o ensino é a base para a pesquisa e a atuação por meio da extensão. Por outro lado, a pesquisa enriquece o ensino e seus resultados possibilitam modificar a forma de atuar e contribui para o desenvolvimento da sociedade.

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32 Não obstante, a extensão universitária, além da disseminação de conhecimento, permite vivenciar as soluções e os problemas da comunidade, os quais contribuem para aprimoramento do ensino e para o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa.

São inúmeros os trabalhos desenvolvidos com diferentes frutíferas pela UFES, que serão apresentados brevemente a seguir.

Bananeira

Unidades demonstrativas foram instaladas na UFES-CEUNES para avaliar a adaptação de materiais advindos da EMBRAPRA Mandioca e Fruticultura. Destaca-se a cultivar BRS Princesa, do tipo maça, que além de ser resistente ao mal-do-panamá, apresenta sabor de fruto semelhante a cultivar maça. Com relação a cultivares do tipo Prata, a BRS Platina é uma alternativa para agricultores familiares com baixo a média nível tecnológico, já que é resistente a Sigatoka Negra e não demanda de grande nível tecnológico quando comparada com a Prata-Anã (FISCHER et al., 2016).

Avaliou-se os padrões de crescimento de diferentes cultivares de bananeira na unidade demonstrativa do CEUNES (Tabela 3) (RONCHI et al., 2016).

A cultivar Pacovan Ken apresentou maior potencial produtivo, com cerca de 26,7 t ha-1, diferindo estatisticamente das demais cultivares do subgrupo Prata. Outro fator a ser considerado se refere ao menor custo de produção, já tanto a ‘Pacovan Ken’ quanto a ‘BRS Platina’ são resistentes a Sigatoka Negra. Isso faz com que essas cultivares tornem-se excelentes opções para produtores menos tecnificados, já que requerem menores investimentos.

A ‘BRS Princesa’, além de se destacar por ser resistente ao mal-do-panamá, apresentou boa produtividade quando comparada a tradicional cultivar Maça. Ainda, por meio de testes informais, o sabor dos frutos foi bem aceito por provadores voluntários.

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Tabela3. Dias do plantio à emissão do cacho (DPEC), dias do plantio à

colheita (DPC) e produtividade de sete cultivares de bananeira no Norte do Espírito Santo. Cultivar DPEC DPC Produtividade (Dias) (Dias) (t ha-1) Prata-Anã 161 375 20,51 b Pacovan Ken 187 365 26,76 a BRS Platina 166 368 19,33 b Maçã 192 402 12,34 c BRS Tropical 197 375 8,85 c Caipira 187 402 15,60 c BRS Princesa 197 368 13,97 c Média 183 379 16,76

Médias seguidas de letras iguais na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Scott Knott, ao nível de 5% de probabilidade.

Trabalhos que avaliam a relação das dimensões (largura e comprimento) da terceira folha da bananeira com a área foliar total para as cultivares de bananeira do grupo Maçã (Maçã e Tropical) foram realizados, a fim de se empregar métodos não destrutivos para estimar a área foliar total (FERREIRA et al., 2016).

A anatomia foliar das diferentes cultivares da unidade demonstrativa está sendo analisada a fim de verificar quais estruturas diferem entre cultivares. Busca-se verificar se mudanças anatômicas possam servir como barreira para doenças e resistência a seca.

Em continuidade aos trabalhor anteriores, em um experimento a campo a fertirrigação da bananeira ‘Pacovan Ken’ está sendo estudada por meio de aplicações quinzenais de doses crescentes de Nitrogênio (200, 400, 600 e 800 kg/hectare/ano) e Potássio (300, 600, 900 e 1200 kg/hectare/ano). O estudo visa identificar a dosagem que apresente maior produção na região Norte do Espírito Santo.

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Citrus

A citricultura é tida com enorme potencial para a diversificação do Norte do Estado. Visando essa oportunidade, dois porta-enxertos, sendo eles o Citromelo Swingle e o Citrandarim Riverside e doze copas de lima ácida Tahiti estão sendo testadas em São Mateus. Pretende-se obter resultados suficientes para indicar as melhores combinações entre os porta-enxerto e copas de lima ácida Tahiti para o Estado do Espírito Santo.

Ainda em relação a lima ácida Tahiti, está em desenvolvimento um trabalho com diferentes dosagens e forma de aplicação de Paclobutrazol (PBZ) com o objetivo de realizar o escalonamento da produção, já que a concentração da produção tem afetado os lucros.

Mangueira

Em decorrência a alternância de produção em mangueiras ‘Ubás’ no Espírito Santo, está em andamento um trabalho com diferentes doses de PBZ e desponte dos ramos no município de Colatina (Figura 3). O experimento está em seu segundo ano e visa identificar a dose ideal e se o desponte de ramos é eficiente na uniformização do florescimento, garantindo assim, menor alternância de produção.

Além disso, como as perdas pós colheita com frutos de manga ‘Ubá’ são altas, avaliou-se a utilização de armazenamento refrigerado para reduzir tais perdas. Verificou-se que frutos armazenados por quatorze dias a temperatura de 15 °C podem ser comercializados em até 6 dias, já armazenados por 28 dias, os mesmos devem ser consumidos em até três dias.

Amostras de polpa de frutos de mangueira ‘Ubá’ foram enviados para a Universidade de West Virginia University – EUA para determinação de compostos antioxidantes, fenólicos e voláteis, já que é uma fruta pouco estudada.

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Figura 3. Plantas antes (A) e depois da poda (B). Na foto consta o Senhor

Eduardo Glaber, proprietário da área.

Mamoeiro

Está em estudo a diagnose precoce de danos por injúria mecânica em frutos de mamoeiro. O teste é feito por meio de tetrazólio, produto que reage em locais onde a atividade das células é alta. Após testes preliminares,

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verificou-36 se que o composto reage com rapidez e é capaz de identificar os danos causados por impacto, atrito e compressão, que culminam em danos mecânicos e, consequentemente, depreciação dos frutos. Ainda, o experimento visa identificar o mais rápido possível o dano e também, detectar o local onde ocorreu. Também, pretende-se avaliar os diferentes tipos de embalagens usados na cadeia produtiva do mamoeiro.

A equipe de trabalho da UFES realizou pesquisas com a cultivar Golden visando estender o tempo de prateleira quando submetidas a diferentes dosagens de vapor de etanol. Segundo Ronchi et al. (2016), as concentrações usadas apresentaram alterações nas características dos frutos durante o período de pós-colheita, como: firmeza, pH e perda de massa, se mostrando uma técnica eficiente, de baixo custo e de fácil manuseio. Porém, novos estudos devem ser feitos.

Abacaxizeiro

Avaliou-se diferentes frequências de fertirrigações de nitrogênio e potássio em abacaxizeiro. Observou-se que tanto fertirrigações semanais como mensais não interferiram na produção e qualidade dos frutos de abacaxizeiros (RIBEIRO et al., 2015). As referidas informações estão detalhadas no Capítulo 10.

Semelhante ao experimento de bananeira, citado anteriormente, está em andamento a fertirrigação de abacaxizeiro por meio de aplicações semanais de doses crescentes de Nitrogênio (128, 256, 384 e 640 kg/hectare/ano) e Potássio (192, 384, 576 e 960 kg K2O/hectare/ciclo). O estudo visa identificar a dosagem que apresente maior produção na região Norte do Espírito Santo.

Diante da importância de estudo do sistema radicular e ainda em função dos diversos manejos existentes, realizou-se experimentos que visaram avaliar o sistema radicular do abacaxizeiro ‘Perola’ em função do parcelamento da adubação e alternativas de manejo da fertirrigação. Por meio do estudo, verificou-se que os tratamentos irrigado com fertirrigações parceladas mensalmente para o N e 2 aplicações semanais para o K e o tratamento não irrigado e não fertirrigado com 4 aplicações ao longo do ciclo sobre o solo (entre outubro e novembro e abril) para N e (entre outubro e junho) para o K, apresentaram maiores valores em relação as variáveis volume, comprimento e massa seca de raízes (SILVA et al., 2016).

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37 Na fazenda experimental do CEUNES encontra-se uma unidade demonstrativa do abacaxizeiro BRS Imperial (Figura 4). Este abacaxizeiro é resistente a fusariose e apresenta coloração de polpa amarelada-alaranjada. Devido as suas características é tido como uma excelente opção para diversificação da cultura no Estado. Alguns produtores em diferentes partes do Brasil já estão ofertando o fruto, que está sendo aceito e requisitado por mercados exigentes.

Figura 4. Unidade demonstrativa de abacaxizeiro BRS Imperial na fazenda

experimental do CEUNES-UFES em São Mateus-ES.

Maracujazeiro

Em maracujazeiro, um grupo de pesquisa coordenado pela Professora Milene Miranda Praça Fontes estuda a caracterização do genoma de espécies cultivadas no Espírito Santo. O estudo visa o pré-melhoramento e o estabelecimento de bancos de germoplasma, com intuito de gerar frutos mais

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38 produtivos e resistentes a doenças, além de agregar valor às características não exploradas pelos produtores.

Em parceria com a Penitenciaria de São Mateus, Carítas Diocesana de São Mateus e a Empresa Trop Frutas, realizou-se experimentos com a finalidade de avaliar a influência dos estádios de maturação (45, 50, 55 e 60 dias após a antese) e tratamentos pré-germinativos na germinação do maracujazeiro amarelo. Diante dos resultados, verificou-se que o estádio de maturação possui influência significativa na porcentagem de emergência das plântulas e que frutos colhidos entre 50 e 55 dias após a antese apresentaram maiores índices de germinação (RONCHI et al., 2015).

Physalis peruviana

A Physalys peruviana L. é uma fruta considerada exótica, originaria da Amazônia e dos Andes. A fruta tem como característica o sabor doce e expressivo conteúdo de vitaminas A e C, ferro e fósforo. A inserção de novas culturas, como a Physalis ainda é inovadora no Espírito Santo, porém já despertou o interesse na região, uma vez que vem sendo consumida no Norte do estado do Espírito Santo tanto na forma in natura quanto em decorações de bolos e doces.

Diante do contexto e da oportunidade de diversificação que a cultura pode oferecer aos produtores do Norte do estado do Espirito Santo, alguns trabalhos com Physalis peruviana estão sendo realizados no Campus da UFES em São Mateus, como a caracterização fenológica das plantas; estádios de maturação do cálice dos frutos e formas de armazenamento na germinação de sementes e caracterização do ponto de colheita dos frutos. Esses estudos visam obter conhecimentos do desenvolvimento da espécie na região Norte do Espírito Santo e proporcionar informações sobre as épocas oportunas para a realização das práticas culturais e produção de frutos de qualidade.

Criação e implementação do Polo de Fruticultura do Caparaó

O projeto tem como objetivo estimular a Fruticultura no Sul do Estado do Espírito Santo, criando alternativas para diversificação da agricultura, principalmente a familiar. Vislumbra-se ainda, adequar o manejo adequado de frutíferas em potencial e criação de unidades demonstrativas nos municípios que integramo Caparaó.

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39 Pretende-se criar uma unidade demonstrativa na UFES com todas as culturas em potencial e outras vinte e duas nos onze municípios do Caparaó Capixaba. Espera-se que o polo sirva como garantia de produção, implicando, ainda, a confiança por parte dos produtores para a implantação de novas áreas e a ampliação dos investimentos em áreas já existentes. Assim, haverá maior necessidade de mão-de-obra e consequentemente, aumento do emprego e da renda no campo, favorecendo a permanência do homem no campo. Ainda, servirá como alternativa para pessoas alocadas nos grandes centros de forma precária e desumana, a retornar para o campo e viverem em condições confortáveis. Portanto, o Polo servirá como alternativa para uma região dependente, quase que exclusivamente, da criação de bovinos e café.

Conclusões

A necessidade de pesquisas são incessantes, porém, a cada dia, percebemos que as Instituições devem caminhar mais próximas das demandas dos produtores e da iniciativa privada. Da mesma forma, os atores envolvidos devem se aproximar das Instituições de pesquisa, pois só assim, todos serão beneficiados.

Infelizmente, vivemos em um momento de instabilidade, no entanto, o agronegócio é o propulsor da nossa economia a anos, o que faz com que tenhamos esperança de dias melhores quando passarmos por essa turbulência.

Referências

CARVALO, A.J.C de; FREITAS, J.A.A.; PESSANHA, P.G.O. Situação da

Fruticultura Brasileira e Capixaba. In: ZUCOLOTO, M. SCHILDT, E.R.

COELHO, R.I. Fruticultura Tropical: Diversificação e consolidação. Alegre: CAUFES, 2015. Capítulo 1, p.13-22.

FERREIRA, H. A. L.; SILVA, F. O dos R.; RONCHI, B. B.; FALQUETO, A. R.; ZUCOLOTO, M. Relação entre as dimensões da terceira folha e a

área foliar total de bananeiras do tipo maçã. In: XXIV CONGRESSO

BRASILEIRO DE FRUTICULTURA. 24, 2016. São Luís – MA.

FISCHER, L de R. Fenologia e caracterização físico-química dos frutos de

bananeiras no Norte do Espírito Santo. 2016. 22 f. Trabalho de Conclusão

de Curso (Bacharelado em Agronomia) - Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito, São Mateus.

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40 FISCHER, L de R.; MACEDO, I.; KUHLCAMP, K. T.; BARROS, F. L de S.; MOREIRA, S. O.; ZUCOLOTO, M. Correlações entre caracteres

morfoagronômicos e de reação a doenças em mamoeiro da cultivar Rubi

Incaper 511. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE

FRUTICULTURA. 24., 2016. São Luis – MA.

OSIPI, E. A. F.; NAKAGAWA, J. Efeito da temperatura na avaliação da qualidade fisiológica de sementes do maracujá- doce (Passiflora alata Dryander). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 27, n. 1, p. 179-181, 2005.

RIBEIRO, A. M. S. Produtividade e qualidade pós-colheita de

abacaxizeiro fertirrigado em função de diferentes parcelamentos de nitrogênio e potássio. 2015. 32f. Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Agricultura Tropical, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito, São Mateus.

RONCHI, B. B.; FISCHER, L de R.; EFFEGEM, C.; SILVA, F. O dos R da; ZUCOLOTO, M. Qualidade pós-colheita de mamão cv. Golden submetido

ao vapor de etanol. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE

FRUTICULTURA. 24., 2016. São Luis – MA

RONCHI, B. B.; FISCHER, L de R.; SILVA, F. O dos R. da; AMORIM, E. P.; ZUCOLOTO, M. Fenologia de diferentes cultivares de bananeira no

estádio de florescimento no Norte do ES. In: XXIV CONGRESSO

BRASILEIRO DE FRUTICULTURA. 24., 2016. São Luis – MA.

RONCHI, B. B.; FISCHER, L de R.; SILVA, F. O dos R da; PELEGRINI, H. R.; ZUCOLOTO, M. Germinação de sementes de maracujazeiro amarelo

em função do tratamento pré germinativo e do estádio de maturação. In:

XIX ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, XV ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO E V ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA. 19., 2015. São José dos Campos - SP. Anais. São José dos Campos: Universidade do Vale da Paraíba, 2015. 1 CD.

SILVA, F. O dos R da; ZUCOLOTO, M.; BARROCA, M. V.; RONCHI, B. B.; FISCHER, L de R. Sistema radicular do abacaxizeiro ‘Pérola’ em

função do parcelamento da adubação e alternativas de manejo da

fertirrigação. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE

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CAPÍTULO 4

A cultura da Goiabeira no Estado do Espírito Santo

Erli Röpke

Introdução

A goiabbeira (Psidium guajava L.) tem sua origem na América Tropical e é um alimento muito nutritivo, pois tem sais minerais e vitaminas, principalmente a vitamina C. O Brasil é um dos maiores produtores de goiaba do mundo, seguido por países como a Índia, Paquistão, México, Egito, Tailândia, entre outros. Os Estados de São Paulo e Pernambuco são os maiores produtores no Brasil.

Histórico do cultivo da goiabeira no Estado do Espírito Santo (ES)

O cultivo comercial da goiabeira no Estado do Espírito Santo iniciou no município de Santa Teresa com o casal José e Isabel Corti (goiaba Cortibel – 1991), seguidos pelo Sr. Luiz Carlos Battisti (goiaba Paluma - 1992) e ainda, no segundo semestre de 1992, com apoio do Incaper-ES, um grupo de produtores receberam cerca de 100 mudas de goiaba Paluma cada um, destacando-se a família Brunow em Tancredinho (hoje município de São Roque do Canaã). No ano de 2003 o Governo do Estado lançou o Polo de Goiabeira no município de Pedro Canário, com objetivo principal de atender à fábrica de sucos em Linhares-ES. Esse Polo de Goiabeira ficou prejudicado com a presença do nematóide-das-galhas (Meloidogyne mayaguensis) nas

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42 lavouras, o que provocou um comprometimento na expansão do Polo. Hoje o ES conta com cerca de 500ha de goiabeira plantada, sendo os municípios de Afonso Cláudio e São Roque do Canaã, os maiores produtores. As cultivares Paluma e Cortibel são as goiabeiras mais cultivadas no ES, com expansão expressiva das cultivares Cortibeis. A cultura da goiabeira no ES é praticada por pequenos produtores, sendo de grande importância social, pois gera emprego e renda no campo o ano inteiro.

Descrição das cultivares

As cultivares de goiabeira mais plantadas no Brasil, atualmente são: Paluma e Pedro Sato (mais antigas) e, Tailandesa e Cortibel (novas cultivares).

1- Paluma: goiaba vermelha, muito produtiva e de rápido desenvolvimento vegetativo (Figura 1). Desenvolvida na UNESP/FCAV de Jaboticabal-SP, seu cultivo expandiu-se rapidamente por todas as regiões produtoras de goiaba do Brasil na década de 90, devido a facilidade de sua multiplicação por enraizamento de estacas, sua homogeneidade de produção e aos avanços nas técnicas de produção de goiaba. É a goiaba mais utilizada pela indústria na confecção de sucos, doces e outros derivados. A goiaba Paluma tem pós colheita curto, dificultando seu fornecimento em mercados mais distantes e também, uma possível exportação.

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43 Figura 1 – Paluma, Experimento Frucafé, Linhares-ES – foto Erli Röpke

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44 2- Pedro Sato: goiaba vermelha, plantas vigorosas, fruto rugoso e saboroso (Figura 2). Surgiu provavelmente no Rio de Janeiro e é muito plantada nos Estados de SP e MG, como opção de goiaba para mercado de mesa. Pós colheita razoável, porém, menos produtiva, se comparada à Paluma.

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45 3- Tailandesa: goiaba vermelha, frutos grandes e rugosos, produtiva e com plantas vigorosas (Figura 3). Surgiu no Estado de SP, onde expandiu-se rapidamente nos últimos 05 anos entre os produtores como opção de goiaba para mesa. Esta cultivar não está registrada no RNC (Registro Nacional de Cultivares), portanto sua multiplicação e comercialização de mudas está ocorrendo de modo irregular. Também sofreu ataque de Pinta preta (Guignardia psidii), doença não comum em goiaba. Pós-colheita considerada boa.

Figura 03 – Tailandesa, produtor Donizete De Grande, C. Rodrigues-SP – foto Erli Röpke

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46 4- Cortibel RM (Rugosa Média): goiaba vermelha, frutos rugosos de sabor incomparável, plantas vigorosas e rústicas (Figura 4). Surgiu no ES, fruto de melhoramento realizado pelo Sr. José Corti/Frucafé Mudas. Muito indicada para o mercado de frutos de mesa e para regiões mais frias e úmidas, pois é muito resistente à ferrugem, bacteriose e antracnose. As maiores áreas de plantio desta cultivar estão na região de Barbacena-MG, na região serrana do ES e em Goiânia-GO. Pós-colheita dos frutos é satisfatório.

Figura 4 – Cortibel RM, produtor Marcus Vinícius, Goiânia-GO – foto Erli Röpke

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47 5- Cortibel RG (Rugosa Grande): goiaba vermelha, frutos rugosos e grandes, plantas vigorosas e muito produtivas (Figura 5). Surgiu no ES, fruto de melhoramento realizado pelo Sr. José Corti/Frucafé Mudas. Muito indicada para o mercado de frutos de mesa, pois apresenta tamanho médio/grande dos frutos, rugosidade, textura firme e polpa crocante. Está expandindo por todo o Brasil. Pós-colheita excelente com indicação para mercados distantes e até a exportação.

Figura 5 – Cortibel RG, produtor Ronaldo J. Postighel, Itarana-ES – foto Erli Röpke

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48 6- Cortibel SLG (Semi Lisa Grande): goiaba vermelha, frutos grandes e saborosos, plantas vigorosas e muito produtivas (Figura 6). Surgiu no ES, fruto de melhoramento realizado pelo Sr. José Corti/Frucafé Mudas. Indicada para o mercado de frutos de mesa, pois apresenta tamanho médio/grande dos frutos, textura firme da polpa e não libera cheiro forte para ambiente quando está madura. Está expandindo-se por todo o Brasil. Pós-colheita muito boa com indicação para mercados distantes e exportação.

Figura 6 – Cortibel SLG, Experimento Frucafé – foto Erli Röpke

Condições de clima, solo e relevo

A goiabeira adapta-se aos mais diversos tipos de solo, clima e relevo. No Estado do ES a goiabeira é cultivada praticamente em todas as regiões, com colheitas o ano todo. Nas regiões mais quentes, percebe-se que algumas cultivares podem acelerar o ciclo, e até mesmo, apresentar frutos menores ou com mais problemas fitossanitários. Já nas regiões muito frias, o ciclo pode

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49 aumentar e até impossibilitar a realização de podas entre os meses de maio a julho. Em casos onde os produtores utilizam mecanização em suas áreas, deve-se dar preferência para terrenos mais planos.

Espaçamento e plantio

Os espaçamentos utilizados pelos produtores e/ou recomendados podem variar conforme relevo, tamanho do pomar e se o objetivo é para frutos de mesa ou indústria. Para indústria recomenda-se 7m x 5m, média de 35m² a 40m² por planta. Pomares para frutos de mesa recomenda-se 6m x 3,5m, média de 18m² a 25m² por planta. Há produtores aderindo à plantio mais adensados, mas também, deverá intensificar as atividades de manejo, pois pode trazer mais pragas e dificuldade na mecanização. Na Frucafé Mudas em Linhares-ES, está sendo implantado um experimento (2017/2025) com 39 cultivares de goiabeira com 09 repetições, com espaçamentos que iniciam com 6 x 3m (555 plantas/ha) até mais adensados com 3 x 2m (1.666 plantas/ha). Para o pequeno produtor, que dispõe de pouca área para plantio, o adensamento pode ser uma excelente opção, podendo em alguns casos, dobrar sua produtividade por hectare.

Mudas de qualidade e plantio

No momento do plantio, o produtor deve estar atento à qualidade das mudas e adquiri-las com viveirista idôneo, com RENASEM (Registro Nacional de Sementes e Mudas) e com Inscrição de Viveiro para goiabeira. O viveiro que está em dia com a legislação de mudas, emitirá Nota Fiscal e Termo de Conformidade do lote de mudas. As mudas devem ser produzidas em ambiente de canteiros suspensos, em substrato que não contenha solo e irrigadas com água que não venha de córregos e rios e sim, de fonte limpa ou água tratada. O plantio pode ocorrer em covas (50x50x50cm) ou em sulcos adubados com adubos fostatados e material orgânico compostado. Dê preferência à análise de solo. Mudas devem ser plantadas com cerca de 3 a 5 pares de folhas e tutoradas no ato do plantio para facilitar a formação inicial das plantas.

Irrigação

O manejo de pomar de goiabeira sem irrigação no ES é inviável, pois os períodos de chuvas são curtos e muito mal distribuídos. Para colher goiaba o

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50 ano todo é necessário irrigar, pois as plantas exigem quantidades diferentes de água durante o ciclo. O sistema de irrigação mais indicado para goiabeira é o de microaspersão com vazão entre 37 e 70 litros por hora. Há produtores que utilizam microjets, microspray e gotejamento, até a primeira poda de produção, com instalação dos microaspersores a partir desta fase. A quantidade de água varia com a idade do pomar, tipo de solo e temperatura. Em solos mais arenosos recomenda-se irrigar mais vezes (todo dia, por ex.) e com menos tempo e, em solos mais argilosos pode-se irrigar com maior quantidade de água e menor frequência (2 ou 3 vezes por semana, por ex.).

Pragas e Doenças

Do mesmo modo que a goiaba é um alimento importante para o ser humano, também é para muitos insetos e microrganismos da natureza. Portanto, é necessário um monitoramento constante do pomar, a fim de realizar atividades de manejo adequados e fazer prevenção para as pragas não danificarem o pomar e os frutos. Para que o produtor faça o manejo e prevenção adequados das pragas, ele necessita em primeiro lugar de conhecer as fases em que ocorre os danos as plantas ou aos frutos, horário de possível ataque, condições favoráveis à sua proliferação vetores, inimigos naturais, entre vários outros.

Para ajudar na identificação, a seguir será descrito algumas das pragas mais importantes no cultivo de goiabeira no ES, numerando-as na sequência que atacam desde a poda à colheita.

1- Tripes – inseto bem pequeno (tipo uma larva) de cor preto e/ou vermelho

que ataca os ponteiros da planta, botões florais e goiabas novas. Ataca o ano todo, sendo mais intenso entre os meses de setembro a março. Controle com pulverizações preventivas.

2- Ácaro branco - Inseto muito pequeno, praticamente invisível a olho nu.

Ataca as folhas novas do ponteiro da planta, deixando-as com tamanho menor, retorcidas e com cor amarelo-claro (como se a planta estivesse num local sombreado). Inibe o crescimento da planta e dos botões florais. Aparece principalmente, em períodos que não chove. Fazer pulverizações contínuas com produtos piretróides, o que pode intensificar o aparecimento de ácaros no pomar. Controle preventivo com pulverizações de Calda Sulfocálcica e inseticidas/acaricidas.

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51 essa se enrole e apresente uma cor roxeada. Causa grandes prejuízos se não controlado logo no início, pois paralisa o crescimento da planta e dificulta o controle. Pode ocorrer o ano todo, sendo mais intenso de fevereiro a outubro. Controle com pulverizações no início da infestação.

4- Ferrugem – doença fúngica que ataca folhas e frutos. Nas folhas apresenta

áreas arredondadas na forma de um “pó” amarelo na parte inferior (de baixo) das folhas. Nos frutos, ataca sua superfície. Maior ocorrência em períodos chuvosos e quentes (janeiro a abril). Controle com podas adequadas e pulverizações preventivas.

5- Gorgulho – inseto de tamanho médio (parece um caruncho de milho

gigante), de cor preto-acinzentado. Ataca os ponteiros da planta fazendo um furo no ramo, paralisando seu crescimento. Nos frutos (tamanho de um pêssego) fazem perfurações e depositam um ovo que se transforma numa larva branca e grande, que inutiliza todo o fruto (não serve nem para a indústria). No local perfurado aparece uma mancha escura do tamanho de 0,5cm. Ataca ano todo, sendo mais intenso de outubro a março. Controle com eliminação e catação dos frutos atacados e pulverizações preventivas.

6- Moscas-das-frutas – mosca pequena, de cor preto-amarelada. Deposita os

ovos na fruta que se transformam em pequenas larvas brancas (bicho da goiaba), tornando-o inútil para o mercado de fruto in natura. Ataca o ano todo, sendo mais intenso de outubro a março. Controle com armadilhas de garrafas pet, ensacamento dos frutos e pulverizações preventivas.

7- Antracnose – doença que ataca os frutos em fase de amadurecimento e

pós-colheita, provocando pequenas manchas pretas que vão crescendo e amolecendo o fruto. Frutos que sofreram ataques de insetos (Ex. tripes, ácaros, etc.) quando novos são mais susceptíveis ao ataque da Antracnose. Controle de insetos no fruto, irrigação e adubação adequada podem evitar a Antracnose. As primeiras colheitas sempre apresentam mais problemas com Antracnose. Prevenção e controle através pulverizações com fungicidas.

Outras pragas que também podem atacar a goiabeira e seus frutos:

cochonilhas, formigas cortadeiras, ácaro vermelho, percevejos, besouros, mosca branca, vaquinhas, lagartas, broca do tronco, nematoides, etc. Estas pragas são chamadas de pragas secundárias, pois pomares bem cuidados normalmente não apresentam problemas com essas pragas, mas mudanças bruscas de clima podem dar condições para o desenvolvimento rápido de uma praga ou doença. O uso excessivo de nitrogênio nas adubações, podem

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52 provocar a proliferação mais rápida de várias pragas na goiaba. Não há muitos produtos registrados para controle fitossanitário em goiabas no Brasil, principalmente inseticidas. É necessário intensificar pesquisas e posicionamento dos produtores de goiaba para aumentar o leque de produtos registrados, para que a comercialização no mercado interno e as exportações sejam seguras.

Podas

A poda é a atividade de manejo mais importante no cultivo da goiabeira, tanto as podas de formação das plantas, quanto as podas de produção. A poda pode determinar a quantidade e a qualidade dos frutos que serão colhidos, portanto, o produtor deve investir em treinamento para não errar nas podas. Até o terceiro ano de idade, as plantas de goiabeira estarão em formação, mesmo já tento passado por cerca de três podas de produção. Até alguns anos atrás, os produtores de todo Brasil utilizavam podas de formação de plantas mais abertas e grandes (até 6m de diâmetro de copa), porém, com a expansão da ideia de adensamento, cada vez mais os produtores estão compactando as plantas com podas mais curtas, sendo toda a formação feita com tesoura de poda, sem escoramento ou amarração de ramos. Se considerarmos um pomar plantado em ambiente tropical, teremos a seguinte cronograma de poda: 1ª poda de formação (entre 90 e 120 dias após o plantio) com o corte do ramo principal (guia) cerca de 40cm de altura (Figura 7); 2ª poda de formação (entre 120 e 160 dias após plantio) com corte das ponteiras dos ramos laterais em cerca de 30 a 40cm do tronco (Figura 8); 3ª poda de formação (entre 160 e 210 dias após o plantio) com corte novamente dos ponteiros dos ramos que brotaram após a 2ª poda em cerca de 30 a 40cm. Após a 3ª poda a planta estará com cerca de 20 ramos que vão crescer à vontade até ficarem maduros (com pelo menos 6 pares de folhas no ramo de cor marrom). 1ª poda de produção (cerca de 10 a 12 meses após o plantio) que consiste na poda drástica de todos os ramos (podar na parte marrom) em cerca de 20 a 30cm da última poda (Figura 9 e 10). Todos os ramos vão lançar de 1 a 3 brotos com botões florais que darão origem à primeira colheita (cerca de 20 a 40kg de frutos por planta) 6 meses após a poda. 2ª poda de produção (ocorrerá cerca de 8 meses – 34 a 36 semanas após a 1ª poda de produção). 3ª poda de produção (ocorrerá cerca de 8 meses – 34 a 36 semanas após a 2ª poda de produção) (Figura 11). 4ª poda de produção (ocorrerá cerca de 8 meses – 34 a 36 semanas após a 3ª

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53 poda de produção). Nesta fase, as plantas estarão com cerca de 36 a 40 meses de idade e totalmente formadas com cerca de 200 ramos de produção, com capacidade de produzir entre 600 e 800 frutos a cada 8 meses. É bom ressaltar que algumas cultivares (Paluma, por ex.) necessitam de podas de produção mais alongadas nos ramos e outras mais curtas (Cortibel RG, por ex.).

Figura 7 – 1ª poda de formação

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54 Figura 9 – Planta apta para a 1ª poda de produção

Figura 10 – 60 dias após a 1ª poda de produção

Figura 11 – planta após a 3ª poda de produção – planta com cerca de 30 meses de idade

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Figura 6. Teste de para verificar teor de sólidos solúveis em mamão.
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